OPINIÃO Ano XIII – Nº 137  Dezembro 20006

É Tempo de renovação total

Nossa Opinião:   Hora de ação

Editorial:  Humanos, somente humanos

Notícias:   Henrique Regis lança Romance em Santos/SP -  O adeus de Amilcar   

Opinião em Tópicos:   Eutanásia e ortotanásia  -   Distanásia  -  Morrer com dignidade   -   Razão e sentimento (Milton Medran Moreira)

Enfoque:    Uma breve análise sobre Bioética

Opinião do leitor

 

 

 

É tempo de renovação social

 

O ingresso recente do Movimento Espírita no Conselho Nacional de Saúde, através da CEPA, pode ser indício de que o Espiritismo começa a atingir aquele período antevisto por Kardec como o da Renovação Social. A afirmação é de Néventon Vargas (leia artigo nesta página) que inicia proveitosa experiência junto ao órgão levando ao CNS as posições dos espíritas.

 

            O Espiritismo e os movimentos sociais

Às vésperas de completar 150 anos de existência, o Espiritismo, pelo menos no Brasil, começa a ser reconhecido como um importante movimento social. A CEPA – Confederação Espírita Pan-Americana - foi admitida, recentemente, como integrante do Conselho Nacional de Saúde, instância máxima de deliberação das políticas de saúde em nosso país.

Néventon Vargas, Secretário de Comunicação Social da CEPA, e por ela indicado a representar o movimento espírita no CNS, em artigo que publicamos nesta página (espaço de Nossa Opinião), alude ao fato como indício de transição para se atingir o Período da Renovação Social. A referência inspira-se em artigo publicado na Revista Espírita de Dezembro de 1863, Período de Luta, onde Allan Kardec projeta seis diferentes fases para o desenvolvimento do espiritismo no mundo: Período de Curiosidade, Período Filosófico, Período Religioso, Período de Luta (que se vivia quando Kardec escreveu o artigo), Período Intermediário e, finalmente o Período da Regeneração Social.

O que é o Conselho Nacional de Saúde

Previsto na Constituição Federal de 1988, o Conselho Nacional de Saúde é formado por 48 membros, sendo que destes, 50% são representantes dos usuários. Ao lado da CNBB, entidade que congrega os bispos da Igreja Católica, a CEPA passa ser um desses 24 representantes, em mandato de 3 anos de duração. Naquele órgão discutem-se as prioridades para a saúde no país. Na agenda de discussões sobressaem temas referentes à bioética, tais como: direito ao acesso à saúde, incorporação de tecnologias, uso ético de recursos, aborto, eutanásia, pesquisas genéticas e com células embrionárias, pesquisas com seres humanos, etc.

Por um conceito de saúde que leve em conta fatores energéticos e espirituais

Ademar Arthur Chioro dos Reis, médico sanitarista e vice-presidente da CEPA, em artigo publicado no boletim América Espírita de outubro último, sintetizou muito bem o projeto da instituição, representando o pensamento espírita junto ao CNS, ao escrever: “Em Brasília, defenderemos um conceito ampliado de saúde, que leve em consideração a dimensão bio-psico-social, acrescida da natureza energética e espiritual do ser humano”.

Para o presidente da CEPA, advogado Milton Medran Moreira, o ingresso da entidade no CNS, só se fez possível porque pessoas ligadas ao órgão, antes de convidá-la a concorrer, em agosto último, “identificaram na CEPA uma afinidade plena com os projetos de modernidade no campo da saúde e uma clara visão humanista, com conteúdos de transformação social, o mesmo objetivo antevisto por Kardec no artigo da Revista Espírita em 1863”. Para Medran, “estamos colocando em prática um projeto genuinamente kardecista e, por isso, sentimo-nos à vontade para representar o movimento espírita, pondo-nos inteiramente a serviço do movimento como um todo”.

Além do titular, Néventon Vargas, foram eleitos como 1º e 2º suplentes junto ao CNS, respectivamente: Luiz Antônio de Sá (Delegado da CEPA em Anápolis/GO) e Salomão J. Benchaya (Secretário-Geral da CEPA - Porto Alegre/RS).

 

Neventon Vargas: “A CEPA, ao decidir por uma participação mais efetiva nas decisões nacionais, assume uma responsabilidade de grandes proporções que se refletirá no seu próprio futuro e nos rumos do movimento espírita”.

