OPINIÃO Ano XIII – Nº 133 Agosto 2006

CONFERÊNCIA DE MIAMI NA RETA FINAL  

Nossa Opinião: Mediunidade, um tema fascinante

Editorial: E agora, o que fazer?

Notícias:  Daniel Valois e o movimento “Atitude de Amor”   -   Depois do Professor Balaguez, a Psicólopga Jussara

Opinião em Tópicos:   Criminalidade e cadeia    -   A dignidade perdida  -   Ninguém é irrecuperável  -   O criminoso e  reencarnação (Milton Medran Moreira)   

Enfoque :  Um outro olhar na copa do mundo

Opinião do Leitor

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CONFERÊNCIA DE MIAMI NA RETA FINAL

 

Com o tema “De Hydesville a Kardec, Mediunidade: do Fenômeno ao Método”, evento da CEPA será aberto na noite de 6 de setembro.

           

Abertura na noite de 6 de setembro

 

A CEPA - Confederação Espírita Pan-Americana – www.cepanet.org - está organizando a sua XV Conferência Regional Espírita, em Miami, de 6 a 10 de setembro de 2006, no Hotel Marriott Dadeland y Courtyard.

Embora anunciada previamente para se desenrolar no período de 7 a 10, a sessão de abertura terá lugar na noite de 6 de setembro. A decisão da Comissão Organizadora pretende, assim, reservar todos os demais dias para os Painéis Temáticos (na parte da manhã) e Fórum de Temas Livres, estes com exposição prevista para o período da tarde.

 

Temática Central: Mediunidade - do Fenômeno ao Método

 

Com a temática central “De Hydesville a Kardec – Mediunidade: do Fenômeno ao Método”, a Conferência Regional Espírita Pan-Americana aprofundará temas relativos ao fenômeno mediúnico, numa perspectiva eminentemente kardecista. Dentro de sua tradição democrática, pluralista e livre-pensadora, a CEPA está convidando os espíritas para esse evento. Ainda há tempo para se inscrever.

A realização dessa Conferência está sob a responsabilidade da instituição Ciencia Espiritista Kardeciana - 1875 West Flagler - Miami, Florida 33135 www.cienciaespiritista.com - email: scherum@aol.com ou PazManuel1@aol.com  -  Telefones: 305-821-0654 • 305-569-0941 • 305 408-7832.

A CEPA, atualmente, é presidida pelo advogado e jornalista Milton Rubens Medran Moreira e tem sua sede na Rua Botafogo, 678 – CEP 90150-050 – Porto Alegre – RS – Brasil, e-mail: cepamerica@terra.com.br.

Para Medran, a realização desse evento em Miami, “sintetiza o esforço da CEPA de integração do movimento espírita das Américas, justamente na oportunidade em que celebra seus 60 anos de fundação”. Elegendo o tema “mediunidade, do fenômeno ao método”, a Conferência de Miami, segundo o presidente da CEPA “evoca os episódios das Irmãs Fox, como importantes fatos históricos preparatórios ao advento do espiritismo, surgido, poucos anos depois, graças ao  lúcido trabalho de Allan Kardec”.

 

Serviço

Para reservas em hotel:

1 - Visitar o Website :- www.marriott.com/miacy. Onde diz: Group code, escreva cekceka (para aposentos simples) cekcekb (para aposentos duplos)

2- Via E-Mail : courtyard@mdmusa.com. Via Fax: 1-305-670 1730 devem pôr no Assunto: Reservaciones CEKCEK. Se desejar aposento simples com uma cama King e um sofá-cama, deve assinalar com a letra A. Se desejar um duplo, deve assinalar com a letra B.

3- Via telefone: 305- 670 1220, dizendo que é da Ciencia Espiritista Kardeciana - Grupo Courtyard.

4- São aceitos os cartões de crédito mais conhecidos para fazer as reservas de hotel, mas deve estar no nome de quem faz a reserva e a data de vencimento deve ser posterior a setembro de 2006.

Obs.: O Hotel Marriott Dadeland y Courtyard, sede da Conferência, está oferecendo tarifa especial aos participantes do evento: diária de US$89 mais 0,13% de imposto, por apartamento. Cada apartamento pode hospedar até 4 pessoas. Essa tarifa especial é válida desde três dias antes, estendendo-se por três dias depois do encerramento do evento, para participantes que desejem permanecer por mais dias em Miami.

