OPINIÃO Ano XII – Nº 129 Abril 2006
EDIÇÃO ESPECIAL
COMEMORATIVA AOS 70 ANOS DO CCEPA
Editorial: Numa nova mentalidade
Enfoque : Sobre a questão transpessoal e o espiritismo
Opinião do
Leitor: S.E. Estudo e Caridade
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EDIÇÃO ESPECIAL
COMEMORATIVA AOS 70 ANOS DO
A Mensagem do Presidente:
Maurice H.Jones: “Homenageio os trabalhadores do
Quando em 2001, ainda eufóricos pela
realização do XVIII Congresso Espírita Pan-Americano, comemoramos os 65 anos
desta casa, dizíamos que o espiritismo não envelhece, não se degenera, pois
estão explícitos na sua fisiologia os mecanismos de auto-regeneração e que,
portanto, uma autêntica instituição espírita deve refletir o dinamismo
intrínseco da proposta espírita. Ora, todos nós, os que temos buscado resgatar
esta postura progressista e livre-pensadora, característica essencial do
pensamento espírita, sabemos o quão difícil e solitária tem sido a caminhada.
Prestigiar a busca de saber e liberdade, estimulando a capacidade de analisar
criticamente o espiritismo, interpretando-o como uma construção cultural humana
e, portanto, perfectível, tem recebido como resposta a incompreensão de setores
mais conservadores do movimento espírita e, mais do que isto, a excomunhão sob
a acusação de apostasia. Este é, historicamente, o preço da desobediência.
A verdade, porém, é que não estamos
completamente isolados ou esquecidos. A pouco e pouco, companheiros dos dois
planos de vida juntam-se a nós trazendo apoio e estímulo. Em abril de 1986, no
auge da reação conservadora, recebemos de Joaquim Cacique de Barros, o espírito
que temos como nosso orientador espiritual, uma extensa mensagem psicografada
analisando a história e as características da nossa instituição. Em um trecho
da mensagem ele dizia: “E para sermos
mais entendidos, é nosso desejo criar aqui nesta casa que é nossa, uma
mentalidade nova. Formar, senão muitos, mas um punhado de irmãos capazes de
difundir uma doutrina restaurada às suas bases, mas também solidamente apoiada
nos avanços que a ciência e a tecnologia vêm de nos oferecer; um espiritismo
emancipado de místicos e milagreiros, ainda mercadores de indulgências, que
elegeram um Jesus, quase sempre triste com os nossos pecados, passivo e
estático, que eles adoram sem compreender a dinâmica do seu evangelho
libertador”.
Vinte anos depois, quando esta casa
festeja setenta anos de existência, o nosso pequeno e valoroso grupo de
colaboradores envelheceu um pouco mais e o quadro de dificuldades não mudou.
Porém é ainda e sempre com emoção que recordamos as palavras do amigo
espiritual, buscando nos tornar dignos da tarefa para qual fomos convidados.
Parafraseando o teólogo Leonardo
Boff que experimentou dificuldades semelhantes, homenageio, nesta data, os
trabalhadores do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre que ao longo destes
anos de lutas e dolorosas transformações foram vilipendiados e tiveram que
andar sozinhos somente porque compreenderam que não basta que o espiritismo
exista. Ele precisa ser continuamente construído, não contra, mas apesar
daqueles que o querem reduzir a mais uma seita cristã.
A Mensagem do
Orientador
Em
5.04.86, depois da aprovação do "Projeto Kardequizar" pelo Conselho
Deliberativo da SELC, foi recebida pela médium Elba Jones, psicofonicamente, a
seguinte mensagem que, dias depois e a pedido do presidente é psicografada na
íntegra. A mensagem, assinada pelo orientador espiritual da casa, Joaquim
Cacique de Barros, além de oferecer apoio importante à iniciativa, busca também
explicar a estranha fratura na história da instituição.
Cacique
de Barros: “Todas estas
mudanças que ora se verificam, não são frutos apressados, mas constituem-se no
resultado de incessantes permutas elaboradas e desenvolvidas, nos dois planos
da vida, entre aqueles que mais se preocupam e se dedicam à casa”.
Caros irmãos e amigos, companheiros de
trabalho e meditação. Filhos queridos que o meu coração abraça enternecido.
Jesus esteja convosco.
Desde os idos anos de 36 quando fomos
incumbidos de auxiliar nos destinos de "Luz e Caridade", meus companheiros
e eu temos testemunhado as diversas transformações por que tem passado esta
casa.
Nos primeiros 30 anos, a cada gestão, um
novo traçado era apresentado e um outro caminho seria perseguido. Foi nesse
período de tempo que, embora atentos, nossa participação era mais distante.
Foi somente a partir de 66 que se abriram
as portas de uma intimidade maior convosco. Poderíamos citar algumas razões
para tal, mas uma por si só será suficiente, é que pela primeira vez se casava
à nossa, a vossa ideologia doutrinária. E toda equipe então se rejubilava,
sentindo-se gratificada pelos anos de expectativa, onde permanecêramos
pacientemente nos postos, guardando fidelidade ao mandato recebido.
Tivéramos, até então, notícias regulares
através de visitas de nossos mentores, de que um grupo de irmãos aqui aportaria
gradativamente e com os quais poderíamos trabalhar em linha harmoniosa e
objetiva. Na verdade, meus caros, aguardamos quase 3 décadas para chegarmos ao
esperado momento de Kardequizar.
