OPINIÃO Ano XIII – Nº 134 Setembro 2006
ATITUDES DE AMOR NO
MOVIMENTO ESPÍRITA
Editorial: Em busca de uma ética
universal
Enfoque : Opiniões conflitantes e unificação
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ATITUDES DE AMOR
NO MOVIMENTO ESPÍRITA
O que você pensa a respeito desse
tema?
(Por Salomão J.
Benchaya)
Nos últimos anos, têm surgido
diversos movimentos e campanhas direcionados aos militantes espíritas, com o
objetivo de "humanizar" o movimento. Deseja-se a melhoria das
relações humanas entre os espíritas. É o próprio movimento diagnosticando suas
mazelas e buscando sua cura. Na base de tudo, está a busca da alteridade, da
fraternidade e da tolerância. Nesta breve introdução ao tema, queremos saber o
que você pensa a respeito disso.
Movimento Atitude de Amor
Opinião noticiou, em sua edição
anterior, a visita de Daniel Valois, de Santa Catarina, ao
Evangelizar ou Educar?
O movimento espírita brasileiro, como é sabido, tem forte
conotação religiosa e evangélica. Tanto que ainda se fala em “evangelização
espírita” ao invés de “educação espírita”. Exemplos disso são a Campanha
Nacional de Evangelização Infantil, da FEB e a Escola de Aprendizes do Evangelho, da FEESP, dentre outros. Diz-se,
com a maior naturalidade, que a missão do Espiritismo é “evangelizar” o homem,
tarefa que, no nosso entender, pertence às religiões evangélicas.
O Espiritismo busca o aperfeiçoamento moral do Homem, porém
vinculado a uma ética universal, não necessariamente religiosa. O fato é que os
espíritas estão despertando para a necessidade da convivência respeitosa e
tolerante entre os próprios integrantes do movimento espírita
O movimento chamado de “Unificação”, coordenado pela FEB e
amparado no “Pacto Áureo”, começa a ser contestado por sua imposição de um
modelo hegemônico marginalizando os grupamentos que deitam sobre o Espiritismo
um olhar diferente em relação ao discurso dominante. Dessa postura decorrem
atitudes e comportamentos excludentes, discriminatórios e anti-fraternos
assumidos, não raramente, por religiosos, "
Num espectro mais amplo, fala-se
na Educação Moral, na Educação dos Sentimentos, na Pedagogia da Sensibilidade,
assunto que será abordado
Iniciativas
concretas
No último congresso que a CEPA
realizou, no ano de 2004, em Rafaela, na Argentina, o tema central foi
“Evolução Consciente” que, embora fugindo do evangelismo, tocou nessa questão,
sob diversos ângulos.
Em nível mais restrito,
especificamente voltadas para as relações internas do movimento espírita,
surgiram movimentos com o propósito de estimular a união, a tolerância e a
fraternidade entre os espíritas que, paradoxalmente, têm oferecido maus
exemplos nessa área.
Algumas
iniciativas, nesse campo, merecem destaque: a Campanha de Humanização da Seara
Espírita, objeto de discussão em uma das listas da ABRADE-Associação Brasileira
de Divulgadores do Espiritismo. É também da ABRADE uma campanha
A
CEPA e o pluralismo
Essa visão alteritária do
movimento espírita é a que a CEPA defende, numa postura tolerante e pluralista.
Pensamos que, forçosamente, o movimento espírita deverá assumi-la no futuro.
No XVIII Congresso da CEPA,
realizado
Através desta edição, Opinião está propondo, entre os seus
leitores, um debate sobre esse tema, dispondo-se a publicar,
Como o leitor vê essas propostas ao
movimento espírita?
Responda para
ccepa@terra.com.br .
A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só
pode ser vivida olhando-se para a frente.
(Sören Kierkegaard)
Por longo tempo da história de nossa civilização
judaico-cristã, estabeleceu-se uma crucial divisão entre crentes e não-crentes.
A hegemonia eclesiástica sedimentou a idéia de que a simples condição da fé em
um conjunto de dogmas privilegiava os cristãos
em absoluto detrimento daqueles que se convencionou chamar hereges.
