OPINIÃO Ano XIV – 148 Dezembro 2007

Probrezinho, nasceu em Belém?

Nossa Opinião:   E se Jesus não tivesse existido?

Editorial:  O melhor natal

Notícias:   Casa de Deolindo em festa  -   Palestra de Joaquim encerrou ciclo de conferências 2007 no CCEPA – Rui e Salomão dirigirão CCEPA em 2008/2009     

Opinião em Tópicos:   Unificação, de novo  -   Fraternidade sem subordinação  -  O modelo eclesiástico   -   O laço desfeito  (Milton Medran Moreira)

Enfoque:    Falando sobre felicidade

Opinião do leitor

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Pobrezinho, nasceu em Belém?

 

Envolvido em mitos dos quais o mais forte é de que se trata do próprio Deus encarnado, nascido de uma virgem, em uma manjedoura em Belém, Jesus, o homem, pouco a pouco tem sua verdadeira história pesquisada por arqueólogos e historiadores.

 

            Em busca de Jesus histórico

            O Jesus Cristo dos cristãos não é um personagem histórico. É um mito produzido pela fé. Além dos Evangelhos de Lucas, Mateus, Marcos e João, base da fé cristã, as referências históricas sobre Jesus são muito escassas. Quase inexistentes. Há apenas uma menção direta sobre ele que teria sido feita pelo historiador judeu Flávio Josefo, ao escrever sobre sua morte no livro Antiguidades Judaicas, ao fim do século 1. Entretanto, não existem os originais da obra e há quem sustente que a referência foi ali inserida por copistas cristãos.

            Mesmo assim, antropólogos e historiadores, nas últimas décadas, têm envidado esforços para reconstituir a história de um homem extraordinário de nome Yeshua que teria vivido na Palestina, há 2.000 e poucos anos atrás. Os resultados obtidos nem sempre confirmam os relatos evangélicos. Muitas datas, nomes e fatos relativos à vida material de Jesus recebem, agora, outras versões, com base nessas pesquisas.

            Belém ou Nazaré?

            Bem antes da intensificação dessa pesquisa histórica, alguns pensadores contestavam, por exemplo, a versão de que Jesus tivesse nascido em Belém. O filósofo espírita brasileiro José Herculano Pires, em sua festejada obra “Revisão do Cristianismo”, falava de um “verdadeiro abismo”, “existente entre Jesus de Nazaré, filho de José e Maria, nascido em Nazaré, na Galiléia, e Jesus Cristo, nascido da Constelação da Virgem, na Cidade do Rei Davi em Belém da Judéia, segundo o mito hebraico do Messias”.

            Os esforços de reconstituição da vida real de Jesus já levaram especialistas a um quase consenso de que ele não nasceu em Belém, e sim em Nazaré. O nascimento em Belém, em uma manjedoura, é mítico, construído para associar Jesus ao rei Davi. A fuga de Maria e José para o Egito também seria meramente simbólica, para torná-la semelhante à vida de Moisés. Tudo para se assegurar a tese da dinastia sagrada que as profecias anunciavam. Mais: Jesus, pelos cálculos históricos, não nasceu em 25 de dezembro do ano zero de nossa era, mas em data desconhecida, uns quatro anos antes. Documento recentemente encontrado também traz indícios de que o filho de Maria e José,  Yeshua, teve vários outros irmãos.

            Enfim, um homem apenas. Mas, um homem muito especial cuja mensagem revolucionou a História.

 

Segundo J.Herculano Pires, há um verdadeiro abismo entre a figura mítica de Jesus Cristo, filho de uma virgem, nascido em Belém, e o verdadeiro Jesus de Nazaré, cuja história agora se busca resgatar.

 

Nossa Opinião

           

E se Jesus não tivesse existido?

            Em meio às tantas incógnitas acerca da vida material de Jesus, alguns pensadores chegam a alimentar dúvidas de ter ele realmente existido. Toda a vida material de Jesus não passaria de um imenso mito, como os têm todas as civilizações da Terra.