Todas estas mudanças que ora se verificam,
não são frutos apressados, mas constituem-se no resultado de incessantes
permutas elaboradas e desenvolvidas, nos dois planos da vida, entre aqueles que
mais se preocupam e se dedicam à casa. Estas modificações são, portanto, desejadas
e surgem como produto da troca de nossas vibrações que se casam e que somente a
afinidade de ideais pode explicar.
E, para sermos mais entendidos, é nosso
desejo criar aqui nesta Casa, que é nossa, uma mentalidade nova. Formar, senão
muitos, mas um punhado de irmãos capazes de difundir uma doutrina restaurada às
suas bases, mas também solidamente apoiada nos avanços que a ciência e a
tecnologia vem de nos oferecer; um espiritismo emancipado de místicos e
milagreiros, ainda mercadores de indulgências, que elegeram um Jesus, quase
sempre triste com os nossos pecados, passivo e estático, que eles adoram sem
compreender a dinâmica do seu Evangelho libertador.
Toda esta nossa negligência permitiu que os
espíritas desenvolvessem verdadeiros cultos a abnegados espíritos que o amor e
o trabalho, nas lutas incessantes, tomaram mais sábios, não santos, pois que
nas esferas superiores lutam ainda por aperfeiçoar-se. E há ainda aqueles que
bajulam queridos companheiros, estimulando-lhes a vaidade pessoal e dificultando-lhes
a execução do dever justo, junto à coletividade.
Não podemos fazer com o sensato professor
de Lyon e seus espíritos de escol o que a chamada cristandade vem fazendo com o
Mestre Galileu. A Doutrina continua sendo a ciência do espírito, a filosofia da
vida e a moral de Jesus. Kardequizar é assegurar-se no tripé O espírita deve
ter a mente aberta para que possa acompanhar a dinâmica progressista,
característica essencial da doutrina que abraçou e, ao mesmo tempo, ser tão
vigilante que seja capaz de analisar seus passos, em qualquer momento da
caminhada e verificar se permanece com o Codificador ou se está alterando os
rumos da própria Codificação. Pensemos nisto.
J. Cacique de Barros
Sacerdote
católico, nascido na Bahia em 11/08/1831
e
desencarnado no RGS, em 13/05/1907.
Destacou-se
por sua postura progressista e pela vasta
Obra
social que implantou em Porto Alegre.
UMA NOVA MENTALIDADE
“E, para sermos mais entendidos, é nosso desejo criar aqui
nesta Casa, que é nossa, uma mentalidade nova. Formar, senão muitos, mas um
punhado de irmãos capazes de difundir uma doutrina restaurada às suas bases,
mas também solidamente apoiada nos avanços que a ciência e a tecnologia vêm de
nos oferecer; um espiritismo emancipado de místicos e milagreiros, ainda
mercadores de indulgências, que elegeram um Jesus, quase sempre triste com os
nossos pecados, passivo e estático, que eles adoram sem compreender a dinâmica
do seu Evangelho libertador”. (da mensagem do espírito Cacique de Barros, recebida na S.E.Luz e
Caridade em 05.04.1986, pela médium Elba Jones).
Uma nova mentalidade não se implanta de um dia para outro.
Há exatos 20 anos, na antiga Sociedade Espírita Luz e
Caridade, o espírito Cacique de Barros ditava a mensagem da qual faz parte a
citação que abre este texto. Lançava-se, naquele momento, na casa que, depois,
se chamaria Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, o denominado “Projeto
Kardequizar”. Era apenas um primeiro passo que se dava a partir de algumas
constatações e com vistas a um claro objetivo.
As constatações eram as de que, apesar dos esforços de
muitos e do inegável avanço do espiritismo, o pensamento espírita cultivado por
amplos círculos de seu movimento, se havia desviado, em alguns aspectos, da
proposta original de seu fundador, Allan Kardec. Os objetivos, como
conseqüência, apontavam para a retomada de alguns pressupostos autenticamente
kardecianos.
De lá para cá, e para que fosse
possível a consecução dessa meta, incessantes modificações institucionais foram
se implementando na Casa. Seu perfil, juntamente com o seu nome, também se
alterava. Muitas dessas mudanças não se deram sem sofrimentos. Nem sem
rupturas. Sofremos o desconforto do afastamento de queridos companheiros,
irmãos diletos, que, no entanto, não se afeiçoavam ao novo modelo. Vínculos até
então sólidos com a rede institucional que houvéramos ajudado a fortalecer e a
qualificar foram repentinamente rompidos. Uma ruptura unilateral, diga-se de
passagem, e por nós não desejada.
Parecia, assim, estarmos condenados
ao isolamento. Haveria de ser mesmo esse o destino inexorável de uma
instituição genuinamente espírita pelo só fato de ousar beber nas fontes de
Kardec conceitos que, com o tempo, restaram desprezados ou olvidados?
Decididamente, não era o que
queríamos, mesmo que buscássemos nos adaptar a essa provável realidade. Mas,
concomitantemente, contatos com segmentos espíritas de outras partes do Brasil
e do mundo mostravam que não estávamos sós. Idênticas posições eram assumidas
por um significativo número de instituições e pessoas com as quais poderíamos
somar esforços. Pouco a pouco, o entrosamento foi se dando, até formar essa
rede de parcerias importantes que se apóiam mutuamente e que, em conjunto,
trabalham em favor dessa “mentalidade nova” referida na mensagem de Cacique de
Barros.
