OPINIÃO Ano XII – Nº
124 Outubro 2005
KARDEQUIZAR - A LEGENDA DE SEMPRE
Nossa Opinião: Um tipo que não pode ser idolatrado
Editorial: Razões para as catástrofes?
Enfoque: Espanto e reflexão (Maurice H. Jones)
KARDEQUIZAR – A
LEGENDA DE SEMPRE
No mês do 201º aniversário do nascimento de
Allan Kardec,
Opinião recorda o lançamento do
Projeto
Kardequizar, um marco histórico no esforço de
contenção do processo de igrejificação do espiritismo.
Um projeto polêmico
Em janeiro próximo, completa 20 anos o lançamento, pela
Federação Espírita do Rio Grande do Sul, do “Projeto
Kardequizar”. Seu autor, Salomão Jacob Benchaya,
hoje um dos Diretores do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, assumia, em
02 de janeiro de 1986, um segundo mandato consecutivo como Presidente da FERGS.
Fez de seu discurso de posse uma vigorosa análise dos rumos do movimento
espírita. A manifestação era também uma proposta de reposicionamento dos
espíritas diante do pensamento de Allan Kardec. O
“Projeto Kardequizar”, publicado na íntegra na revista A Reencarnação n° 402 (edição que se
tornaria polêmica, a partir do tema de capa “Espiritismo: Ciência e Filosofia.
Até que ponto é religião?”) enfatizava, em síntese, o aspecto reflexivo e
racional do espiritismo, combatia os exageros místicos e a
igrejificação do movimento espírita.
Diferentes reações ao projeto
Passados 20 anos
do histórico acontecimento, Opinião
entrevista o autor do projeto, perguntando-lhe como o movimento espírita de
então recebeu sua proposta: “As reações
foram de apoio por partes de muitos” – respondeu Benchaya
- acrescentando, no entanto, que, por outro lado, alguns chegaram a acusá-lo de “estimular a idolatria a
Kardec”. Se as reações foram muitas e diversificadas, os efeitos
imediatos “foram pífios, quase imperceptíveis”,
segundo o entrevistado: “Com a publicação
do número 402 da Revista Reencarnação, em outubro do mesmo ano, abordando a ‘questão
religiosa’, as discussões se tornaram
apaixonadas e comprometeram os objetivos do Projeto. Até o então presidente da
FEB, Francisco Thiesen, discordou da expressão ‘kardequizar’ empregada
por Bezerra de Menezes em mensagem mediúnica, atribuindo-a a um cochilo do médium, Chico Xavier”.Segundo
Benchaya, “para
a FEB, acolher tal mensagem, significaria admitir que Bezerra de Menezes,
espírito, se reposicionava diante do roustainguismo que havia adotado quando encarnado”.
20 anos depois
Opinião perguntou ao
presidente de então da FERGS se acha que, passados 20 anos, o movimento
espírita, mais maduro, é capaz, hoje, de melhor assimilar o conteúdo do Projeto
Kardequizar. Benchaya
respondeu: “Em parte, sim. Passadas duas décadas do lançamento daquele projeto, com a
disseminação dos grupos de estudo do Espiritismo nas Casas Espíritas, é quase
certo que os exageros místicos mais ostensivos, tais como uso de imagens,
retratos, na sala de palestras, preces-rituais de batismo, casamento,
formaturas, etc. no recinto dos Centros Espíritas, são, aos poucos eliminados”.No entanto, Benchaya, que hoje
é Secretário Geral da Confederação Espírita Pan-Americana – CEPA - , ressalva
que “alguns condicionamentos impostos pela
mentalidade religiosista, esses são mais difíceis de
remover” Inclui, nessa categoria,”a
visão salvacionista do Espiritismo, a postura sectária e exclusivista, a
indisposição para o diálogo com os diferentes, a crença na hegemonia final da
Doutrina Espírita, a idolatria a médiuns e espíritos e a vocação evangelizadora,
entre outros comportamentos inerentes ao religiosismo”
Tratam-se de
temas, aliás, que constam da permanente agenda de reflexões e de propostas de
mudanças da CEPA.
Salomão Benchaya:
Mesmo registrando-se avanços, persistem uma visão
salvacionista do Espiritismo, a postura sectária e exclusivista, a indisposição
para o diálogo com os diferentes e a idolatria a médiuns, entre outros
comportamentos inerentes ao religiosismo.
