A
Confederação Espírita Pan-americana C.E.P.A., fundada em
Buenos Aires, Argentina, em 13 de outubro
de 1946, é uma instituição autônoma de caráter federativo,
que representa um amplo setor
do Movimento Espírita organizado existente no Continente
Americano.
XIV
Conferência Regional Espírita Pan-Americana - Novembro de 2002 - São Paulo -
Brasil (Clique aqui para saber sobre inscrição, datas, hospedagem, etc...)
Difundir o Espiritismo por todos os povos americanos, através do movimento espírita organizado no âmbito Pan-americano, entre os países participantes e suas relações mundiais, velando constantemente pelo respeito aos princípios da Doutrina Espírita.
Estimular o estudo permanente da Doutrina, de conformidade com seu caráter evolutivo, para atualizar seus postulados científicos, filosóficos e morais às exigências do momento, bem como a absorção de novas idéias.
Contribuir para um bom relacionamento entre todas as organizações espíritas continentais, procurando unidade de propósitos, dentro dos princípios doutrinários, visando o aprimoramento dos ideais de fraternidade.
Organizar fóruns de debate filosófico, científico e cultural que representem integralmente os propósitos de divulgação do pensamento Espírita, propiciando o intercâmbio continental entre seus participantes, respeitadas as experiências regionais.
Participar dos atos de caráter continental realizados pelos países e instituições americanos, que tenham por objetivo o desenvolvimento do conhecimento científico, filosófico e espiritual, visando o aprimoramento do pensamento espírita e a evolução moral dos indivíduos.
Em consonância com as linhas mestras do Espiritismo, procuramos concentrar nossos esforços para exteriorizar em toda sua plenitude os postulados que compõem a Doutrina Espírita. Por isso, lutamos por uma Doutrina:
Kardecista, porque assume os ensinamentos e reflexões que se depreendem da obra de Allan Kardec, que representam a essência e a base do edifício doutrinário.
Progressista, porque o pensamento espírita é um instrumento para o melhoramento individual e social, aliado aos valores como: liberdade, justiça e igualdade; proporciona uma postura dinâmica, aberta, autocrítica e capaz de ampliar os conceitos, como resultado do processo de mudança do mundo.
Livre Pensadora, porque convida seus integrantes e as pessoas em geral a gozarem, em sua plenitude, do direito ao livre exame de todas as idéias e ao aproveitamento de toda reflexão, com critérios e métodos dentro e fora do Espiritismo.
Milton R. Medran Moreira
medran@pro.via-rs.com.br
(CEPA BRASIL, dez/2000)
De tanto repetir-se uma mentira, muitas vezes ela passa a ser tida como verdade. Das muitas inverdades que se têm dito acerca da C.E.P.A. uma tem sido, ultimamente, repetida tão freqüentemente que recomenda se faça, aqui, um repto, para que não passe, definitivamente, para o rol das pretensas verdades: "a C.E.P.A. não aceita O Evangelho Segundo o Espiritismo" !
Essa irresponsável afirmação, sem nenhuma base documental, histórica ou concreta, tem sido veiculada insistentemente em panfletos de extremo mau gosto, vulgarmente agressivos e com clara intenção difamatória, visando atingir uma instituição séria, genuinamente espírita e que tem como um dos pilares de sua atuação precisamente a difusão integral da obra de Allan Kardec.
Mas o respeito que sempre devotamos à obra de Kardec não nos impede, e, antes, nos obriga a reconhecer que dentre todos os excelentes livros que publicou, um pontifica como o mais importante: O Livro dos Espíritos. Primeira de suas obras publicadas, revista e ampliada poucos anos após por seu próprio autor, é esse o livro fundamental da doutrina espírita. Resultado de um amplo exercício dialético estabelecido entre Kardec e os espíritos, através de médiuns da maior confiabilidade e em vários pontos da geografia mundial, O Livro dos Espíritos é uma grandiosa síntese das propostas de caráter científico, filosófico e moral do Espiritismo. Todos os demais lhe são complementares, dedicando-se, com igual zelo, a aspectos doutrinários ou instrumentais mais específicos. O Evangelho Segundo o Espiritismo, por exemplo, enfoca aspectos morais e éticos do Espiritismo, analisando-os em consonância com os ensinos de Jesus de Nazaré. Ao ser editada essa obra, as bases fundamentais da moral e da ética espírita já estavam claramente expostas na 3ª parte de O Livro dos Espíritos, sob o abrangente título de "Das Leis Morais", identificadas por Kardec e os espíritos como expressões da própria lei natural ou divina e, por isso, "eternas e imutáveis". O Evangelho Segundo o Espiritismo tem, assim, caráter de complementaridade, o que não reduz sua importância, especialmente considerando a inserção histórica e geográfica do Espiritismo num mundo de tradição cristã.