            Kardec e o espiritismo, no entanto, não consideram a tese da não-existência de Jesus. Trabalham com os indícios de que, de fato, um homem extraordinário viveu na Palestina, há cerca de 2.000 anos e nos legou uma mensagem libertadora.

            A mensagem, justamente a mensagem, é tudo o que interessa ao espiritismo. Como escreveu Allan Kardec na introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo, as questões da vida material de Jesus, seus milagres, suas profecias e os dogmas em seu nome promulgados estão fora do âmbito do estudo e das interpretações espíritas. Essas questões ou pendem de confirmação histórica ou se situam no terreno da fé, patrimônio exclusivo da dogmática cristã.

            Jesus, na visão kardeciana, foi, justamente pela mensagem trazida, um extraordinário intérprete da lei natural, aquela que, segundo O Livro dos Espíritos, está gravada “na consciência” do homem, indicando-lhe o que deve e o que não deve fazer. Exaltou, pela palavra e pelo exemplo, a caridade, a justiça e o amor, sem tê-los, no entanto, inventado.

            Assim, mesmo que isso pareça ousado, pode-se dizer, à luz da filosofia espírita: ainda que Jesus não houvesse existido, ou não tivéssemos certeza de sua passagem pelo Planeta, assim mesmo sua mensagem brotaria e fluiria, íntegra, na mente e nos corações dos homens de bem. E terminaria por se impor como regra de conduta geral da humanidade.

            Talvez aí, justamente aí, resida toda a diferença entre a religião cristã e a filosofia espírita. Para aquela, se Jesus não houvesse existido não haveria salvação para ninguém. Para esta, mesmo se ele não tivesse estado aqui, o núcleo de sua mensagem subsistiria, pois se ocupa ela de valores universalmente válidos, atributos inalienáveis do espírito e garantia da dignidade a que está ele predestinado. (A Redação)

 

Editorial

O melhor Natal

Os males deste mundo estão na razão das necessidades artificiais que criais para vós mesmos.

(O Livro dos Espíritos, questão 926)

 

Quem ainda não ouviu ou leu pelos meios de comunicação, nesta quadra final do ano, prognósticos otimistas segundo os quais teremos o melhor Natal dos últimos tempos?

Entenda-se que “o melhor” de que aí se fala tem apenas conotação econômica. Animados pela baixa do dólar e por algum índice de crescimento da produção e da massificação de consumo, os especialistas prevêem um aumento de vendas de produtos típicos de Natal, propiciando ceia mais farta e, também, crescimento das vendas em geral, em diferentes segmentos, pela maior procura dos tradicionais presentes natalinos.

Ótimo, é muito bom isso, num país marcado pela pobreza e que, não faz muito, tinha crescimento econômico e social quase inexpressivo. Há alguns indícios apontando para a revitalização da economia e já se fazem avaliações positivas de crescimento social nos últimos anos.

Mas, nessas mesmas previsões não é difícil identificar praticamente tudo o que simboliza o Natal, em uma sociedade competitiva, consumista e materialista. É certo que, em todos os shoppings das grandes cidades vemos símbolos religiosos e, no ar, espalham-se os mais belos cânticos natalinos. Mas eles ali estão apenas a serviço do mercado. No imaginário coletivo, os sonhos de Natal que povoam as mentes e os corações são, pura e simplesmente, de mais consumo e de mais posse de bens, às vezes muito além das autênticas necessidades materiais de cada um.

Nesta edição, estamos publicando, em Enfoque, da última página, algumas reflexões feitas por uma nossa colaboradora sobre felicidade. Aponta para coisas singelas da vida e termina por concluir que o maior motivo para sermos felizes é o simples fato de vivermos. No mundo onde o ter sobrepuja o ser, costuma-se avaliar os índices de felicidade a partir dos níveis econômicos das pessoas. Entretanto, os espíritos que com Allan Kardec dialogaram, na estruturação de O Livro dos Espíritos, sabiamente situaram a medida da verdadeira felicidade nestes parâmetros: “para a vida material, a posse do necessário; para a vida moral, a consciência tranqüila e a fé no futuro.” (q.922).