 

Nossa Opinião

Hora de Ação

Néventon Vargas*

 

“Atingir o ideal é compreender o real”

Jean Jaurès

A CEPA – Confederação Espírita Pan-Americana passa por um momento histórico em várias partes do mundo por razões diversas. Em território brasileiro começa a ficar marcada uma fase de transição com características indispensáveis para se atingir o período da renovação social imaginado por Kardec em função de ações mais contundentes dos espíritas em face à inesperada inserção na agenda do controle social das políticas públicas via CNS - Conselho Nacional de Saúde.

O Movimento Espírita ainda está perplexo com a novidade, pois até então não havia precedente na história do Espiritismo no Brasil. As instituições espíritas sempre tiveram ― e ainda têm ― um modo próprio de desenvolver suas atividades junto às comunidades, quando não atuam em total alheamento à realidade social que as cerca.

As ações isoladas têm o mérito do amparo material e espiritual de caráter emergencial, nas lacunas deixadas pelo poder público. São paliativos que adiam o agravamento da situação de muitos, mas não resolvem as causas dos problemas, mantendo inúmeras famílias reféns da caridade alheia, ignorantes dos caminhos da cidadania e da dignidade humana. São ações que satisfazem os agentes sem modificar a realidade cotidiana dos assistidos e sem criar perspectivas inovadoras que lhes garantam a inserção social.

A inauguração deste novo momento da CEPA requer engajamento irrestrito das principais lideranças para coordenar ações conjuntas que sejam realmente representativas da sociedade e tratem as questões sociais inerentes à saúde como assuntos do interesse de todos os usuários do sistema de saúde pública vigente, de forma que se busque incansável e progressivamente a maior eficácia e abrangência, contemplando tanto a grande massa de necessitados quanto as minorias que freqüentemente ficam à margem dos recursos disponíveis.

Em nossas primeiras reuniões no CNS, pudemos constatar a dimensão da nossa responsabilidade, uma vez que acima dos interesses da CEPA ou do Movimento Espírita, nos deparamos com o interesse maior da Nação Brasileira e, em especial, dos usuários do Sistema Único de Saúde, dos quais, em última análise, somos representantes.

Nossas convicções nos garantem o sucesso desde que coloquemos a serviço da comunidade as concepções de vida, de justiça e de saúde que norteiam aspirações profundas dos indivíduos e instituições que melhor assimilam a Filosofia Espírita.

Urgem, portanto, decisões inadiáveis que nos coloquem definitivamente nesse roteiro alternativo, sem descuidar dos compromissos anteriormente assumidos, mas contemplando pontos mínimos de discussão que deverão formar os elos das diretrizes a serem assumidas como responsabilidade institucional perante nossos representados.

Assim sendo, nada melhor do que começar por compreender a realidade vigente, através de eventos localizados em pólos de discussão onde poderiam ser pautados temas que nos esclareçam sobre a atual situação da saúde pública, suas demandas e principais urgências, assim como ações práticas que possam ser desenvolvidas nos limites de atuação de cada um individualmente e em conjunto com seu grupo social, para que o poder público tome conhecimento e apresente soluções a curto e médio prazo, partindo das sugestões da própria comunidade.

A CEPA, ao decidir por uma participação mais efetiva nas decisões nacionais, assume uma responsabilidade de grandes proporções que se refletirá no seu próprio futuro e nos rumos do movimento espírita. Portanto, a hora é agora; o tempo é o presente. Os Espíritas são instigados. Ou temos um projeto coletivo que fervilhe nos bastidores, calcado na mais sólida união de propósitos, sustentado pelos inamovíveis princípios espíritas, ou entraremos no processo cíclico das idéias que entram para a história como brilhantes, mas que não se concretizaram no seu tempo.

* Engenheiro Civil; Licenciado em Física; Secretário de Comunicação Social da CEPA – Confederação Espírita Pan-Americana; Presidente da ASSEPE – Associação de Estudos e Pesquisas Espíritas de João Pessoa - PB.- - neventon@gmail.com .

 

Editorial

Mensagem do Presidente do CCEPA

 

Humanos, somente humanos

 

                                                                                             “O homem é a única criatura

                                                                                                       que se recusa a ser o que ela é”.