Aqui, é verdade, não somos mais que
um “punhado de irmãos”, usando-se, outra vez, a expressão literal do preclaro
orientador espiritual. Um grupo pequeno como, parece, ele próprio desejou, mas
harmônico, buscando difundir “uma doutrina restaurada às suas bases”, “um
espiritismo emancipado de místicos e milagreiros”.
Estamos convictos de que a tarefa
não é fácil e que, nessas duas décadas de sensíveis mudanças, mal demos os
primeiros passos. Estamos todos, inclusive nós, ainda fortemente impregnados de
resíduos de misticismo, irracionalidade, ingênua passividade e submissão ao
pretensamente sagrado. São posturas que dificultam a caminhada rumo à
compreensão e plena vivência da doutrina sintetizada por Cacique como “a
ciência do espírito, a filosofia da vida e a moral de Jesus”.
Anima-nos, entretanto, a esperança
de que essa caminhada não venha a sofrer retrocessos. Desenvolvemos, em nosso
pequeno grupo, um razoável espírito crítico capaz de nos fazer suficientemente
vigilantes. O combustível propulsor desse espírito temos aurido em duas fontes
inesgotáveis: o estudo e a afetividade. Com essa mesma matéria-prima,
edificamos alicerces que nos sustentaram até aqui. Sobre eles desejamos
continuar construindo uma sempre nova mentalidade. Sem pressa. O tempo tem se
revelado a nosso favor.
Somos
um grupo pequeno, mas harmônico, buscando difundir “uma doutrina restaurada às
suas bases”, “um espiritismo emancipado de místicos e milagreiros”.
Milton R.Medran Moreira
Fora
de foco
A indignação nacional, nos últimos
dias, ficou por conta da dança de uma deputada. Ângela Guadagnin (PT-SP), tão
logo conhecida a decisão da absolvição de um colega seu, na Câmara dos
Deputados, não se conteve. Saiu de seu lugar e, dançando, foi à tribuna fazer
um pronunciamento de saudação ao deputado absolvido. Este, como tantos outros,
fora acusado de quebra de decoro parlamentar, por receber dinheiro para votar
determinados projetos. Fora um dos beneficiários do famoso “mensalão”. E, como
tantos outros, mesmo comprovado o recebimento, terminou absolvido por seus
pares.
Acho que a indignação geral dos
brasileiros perdeu o foco. Mais do que nos indignarmos pela dança da
parlamentar, por ela classificada, depois, como “um gesto espontâneo”, nosso
desapontamento deveria recair sobre todo o contexto que tem permitido a
impunidade de políticos corruptos. O gesto da deputada até que foi coerente com
as ações políticas que, publicamente, vinha adotando em meio a todo esse “imbróglio”
em que se meteu a classe política de nosso país. Pior do que ela, têm agido os
que negociam a impunidade, por baixo do pano.
A
banalidade do mal
A dança da deputada, simples mote
para o início desta crônica, é, na verdade, um episódio menor dentro do quadro
político que vivemos. A filósofa Hannah Harendt identificaria na sucessão dos
tristes acontecimentos que dominam o cenário nacional aquilo que chamou de a
“banalidade do mal”. Estamos nos acostumando com o mal. Assim, abjetas
negociações políticas entre agremiações adversárias, visando à proteção
indiscriminada de mandatos enxovalhados pela corrupção, passaram a ser vistas
como normais. Expedientes sórdidos, voltados à manutenção de cargos, de
privilégios e mordomias, comprados com a moeda do apadrinhamento político ou do
nepotismo familiar, tudo passou a ser visto como politicamente aceitável. Daí o
surgimento de alianças as mais estapafúrdias. Tudo é encarado como normalidade
política e administrativa. Como parte de um jogo lícito e socialmente aceito.
Habituamo-nos com eles, tratando-os como ações inerentes à própria arte
política. Perdemos o senso da ética e da moralidade públicas. Introjetamos a
idéia de que o fim da política é a obtenção de privilégios.
Espasmos
De vez em quando, o exótico ou o
grotesco nos chamam a atenção e despertam nossa capacidade de indignação.
Causam espasmos de comoção nacional. Foi o que se deu com as trapalhadas de
Severino Cavalcanti e, agora, com a deputada dançarina. Mas, os episódios
passam e restam esquecidos. E as práticas políticas viciadas tendem a perdurar.
Dentro desse quadro, preparamo-nos
para mais um grande pleito eleitoral. Vamos, de novo, eleger presidente,
governadores, deputados e senadores. Teremos de ouvir pedidos de votos de candidatos
que, sabidamente, participaram das negociatas e das posteriores negociações que
levaram à impunidade geral e irrestrita. Posarão frente às câmeras nos horários
gratuitos de televisão, como vestais da honestidade, da incorrupção e da
moralidade pública.
Até quando teremos que conviver com
tanta hipocrisia?
O
espírita e a política
A resposta à indagação acima temos
de buscar
Por isso, o grande investimento que
ainda tem de ser feito é o da reforma do homem. Nós, espíritas, temos um
patrimônio inestimável capaz de contribuir com esse objetivo fundamental e
decisivo. Os valores éticos e morais derivados de nossas convicções acerca de
Deus, do universo e do homem são atemporais e universais. Não se confundem com
as ideologias políticas.