Essa dicotomia foi, finalmente, vencida pelo humanismo,
movimento da modernidade que reviu o homem, a partir de seus valores
intrínsecos, reconhecendo sua titularidade a direitos naturais, entre os quais
estão a liberdade de crença, de expressão e de auto-organização social. O poder,
a partir do qual se organizaria a sociedade, passou, então, a ter como
instrumento a política, uma arte eminentemente humana, não mais atribuível aos
deuses, mas de elaboração dos próprios homens. Consagrou-se o princípio de que
todo o poder emana do povo e em seu nome será exercido.
Como formas de realização política surgiram as ideologias.
Duas grandes correntes ideológicas se digladiaram pelo poder ao curso do Século
XX: de um lado o liberalismo político e econômico, privilegiando a liberdade e
gerando o moderno capitalismo. De outro, o socialismo, amparado na idéia da
igualdade, dando lugar ao comunismo, que se definia materialista e ateu. Por
decênios, assim, a dicotomia ideológica foi tomando o lugar da dicotomia da fé.
Em nome das duas ideologias que dividiram o mundo, também se pretendia dividir
os homens e os povos entre bons e maus, certos e errados.
Tanto uma como outra das ideologias geraram governos cruéis.
Ditaduras insanas que anulavam as conquistas democráticas da modernidade,
provocando graves violações aos direitos humanos, imaturos ainda na consciência
de muitos povos. Guerras e revoluções sangrentas, genocídios cruéis, foram
perpetrados em nome de uma ou de outra ideologia.
Chegamos a um ponto da História em que, parece, estamos
desencantados com as ideologias. Mais ainda com os partidos que pretenderam
representá-las. Mas crepita forte na consciência humana a chama dos valores
humanistas conquistados no despertar da modernidade. Esta ninguém apaga.
Fortalece-se a convicção de que homens bons e maus, honestos e desonestos,
decentes e corruptos, podem abrigar-se sob a capa de qualquer das ideologias e
em todos os partidos que pretendam representá-las.
Começamos a descobrir, por fim, que o compromisso do
espírito humano é e será sempre com o bem e com o justo. E que existe, no
íntimo de cada indivíduo, um direcionamento natural rumo a uma ética universal,
assectária, apartidária, supra-ideológica, baseada no amor e na solidariedade,
no serviço e no progresso em favor de todos. E que só a adequação do agir
humano a essa ética pode fazer nações e povos felizes.
A política, tão maltratada até aqui, também pode ser
instrumento em favor da ética e da felicidade humana. Mesmo que ainda se valha,
formalmente, das propostas ideológicas. Estas, pouco a pouco, terão de se
harmonizar entre si, reconhecendo igual importância aos reclamos de liberdade,
de igualdade e de fraternidade que nascem do espírito humano. Por piores que
tenham sido os erros dos homens e dos povos na superação dialética dos contrários,
a vocação do espírito, consciência imortal, é no sentido da busca do progresso
no campo intelectual, moral e social. Já é tempo de assimilarmos as lições do
passado, rumando definitivamente para uma síntese de amor, fraternidade,
respeito e paz.
A política, tão maltratada até aqui, também pode ser
instrumento em favor da ética e da felicidade humana.
Milton R. Medran Moreira
Planeta-anão
Escrevo
esta coluna no dia em que 3.500 cientistas e astrônomos do mundo inteiro, na cidade
de Praga, decidiram rebaixar Plutão à condição de planeta-anão. Desde 1930,
quando foi descoberto, Plutão era considerado o 9º planeta do sistema solar.
Perdeu hoje essa condição porque os potentes telescópios que, daqui de nosso
planetinha, vasculham o espaço, há muito já descobriram a existência de outros
corpos celestes bem maiores que Plutão girando
No
tempo
Espiritismo
e ciência
Tivessem
os espíritos com os quais se comunicou Kardec (todo aquele capítulo é atribuído
ao espírito Galileu em comunicação dada a Camille Flamarion, na SPEE), um pouco
mais de conhecimento do que os astrônomos encarnados, poderiam ter adiantado essas
descobertas. Teriam também evitado alguns equívocos relativos, por exemplo, à
existência de vida em Marte e outros planetas, de que dão notícias comunicações
acolhidas e publicadas por Kardec.
