OPINIÃO Ano XI – Nº 115 Dezembro 2004
ECONOMIA CRESCE, MAS FOME NÃO DESAPARECE
Nossa
Opinião: TEMPO DE REPARTIR O PÃO
Editorial: Mensagem do Presidente do CCEPA
Enfoque: Sociedade sustentável: Uma utopia ou uma
realidade próxima (Cynthya Michelin)
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ECONOMIA
CRESCE, MAS FOME NÃO DESAPARECE
Países que têm sua
economia regulada pelas leis do mercado, entre eles o Brasil, festejam os bons
resultados do ano. Mas, fome e desigualdade continuam sendo o grande desafio.
Balanços de fim de ano
Épocas de Natal e
fim-de-ano são convencionalmente tempos de balanço. No Brasil, Governo,
economistas e empresariado vivem momentos de euforia. Calculam ter havido um
crescimento econômico de aproximadamente 4%. Igual índice de crescimento é
divulgado na economia no mundo. Assim mesmo, dados fornecidos por organismos
internacionais atestam elevados índices de pobreza e de marginalização,
inclusive em países onde a economia apresenta sensíveis melhoras.
Neste mês de dezembro, a
FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação)
apresentou relatório atestando a existência de 852 milhões de pessoas
desnutridas no mundo. Destas, cerca de 53 milhões vivem na América Latina e no
Caribe. Mas, mesmo nos países
industrializados há ainda um número excessivo de famintos: cerca de 9 milhões.
Os demais estão nos chamados países em desenvolvimento (entre os quais o
Brasil). Nestes há 815 milhões de desnutridos. Os países classificados como em
transição
abrigam 28 milhões de
famintos.
Crianças são vítimas
preferenciais da fome no mundo. A desnutrição mata 5 milhões delas por ano. Ou
seja: a cada 5 segundos morre de fome uma criança no mundo.
(GRAVURA CHILDREN 1)
Vítimas da fome: a cada 5 segundos morre de desnutrição uma criança
no mundo |
Produção de alimentos x
fome
O incremento das
riquezas no planeta contrasta com o crescimento da miséria. Graças aos avanços
da ciência e da tecnologia, produzem-se hoje alimentos que poderiam saciar a
fome de, pelo menos, 10 bilhões de pessoas. A população mundial é pouco mais da
metade disso. O dado comprova uma injustiça que se agrava: o desempenho da
economia, que se festeja neste e em todos os finais de exercício, não encontra aplicação equânime no
atendimento das necessidades básicas de todos os seres humanos. A desigualdade
social se agrava com o crescimento econômico.
A posição espírita
Assegurando que a
desigualdade social “é obra do homem e não de Deus” (questão 806 de O Livro dos
Espíritos) e que “numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo, ninguém
deve morrer de fome” (q.930), a filosofia espírita rejeita o fatalismo do
sofrimento material como punição divina e atribui à organização social e
política o dever ético de promover a justiça social.
TEMPO DE REPARTIR O PÃO
Uma das mais belas
simbologias da religião cristã, cuja festa máxima é celebrada neste mês de
dezembro é a da repartição do pão. De uma certa forma, a cristandade assimilou
essa mensagem e fez do Natal a celebração da solidariedade. Na cultura cristã,
em que estamos inseridos, o Natal sempre desperta em nós sentimentos de afeto
que se estendem para além de nosso círculo e se derramam em atos de
solidariedade moral e material para com aqueles que mais necessitam.
Nos meios espíritas, se
criaram belíssimas tradições de caravanas fraternas que se fazem mais intensas
na época natalina, quando se parte para o auxílio direto aos desamparados da
vida, levando-lhes alimento e conforto.
O dever de solidariedade
e o sentimento de justiça estão fortemente inseridos na natureza humana e se
impõem como necessidade evolutiva do espírito. Dessa forma, compensando o
egoísmo ainda predominante em nós, é compreensível que elejamos datas especiais
para romper com a rotina atávica de nos preocuparmos exclusivamente conosco e
com nosso restrito círculo familiar e de amizades.