Felizmente, o movimento espírita
ainda não se partidarizou e não estabeleceu conluios com facções políticas ou
com o poder, como tem ocorrido com as igrejas. Isso preserva nossa
independência. Permite-nos valorizar a política como um instrumento de
conquista do bem comum. Deixa-nos livres para optar, individualmente, por
candidatos ou programas que, circunstancialmente, diminuam o fosso existente
entre a prática política e a ética.
Não podemos perder esse foco.
GROSSINI, O CONFERENCISTA DE MAIO
Como de hábito, o Centro Cultural
Espírita de Porto Alegre,
Neste mês de abril, dia 3, o conferencista
foi Rogério H.Feijó Pereira, dirigente espírita gaúcho, integrante da
Associação União Espírita Porto-Alegrense.
A conferência do próximo dia 1º de
maio estará a cargo do Diretor do Depto.de Estudos Mediúnicos do
O ponto alto das comemorações do 70º
aniversário do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre (fundado em 23 de abril
de 1936, com o nome de Centro Espírita Luz e Caridade) será na noite de 20 de
abril corrente.
A partir das 20 horas, uma sessão
solene marcará a efeméride. Na oportunidade, usará da palavra o presidente da
instituição,
Depois,
A obra, de autoria de Salomão,
reconstitui a história dos 70 anos do
“Da Religião Espírita ao Laicismo”
(Imprensa Livre Editora, 160.páginas), terá preço promocional em seu
lançamento: apenas 10 reais. Posteriormente, estará à venda a 12 reais o
volume.
Salomão autografará o livro, na
oportunidade. O evento será inteiramente aberto ao público, encerrando-se com
um brinde de confraternização.
Na noite de 22, será realizado um
jantar, com inscrições abertas aos interessados, tendo por local o Clube de
Mães da Vila Assunção (Rua.Caeté, 140).
Reportagem especial
70 ANOS DE HISTÓRIA SELC/
(Dados
extraídos do livro “Da Religião Espírita ao Laicismo – A trajetória do Centro
Cultural Espírita de Porto Alegre”.
Os
primeiros 30 anos
A fundação do Centro Espírita Luz e Caridade,
denominação inicial da sociedade, ocorreu em 23.04.1936. Posteriormente, mudou
o nome para Sociedade Espírita Luz e Caridade, mais conhecida pela sigla SELC.
Nos seus primeiros trinta anos de existência, a SELC desenvolveu as atividades
típicas das casas espíritas tradicionais: sessões públicas, de passes,
receituário, de desenvolvimento mediúnico, de desobsessão, de confraternização
dos colaboradores, de consultas e orientação espiritual, aula dominical da infância
e juventude, farmácia homeopática, assistência material, livraria e
biblioteca. Desde cedo, passou a integrar os quadros da Federação Espírita do
Rio Grande do Sul.
Em 1966, chega à SELC o casal Maurice e Elba
Jones, já a encontrando instalada, desde 1964, em confortável prédio erguido
graças ao esforço e ao dinamismo de seu então presidente José Valejos Abreu,
cuja administração se iniciara em 1957.
Os primeiros presidentes
Não há
informações precisas sobre os primeiros dirigentes da Instituição. Não foram
localizados registros dos três primeiros anos de seu funcionamento, portanto,
não se sabe quem teria sido seu primeiro presidente. Há uma “Relação de Sócios
Fundadores”, datada de 03.06.1954, que, todavia, não identifica quem teria sido
o presidente, o que sugere a hipótese de informalidade administrativa nesse
período. O primeiro documento existente é a Ata nº 1, de 06 de junho de 1939,
que registra a proclamação e posse da primeira diretoria, ocorrida em sua sede,
à Rua Botafogo, 940 - fundos, no bairro Menino Deus, de Porto Alegre, sendo seu
presidente Gonçalo Guimarães, cuja gestão se encerraria em 1941.
Outros
presidentes desse período foram: Isnard S. de Barcelos (1941/45 e 1949/51);
Vigo T. Collin (1945/46);
Os presidentes após 1968
Vale a pena destacar o fato de quatro
presidentes do
Maurice H.Jones e Elba chegaram na SELC em
1966. Desde então, Jones já presidiu a entidade por quatro vezes.
As experiências vividas no
Nos últimos 30 anos, o
Projeto Kardequizar
Sensibilizada por esses fatos, a Direção da
SELC decidiu promover esforço especial no sentido de adequar sua estrutura e
seu funcionamento de forma a compatibilizar-se com a visão que Allan Kardec
tinha acerca da Doutrina.
O “Projeto: Kardequizar” surgiu como um conjunto de medidas
tendentes a frear o processo de sectarização instalado no movimento espírita a
partir de uma visão distorcida da Codificação e do pensamento kardequiano, para
o qual contribui a índole mística do nosso povo e o seu deficiente nível
cultural. Dessa forma, as Casas Espíritas assumiram, ao longo do tempo, em sua esmagadora maioria, a feição de “casas
de oração” e de “pronto socorro”, em detrimento de sua função maior de
educadora de almas e libertadora de consciências, consoante os objetivos
maiores do Espiritismo. Nossos freqüentadores, embora o respeito e o
atendimento que devam merecer para o alívio de suas dores, somente vêem no
Centro Espírita um posto de prestação de serviços, com o qual findam os
contatos ao primeiro sinal de cura de suas mazelas, visto que nada mais lhes é
oferecido senão passes, consultas aos espíritos, doutrinação e desenvolvimento
mediúnico, sem apelos ao raciocínio e ao estudo sistemático do Espiritismo,
caminho natural para as verdadeiras e profundas mudanças do indivíduo e da
sociedade.
- Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita –
ESDE
A antiga SELC já mantinha, na década de 70, grupos de estudo
sistematizado do Espiritismo. A prática não era comum no movimento espírita.
Com inspiração no COEM – Centro de Orientação e Estudo da Mediunidade – exitosa iniciativa do Centro Espírita Luz
Eterna, de Curitiba, a SELC foi o laboratório onde se concebeu a Campanha de
Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita.
Em 22.07.1978, quando
O livro de
“Argumentou Jones, na oportunidade, que não podia entender
aquela surda resistência a uma Campanha de Estudo do Espiritismo em um
movimento que já desenvolvia uma intensa Campanha de Evangelização
Infanto-juvenil. Finalizou dizendo aguardar a votação, que era aberta, pois
apreciaria conhecer e registrar para a história, os dirigentes de Federações
Estaduais que se atrevessem a reprovar uma campanha objetivando estimular o estudo
do Espiritismo”.
“Foi nesse clima e sob essa estratégia que a
proposta gaúcha terminou aprovada pela unanimidade dos representantes presentes
em Brasília naquele domingo, 6 de julho de 1980. Só mais tarde, em 27.11.83, a
campanha foi oficialmente lançada, com roteiros reelaborados pela FEB”.
No
A Campanha de Estudo
Sistematizado, lançada pela FERGS em 1978,teve como laboratório a experiência
interna produzida na SELC
– Oficina de Colaboradores
Este é, desde 1999, o grande fórum onde todos os assuntos da
instituição são debatidos e aprovados. A “oficina de colaboradores do
A Oficina evita o distanciamento entra a Direção e os
colaboradores da Casa, o isolamento ou falta de comunicação entre os diversos
grupos, o desinteresse e falta de participação dos associados, permitindo ainda
uma avaliação crítica do modelo adotado para a experimentação mediúnica e o
engajamento dos novos colaboradores da Casa.
– Curso de Iniciação ao Espiritismo – CIESP
Desde o ano de 1990, o
Em 2001, essa atividade é retomada com a denominação de
Curso de Iniciação ao Espiritismo, buscando dar sua contribuição à correta
difusão da identidade e princípios
básicos da doutrina kardecista. Destinado, preferencialmente, a
não-espíritas que desejem receber informações básicas acerca do contexto
histórico e cultural em que surgiu o Espiritismo e dos princípios fundamentais
que lhe dão sustentação, o Curso de Iniciação ao Espiritismo recebe também
inscrições de antigos freqüentadores e até colaboradores de casas espíritas,
interessados em uma fundamentação teórica da matéria.
Até o presente, propiciaram a participação de mais de 500
pessoas que, durante as seis aulas ministradas estabelecem contato com
informações basilares sobre o Espiritismo e sobre o pensamento do seu fundador.
Ao término de cada curso, é oferecida aos participantes a possibilidade de se
inscreverem no CIBEE-Ciclo Básico de Estudos Espíritas, mas somente 5%,
aproximadamente, permanecem como membros do
Desde 2001, mais de
500 pessoas já participaram das várias edições do Curso de Iniciação ao
Espiritismo, que são ministrados por Maurice H.Jones e Salomão Jacob Benchaya.
- Ciclo Básico de Estudos Espíritas – CIBEE
O CIBEE,
implantado no
Atende à
recomendação de Allan Kardec, o fundador do Espiritismo, no tocante à
realização de “cursos regulares de
Espiritismo”.
O CIBEE
desenvolve-se através de reuniões semanais de 60 minutos durante nove meses,
mediante o estudo em grupo, com técnicas de exposição dialogada e debate. O
programa baseia-se, principalmente, em “O Livro dos Espíritos” e “O Livro dos
Médiuns”.
– Grupos de Estudos Espíritas
Os
grupos mais avançados nos estudos do Espiritismo baseiam seus estudos em programação
trimestral elaborada pelos próprios membros, sob a orientação do Departamento.
Seus integrantes já podem, também, participar das atividades mediúnicas em
reunião específica realizada em outro horário.
Definido o tema do trimestre, cada grupo distribui internamente as
tarefas de pesquisa e de registro do material obtido que é debatido por todos.
Ao final do trimestre, realiza-se um seminário em que cada grupo apresenta uma
exposição oral do resultado dos estudos temáticos. Este resultado também pode
ser apresentado por escrito ao Diretor do Departamento que os reúne e,
periodicamente, os encaderna e os coloca à disposição de todos na biblioteca.
– Grupo de Conversação
A partir do ano de 2000, com a definitiva consolidação do
modelo institucional que privilegia a qualidade em detrimento da quantidade,
foram criadas as condições para desenvolver um trabalho mais produtivo em todas
as áreas de atuação. Assim, as palestras públicas, que sofreram uma natural e
esperada diminuição de público, na nova fase do
As chamadas palestras públicas
doutrinárias são uma saudável tradição nas instituições espíritas. É verdade
também que os participantes, na maioria dos casos, somente as suportam,
religiosamente, na esperança de serem gratificados pelo não menos tradicional
passe, estrategicamente reservado para depois da palestra.