 

 

Nossa Opinião

                                   MEDIUNIDADE, UM TEMA FASCINANTE

            Cenário dos acontecimentos protagonizados pelas irmãs Fox, no ano de 1848, os Estados Unidos da América do Norte ofereceram ao mundo, naquela quadra da História, fatos que se perpetuariam como de capital importância para o nascimento do espiritismo. Este, a rigor, no entanto, como ciência e como filosofia de conseqüências morais, só surgiria na década seguinte, com a publicação de O Livro dos Espíritos, por Allan Kardec, na França (1857).

            De lá para cá, todo o esforço do movimento espírita, especialmente nos países da América Latina, onde se fez mais expressivo e vigoroso, tem sido, em síntese, o de aprimorar o laço naturalmente existente entre o fenômeno espirítico e a filosofia espírita. Foi daquele que esta nasceu e, portanto, fato e conseqüências não se devem apartar. Antes, esse liame deve ser continuamente preservado, nos parâmetros cuidadosamente traçados pelo insigne mestre de Lyon.

            A mediunidade, área intensamente pesquisada e experienciada por Kardec, submete-se, na visão espírita, a métodos científicos e objetivos éticos que integram o patrimônio cultural do espiritismo. Preservá-los naquilo que constitui sua essência, desenvolvê-los naquilo que permita sua constante harmonia com o progresso e a ciência, e aprimorá-los para a melhor consecução de suas humanitárias finalidades são permanentes desafios ao movimento espírita.

            A Confederação Espírita Pan-Americana, instituição que, há 60 anos, com idêntico zelo, trata, na teoria e na prática, de todos os aspectos do espiritismo, vai concentrar, nesse evento de Miami, seus estudos, debates, propostas e conclusões, no tema mediunidade. Uma temática sempre fascinante, especialmente quando firmemente ancorada nos métodos e nos fins propostos por Allan Kardec. (A Redação)

 

Editorial

E AGORA, O QUE FAZER?

"Não basta
que seja pura e justa a nossa causa,
é necessário que a pureza e a justiça
existam dentro de nós."
(Agostinho Neto, líder revolucionário angolano e ex-presidente de Angola)

De repente, parecem começar a ruir nossas mais caras instituições. Há mais de um ano, o Congresso Nacional, órgão que encarna o nobre poder de legislar muito mais parece uma grande delegacia de polícia, freqüentada por criminosos e por aqueles que, aparentemente, ali estão para investigar crimes. Distanciado das funções sonhadas por Montesquieu e pelos grandes teóricos do Estado Moderno, nosso Legislativo passou a ser visto por nós, povo, sob ambígua perspectiva: ora como um grande covil de ladrões, ora como esperançosa concentração de forças na busca de sua própria depuração. Este último esforço, no entanto, o mais das vezes, tem gerado amargas frustrações porque descamba, quase sempre, na impunidade, urdida em maquiavélicas práticas de corporativismo e em mútuas trocas de favores por parte dos membros que compõem aquele colegiado. O Legislativo, por ser o poder político por excelência, é apenas aquele onde mais se fazem visíveis essas graves distorções. Mas, em todos os poderes e em todos os setores públicos têm sido freqüentes os atos de improbidade e de malversação de recursos públicos, tendo, no outro pólo dessas ações nefastas, a contribuição e o conluio do poder econômico, em amplas áreas da atividade privada. É a ganância e o egoísmo suplantando o desejo da promoção do bem comum.

Agora, no exato momento em que este editorial está sendo escrito, o brasileiro que imaginava já ter visto tudo em matéria de corrupção e de deterioração dos poderes constituídos, se depara com uma notícia incrível. Num Estado da Federação, acabam de ser presos nada mais do que os presidentes do Tribunal de Justiça e da Assembléia Legislativa, além de destacados membros do Executivo, do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado. Todos envolvidos num grande esquema de desvios de recursos públicos que causou aos cofres estatais um prejuízo calculado, num primeiro momento, em 70 milhões de reais.

Diante de fatos dessa natureza, estamos, como povo, frustrados e envergonhados. Como indivíduos, no entanto, devemos assumir posturas de reflexão e de auto-julgamento. A pergunta que se impõe sempre será esta: diante de oportunidades como aquelas que se apresentaram aos corruptos, como agiríamos nós? Teríamos o suficiente estofo moral para desprezarmos as chances de enriquecimento ilícito, de busca de privilégios pessoais e corporativistas, em detrimento do povo? Por muito tempo, sabemos, atos de corrupção com essa e com maior gravidade foram praticados impunemente. É comum dizer-se que a impunidade estimula a criminalidade. Entretanto, o fator essencial para a prática do bem e para o cumprimento de nossas obrigações reside mesmo no íntimo de nosso ser. Nasce, precipuamente, dos valores que cultivamos emanados de nossa visão de homem e de mundo.