                                                                                                                         Albert Camus

 

O ano de 2006 vai chegando ao fim e isto nos convida a fazer uma pausa, olhar o tempo que passou e realizar o tradicional balanço dos ganhos e das perdas.

Como já é rotina em nossa instituição, enfrentamos enormes dificuldades para desenvolver a nossa programação, tanto por razões financeiras como pelo pequeno número de colaboradores, muitos dos quais precisam dividir o seu tempo com a administração da Confederação Espírita Pan-Americana que tem sua sede temporária aqui. Com tudo isto, avançamos mais um ano na trajetória singular na nossa pequena casa mantendo-nos cada vez mais unidos e ajustados aos seus princípios e à sua história marcada pela inquietação e pela busca de novos caminhos.

O fato mais destacado do ano foi, certamente, a comemoração festiva, em 23 de abril, dos setenta anos da instituição com o simultâneo lançamento do livro “Da Religião Espírita ao Laicismo – A trajetória do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre” do nosso companheiro Salomão J. Benchaya.  Tão importante quanto este fato concreto é a reflexão que a ocasião nos convida a fazer sobre nosso papel e, sobretudo, sobre a inspiração e os motivos que nos levam a trabalhar e a sofrer por ideais de natureza filosófica, política ou religiosa buscando, consciente ou inconscientemente, aperfeiçoar o que nos parece imperfeito, participando assim da construção de um mundo que possa ser mais amado.

Por que fazemos o que fazemos?  Por que, ao invés de somente viver e sobreviver, aceitando obedientemente o cenário e o texto que nos é oferecido, resolvemos desobedecer e sonhar e plantar jardins, construir tambores, flautas e harpas, escrever poemas, construir casas, teatros, universidades, cidades?

Isto faz de nós, realmente, criaturas singulares no concerto da natureza que conhecemos. Diferentemente dos animais, perfeitamente ajustados ao mundo físico, os homens parecem ser, constitucionalmente, inadaptados ao mundo tal como ele lhes é dado.

O psicanalista e escritor Rubem Alves, que nos inspira nesta reflexão, diz que uma das respostas a este tipo de indagação é que o homem, antes de ser racional, é um ser de desejo. Desejo é sintoma de privação, de ausência e pertence aos seres que se sentem insatisfeitos com o que o espaço e o tempo presente lhes oferece. Eles sabem que o mundo é uma construção e, portanto, perfectível. Sofremos de uma “nostalgia do futuro”, uma espécie de saudade de um tempo que há de vir que começa no momento mágico, naquele ponto de mutação em que, com o despertar da razão, foi firmado o contrato de parceria com a Inteligência Suprema que inaugurou a história humana. 

Esta é a glória e, ao mesmo tempo, a maldição da condição humana. Na busca deste mundo mais perfeito que os homens desejam, imaginam e, a pouco e pouco, constroem, empenhamos as mais nobres das nossas qualificações morais e intelectuais, mas como contrapartida, temos que enfrentar a maldição da neurose e o terror da angústia, inexistentes no paraíso da natureza infra-humana. A harmonia original, pré-individualista, é substituída pelo conflito e pela luta, recursos pedagógicos utilizados para desenvolver nossa capacidade de pensar e de amar. A Inteligência Suprema, de certa forma presente no recôndito das estruturas mais sutis da nossa individualidade, não bloqueia e sim estimula, permanentemente, a parceria humana, mesmo quando incipiente e desastrada.

Somos o que somos porque para isto fomos inteligentemente programados. Viver, viver mais, viver melhor é a legenda que sintetiza todas as motivações humanas.

Fazemos o que fazemos porque somos humanos, somente humanos.

 

Maurice Herbert Jones

Presidente do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre

 

A Inteligência Suprema, de certa forma presente no recôndito das estruturas mais sutis da nossa individualidade, não bloqueia e sim estimula, permanentemente, a parceria humana, mesmo quando incipiente e desastrada.

 

Notícia de última hora

O adeus de Amílcar

            Estávamos fechando esta edição, dia 30/11, quando, via-e-mail, Denise de Assis Ribeiro comunicou na Lista da CEPA a desencarnação de Amílcar del Chiaro Filho, escritor, radialista e grande líder espírita da cidade de Guarulhos/AP, onde também era Delegado da CEPA.

            A próxima edição do boletim América Espírita (jan/fev) repercutirá essa notícia, com uma síntese da vida e da obra desse grande espírita.