O
que comprova isso? Pelo menos, duas coisas: l) que o espiritismo, no que diz
com as questões da ciência, não trabalha com verdades prontas e acabadas, mas
com aproximações compatíveis com o momento em que se vive, suscetíveis de serem
modificadas ao decurso do tempo; 2) que são inteiramente pertinentes estas duas
sentenças de Kardec: a) “Não sendo os espíritos senão as almas dos homens, não
têm eles nem a suprema sabedoria e nem o pleno conhecimento” (Obras Póstumas), e b) “Marchando passo a passo com o progresso, o Espiritismo jamais
será ultrapassado por ele, pois se novas descobertas lhe demonstrem estar
errado sobre um certo ponto, ele se modificará nesse ponto, e se uma nova
verdade se revelar, ele a aceitará” (A
Gênese).
Revelação
espírita e verdade
É justamente nesses termos que
devemos aceitar a existência de uma ciência espírita. Não como revelação fadada
a ser, posteriormente, confirmada pela ciência humana, mas como instrumento e
produto do intercâmbio entre a humanidade encarnada e a humanidade
desencarnada, a partir de dados acessíveis por uns e outros, em um dado
momento.
Há, nesse campo, um pressuposto do
qual nenhum espírita honesto e sincero pode se apartar: a prévia convicção de
que as comunicações espirituais não são mais que meras opiniões dos espíritos.
Erigi-las à condição de verdades às quais um dia a ciência há de,
necessariamente, chegar é assumir postura arrogante, candidatando-se a “quebrar
a cara”, logo ali adiante.
Humanização
do espiritismo
Esse é o único jeito de não
sofrermos o vexame por que passam todas as religiões, na medida em que seus
mitos vão sendo derrubados. E é precisamente aí que o espiritismo se humaniza:
quando assume sua falibilidade. O dogma da infalibilidade não é nosso.
Deixemo-no para as religiões. O nosso propósito, a rigor, é um só: mostrar ao
mundo que a morte física não nos destrói nem nos separa. E, por isso, seguimos,
como espíritos, sendo seres pensantes e comunicantes. A morte, que não nos faz
anjos nem demônios, também não nos transforma em sábios. É perfeitamente possível,
assim, que os espíritos entrevistados por Kardec e Flamarion não soubessem
muito daquilo que, algumas décadas após, os cientistas vieram a descobrir. E
daí? Isso os desmerece? Claro que não. Humaniza-os e humaniza o próprio
espiritismo.
A comunicação entre encarnados e desencarnados tem tudo para
ser uma eficiente ferramenta de aperfeiçoamento do conhecimento e da ciência,
como a concebeu Kardec. Desde que aqueles que dela se utilizem não se deixem
tomar pela arrogância e pelo orgulho que sempre foram marcas da religião.
ANTROPÓLOGA FRANCESA ESTUDA ESPIRITISMO NO
Maeva Mahy, doutoranda da
Universidade Paris X, antropóloga, socióloga e historiadora veio ao Brasil para
melhor conhecer o espiritismo.
Maeva que fez mestrado em
antropologia/sociologia, está agora trabalhando em sua tese de doutorado, com o
tema: “A visão do espiritismo através do corpo, numa perspectiva comparativa
entre o Brasil e a França”.
Seus estudos a respeito do
espiritismo, suas origens, suas propostas e suas visões, começaram na França.
Lá,
BRASILEIROS NA CONFERÊNCIA DE MIAMI
As dificuldades que se apresentavam para ir a Miami
não eram poucas: a ameaça de furacões e tormentas da época; as dificuldades de
vôos em face da crise aérea brasileira, tornando ainda mais gravosos os custos
de viagem; os obstáculos habitualmente postos pelo Governo dos Estados Unidos à
concessão de vistos de entrada. Superando todos os impasses, uma delegação de
15 brasileiros participou ativamente da XV Conferência Regional Espírita
Pan-Americana da CEPA, na bonita capital da Flórida, de
Vários
painéis relativos ao tema central da Conferência - De Hydesville a Kardec:
Mediunidade, do Fenômeno ao Método-, assim como temas livres, estiveram a cargo
de pensadores espíritas ligados ao movimento da CEPA no Brasil. Os expositores
brasileiros foram: Ademar Arthur Chioro dos Reis, Jacira Jacinto da
Expositores
da Argentina, dos Estados Unidos, de Porto Rico e da Venezuela também levaram
excelente contribuição cultural ao evento de Miami.