Palestra no CCEPA sobre o tema
Assinalando os 201 anos de nascimento de Allan Kardec, Maurice Herbert Jones, também ex-Presidente da FERGS, é o palestrante do tradicional
espaço da primeira segunda-feira do mês, no Centro Cultural Espírita de Porto
Alegre, neste 3 de outubro, às 20h30, com o tema: “Kardequizar, a legenda de sempre”.
UM TIPO QUE NÃO PODE SER IDOLATRADO
Por tudo o que escreveu, pelas idéias que difundiu, por sua luta e por sua vida, Kardec é o tipo que não pode ser idolatrado. Diferentemente
dos grandes líderes religiosos de ontem e de hoje, é o
anti-mito, o anti-guru, o anti-ídolo.
Convenhamos que, em seu tempo, como ainda hoje, trabalhar com a
questão do espírito, sem jamais se autodefinir como
“apóstolo”, “missionário” ou intérprete da “palavra de Deus” e, mesmo, sem
situar o seu trabalho no campo religioso, mas abordando seus conteúdos como
legítimos valores científicos, filosóficos e morais, foi um desafio que só
alguém com a competência, a racionalidade e a sabedoria do pedagogo Rivail poderia enfrentar.
Por isso, só é capaz de idolatrar Kardec quem não o
conhece. Mesmo aqueles – e aí se situa a maioria dos espíritas – que hajam
buscado o espiritismo fascinados pelo apelo místico com
que alguns o revestiram, ao se aprofundarem no estudo da obra de Kardec, são levados, naturalmente, a escoimá-lo dos falsos
atributos místico-religiosos importados de outras doutrinas. Quanto mais se
estuda Kardec, mais sobressai o caráter racional,
lógico, livre-pensador, arreligioso, científico,
filosófico e moral de sua obra.
Para
Kardec, pesquisa e experimentação geram conhecimento.
Do conhecimento defluem conseqüências filosóficas, gerando, inevitavelmente, um
processo de transformação ética e moral. Nesse esquema, não sobra lugar para
ritos e mitos, para mistérios e idolatrias, para messianismos,
salvacionismos e fanatismos. O espiritismo, definitivamente, se situaria
fora dos limites desse tipo de comportamento. Essa revolucionária concepção de
espiritualismo vincularia definitivamente o espiritismo a Allan
Kardec.
Mesmo assim, por muito tempo, pretensos espíritas julgaram fosse possível a existência de
espiritismo sem Kardec ou em que fosse ele mera e
secundária referência. E quando surgiam tentativas de centralizar em Kardec o verdadeiro projeto espírita eram até capazes de
apelar ao falso argumento de que se queria idolatrar Kardec.
O Projeto Kardequizar, que vai fazer 20 anos, foi lançado em tempo onde esses desvios, bem mais
acentuadamente que hoje, persistiam em núcleos centrais do movimento. Basta ver
a reação do próprio presidente da FEB à expressão “kardequizar”,
segundo o relato de Salomão Benchaya em sua
entrevista. Mesmo que muito já se tenha avançado, o trabalho continua, porque kardequizar é a legenda de sempre. Sem
Kardec, não há espiritismo. (A Redação).
RAZÕES PARA AS CATÁSTROFES?
A passagem dos furacões Katrina e Rita pela região do Golfo do México causou, nos
Estados Unidos, milhares de mortes e terminou por se constituir numa das maiores
tragédias coletivas da história daquele país, com repercussões ainda não
inteiramente contabilizadas no campo humano, ecológico, social e econômico do
planeta.
O doloroso dessas catástrofes é que, dificilmente, nós encontramos, sob o ponto
de vista meramente humano, alguma justificativa para elas. Em
tempos mais recuados de nossa história, tínhamos explicações
muito simplistas. Eram, dizíamos, castigos de Deus pelos pecados do homem.
Acreditávamos sempre ser o início do fim. Que o Criador, cansado de ser
ofendido, começava a se vingar. A idéia do fim do mundo, prenunciado por
tragédias, vinculava-nos a uma religiosidade que não tinha qualquer compromisso
com a razão. Nossa fé tinha como alimento o medo.