Na vida prática, quase sempre já tropeçamos no primeiro item. Dificilmente administramos nosso patrimônio material a partir de reais e genuínas necessidades. A vida de muitos é uma contínua obsessão por amealhar e aumentar patrimônio. Isso obnubila a vivência de uma filosofia moral fundada nos dois itens seguintes da sábia proposta dos espíritos: a consciência tranqüila e a fé no futuro. A consciência de quem está permanentemente imantado ao mundo do ter acaba ensombrecida pela ganância e obstaculiza os vôos do espírito em busca da plenitude futura que lhe é reservada.

O melhor Natal, consoante os critérios estabelecidos pelos lúcidos guias da humanidade entrevistados por Allan Kardec, será aquele em que a justiça, o amor e a solidariedade experimentarem índice tal de crescimento capaz de implantar na alma humana a paz de consciência e a certeza acerca do futuro liberto do espírito e de seu destino de luz.

Desimportante o crescimento econômico e o desenvolvimento social? Claro que não. Mas, estes deixarão de ser metas preferenciais. Hão de ser conseqüências. Benefícios que a nós chegarão “por acréscimo”, no dizer do jovem carpinteiro cujo simbólico aniversário o mundo cristão comemora neste mês.

 

No imaginário coletivo, os sonhos de Natal que povoam as mentes e os corações são, pura e simplesmente, de mais consumo e de mais posse de bens.

 

Opinião em Tópicos

Milton R. Medran Moreira

 

Unificação, de novo

            Volto ao tema, em atenção a carta enviada pelo leitor Luiz Manoel Acioli Matos, de Fortaleza/CE (a íntegra da carta está em Opinião do Leitor, na última página. Ele contesta o que escrevi nesta coluna, na edição de outubro. Fiz constar que em toda a obra de Kardec não existia a palavra unificação. Atento, Acioli garimpou a palavrinha na Revista Espírita de dezembro de 1868, em “Constituição Transitória do Espiritismo, Considerações Preliminares”: “Da incerteza sobre os pontos ainda não determinados forçosamente deveriam nascer divergências sobre a maneira de considerá-los; a unificação só poderia ser obra do tempo; ela se fez gradualmente, à medida que os princípios foram elucidados”.

            Parabéns, Acioli, pela perspicácia. Mas, a toda evidência, não era dessa unificação que eu falava. E nem Kardec referendou, em qualquer ponto de sua obra, esse dogma criado no movimento espírita brasileiro de que, por determinação “do Alto”, todas as instituições espíritas do mundo devem estar subordinadas a um organismo central. No texto, aludia à gestação da doutrina espírita cujos princípios básicos, antes de serem definidos claramente, haviam passado por fases de discussão, coisa que Kardec considerava já superada, no momento em que escrevia. Tanto assim que o verbo está no passado.

            Fraternidade sem subordinação

            Pois é justamente nesse texto, publicado, depois, também em Obras Póstumas, que se pode ver com meridiana clareza que Kardec rejeitava a idéia de um organismo centralizador, impondo “uma única maneira de proceder” e sujeitando os espíritas de todo mundo “a um regime uniforme”. Antes, concretamente, propunha: “Os espíritas do mundo inteiro terão princípios comuns, que ligarão a grande família pelos laços sagrados da fraternidade, mas sua aplicação poderá variar conforme as regiões, sem que, nem por isso, seja rompida a unidade fundamental, sem que se formem seitas dissidentes trocando pedradas e anátemas, o que seria acima de tudo anti-espírita”, acrescentando: “Poderão, pois, formar-se, e inevitavelmente se formarão, centros gerais nos diferentes países, sem outro laço senão a comunhão de crença e a solidariedade moral, sem subordinação de uns a outros, sem que o da França, por exemplo, tenha a pretensão de se impor aos espíritas americanos e vice-versa”.