Essa análise, que não é da C.E.P.A., mas de todos os espíritas que respeitam, estudam e buscam interpretar a obra de Kardec num contexto histórico e social, não implica em menosprezo a qualquer de suas obras ou afirmações, embora não as tornando imunes a eventuais críticas pontuais, levando-se em conta as naturais influências relativas a tempo, lugar, cultura, tradições filosóficas ou religiosas que impregnam livros, textos, mensagens ou afirmações de Kardec ou dos espíritos, nas chamadas obras básicas. Afinal de contas, a chamada "revelação espírita" foi um trabalho de homens (encarnados e desencarnados) e não de deuses.
Aquele que não assumir perante o Espiritismo, ou qualquer outra proposta cultural, uma postura crítica corre o risco de simplificações facilmente deturpadoras que levam ao sectarismo, ao fanatismo e à intolerância. Uma atitude totalmente acrítica, por exemplo, é aquela que leva muitos espíritas a superdimensionar os Evangelhos ou os chamados "valores cristãos" dentro do Espiritismo, de tal forma que, ao invés de interpretar o Evangelho segundo o Espiritismo, interpretam o Espiritismo segundo o Evangelho, ou, segundo o cristianismo. Subordinam, dessa forma, uma proposta moderna, universalista, construída com vocação permanentemente progressista e atualizável, a uma cultura que, em seus 2.000 anos de existência, teve altos e baixos e que terminou cristalizando condutas e conceitos tidos pela cristandade como "evangélicos", mas claramente distanciados da mensagem original de Jesus, nem sempre se coadunando, também, com a ética universal, arreligiosa, laica, igualitária, fraterna e espiritual, hoje aspirada pelos povos.
A C.E.P.A. aceita e valoriza o Evangelho dos cristãos na medida exata da lúcida proposição feita por Kardec na introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo: enquanto expressão de uma ética universal, assectária, válida em qualquer tempo e espaço, expressão da lei natural, "eterna e imutável", conforme a adjetivação da questão 615 de O Livro dos Espíritos.
Freqüentemente, também, têm-se acusado a C.E.P.A. de afirmar que "a moral espírita é superior à moral de Jesus". Ora, na mesma ordem de raciocínio, não cabe supremacia de uma sobre a outra: a moral espírita não é superior nem inferior à moral de Jesus. É exatamente a mesma, com uma vantagem de relevância meramente cronológica: por estar o Espiritismo inserido na modernidade e por se propor a tornar-se expressão de perene contemporaneidade, assimilou os grandes valores humanistas conquistados justamente em oposição à opressão religiosa que a cristandade instaurou em nossa história. Essas características lhe dão mobilidade e transformabilidade, fazendo-o capaz de se utilizar dos signos de seu tempo e de se adaptar ao avanço da ciência, à mutabilidade da linguagem e da cultura e aos padrões socioculturais hodiernos. Essa é a visão que a C.E.P.A. tem divulgado com toda a clareza, explicitando, também, que há uma nítida distinção entre Jesus e cristianismo, o que nos leva a reafirmar estarmos totalmente com os ensinos morais do Nazareno, o que não implica aceitarmos adjetivações dadas ao Espiritismo de "cristão" ou "evangélico".
Quem não for capaz de entender isso que siga dizendo que o Espiritismo é "o cristianismo redivivo", "a terceira revelação divina", etc., mas que o faça sem violentar a verdade dos fatos e sem distorcer palavras alheias, mantendo postura minimamente ética no debate de idéias.
O Espiritismo demonstra, a partir dos fatos pela via da experimentação, a preexistência, a existência e a sobrevivência da alma, que conserva todas as faculdades intelectuais, morais e espirituais depois do desencarne.
O Espiritismo demonstra ao homem que ele é o sujeito, protagonista de sua própria história; sendo totalmente responsável pelo que é e pelas circunstâncias em que se encontra.
O Espiritismo demonstra nossa origem e nosso destino, proporcionando respostas às perguntas: "Por quê ?" e "Para quê ?" estamos neste planeta, sem usar de expedientes sobrenaturais e nem dogmas, fazendo uso da razão.
O Espiritismo nos leva a alcançar um novo comportamento pessoal, familiar e social em busca da transformação da sociedade através de formas mais fraternas e justas.
O Espiritismo demonstra que a Ciência e a Filosofia Espírita encontram seu complemento na Ética Espírita. Não basta conhecer os fundamentos da Doutrina, é necessário estarmos integrados com a vida, para alcançarmos a transformação que os novos tempos requerem.
O Espiritismo não se reduz à fria experimentação de laboratório. O científico e o filosófico se projetam no ético e no moral, demonstrando assim o protótipo de um novo homem, o Homem-Espírita, arquétipo do Terceiro Milênio, a Era do Espírito.
O Espiritismo nos proporciona a compreensão que "Nascer, Morrer, Renascer e Progredir sempre, esta é a lei."
neumann@telcel.net.ve Apartado, 3425 - Caracas - Venezuela 1010-A Jon Aizpúrua: aizpurua@telcel.net.ve Milton Rubens Medran Moreira: medran@pro.via-rs.com.br CCEPA: Rua Botafogo, 678 - CEP 90150-050 - Porto Alegre - RS C.E. "José Barroso": Rua Inácio de Araújo, 255 - CEP 03053-010 - Brás - SP |