Episódios tão ou mais trágicos do que esses passaram e ficaram registrados na
História, sem que o temido fim do mundo acontecesse. E aqui seguimos nós,
buscando, pouco a pouco, dominar os segredos da natureza, penetrando, cada vez
mais, na intimidade de suas leis. Já eliminamos doenças que dizimavam os povos.
Já dobramos, por várias vezes, nossa expectativa de vida. Já somos capazes de
produzir alimentos para saciar toda a humanidade, embora mais de um terço dela
passe fome. Já temos armas poderosas contra a multidão daqueles pequenos seres,
micróbios e vírus, que nos matavam sem que, sequer, suspeitássemos de sua
própria existência.
Apesar de tudo, essas espetaculares tragédias produzidas pela violência da
natureza continuam nos surpreendendo. Quando ocorrem não escolhem vítimas. Matam
indiscriminadamente bons e maus; crianças inocentes e adultos experientes. Diante de tão
temíveis episódios, precisamos reconhecer que não temos todas as explicações
para eles. Que já não nos satisfaz a idéia de um Criador vingativo, cansado das
faltas dos homens. Que temos a convicção de que o mundo não vai acabar tão já.
Que a Terra é um jovem planeta, destinado a abrigar vida por bilhões de anos.
Porém, ao mesmo tempo, seguimos na busca de razões primeiras e últimas das
tragédias.
A pergunta que se impõe, no entanto, é esta será mesmo necessário haver razões
primeiras e últimas para elas? Não poderemos apenas visualizá-las como
movimentos naturais da Terra, provocados por leis geológicas que vão acomodando
o planeta no concerto maravilhoso da vida universal?
E as pessoas que morrem? Perguntarão alguns. De fato, seria terrível e nada
teria sentido se partíssemos do pressuposto de que suas vidas não continuassem.
Ou se, após vitimadas por uma catástrofe dessa ordem,
ganhassem um destino definitivo, uma condenação eterna, por exemplo.
Quando, no entanto, temos a convicção de que a vida continua,
numa perspectiva evolucionista e progressista, essas tragédias, por mais
dolorosas, ganham algum significado e consolo. Ganham, inclusive, racionalidade.
Mesmo que não tenhamos todas as respostas para elas. E não as temos, de fato.
Assim mesmo, vistas sob uma perspectiva mais ampla, elas tendem a se reduzir a
pequenos incidentes no grande concerto da harmonia universal que integramos.
Dessa harmonia, possivelmente, só poderemos nos dar conta no futuro, quando
formos capazes de nos elevar, visualizando o fenômeno da vida de um plano
superior àquele em que nos encontramos, nesse fugidio momento.
E
aqui seguimos nós, buscando, pouco a pouco, dominar os segredos da natureza,
penetrando, cada vez mais, na intimidade de suas leis.
Milton
R.Medran Moreira
Jesus Cristo Super Star
Vejam isso que os jornais noticiaram, por esses dias: Na Câmara Municipal de
Porto Velho (RO), acaba de ser aprovado, em primeiro turno, um projeto de lei
que reza, literalmente, em seu artigo primeiro: “Fica declarado, profeticamente,
Jesus Cristo como único senhor e salvador da cidade”.
O projeto, que precisa passar por uma segunda votação para se transformar em
lei, foi apresentado pelo vereador evangélico José Wildes.
O artigo 2º da inusitada proposição deixa consignado que a cidade “renuncia a
toda a obra realizada no passado de prostituição, impureza, lascívia, ruínas,
homicídios, roubos, corrupção, idolatria, feitiçaria, tráfego (sic) de drogas,
prostituição infantil e toda maldição de primeira, segunda, terceira e quarta
geração”.
E, para que não se duvide de sua constitucionalidade, o projeto já recebeu um
parecer técnico-administrativo, declarando-o “perfeito sob o ponto de vista da
ótica jurídica”.
Laicidade
Especialmente por ter como cenário o Legislativo de uma Capital de Estado deste
Brasil do Século 21, o projeto é caricato, ainda que real. Um verdadeiro acinte
aos modernos princípios de laicidade do Estado e da total separação entre este e a(s)
Igreja(s). Mas, mesmo nos meios mais politizados do Poder Estatal subsistem
resquícios dessa submissão do Estado aos dogmas da Igreja.