            O modelo eclesiástico

            Fica claro, assim, que unidade de princípios gerais é uma coisa. Unificação do movimento espírita é outra. Da primeira, Kardec foi paladino incansável. A segunda ele rejeitou, na medida em que não desejava fosse o espiritismo organizado como uma igreja.

            Sempre gosto de recordar o extraordinário movimento desfechado no século passado entre as igrejas cristãs, denominado ecumenismo cristão. As diversas denominações foram capazes de estabelecer, mútua e consensualmente, os princípios gerais do cristianismo: é cristão quem for batizado e crer em Jesus Cristo como Deus, terceira pessoa da Santíssima Trindade, único Senhor e Salvador. Até aí vão as convergências. As divergências estão nos desdobramentos desses princípios e suas aplicações, seus ritos e suas organizações institucionais.

            O grande obstáculo à união dos cristãos, no entanto, está no poder e na força da Igreja Romana. Esta sustenta querer a união, mas sob uma condição: que todas as demais igrejas submetam-se a ela.

            O laço desfeito

            A chamada unificação do movimento espírita, entre nós, não é diferente. Parte-se da idéia de que emanou “do Alto” uma revelação segundo a qual um organismo, em um determinado país, “coração do mundo e pátria do evangelho”, está predestinado a comandar todo o movimento mundial.

            Allan Kardec, mesmo que, episodicamente e uma única vez, haja usado a expressão unificação, muito bem detectada pelo leitor cearense, recusou se submetesse o espiritismo a esse engessamento. Defendeu a idéia do pluralismo, da liberdade de organização e, especialmente, da união a partir do essencial. Reservou aos diferentes segmentos, nas diversas regiões do Planeta, a faculdade de se unirem a partir de suas especificidades, por ele denominadas “comunhão de pensamento”. Recomendou que seria preferível a formação de pequenos grupos, em clima de unidade interna, a grandes grupos díspares e com confrontos internos.

            Que haja um organismo central, tudo bem. Desde que este seja capaz de respeitar o pluralismo e a alteridade, trabalhando apenas em prol da união dos princípios gerais, chamados por Allan Kardec de “inamovíveis”. Esta a única forma de preservar o laço moral proposto por Kardec em seu famoso Discurso de Abertura e que, entre nós, foi desfeito justamente em nome da pretendida unificação.

 

Notícias

Casa de Deolindo em festa

            O editor de Opinião recebeu convite do Instituto de Cultura Espírita do Brasil, ICEB (Rio de Janeiro), para a solenidade a se realizar em 6 de dezembro corrente em comemoração ao centenário de nascimento de Deolindo Amorim, patrono da casa e ao cinqüentenário de fundação do Instituto. O ato, tendo por cenário a Federação Espírita Brasileira, da Av. Passos, 30, centro do Rio, consta de uma “Homenagem aos Pioneiros” e uma palestra a cargo de José Raul Teixeira.

            Acusando o recebimento do convite, Milton Medran Moreira enviou carta ao Diretor-Presidente do ICEB, Cesar Soares do Reis. Na correspondência, também firmada pelo Presidente do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, Maurice Herbert Jones, é destacada a importância histórica de Deolindo Amorim para o movimento espírita do Brasil e das Américas, recordando-se sua participação no II Congresso Espírita Pan-Americano, da CEPA, em 1949, no Rio de Janeiro, evento do qual Deolindo foi Secretário-Geral e que teve a parceria da Liga Espírita do Brasil. Igualmente, a carta remetida ao ICEB salienta o pioneirismo da instituição e de Deolindo, seu fundador, na produção e difusão da cultura espírita em nosso país.