Temos de reconhecer. A
prática da “benevolência para com todos”, expressão mediante a qual os
espíritos definiram a primeira característica da caridade (q.886.L.E.), ainda
não é habitual. Nem em nós, nem na rotina do mundo. A conquista de patamares
sociais e econômicos que guindam indivíduos ou países para acima da média geral
tende a gerar neles a despreocupação com os socialmente desamparados.
Até quando será assim?
Na medida em que, pela omissão e egoísmo dos que mais têm, agrava-se a situação
dos despossuídos, a vida se há de tornar mais difícil para todos. Desigualdades
e injustiças sociais geram revolta, guerras, sofrimento e instabilidade social.
Repartir o pão é muito
mais do que uma simbologia. É concreta necessidade, pressuposto indispensável
ao equilíbrio de cada povo, nação ou da comunidade planetária como um todo. (A
Redação) .
Mensagem do Presidente do CCEPA
MISSÃO CUMPRIDA
Eis que chegado o fim de
2004, momento propício para uma reflexão sobre a atividade da nossa
instituição. Sem dúvida, foi um ano de satisfatórias realizações. O Centro
Cultural Espírita de Porto Alegre, tendo presente sua identidade que se traduz
por uma visão do Espiritismo como uma doutrina filosófica livre-pensadora,
progressista, libertadora, claramente otimista em relação ao homem,
absolutamente fiel aos princípios básicos da obra e do pensamento de KARDEC,
direciona suas atividades, precipuamente, para os estudos espíritas,
organizando-se em grupos de estudos permanentes (diurnos e noturnos),
integrados por associados da casa, de modo que todos os integrantes do CCEPA
mantêm-se em permanente atividade cultural, integrados aos seus respectivos
grupos.
Mas a instituição
desenvolve, ainda, eventos culturais espíritas voltados ao público externo.
Realizamos Cursos de Introdução ao Espiritismo - CIESP, sendo dois no primeiro
semestre e dois no segundo. Um pela tarde, outro à noite. São encontros
semanais ao longo de seis semanas, nos quais freqüentadores recebem informações
básicas e começam a conhecer o Espiritismo. Para aqueles que se interessarem em
continuar os estudos espíritas, há a possibilidade de ingressarem no chamado
CIBEE, Ciclo Básico de Estudos Espíritas, curso mais alongado, onde o estudo é
mais abrangente e aprofundado, mas ainda com a característica de base e
generalidade. Pois bem. Alguns amigos e amigas que participam destes cursos
acabam por permanecer no CCEPA para alegria nossa. Os demais, mesmo não se
comprometendo com a instituição, farão parte do grupo de amigos que
conquistamos e que tiveram, através destas iniciativas do Centro Cultural, um
contato com o Espiritismo e seus princípios. Estes novos amigos certamente
continuam a participar de eventos promovidos para o público externo, como os
grupos de conversação de segunda-feira à noite e de sexta-feira à tarde, e as
palestra públicas da primeira segunda-feira de cada mês. Enfim, realizamo-nos
duplamente, porque construímos e difundimos o conhecimento espírita, cumprindo
o objetivo maior da instituição, e conquistamos amigos e colaboradores.
É momento de enaltecer e
agradecer o esforço de cada um dos trabalhadores do CCEPA, que não economizaram
dedicação para que se alcançassem estes objetivos. A solidariedade,
companheirismo e o respeito à opinião do outro foram a marca maior dentre nós.
Não foi pouca a exigência que pesou sobre cada trabalhador, porquanto ao par
das atividades de estudos, demandando disciplina e disponibilidade, as funções
administrativas, a organização, recepção e apoio em eventos etc requereram um
esforço a mais de todos nós. Inobstante, de tudo nos desincumbimos com
eficiência e felicidade. A todos, pois, fica a gratidão do CCEPA.