No Rio Grande do Sul, acaba de se levantar uma voz firme contra uma dessas
formas de submissão. O juiz estadual Roberto Arriada Lorea,
está propondo a seus pares da Magistratura que sejam retirados os
crucifixos que pendem sobre as salas de audiência do Poder Judiciário. A
ostentação de um símbolo religioso num espaço do Estado é inconstitucional,
“fere a liberdade de crença religiosa assegurada a todos os brasileiros”,
sustenta o juiz.
Mesmo que, sob o ponto de vista legal, a tese do magistrado gaúcho se mostre
insofismável, a polêmica se espalhou pelo Brasil. Representantes da Igreja,
leigos ou clérigos, têm reagido indignados.
A defesa religiosa
Com argumentos do tipo: a) O Brasil é um país majoritariamente católico; b)
nossa nação nasceu sob o signo da cruz; c) o crucifixo é um elemento mais
cultural que religioso; d) a Constituição Brasileira, no seu preâmbulo, invoca
Deus, o que introduz nela o elemento religioso, etc., busca-se justificar a
presença daquele símbolo de fé, como regra, no cenário onde o Judiciário dirime
os conflitos entre seus cidadãos.
Nenhum desses argumentos tem peso suficiente para fazer subsistir esse resquício
teocrático num espaço do domínio do Estado laico. Hoje o Brasil é um país de uma
maioria apenas nominalmente católica. E, mesmo sob o aspecto meramente
nominal, cada vez menos brasileiros se autodenominam católicos. Mais: o
crucifixo sequer é um símbolo de união dos cristãos. Os evangélicos usam apenas
a cruz, sem a imagem do homem nela pregado. Símbolos de culturas específicas ou
relativas às crenças de um povo têm seu lugar definido nos meios onde essa
cultura ou essa crença são celebradas. Não no espaço público estatal. A crença
em Deus, ademais, por se expressar de forma multicultural, multirreligiosa e, inclusive, arreligiosa,
não cabe ser representada por símbolos de apenas uma religião.
Virtude e fé
Um símbolo religioso num espaço público pode causar constrangimento a
profitentes de outras crenças ou pessoas que não alimentam qualquer fé
religiosa. Se a sociedade não tiver coragem de se libertar desses símbolos corre
o risco de sofrer grotescos retrocessos teocráticos como esse que está sendo
impingido a seus munícipes pela Câmara da Capital de Rondônia. Também
não é honesto sustentar que bons costumes e valores éticos resultam da fé. A
História está cheia de homens cheios de fé praticando crimes hediondos. Entre
nós, os escândalos mais recentes tiveram como protagonistas algumas figuras que
sempre fizeram questão de proclamar sua crença religiosa. Agora mesmo, um juiz
(este de futebol) flagrado como agente de um esquema de fraude a resultados de
jogos, já se notabilizara por, ao início de cada partida por ele arbitrada,
fazer enorme “mise-en-scène” com preces e beijos a uma
imagem de santa que levava consigo.
Virtude resulta de educação e de autoconhecimento, não de crença.
GRUPO JOVEM DO CCEPA – CONSTRUINDO A IDENTIDADE
Em atividade desde o ano passado, o Grupo Jovem do Centro Cultural Espírita de
Porto Alegre, continua, segundo sua Coordenadora, Maria
de Lourdes Darcie (Malu), "construindo sua identidade à medida que arrisca
xperiências, discutindo-as de forma aberta e divertida".
Para Opinião, Malu destacou o apoio que a Casa vem
dando ao Grupo, cujos integrantes começam a participar como colaboradores na
reflexão de sextas-feiras à tarde.
A participação em outras atividades, além das implementadas na noite de estudos
das quintas-feiras, estimula o estudo, a reflexão e o compartilhamento de
experiências com as pessoas que freqüentam o CCEPA em outros horários.
Dentro desse programa de integração, duas componentes do grupo - Mariana
Benchaya e Bianca Medran Moreira - estrearam como
provocadoras de um Grupo de Discussão Espírita, aberto ao público, no último dia
16 de setembro. Mariana, estudante de Psicologia, e Bianca, acadêmica de
Direito, descreveram um caso simulado de delito, cometido por alguém com
distúrbio psíquico e discutiram-no com o auditório, levando em conta também a
hipótese da obsessão espiritual.