Não são exatamente crenças religiosas que, habitualmente, nos afastam da prática do mal. Agora mesmo, nos episódios do chamado “escândalo dos sanguessugas”, um enorme contingente de políticos ligados a diversas crenças religiosas está na lista de suspeitos. “Pastores”, “bispos” e “crentes em Nosso Senhor Jesus Cristo” têm se destacado na prática da corrupção. É o conhecimento de nós mesmos, e não a fé em mistérios e em privilégios exclusivos de crentes, que nos impulsiona ao progresso moral. É o respeito aos outros, que emana da lei natural, gravada na consciência de crentes e não-crentes, o grande fator a inspirar uma vida digna, solidária, afetuosa e produtiva. Urge aprendermos a ler a lei natural em nossa própria consciência.

É justamente nesse âmbito, do conhecimento de nós mesmos e das leis naturais que regem o espírito e sua convivência com o mundo, que deve se movimentar o espiritismo. É esse seu campo de atuação e não o do proselitismo religioso. É o de levar ao homem o convite a um contínuo olhar para dentro de si mesmo, buscando ser modelo do mundo, nos precisos termos da recomendação do grande filósofo Immanuel Kant: “Age de tal modo que a máxima da tua vontade possa valer sempre, ao mesmo tempo, como princípio de uma legislação universal.”

            A impunidade estimula a criminalidade. Mas o fator essencial à prática do bem reside mesmo no íntimo de nosso ser.

 

Opinião em Tópicos

 

Milton R. Medran Moreira

 

Criminalidade e cadeia

Ody Costa Ferreira (73 anos, Magé/RJ) envia-me atenciosa carta declarando-se perplexo com essa onda de rebeliões em presídios. Faz considerações interessantes. Exemplos: a) Um preso custa ao erário público mais do que dois salários mínimos, valor que muitos trabalhadores honestos não recebem; b) É mais dispendioso ao Estado manter um delinqüente preso do que educar dois ou três alunos em escolas públicas.

 Diante disso, questiona se, enfim, não se estará fazendo justiça, deixando-se, como ocorreu recentemente em Araraquara, que os presos sofram as conseqüências da destruição por eles promovida do estabelecimento prisional (lei da causa e efeito).

Como se sabe, depois da depredação, os apenados foram compelidos a se amontoarem como animais, ao relento, numa área restrita do presídio quase que inteiramente destruído, em condições as mais precárias.

            A dignidade perdida

Eu diria, Ody, que estamos diante de uma encruzilhada. A Nação despreocupou-se inteiramente com grande parte da população. Deixou de investir em educação e omitiu-se do dever primordial conferido ao Estado moderno de proporcionar a todos os cidadãos, indistintamente, condições mínimas de dignidade. Se aqui cabe invocar a lei de causa e efeito, esta, antes de tudo, recai sobre uma sociedade construída encima de bases escandalosamente injustas. A maioria dos delinqüentes que estão a cumprir penas não teve, praticamente, na vida, outra opção que não a da criminalidade. Sem educação e sem trabalho, esses jovens viram massa de manobra dos mentores das organizações criminosas. Buscam nesse poder paralelo o trabalho, a proteção, a inclusão, enfim, que o Estado lhes negou.  Vinculam-se em tal grau a essas organizações criminosas que já não têm condições de se libertar de seu jugo.

Só um Estado forte, mas honestamente disposto a lhes devolver a dignidade perdida será capaz de iniciar o processo de regeneração dessas infelizes criaturas humanas. E isso leva tempo. Tempo proporcional àquele até aqui jogado fora.

Ninguém é irrecuperável

Não se nega a necessidade, ainda, de leis penais rigorosas compatíveis com o estágio de uma “sociedade depravada”, como dito na questão 796 de O Livro dos Espíritos. Mas a advertência ali posta pelos espíritos é precisa: “Infelizmente, essas leis se interessam mais em punir o mal, quando já feito, do que secar a fonte do mal. Só a educação pode reformar os homens. Então eles não terão mais necessidade de leis tão rigorosas”.

Numa perspectiva espírita, não há delinqüente irrecuperável, porque não há espírito que escape à lei da evolução. Essa é a premissa a partir da qual nós, espíritas, devemos encarar as graves questões da criminalidade e engajar-nos no esforço da sociedade e do Estado em busca de uma adequada política de combate ao crime.