 

Palestra de Joaquim encerrou ciclo de conferências 2007 no CCEPA

            Como ocorreu em todas as primeiras segundas-feiras do ano, neste 3 de dezembro mais uma conferência pública foi oferecida ao freqüentadores do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre.

            A última palestra do ano esteve a cargo de José Joaquim Marchisio, presidente do Núcleo Espírita Fraternidade (Porto Alegre) e ex-integrante da Diretoria da Federação Espírita do Rio Grande do Sul.

            Joaquim abordou o tema “O Espiritismo no Contexto das Relações Atuais”, evocando acontecimentos históricos da modernidade e suas conexões com a doutrina sistematizada por Allan Kardec, em meados do Século 19.

            A partir de março, se reiniciarão as conferências mensais do CCEPA, mas, durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, seguem as atividades do Grupo de Conversação Espírita, em todas as segundas-feiras, às 20h30, atividade inteiramente aberta ao público.

 

 

Rui e Salomão dirigirão CCEPA em 2008/2009

            Assembléia Geral do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre elegeu por unanimidade Rui Paulo Nazário de Oliveira e Salomão Jacob Benchaya para os cargos de presidente e vice da instituição no biênio 2008/2009.

            O processo eleitoral foi coordenado por Comissão composta dos associados Walmir Gamboa Schinoff, Maria José Torres e Ana Cony.     Em janeiro próximo, assume a nova Diretoria do CCEPA com os diversos titulares de Departamentos a serem designados pelos novos dirigentes.

 

Enfoque

 

Falando sobre felicidade

Geci Camargo Vargas*

 

Afinal o que é felicidade? Ela existe? Onde está?

Parece até pretensão e audácia falar sobre um sentimento tão complexo e profundo, mas que ao mesmo tempo é tão simples, tão maravilhoso!

Assistindo a um programa de televisão onde o assunto era felicidade, vimos muitas pessoas falando sobre esse sentimento tão controverso. Todas, sem exceção, responderam que ser feliz é tudo aquilo que está ao nosso alcance, mas muitos por não saberem valorizar as situações, deixam escapar de suas mãos oportunidades valiosas para serem felizes.

Interrogados sobre felicidade, uma senhora simples e humilde falou que para ela ser feliz bastava ver crianças sorrindo, brincando, pessoas andando de um lado para outro; outra pessoa falava que para ela bastava poder deitar a cabeça no travesseiro e dormir com a consciência tranqüila; alguém falou que um salário digno que lhe proporcionasse segurança naquilo que lhe era necessário como casa, comida, saúde, lhe faria feliz; uma outra pessoa falava que fazer o que gosta e ter dignidade de fazer o que não gosta era motivo de felicidade; outra, agradecia à mãe por lhe ter dado noções de espiritualidade e que ter alguém ao seu lado que lhe amasse também era motivo para ser feliz. Outro participante ainda falou que felicidade está nas coisas mais simples como um sorriso, um abraço gostoso e também na natureza: numa manhã de sol radiante, numa lua cheia refletida na água do mar, nas flores, no vento, etc...

Nada mais gratificante do que nos sentirmos úteis e podermos fazer alguma coisa para alguém. Nada mais emocionante do que segurarmos nos braços uma criança recém-nascida totalmente dependente e saber que você é responsável por aquela vida.

Todos esses motivos e muitos outros que não foram citados são importantes para sentirmos a felicidade. Depende de nós, de como encararmos cada situação, cada momento.

Não existe receita de felicidade, mas existem sim inúmeros motivos para sermos felizes. Basta estarmos vivos!

GRAVURA: http://www.normankoren.com/Weingarden/Mother_child_720.jpg

Nada mais emocionante do que segurarmos nos braços uma criança recém-nascida totalmente dependente e saber que você é responsável por aquela vida.

 

* Assessora de Patrimônio da ASSEPE - Associação de Estudos e Pesquisas Espíritas de João Pessoa/PB.