           

 

Opinião em Tópicos

 

Milton R. Medran Moreira

 

            Eutanásia e ortotanásia

Quando, no Grupo de Conversação Espírita do CCEPA, vêm à tona temas sobre eutanásia, ortotanásia, etc., Maurice Herbert Jones recorda uma historinha interessante: Ele ainda não era espírita. Integrava uma loja maçônica. Foi quando um irmão da Ordem foi acometido de uma doença que o levou à UTI. Alguns dias hospitalizado, e a equipe médica que dele tratava chamou a família. Comunicou que não havia possibilidade de reversão. Sua vida estava sendo preservada apenas por aparelhos. Queria a autorização dos familiares para desligá-los. A família, em respeito aos vínculos mantidos por seu chefe com a organização maçônica, resolveu consultá-la. Discutido o tema “entre colunas”, a maioria dos confrades opinou pelo não desligamento. Jones foi dos poucos a se manifestar em sentido contrário. Entendia que, diante das informações médicas, seria inútil prolongar aquela agonia. Foi voto vencido. Com isso, os parentes levaram à equipe médica sua decisão: os aparelhos não deveriam ser desligados. Assim foi feito.

Surpreendentemente, o enfermo, dias após, começou a apresentar melhoras. Pouco depois, teve alta. Sobreviveu por algum tempo. Coisa de mês. Período suficiente para acertar algumas pendências. Entre estas, reconciliou-se com uma filha com quem houvera rompido relações.

            Distanásia

            Com certeza, foi vislumbrando situações assim que os espíritos entrevistados por Kardec aconselharam que jamais se abreviasse a morte de um paciente. Partiram de um pressuposto que hoje não adotaríamos com o mesmo rigor: o de que a vida tem um tempo certo para fluir e que o momento exato da morte é uma decisão de Deus. A ciência médica e o conhecimento humano avançaram muito nestes últimos 150 anos. Invadimos, pouco a pouco, esses domínios antes tidos como de exclusiva alçada divina. A medicina hoje dispõe de condições muito seguras para diagnosticar a inevitabilidade da morte, com percentual de acerto infinitamente maior do que no episódio relatado por Jones, ocorrido há quase 50 anos. Mas, concomitantemente, a tecnologia pode fazer com que o decesso seja adiado por períodos cada vez mais dilatados. A essa prática usual, quase sempre dolorosa ao paciente e seus afetos, já se deu um nome: distanásia.

            Morrer com dignidade

            Tendo presente essa realidade, o Conselho Federal de Medicina está recomendando se evite o prolongamento da vida, por meios artificiais, desde que a família concorde com a chamada ortotanásia. Sustenta haver distinção entre esta e a eutanásia, porque não estaria o médico, no caso, provocando a morte por “relevante valor social ou moral”, como a lei define esta última. Estaria poupando o enfermo e seus familiares de sofrimentos que a ciência pode evitar, em favor, justamente, da dignidade da vida.

            Recorde-se que João Paulo II, um dos mais importantes líderes cristãos de nosso tempo, viveu situação semelhante em seus últimos dias de vida. Os amplos recursos médicos a ele disponibilizados abriam a possibilidade de removê-lo para outro hospital de Roma, onde aparelhos moderníssimos seriam capazes de prolongar sua agonia. Ele próprio interferiu para evitar essa providência, pedindo que o deixassem morrer, “ao natural”.

            Razão e sentimento

            Como se pode ver, a questão é delicada. Ainda vale, e sempre há de valer, a recomendação dos espíritos no sentido de que ninguém tem o direito de tirar a vida de alguém. Nem mesmo por compaixão e solidariedade (eutanásia). Mas, na medida em que a ciência avança, desvendando os segredos da vida e da morte, novas questões éticas desafiam nossa capacidade de adequação às realidades emergentes. E mais dilatado se torna nosso campo de decisão. Quanto mais conhecemos, mais aptos estamos a decidir e maior é nossa responsabilidade.

            Nós, espíritas, devemos trabalhar com estas duas variantes, igualmente importantes: Primeira - a vida, na sua acepção mais ampla, é a vida do espírito; Segunda: a vida corporal é sempre instrumento de aperfeiçoamento do espírito e, por isso, sua preservação deve servir a esse objetivo maior. Pessoalmente, estou convencido de que, hoje, temos melhores condições que ontem para ajuizar sobre essa conveniência.