Nosso trabalho não sofre
interrupção pelo fato da mudança no calendário, apenas uma etapa superada. O
CCEPA, como se sabe, está
Rui Paulo Nazário de
Oliveira –
ruipaulo@terra.com.br
Presidente do Centro
Cultural Espírita de Porto Alegre
CCEPA JOVEM COM FORÇA
TOTAL
Tendo iniciado suas
atividades em outubro deste ano, o “CCEPA Jovem”, grupo de jovens que se reúne
semanalmente (quintas-feiras, à noite) no CCEPA vem ganhando força e entusiasmo
Malu Darcie,
coordenadora, informa que, além do estudo, o grupo planeja outras atividades
com o objetivo de integração dos jovens aos demais grupos de estudo da Casa.
Mariana Benchaya,
monitora do grupo, informou que planejam realizar, no último encontro de cada
mês, uma dinâmica de grupo: “Acho que essa atividade dinâmica dá espaço à
integração e ao crescimento”. Mariana também está motivando os demais
integrantes do grupo para que se inscrevam na lista “CEPA Jovem”, grupo de
discussão que visa a integração de jovens espíritas da América, por iniciativa
da Confederação Espírita Pan-Americana.
Podem participar do
grupo de juventude do CCEPA jovens de
IETRD FESTEJA 73 ANOS COM MÚSICA
O Instituto Espírita Terceira Revelação Divina – IETRD –
tradicional instituição espírita do Bairro Cristal, zona sul da Capital gaúcha,
comemorou seu 73º aniversário de fundação com um belíssimo espetáculo musical a
cargo do Conservatório Pablo Komlós, da Fundação Orquestra Sinfônica de Porto
Alegre - OSPA.
O espetáculo com cantores e instrumentistas, reunindo
associados, colaboradores e convidados, aconteceu no auditório da instituição,
na manhã de 20 de novembro último. Representando a Confederação Espírita
Pan-Americana e o Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, compareceu o
evento, a convite do presidente do IETRD, Aureci Figueiredo Martins, o editor
deste jornal,
CCEPA CONFRATERNIZA
Associados, colaboradores e amigos do Centro Cultural
Espírita de Porto Alegre – CCEPA – reuniram-se em confraternização de fim-de-ano
na sede do Clube de Mães da Vila Assunção, na Capital gaúcha, na noite de 4 de
dezembro.
Em movimentado jantar, organizado pelo Departamento Social
da Casa, sob a coordenação de sua Diretora, Sílvia Pinto Moreira, cerca de 80
pessoas viveram, na oportunidade, momentos de confraternização e descontração.
CARLOS GROSSINI FEZ A ÚLTIMA CONFERÊNCIA DO ANO
Carlos Grossini, Diretor do Departamento de Estudos do
Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, foi o conferencista da última conferência
mensal do CCEPA, dia 6 do corrente mês de dezembro.
Discorrendo sobre “Espiritismo e suas Bases”, Grossini
abordou os princípios fundamentais do espiritismo para um público de cerca de
50 pessoas.
SALOMÃO FALA EM JANEIRO
Prosseguindo com seu programa de conferências especiais na
primeira segunda-feira de cada mês,
Milton R.Medran Moreira
Soldados-robôs
A tecnologia da guerra
acaba de anunciar sua última invenção: os soldados-robôs. Eles estão se
preparando para, no ano que vai chegar, substituir recrutas de carne e osso que
lutam no Iraque. Operados por controle remoto, soldados feitos de aço e de
circuitos eletrônicos vão entrar em ação em situações especiais como, por
exemplo, no cerco a zonas urbanas.