Se não partirmos dessa premissa, engrossaremos, inadvertidamente, o cordão daqueles para quem o único caminho é o da retribuição do mal com o mal ao delinqüente: “Que sofram as conseqüências de seus crimes”. “Eles fizeram por merecer”, é o simplório raciocínio de quem não leva em conta as complexas origens das mazelas humanas.

O criminoso e a reencarnação

A pena tem, sim, um caráter retribuitivo. Este se dá pela supressão da liberdade, o que não é pouco. Mas, a experiência conduziu a sociedade moderna a agregar à pena outras funções. Estas vão além da punição, contemplando, teoricamente, a recuperação e a ressocialização do delinqüente. Sem isso, o Direito descumpre sua função social e pedagógica e o Estado renuncia a seu fim primordial que é a promoção do bem comum.

Com prisões superlotadas, masmorras infectas, onde o descontrole estatal e a ausência de investimento abrem brechas para as organizações criminosas substituírem o Estado na “administração” carcerária, é impossível ao Poder Público implementar os objetivos pedagógicos e sociais da pena.

O endurecimento das penas não tem trazido qualquer resultado positivo, e sua execução em condições tão desumanas é fator de agravamento da criminalidade. Não temos outro caminho: ou investimos maciçamente no ser humano (seja ele quem for), ou este país, que já foi romanticamente chamado de “Coração do Mundo e Pátria do Evangelho”, vira um insuportável inferno. Bandido também reencarna, e diz a experiência que o criminoso sempre volta ao local do crime.

 

Notícias

                        DANIEL VALOIS E O MOVIMENTO “ATITUDE DE AMOR”

Na noite de 20 de julho p.p., esteve em visita ao CCEPA, o psicólogo transpessoal Daniel Valois. Na oportunidade, falou aos dirigentes e integrantes de grupos de estudo acerca do Movimento “Atitude de Amor” que convida os espíritas a assumirem posturas mais solidárias e fraternas dentro do próprio movimento. Essa proposta originou-se de um relato feito pelo espírito Cícero Pereira, constante do livro Seara Bendita, psicografado pelo médium mineiro Wanderley Soares de Oliveira. Nesse relato, Cícero descreve encontro que teria ocorrido no mundo espiritual, no encerramento do Congresso Espírita que a FEB realizou em Goiânia, em 1999, comemorando os 50 anos do Pacto Áureo.

Durante a conversação que se estabeleceu, Valois – baiano, hoje residindo em Florianópolis, onde é Diretor do Departamento Administrativo do Conselho Regional Espírita-1 e membro da SERTE-Sociedade Espírita de Recuperação, Trabalho e Educação e da SEED-Sociedade Espírita Entreposto da Fé -, esclareceu os objetivos da campanha e ofertou exemplares dos opúsculos “Atitude de Amor”, de Wanderley Soares e “Nosso Endereço de Luz”, “Atitudes de Amor” e “Agenda Mínima para Evoluir”, de Saara Nousiainem”. Ao visitante foram oferecidos exemplares dos livros “A CEPA e atualização do Espiritismo”, “O Pensamento Atual da CEPA” e “Da Religião Espírita ao Laicismo – a trajetória do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre”.

 

DEPOIS DO PROFESSOR BALAGUEZ, A PSICÓLOGA JUSSARA

Segue a programação de conferências mensais, na primeria 2ª feira à noite no CCEPA. No último dia 7 de agosto, o Prof. Ascêncio Balaguez falou para um público de cerca de 50 pessoas sobre “As Cinco Alternativas da Humanidade”.

 Em setembro (7), a conferencista será a Psicóloga Jussara Gandolfi, com o tema “Educação dos Sentimentos”.

 

Enfoque

Um outro olhar da Copa do Mundo

José Rodrigues*

 

A Copa do Mundo, na Alemanha, serviu para mostrar o quanto nosso planeta está unificado e em que grau os meios de comunicação influem nesse sentido, da repetição de comportamentos. No caso, há um ingrediente familiar ao espiritismo, sobre o qual escreveremos mais adiante. Mostrou, ainda, que a linguagem dos sinais é universal.

O sociólogo canadense Herbert Marshall McLuhan (1911-1980) previu esse estágio dos meios de comunicação imbricados com o comportamento humano, sintetizados por ele nos aforismos “o impaco sensorial”, “o meio é a mensagem” e “aldeia global”. Segundo McLuhan, “o importante não é o conteúdo do que é comunicado, mas os meios pelos quais é transmitido”. 