Será preciso sempre, no entanto, conciliar adequadamente razão e sentimentos.

 

Notícias

 

Henrique Regis lança Romance em Santos/SP

 

            Henrique Ventura Regis, coordenador do site www.espiritnet.com.br , página na Internet inteiramente voltada ao espiritualismo (onde você pode ler Opinião e América Espírita), está lançando seu primeiro romance, com o título O Último Véu.

            Sobre o lançamento de seu livro, diz Henrique: “É muito bom realizar um velho sonho! Ainda mais gratificante, porém, é poder compartilhá-lo com várias pessoas...”, acrescentando: “após 1 ano e 3 meses de pesquisa, dedicação, feriados enclausurados e madrugadas em claro, tive a oportunidade de concretizar um deles: escrever um livro.E esse é o que posso chamar de livro da minha vida ! Não por ser o primeiro, o que já o torna inesquecível, mas por ter misturado, nele, um pouco de tudo aquilo que tem significado especial para mim : ciência, doutrina espírita, família, tecnologia e criação do Universo”.

            É um romance de 200 páginas que traz o resumo dos principais conceitos doutrinários, encontrados no “Livro Primeiro” e no “Livro Segundo” de O Livro dos Espíritos (um trecho de 613 perguntas). A trama principal, no entanto, concentra-se nas perguntas 29 a 36 e 82 (que já foram objeto de um artigo publicado pelo Jornal Abertura, cujo título era “Em Busca da Criação”).

 

            Linguajar novo para conceitos kardecistas

            Embora a obra trate de Doutrina Espírita o tempo inteiro, segundo Regis, “não foram utilizados vocábulos consagrados, como: espírito, alma, mediunidade, reencarnação, etc...” A preferência foi por termos alternativos, além de um linguajar atual, pois – diz – “a idéia é não restringir o alcance da mensagem, levando os conceitos kardecistas ao máximo de pessoas possível, sem que – necessariamente - estejam lendo um enredo espírita”.

            No texto de O Último Véu há várias referências à série Cosmos (apresentada pelo cientista e astrônomo norte-americano Carl Sagan nos anos 80) e a assuntos do livro A Caminho da Luz, de Emmanuel. Além disso, para ajudar na divulgação, o autor incluiu uma “gincana virtual” da qual os leitores poderão participar através da Internet, desvendando pistas que começam no próprio livro, de forma sutil e cifrada (esse tipo de promoção também é conhecido pelo nome de  “ARG”, do inglês  “Alternate Reality Game”).

            O enredo

            A estória se passa no ano de 2015 e o personagem principal chama-se Rafael. Ele é um renomado cientista, doutor em Astrofísica e Cosmologia, que procura desvendar as grandes questões que envolvem a formação do Universo, além de atuar em várias pesquisas pelo mundo afora. No dia em que deu um importante passo para a comprovação de sua Teoria, passou a sonhar com uma bela e misteriosa mulher. Ela, que traz 7 véus cobrindo parte do rosto, começa a falar sobre conceitos espiritualistas. O que esses dois personagens, a princípio antagônicos, têm em comum ? Quem é essa mulher e o que a levou a encontrá-lo nos sonhos ?

Henrique Regis convida : “Entrem nessa trama fascinante e descubram os segredos que estão por trás do último véu...”

Informações adicionais

O coquetel de lançamento, com vendas e autógrafos, ocorrerá no Centro Espírita Allan Kardec, de Santos, no dia 15 de dezembro.

A publicação é independente, sem vínculo com Editoras, e será comercializada apenas pela Internet. Preço de lançamento: R$ 20,00.

Para comprar à vendas@espiritnet.com.br

Site do Livro à www.espiritnet.com.br/oultimoveu.htm

Gincana Virtual (ARG) à www.espiritnet.com.br/arg.htm           

 

Enfoque

 

Uma Breve Análise Sobre Bioética

 

Amely B. Martins*

 

 

Muito se fala atualmente na palavra bioética, caracterizando até mesmo um quadro de típico modismo, mas que pode levar a discussões sensivelmente importantes para a sociedade, quando não apenas pronunciada, mas avaliada e discutida em toda a sua profundidade de sentido.