Buscando corrigir este problema de sintonia de interesse, o
Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, mesmo nas palestras tradicionais,
sempre estimulou a participação dos ouvintes, que tinham plena liberdade
inclusive de interromper o expositor, a qualquer momento, para lhe dirigir uma
pergunta ou, até, trazer sua contribuição.
– O Congresso da CEPA em Porto
Alegre
O XVIII Congresso Espírita Pan-Americano, realizado em Porto Alegre,
Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, pela CEPA-Confederação Espírita
Pan-Americana, no período de
O evento foi organizado sob a responsabilidade do
Os trabalhos foram apresentados por seus autores, representantes de
diversas tendências ou vertentes do movimento espírita, dentro das áreas temáticas de Epistemologia e Paradigmas, Metodologia, Conteúdos
Doutrinários e Linguagem, agrupados de acordo com as seguintes modalidades:
a)
Painéis Temáticos – que funcionaram
no horário matutino, na forma plenária, constituindo-se de doze (12) temas
apresentados por autores convidados
especialmente pela Comissão Organizadora;
b)
Fórum de Temas Livres – que se
desenvolveu no horário vespertino, simultaneamente em quatro salas, num total
de trinta (30) exposições, constando de trabalhos de autores convidados ou inscritos livremente.
Foram, ainda, levadas a efeito duas conferências públicas, sessão
artística, encontro de jovens, de pesquisadores, de educadores, sessão de
autógrafos, passeio, jantar e show confraternativos.
Durante o evento, que homenageou a figura de Deolindo Amorim e que teve
por Presidente de Honra o psicólogo venezuelano Jon Aizpúrua, a CEPA realizou
sua Assembléia Geral na qual foi eleito e empossado o advogado brasileiro
Milton Rubens Medran Moreira como seu novo presidente. Em razão disso, conforme
prevê o seu Estatuto, a CEPA passou a ter sua sede em Porto Alegre-RS, Brasil.
Como era esperado, fortes reações opuseram-se ao tema escolhido e à
própria realização do evento que, apesar disso, coroou-se de pleno êxito, tanto
no aspecto organizacional, apesar do amadorismo da equipe, como na abordagem
dos conteúdos, feita por excelentes expositores de diversos países. É de se
destacar a participação, dentre os expositores brasileiros, de escritores,
líderes, intelectuais e conferencistas representativos de diversos segmentos do
nosso movimento espírita, o que imprimiu um caráter singular ao congresso pelo
clima fraterno, descontraído, respeitoso, onde as diferenças foram discutidas
no campo das idéias, contribuindo para a conquista, por parte da CEPA, de novos
amigos e simpatizantes.
Durante o congresso, a Assembléia Geral da C.E.P.A. elegeu
seu novo Conselho Executivo, presidido por
Um
pequeno grupo de jovens, com o mesmo perfil renovador e livre-pensador,
reúne-se semanalmente no
O
Grupo de Jovens do
-
A Carta de Princípios do
Em 1999, o
IDENTIDADE
DO ESPIRITISMO
FUNDAMENTOS
DO ESPIRITISMO
OBJETIVOS
DO ESPIRITISMO
PRINCÍPIOS DO
1. Conceber o Espiritismo como uma ciência de
observação e uma filosofia com conseqüências morais que tem como objetivo o
aprimoramento do homem;
2. Fundamentar a ação cultural nas obras e no pensamento
de Allan Kardec.
3. Reafirmar o caráter dinâmico, otimista,
progressivo, progressista e libertador do Espiritismo.
4. Valorizar o conhecimento como meio de
libertação e crescimento.
5. Orientar seus trabalhos exclusivamente para
as atividades de estudo, debate, pesquisa e
divulgação do Espiritismo, objetivos essenciais de um Centro Cultural
Espírita.
DIRETORIA ADMINISTRATIVA
A atual Diretoria Administrativa do Centro Cultural Espírita
de Porto Alegre, com mandato para os anos 2006/2008, está assim constituída:
-
Presidente: Maurice Herbert Jones.
- Vice-presidente: Rui Paulo Nazário
de Oliveira.
- Tesoureira: Marta Samá.
- Secretário: Rui Paulo Nazário de
Oliveira.
- Diretora do Depto. de Assistência
Social: Leda Beier.
- Diretora do Depto. de Eventos
Sociais: Sílvia Pinto Moreira.
- Diretora da Livraria: Tereza Samá.
- Diretor do Depto de Estudos
Espíritas: Maurice Herbert Jones.
- Diretor de Patrimônio: Milton Lino
Bittencourt.
- Diretor de Comunicação Social:
Milton Rubens Medran Moreira.
- Diretor de Estudos Mediúnicos:
Carlos Grossini.
- Diretor de Eventos Culturais:
Salomão Jacob Benchaya.