As transmissões da Copa mostraram, por exemplo, a disseminação das práticas de persignação dos atletas, quando entram em campo, fazem ou até perdem gols. Eles beijam as alianças dos dedos para homenagear suas esposas ou namoradas e embalam uma imaginária criança, com os braços para a frente, em forma curva e gestos de balanço. Em outra vezes, depois do gol, voltam o olhar para cima, dois dedos na mesma direção, como se se dirigissem a um ente superior, que os fez vencer o adversário. O ato de persignar-se, curiosamente, é mais difundido entre atletas de países latinos e africanos. Parece haver uma dívida com as divindades,  ou uma transferência de méritos, algo absurdo e pouco aceito pelos europeus. Essa mistura subdesenvolvida de esporte com religião está vinculada à mania de propagação da fé, da crença, com o requinte, agora fora da Copa, de vestirem camisetas, por baixo do uniforme do clube, com mensagens ou figuras de origem religiosa.

Ficou evidente, nos estádios germânicos, que os jogadores repetem comportamentos porque vêem filmes e notícias da mídia em geral, procedentes de toda parte do mundo. Significa que a tecnologia favorece a propagação de modos de ser, como grande força de persuasão. Como diz o sociólogo canadense, o meio é a mensagem.

As imagens também mostraram que a prática das emissões energéticas a distância se globalizaram. Em vários jogos, de diferentes países, o público, para apoiar os jogadores, em momentos estratégicos, estendia os braços e balançava as duas mãos em direção ao campo. Na nossa velha linguagem, isso é um passe e tenho a impressão de que essa prática nasceu nos estádios brasileiros. As torcidas, formadas por pessoas, mostram que acreditam em algo, além das palmas, do bumbo, dos gritos, da xingação da mãe do juiz. Esse algo é imaterial, sai pelas pontas dos dedos, como energia positiva, para que o atleta não erre o chute e marque, ou o goleiro defenda o pênalti. Uma vez mais entra em campo McLuhan. A tecnologia levou as imagens de uns países para outros, que as acatam e dão início a um processo cultural que pode ficar por tempos sem fim.

Fico a pensar o quanto de tempo levaria para um convencimento do tipo doutrinário no sentido de afirmar a emissão energética a distância. Concluo que se trata de uma força da natureza e como tal existente em todos os seres vivos, cuja exploração e desenvolvimento são estimulados pela imitação, no caso, que os meios de comunicação têm favorecido.

Outro olhar da Copa, ligado à linguagem dos sinais, me impressionou. A bola do jogo foi chutada com tal força que chegou às cadeiras do público. Um cidadão, que não tinha fisionomia de brasileiro, no afã de ser mais esperto, pegou a redonda e colocou-a sob sua cadeira. Incontinenti, levantou-se, olhou para um lado, olhou para outro, como se nada tivesse a ver. Ainda levou o dedo indicador aos lábios, no sentido vertical, para fazer aquele  sinal de “silêncio”. Seria o golpe globalizado da bola do jogo. Mas... as câmaras de filmagem, no estilo big brother,  acompanharam todos os detalhes da trajetória da bola e a transmitiram para o mundo, esta aldeia global. Em poucos segundos estava diante do pretenso esperto uma senhora segurança que não teve dúvidas em pedir de volta o objeto, educadamente.

Por final, a cabeçada de Zidane no sagueiro italiano Materazzi. Foi chocante e pode embasar uma tese sobre o comportamento humano em situações de crise. Mas no seu substrato está a afirmação de que mãe e irmã são, estes sim, entes sagrados em todo o mundo. Nem a ofensa a um deus qualquer levaria o dez da França a ter uma reação tão inesperada e violenta.  

O mundo viu, pelos mesmos meios, a emissão energética e a cabeçada. Vamos torcer para que a primeira tenha mais força e se propague para além das disputas e em favor de um planeta melhor.

* José Rodrigues é jornalista e economista. Integra o Centro Espírita Allan Kardec, de Santos, SP.

Opinião do Leitor

            Cumprimentos

            Admirado irmão editor do jornal Opinião:

            O conteúdo do nosso Opinião, erudito, esclarecedor, preciso em todas as suas declarações é, para mim, o que há de melhor até o presente dentro de tudo que conheço na doutrina espírita. Parabenizo-o junto com toda sua equipe.

            Sinto-me feliz por contar com mentes tão esclarecidas e sempre dispostas a nos emitir seus pensamentos na direção do bem. Que a espiritualidade benfazeja continue a lhes esclarecer. Deus é justo.

            Ody Costa Ferreira – Fragoso – Magé/RJ.