Já na noite de quinta-feira, 22/9, o grupo, constituído por Bianca Medran, Desirée L.Thomé, Guilherme Marques, Lucas H.Jones, Mariana
C.Benchaya e Mariana Ruduit,
realizou uma Dinâmica de Grupo, sob a coordenação de Malu,
com a participação dos integrantes de grupos de estudos das quintas-feiras à noite.
Malu
Darcie mostra-se otimista com o grupo que coordena. Alguns de seus
integrantes participarão do 9º Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, em
Santos, neste mês de outubro. "Essas vivências”, segundo Malu,
“contribuirão para que o Grupo Jovem cresça e sedimente sua participação no
cenário espírita livre-pensador, fomentando talentos que respeitem a alteridade,
mas sempre buscando, discutindo e ratificando a identidade progressista do
espiritismo".
SEMINÁRIO SOBRE PARAPSICOLOGIA E
ESPIRITISMO
As relações entre
parapsicologia e espiritismo será tema de seminário que o CCEPA realizará no
último fim-de-semana de outubro, com Moacir Costa de Araújo Lima, licenciado e
bacharel em física, professor universitário, escritor e conferencista, mestre em
lingüística, na área de lógica da linguagem natural
Anote as datas e horários: 28 de outubro (6a. feira),
das 20 às 22 h, e 29 de outubro (sábado), das 14h30min às 18h30min.
Local: CCEPA - Centro Cultural Espírita de Porto Alegre - Rua Botafogo,
678 (entre R. Múcio Teixeira
e Av. Getúlio Vargas - Menino Deus
Inscrições: e.mail
ccepa@terra.com.br ou pelo celular
9231-8922 (c/Salomão) - Limite: 100 vagas. Não há cobrança de taxa.
O Prof. Moacir é autor dos livros "Parapsicologia – Da Magia à Ciência", "A Nova Física e o
Espírito", "A Era do Espírito" e "Comunicação Eficaz – O Ponto Crítico entre o
Dito e o Entendido", que estarão à venda no local.
(CARTAZ
PARAPSICOLOGIA E ESPIRITISMO).
Maurice H.Jones *
“Sócrates – Teodoro, meu caro, parece que não
julgou mal tua natureza.
É
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Como se pode
Segundo Platão e Aristóteles, a
O
Quando do
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Observa-nos
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Este é o
Assim, a
O Livro dos
Já o
Sir Oliver Lodge, o
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*
Maurice Herbert Jones –
mauricejones@terra.com.br – ex-presidente da
Federação Espírita do Rio Grande do Sul. Vice-presidente e Diretor do Centro
Cultural Espírita de Porto Alegre.
Opinião em Tópicos de setembro
Sou fã da coluna "Opinião em Tópicos", por onde começo a ler o Opinião.
Parabéns por todas e em especial pela que constou do número de setembro de 2005. Concordo
completamente com o que ali se afirma: "Neste início de século, já está claro
que a ética não se subordina nem às ideologias e nem à fé. Homens
inescrupulosos, no Brasil e no mundo, pertencem a diferentes ideologias e
professam diferenciadas crenças."
Não sei se o PT foi a última utopia política com a qual
os brasileiros sonharam superar os graves problemas éticos e sociais que nos
entravam. Temo que não. Grande parte do nosso povo ainda se encontra, penso eu,
num patamar intelecto-espiritual que não desenvolveu o nível de consciência
crítica necessário para discernir o falso do verdadeiro. Embora acredite que
temos melhorado, e avançamos a cada tropeço, isso leva tempo. E pelo que se
observou na eleição do atual presidente da Câmara Federal, os políticos e o
governo atuais parecem não saber se comportar de outro
jeito...tudo o que veio à tona não lhes envergonhou suficientemente. Eles
continuam insistindo nas mesmas práticas políticas condenáveis. Não aprenderam
nada.
O Espiritismo, tal como propunha Kardec, parece-me um norte seguro. O livre-pensador deve
concordar com o que está certo e discordar do que está errado, mesmo que isso
implique discordar dos seus irmãos. Sempre lembro do nosso inesquecível
Krishnamurti, em sua palestra no Congresso da CEPA em Porto Alegre, no
ano 2000, quando diferençou claramente o conhecimento Espírita das instituições
Espíritas, atribuindo a estas as dificuldades de entendimento entre os
Espíritas. Realmente, parece que o poder, o dinheiro e a ganância, põem a perder
todas as utopias.
Homero Ward da Rosa – hward@uol.com.br -Pelotas/RS