AMIGOS DO
Amigos de diferentes partes do
Brasil e do mundo enviaram depoimentos sobre o Centro Cultural Espírita de
Porto Alegre para publicação nesta edição de aniversário:
(foto)
Jon
Aizpúrua – Ex-Presidente da CEPA, Pres. do
Movimento de Cultura Espírita CIMA, da Venezuela: “
Acompanho intimamente a trajetória
do
Penso que essa mudança de
denominação foi fruto de um processo dialético de ruptura e continuidade, ao
mesmo tempo. O
Os líderes da antiga sociedade do
bairro Menino Deus exerceram uma considerável e benéfica influência na FERGS,
lançando iniciativas pioneiras e dinâmicas, como a Campanha de Estudo
Sistematizado da Doutrina Espírita” e o “Projeto Kardequizar” que alcançaram
ressonância nacional. Eles mesmos, acompanhados de outros espíritas gaúchos,
continuam se constituindo em uma referência do que significa trabalhar com
inteligência, cultura, senso comum e sentimentos fraternos em prol dos ideais
kardecistas. Fazem isso no seio da CEPA, dirigindo-a com acerto, oferecendo uma
inestimável contribuição ao movimento espírita da América e do mundo.
Meus parabéns a esses amigos a quem
quero do fundo de minha alma.
Homero
Ward da Rosa,
Presidente da Sociedade Espírita Casa da Prece, Pelotas –RS: “O
O 70º aniversário do Centro Cultural Espírita de Porto
Alegre é motivo de grande alegria para os Espíritas que acompanham o trabalho
dinâmico daquela Casa.
Ao longo de sua história o
Por tudo isso e muito mais o
Parabéns a todas as trabalhadoras e trabalhadores do
Nícia
Cunha, Delegada da CEPA
“Há
dez anos, embora morando longe de Porto Alegre, tive a felicidade de
integrar-me ao Centro Cultural Espírita de Porto Alegre. Desde então, ainda que
à distância, tenho burilado meus conhecimentos doutrinários com o
extraordinário grupo que o dirige.
O
Dante
López, 1º Vice-Presidente da CEPA, dirigente da Sociedad Espiritismo
Verdadero, Rafaela, Argentina: “A Confederação Espírita Pan-Americana
viu-os chegar ao Congresso de Buenos Aires, em outubro de 1996, em um grupo
numeroso e entusiasta, questionador e progressista”.
Quando, em outubro de 1986, há 20
anos, se realizava
E, sua capa, lê-se: Espiritismo: Ciência e Filosofia. Até que
ponto é Religião?.
A revista, dirigida por
O número daquela revista abria-se
para uma visão ampla, pluralista e com claras evidências de uma posição mais
universalista para o Espiritismo. Chamou nossa atenção, muito agradavelmente,
encontrar no seio do movimento espírita brasileiro uma publicação que se
permitisse discutir, interrogar-se sem preconceitos, abrindo-se ao debate.
Havia ali uma semente que estava
germinando, mas que não se desenvolveria na instituição em que fora semeada.
Passaria um tempo e outra seria a terra que abrigaria a semente e aqueles que
dela cuidavam. Esse espaço universal, aberto e pluralista foi com o tempo e com
muito trabalho o Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, uma instituição que,
à época, já contava com 50 anos de vida institucional.
Aqueles mesmos pensadores
universalistas que se atreveram a questionar e a questionar-se deram nova vida
ao
Hoje, como um dos privilegiados que
teve a oportunidade de visitar essa renovada instituição, posso dizer que ali cresceu
a planta que dará como frutos as uvas maduras do conhecimento kardeciano.
No
A Confederação Espírita
Pan-Americana viu-os chegar ao Congresso de Buenos Aires, em outubro de 1996,
em um grupo numeroso e entusiasta, questionador e progressista. Desde então,
temos compartilhado com todos eles como companheiros de toda a vida, ou,
talvez, como reencontrando-nos com velhos amigos.
Queremos fazer chegar hoje nossa
afetuosa saudação nos seus jovens 70 anos, esperando poder continuar convivendo
com vocês por muitos anos ainda.
José Budó, ex-presidente e atual vice-presidente da S.E.Estudo e
Caridade, Santa Maria RS: “O
Vejo o Centro Cultural Espírita de
Porto Alegre, como uma Instituição Espírita que ao longo dos anos buscou
da essência da Doutrina Espírita sempre em sintonia com
pressupostos Kardequianos. Isto se traduz na metodologia de
estudos que o
Minhas congratulações pelos 70 anos
do
Néventon
Vargas, Presidente da ASSEPE – Associação de Estudos e Pesquisas Espíritas
de João Pessoa (João Pessoa, PB) e Secretário de Comunicação Social da CEPA: “Sinto
uma profunda identificação com o
Que
laços misteriosos são esses que nos unem?! Este foi meu pensamento ao ler,
emocionado, o editorial de Opinião
(jan/fev 06) que trazia uma síntese da história e do pensamento do
A
minha visão do
Hoje,
mais do que companheiros de ideal espírita, além de amigos da CEPA, como eu,
além de meus amigos, o quadro seleto de trabalhadores do Centro Cultural
Espírita de Porto Alegre conseguiu sedimentar e alicerçar firmemente o
Espiritismo que queremos. O
Aureci Figueiredo Martins, Dirigente do
Instituto Espírita 3ª Revelação Divina, de Porto Alegre, ex-Diretor da
Federação Espírita do Rio Grande do Sul: “O
De
SOBRE A
QUESTÃO TRANSPESSOAL E O ESPIRITISMO
Geylson Kaio Ferreira Celso de Lima*
A Psicologia possui várias correntes de estudos e pesquisas;
várias teorias e teóricos que fazem da Psicologia uma ciência abrangente e
generalista. Mas ao mesmo tempo, ela se torna especialista porque seus estudos
dizem respeito a questões especificas como motivação, aprendizagem, relações
inter e intrapessoais, etc. Dentro desta perspectiva, muitas são as escolas que
influenciam o crescimento da Psicologia.