 

Opinião do Leitor

A arte dos encontros

O magnífico Vinicius de Morais enfatiza: “A vida é a arte dos encontros”. Neles permutamos sorrisos, beijos, anseios e abraços. Longe das minhas amizades domina-me a saudade. Na vida não passo de vertebrado emocional. Spinosa definiu os encontros como oportunidades potenciais que nos permitem afetar e sermos afetados por outros seres.A aproximação do Natal remete-nos a Carlos Drumond de Andrade que reitera: “Quem fatiou o ano em 12 meses só pode ser um gênio”. Se a Natureza é o Primeiro Ministro de Deus a genialidade que zera o ano velho, enseja retomar a recontagem durante todo o percurso do Ano Novo; nela recobramos esperanças, arquitetamos sonhos, elaboramos planos. A vida afigura-se eterno recomeço. Na sua aparente impermanência, se segue o futuro cujos contornos se revelam radiosos. Mas, a despeito de provas, expiações, circunstâncias, na vida contemplada sob ótica da realização-fecundidade, permitam-me desejar-lhes Feliz Natal.

Lybio Magalhães – Nova Iguaçu/RJ.

 

Equívoco

Ao receber Opinião/América Espírita de novembro, verifiquei que houve um equívoco na atribuição de autoria de uma mensagem (A Mensagem de Jacira, no noticiário sobre a eleição da CEPAmigos no boletim da CEPA). Quando comecei a lê-la, logo vi que a redação não era minha e que as palavras usadas também não correspondiam àquelas que frequentemente utilizo. Li mais um pouquinho e conclui que o texto era de Cynthya Michelin, colaboradora da CEPA, na cidade de Itajaí, SC., e que circulou na nossa lista.

            Agradeço a honraria, mas não fui eu quem escreveu. Um abraço.

            Jacira Jacinto da Silva – Presidente da CEPAmigos – Bragança Paulista/SP.

 

            União e Unificação

Prezado Sr. Milton R. Medran Moreira Lendo seu artigo UNIAO X UNIFICAÇAO, inserido no site da CEPA (http://cepanet.org/uniao_unificacao.php) e publicado em Opinião em Tópicos (jornal Opinião outubro/07), o senhor é peremptório em afirmar que em todas as obras de Kardec, não existe a palavra UNIFICAÇÃO. Infelizmente ou felizmente (não sei qual a sua intenção em escrever tal artigo), as suas colocações no texto, baseadas na sua convicção de não existir tal palavra nas obras de Kardec - o que não é verdade -, faz ruir todas as suas considerações a respeito do assunto. Assim, acredito que o Senhor deveria rever a sua posição e aceitar que a UNIFICAÇÃO dos postulados espíritas é necessária para que os espíritas possam se entender e falar a mesma linguagem. A meu ver, o que está faltando aos espíritas em geral, é mais estudo e atenção naquilo que lêem, e acreditar mais na Doutrina que professam. Fraternalmente,

 Luiz Manoel Acioli Matos - Fortaleza – Ceará.

O missivista transcreve da obra de Kardec:

"O Espiritismo teve, como todas as coisas, seu período de criação, e até que todas as questões, principais e acessórias, que a ele se ligam, tivessem sido resolvidas, ele não pôde dar senão resultados incompletos; pode-se lhe entrever o objetivo, pressentir-lhe as conseqüências, mas unicamente de maneira vaga. Da incerteza sobre os pontos ainda não determinados deveriam, forçosamente, nascer divergências sobre a maneira de considerá-los; a unificação não poderia ser senão a obra do tempo; ela é feita gradualmente, à medida que os princípios são elucidados. Não será senão quando a Doutrina houver abarcado todas as partes que ela comporta, que formará um todo harmonioso, e será somente então que se poderá julgar verdadeiramente o Espiritismo\". (Revista Espírita 1868 - Constituição do Espiritismo) e (Obras Póstumas).

Nota da Redação:

A resposta do editor de Opinião está na coluna Opinião em Tópicos, deste periódico.