A
CEPA já está trabalhando na programação de seu próximo grande evento
internacional: o XX Congresso Espírita Pan-Americano, a se realizar
O Centro Cultural Espírita de Porto Alegre está
ampliando seus espaços de palestras públicas. Realizadas habitualmente na
primeira segunda-feira de cada mês, agora também estão sendo programadas para
as primeiras sextas-feiras à tarde, assim como para outros espaços das segundas
à noite, substituindo, eventualmente, a atividade dos Grupos de Conversação
Espírita.
Dentro
desta nova sistemática, o
Já
na primeira segunda-feira de setembro (4), a conferência pública esteve a cargo
da psicóloga Jussara Gandolfi, com o tema “Educação dos Sentimentos”.
Próximas
conferências
O
- Dia 2/10 (primeira segunda-feira de outubro), às
20h30: “Viagens fora do corpo”, com Antônio Carlos Fraquelli.
- Dia 6/10 (primeira
sexta-feira do mês) às 15h: “De Comenius a Kardec”, c/Maurice Herbert Jones.
Local: Auditório do
SALOMÃO FARÁ SESSÃO DE AUTÓGRAFOS NA FEIRA DO LIVRO
Anote
em sua agenda: Dia 29/10, domingo, às 17h30min,
A
obra de Salomão constitui-se em importante relato para a história do movimento
espírita no Rio Grande do Sul, a partir da influência da antiga S.E.Luz e
Caridade, hoje Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, nas últimas décadas. O
livro foi lançado em comemoração aos 70 anos do
Mário Lange de S. Thiago*
O processo de
unificação do movimento espírita supõe uma profunda compreensão doutrinária.
Nos primórdios do Pacto Áureo, em “sugestão” apresentada ao Congresso
Brasileiro de Unificação Espírita, realizado
O Professor
certamente denunciou posições radicais, como a daqueles que se isolam nos seus
sistemas particulares, e a dos que “conservam, ainda, no substrato da
consciência a velha passividade”, substituindo o vigário pelos guias, visíveis
e invisíveis. Mas, também se referiu a uma terceira espécie, que não
obstaculiza a unificação, embora tendo opinião própria, posto que, divergências
e discordâncias, mormente se elevadas, sem ódios e inimizades, são a prova
maior do espírito de liberdade que a doutrina nos confere. Segundo o Professor,
“A disciplina tipo perinde ac cadaver não
é para espírita e para o Espiritismo”. Sugere, por isso, que ainda não saímos
“da fase de nossa adaptação à Doutrina”, esta mesma, ainda na fase de sua
consolidação definitiva. Daí ser necessário aos espíritas em geral ampliar o
que chamou de consciência espírita (e nas conclusões, apelidou de consciência
religiosa), que se consegue pelo estudo, através dos livros e/ou dos fatos;
pela compreensão, em conseqüência; pelo sentimento profundo da Doutrina e pela
vivência, o que levará à obra de unificação doutrinária. Leopoldo clama contra
os perigos da unificação à força do poder temporal, de dogmas e hierarquias
infalíveis, de leis humanas e obediências totalitárias, porém, propõe que a
unificação social é a que primeiro deve interessar aos espíritas, por se tratar
de “Unificação de corações que palpitem no mesmo ritmo de confraternização,
embora os cérebros concebam teorias e pontos de vista diferentes”. Indo mais
longe, sugere se dediquem os espíritas à formação das crianças, em inteligência
e sentimentos, e aos congressos, que valem mais por seu espírito de aproximação
e confraternização, do que pelas resoluções tomadas, produzindo frutos para o
futuro. O Professor Leopoldo parte do princípio que a unidade doutrinária está
feita, na codificação, e que a unificação desejada deve vir expontaneamente,
com o crescimento da consciência espírita, ao que ajunto, mais pela educação
(da inteligência e do sentimento) que pela instrução (transferência de
conhecimento dogmatizado) de crianças e adolescentes, e pelas constantes comunicações
e exposições de idéias e experiências através de congressos.
Pessoalmente,
tenho presente que a unificação do movimento espírita passa necessariamente
pelo reconhecimento da diversidade de percepção e interesse dos espíritas em
relação às matérias doutrinárias ou delas decorrentes. Passa, também, pelo
reconhecimento das bases metodologicamente construídas de um edifício
doutrinário, cujo corolário é a assertiva: “Fora da caridade não há salvação”.