A
primeira é conhecida como Behaviorismo (Comportamentalismo), que procura
estudar o comportamento e seus processos condicionantes; dá uma ênfase às
experimentações comportamentais.
A segunda é a Psicanálise, que focaliza seus estudos em
torno das questões do inconsciente, das instâncias psíquicas do ID, EGO e
SUPEREGO, em que cada uma assume uma função específica na formação e no
desenvolvimento da personalidade.
A terceira é a escola Humanista-Existencial. De acordo com
esta linha de estudos, o ser humano assume uma maior responsabilidade pela sua
vida, a partir de uma ênfase na experiência consciente, na valorização pessoal
saudável. A pessoa é vista como potencialmente capaz, auto-realizadora,
autodirigida e criativa, assumindo uma tendência atualizante no processo de
desenvolvimento da personalidade e de suas relações com as pessoas e com o
meio.
Uma quarta escola pode ser considerada, apesar de seu
recente desenvolvimento no meio acadêmico. É a Transpessoal, surgida do meio da
psicologia Humanista. Esta abordagem traz um aspecto esquecido pelas ciências
em geral: a transcendência do ser. No dizer de Antonio Carlos Fragoso
Guimarães, poderíamos definir a abordagem Transpessoal nos seguintes termos: “De uma forma mais ou menos resumida,
pode-se definir a Psicologia Transpessoal como uma abordagem que tem como
principal objetivo tratar o homem como um ser integral, ou seja, um ente
complexo que engloba aspectos biológicos, mentais, sociais, ecológicos e, muito
em especial, espirituais, o que amplia grandemente o atual campo da pesquisa em
Psicologia”.
A concepção Transpessoal admite
claramente que existem outros estados de consciência que vão além dos estados
tradicionais de sono, sono profundo, vigília, delírio e outros. Ela admite que
existem estados supraconscientes “cuja
promoção da saúde e crescimento superariam em muito as do estado normal de
vigília e as derivadas da análise das faixas infra-conscientes descobertas por Freud” (Boainain Júnior, 1996, p. 30).
Esta abordagem
levanta a dimensão do Espírito no contexto da ciência. Por ser considerada
muito abstrata e sem predição científica, seu estudo nas academias ainda é
visto com certo descrédito. A transpessoalidade pretende tratar com seriedade
as questões que abordam as experiências de quase-morte, regressão de memória e
a vidas passadas, fatos paranormais e mediúnicos, bem como outros temas
correlatos. Este caminho proporciona uma integração com os conhecimentos
filosóficos e religiosos espalhados pelo mundo.
Acredito que
esta abordagem, como um campo de pesquisa e estudo, ganhará força e adeptos a
medida que rompermos com preconceitos históricos e pessoais relacionados,
especialmente, aos fatos ditos espirituais.
A
transpessoalidade do ser também toca na existência de vida além da vida, onde o
Espiritismo, considerado ciência e filosofia, de conseqüências morais para uns
e religião para outros, estuda e pesquisa há quase 150 anos. Desta forma, é
necessário que os espíritas convictos possamos acompanhar os trabalhos
produzidos neste campo da ciência psicológica, bem como realizar e incentivar
avanços na dimensão cientifica da Doutrina Espírita.
(IMAGEM “TRANSPESSOAL
A abordagem da Psicologia
Transpessoal traz um aspecto esquecido pelas ciências em geral: a
transcendência do ser.
*Geylson Kaio é Psicólogo e Assessor de
Comunicação Social da
S.E.Estudo e Caridade
Com referência à edição de Jan/Fev de Opinião
(notícia “Estudo e Caridade” de Santa Maria com novos dirigentes”), gostaria
que fosse feita uma correção. Faltou o nome da 2ª Vice-Presidente: Vera Knierin
que é também e diretora geral do Lar de Joaquina.
José Dorneles Budó – Vice-Presidente da SEEC – Santa Maria – RS.
Espiritismo e atualização
Qual a real proposta de vocês a
respeito da doutrina espírita? O que vocês têm de tão novo para apresentar para
nós? A doutrina já não nos diz tudo? Ou a ciência já derrubou algum dos
princípios da doutrina?
Desde já agradeço a atenção,
esperarei a resposta. Muita paz !!!
João Jarllys Nóbrega de Souza jarllys@hotmail.com.
NR – O editor de Opinião respondeu
diretamente ao e-mail de João Jarilys, especialmente para sugerir a leitura dos
livros “A CEPA e a Atualização do Espiritismo” e “O Pensamento Atual da CEPA”,
que tratam minuciosamente da questão proposta, bem como o site
www.cepanet.org
, onde são encontrados artigos analisando a questão da atualização do
espiritismo.
As
referidas publicações podem ser pedidas diretamente ao Centro Cultural Espírita
de Porto Alegre(Rua Botafogo, 678, CEP 90150-050 – Fone (51) 32316295 – ou pelo e-mail:
ccepa@terra.com.br .