O conceito de bioética tem sido trabalhado desde 1927 e, até os dias atuais, existem várias definições diferentes, porém todas voltadas para a importância da interdisciplinaridade que esta deve conter. Uma definição que contempla este aspecto tão importante da bioética foi proposta pelo professor Van Resselaer Potter, que afirma: “Eu proponho o termo Bioética como forma de enfatizar os dois componentes mais importantes para se atingir uma nova sabedoria, que é tão desesperadamente necessária: conhecimento biológico e valores humanos”. Segundo Potter a bioética seria uma nova ciência ética que combinaria responsabilidade e uma competência interdisciplinar, mantendo uma ampla abrangência, pluralismo, abertura e incorporação crítica de novos conhecimentos.

Esta interdisciplinaridade convida a sociedade, em toda sua diversidade de opiniões, crenças e atitudes, para as diversas discussões que permeiam e compõem a bioética, para refletir sobre a construção de suas diretrizes e preceitos. A doutrina espírita por sua vez deve também se fazer presente nestas discussões, sem esquecer de seus aspectos pluralista e progressista que podem servir como importante fator de intercâmbio entre a ciência acadêmica e o próprio aspecto científico do espiritismo, muitas vezes esquecido.

A bioética se propõe a estudar e discutir vários aspectos da condução das pesquisas e principalmente no tocante à aplicabilidade destas junto à sociedade, como por exemplo, as discussões mais atuais em torno da pesquisa e utilização de células-tronco embrionárias com fins terapêuticos ou clonagem terapêutica. Em todas estas discussões pode ter o espiritismo uma importante colaboração, com sua visão mais abrangente sobre a vida material e espiritual.

Além da colaboração que o espiritismo pode e deve oferecer a estudos sobre bioética, é importante também que este, utilizando-se de seu sentido progressista, também amplie seus horizontes, também cresça em suas discussões e princípios, bebendo da ciência novos conhecimentos que devem ser criticamente aliados às suas raízes já bastante consolidadas.

Por tratar-se também de acepções e conceitos que estão relacionados com a aplicabilidade da ciência na sociedade, e com as relações e modo de vida dos homens, a bioética, assim como todas as correntes filosóficas da ética, tem sua evolução diretamente ligada à educação do ser humano; e neste aspecto educativo tem também o espiritismo uma importante parcela de responsabilidade.

A educação integral do ser humano tem como uma de suas conseqüências a vivência natural da ética em todos os seus sentidos e, no tocante à bioética, homens e cientistas integralmente educados certamente serão naturalmente éticos em suas pesquisas, garantindo a utilização ética de todas as novas tecnologias, visando sempre à melhoria de vida da humanidade.

 

Homens e cientistas integralmente educados serão a garantia da utilização ética de todas as novas tecnologias, visando sempre à melhoria de vida da humanidade.

 

*Amely B. Martins, de João Pessoa/PB, é Bióloga e membro da ASSEPE – Associação de Estudos e Pesquisas Espíritas de João Pessoa. E-mail: assepe@assepe.org .

 

Opinião do Leitor

 

Seminário sobre reuniões mediúnicas

 

Caros amigos,
    Dia 12/11 realizamos, no Centro Espírita Cristófilos um Seminário sobre reuniões mediúnicas, com a presença de 15 Casas Espíritas. Foi um dia muitíssimo agradável e cheio de reflexões.
    O material apresentado no evento foi disponibilizado aos participantes na Internet no endereço:
    http://www.cristofilos.org.br/seminarios/20061112
    O material é público e talvez seja do interesse de outros. Podem divulgar à vontade!

     Abraços,

     Pedro Vieira – Rio de Janeiro

 

Lista Ipepe-Sociopolítica

O Instituto de Intercâmbio do Pensamento Espírita de Pernambuco (IPEPE), sociedade civil sem fins lucrativos, que tem como a sua razão de ser interligar o pensamento espírita às diversas áreas do conhecimento humano, colaborando para a cidadania e a paz, informa  que será iniciado o estudo e debates na ótica espírita do livro "A Caminho da Luz", de autoria do espírito Emmanuel e psicografado pelo médium Chico Xavier, na lista Ipepe-Sociopolítica.

            Para participar do estudo acima, favor enviar solicitação para o e-mail ipepe@ipepe.com.br

 

A participação é gratuita e todos estão convidados.

 

 Paz,

 

Assessoria de Internet do IPEPE

( www.ipepe.com.br / ipepe@ipepe.com.br )