Que bases são essas?
Assim, obedecendo
a uma ordem de enunciação lógica, consoante o precário, mas necessário, ponto
de vista humano enlaçado aos conhecimentos revelados pelos espíritos, o
Espiritismo se assenta em cinco princípios que servem como guias (estes sim) à
pesquisa, à reflexão filosófica e à multifária rede de relações do homem
consigo mesmo e com Deus, com os outros e com o ambiente. Primeiro, a transcomunicabilidade entre os espíritos
encarnados e desencarnados que, por ser mais ampla como princípio, não se confunde
com a mediunidade, antes a envolve. Segundo, a transcontinuidade da vida, independente da matéria, cuja influência
sobre o espírito se esvai a cada passo, mas que se reflete na organização
psico-social das comunidades do plano de erraticidade. Terceiro, a pluralidade das existências materiais a
que se submete o espírito, cujas experiências não se perdem, mas dão o entorno
à personalidade e ao caráter do ser humano. Quarto, a evolutividade da
condição espiritual, ou evolução, pela aquisição de novos caracteres em
inteligência e amor, transcendentes às concepções culturais do homem. É
admissível a divisão deste princípio, para sua melhor compreensão,
considerando-se que o espírito é “creado” simples e ignorante:
providencialidade natural ou divina; mutabilidade, segundo o livre arbítrio e a
lei de causa e efeito; e evolutividade pelo amor. E, quinto, a aceitação da divindade única, nos termos da questão
1, de O Livro dos Espíritos, da qual nos aproximaremos, na justa medida do
nosso próprio auto-conhecimento. Nossa razão científica repousa nos três
primeiros postulados. A razão filosófica está no processo evolutivo do
espírito, com supedâneo e transbordamentos psicológicos e sociológicos, objeto
do quarto postulado. E, se quisermos, no quinto postulado revela-se nossa
compreensão religiosa.
Ora, aceitas essas
bases, há muito o que discutir, e permanentemente, por isso que, o Espiritismo
possui, nos seus desdobramentos, elementos verdadeiramente revolucionários,
constituindo-se em um novo paradigma para a humanidade. É justo, por
conseguinte, que haja opiniões conflitantes, até porque, o campo está aberto,
seja para a ampliação do conhecimento, seja para a adaptação (lembrando
Leopoldo Machado) do nosso comportamento (mores),
esta última área em que se há de remover um imenso entulho de sentimentos
incompatíveis com a nova era implicitamente anunciada. Nem podemos imaginar
que, enquanto se desenrola o debate, todos se comportem igualmente, em nível de
compreensão, respeito e desinteresse pessoal.
Assim, as instituições
espíritas precisam, pouco a pouco, encontrar novos caminhos para a convivência
participativa, crítica e fraterna, único endereço possível para a unificação.
Essa revisão institucional e dos procedimentos é fundamental em um programa
dessa natureza, aliás recomendada pelos espíritos (e, portanto, por Allan
Kardec), quando abordam o egoísmo, vício que se pode considerar como estando na
raiz de todos os demais. Na questão 914, o Codificador perquire sobre a sua
extirpação do coração humano, obtendo como resposta uma indicação sobre a
superior hierarquia dos valores espirituais e uma advertência: “necessário é
que se reformem as instituições humanas que o (egoísmo) entretêm e excitam.
Isso depende da educação”. Iniciemos pelas instituições espíritas, sem
esquecermos o que vai por dentro de nós.
Eunice Leite e Silva
Muito me
emocionei com a reportagem de homenagem à minha querida mãe, Eunice Leite
Silva. Suas palavras de reconhecimento ao seu trabalho dentro do espiritismo
muito me sensibilizaram. Fui também testemunha de seu empenho na divulgação de
um espiritismo sem fronteiras e livre de preconceitos.
Quero
agradecer de coração suas palavras e também ao conforto que recebi na ocasião
do seu sepultamento
Estou
agora residindo em Florianópolis e, desde já, me coloco à sua inteira
disposição para qualquer informação que necessitem.
Um
abraço carinhoso a todos vocês.
Sílvia
Brandão – Florianópolis, SC