Os batalhões de robôs,
equipados com metralhadoras, fuzis e lançadores de granada, serão comandados
por um operador a
A propósito
Um dia isso teria que
acontecer. A robótica tinha mesmo que produzir algo politicamente mais correto
do que aqueles bonecos substituindo homens nas linhas de produção das grandes
fábricas e agravando um dos problemas do século: o desemprego. Com certeza,
essa substituição há de amenizar os efeitos políticos decorrentes das
mortandades na guerra. A propósito, um relatório do serviço secreto americano,
recentemente divulgado pelo jornal New York Times, dá conta de que as vitórias
militares norte-americanas, tão do agrado do governo Bush, não estão redundando
em idênticos dividendos políticos no seio da opinião pública da nação. Pudera!
Até agora, no Iraque, quase 11 mil soldados americanos foram mortos ou feridos.
Certamente, número bem superior ao que poderia ser projetado relativamente à
ação do terrorismo. Até porque este tem sido eficientemente combatido pelos
métodos internos de segurança adotados depois do 11 de setembro.
Não morrem, mas matam
A evidente vantagem
trazida pela nova invenção tecnológica é a de que soldados-robôs não morrem.
Não têm mães nem namoradas que, à distância, estarão com o coração despedaçado,
vivendo a angústia suprema de ter um ente querido na guerra.
Mas, um problema
subsiste: soldados-robôs matam. E, certamente, com maior competência e precisão
do que os homens que têm se encarregado dessas operações. Os circuitos
eletrônicos componentes de sua estrutura não serão nenhum pouquinho afetados,
presumo, pelo desconforto que sempre fica na alma de quem suprime uma vida.
Robô não tem alma. Um exército deles dispensará a presença, no front da guerra,
de capelães, psicólogos e psicoterapeutas, treinados para aliviar as dores
psíquicas de quem dispara tiros de fuzis ou joga granadas em soldados que, como
eles, têm namoradas e mães. Robô não tem mãe, nem namorada.
Tempo de sonhar
Não deixa de ser uma
ótima notícia esta, divulgada pelos Estados Unidos, ao apagar das luzes de um
ano em que tantas famílias se enlutaram com a perda de seus filhos na guerra do
Iraque. Robôs que não morrem vão substituir homens que compõem tropas
permanentemente dizimadas pela guerra. E, porque a notícia foi divulgada em
tempos natalinos, época de sonhar, deixou, além disso, espaço para um sonho de
Natal. O de que, logo, se inventem também robôs que não matem. Ou será este um
sonho impossível? Bem, aproveitemos para sonhar um pouco mais além: que, no
Novo Ano não existam mais guerras no planeta.
SOCIEDADE SUSTENTÁVEL:
UMA UTOPIA OU UMA REALIDADE PRÓXIMA?
Cynthya Michelin*
Vivemos um tempo de incertezas e de perplexidades ante a
violência com que nos deparamos, seja
nos meios de comunicação de massa, seja
nos centros urbanos.
Para alguns, estaríamos
diante do fim e para outros atravessando o limiar de uma nova era...Como se o progresso pudesse dar saltos rápidos e as mudanças ocorressem
do dia para noite, num passe de mágica e, principalmente, sem nenhuma ação de
nossa parte.
Perdemos o controle e
nos sentimos inseguros diante dessa conturbada desorganização social.
Fazemos guerra com a
esperança de que destruindo aquilo que nos incomoda e que nos atrapalha,
conseguiremos recolocar o mundo no eixo do equilíbrio. Como que se bastasse
dizimar um país, uma raça ou um grupo social, uma minoria qualquer, para que se
apagasse ou apagássemos hábitos e costumes milenares. Não paramos para pensar
que estamos violentando aquilo de mais profundo e sagrado que os seres
carregam: suas heranças culturais e sociais; seu patriotismo e seus ideais; sua
fé e suas crenças.
Em nosso país, as
atitudes não são diferentes. Nos mantemos estáticos diante dos desperdícios dos
bens e do patrimônio público, vendo a miséria proliferar de maneira alarmante,
estimulando sobremaneira a violência e potencializando o terceiro poder
econômico mundial: o tráfico de drogas.
As mudanças
intermitentes nos confundem, nos deixam inseguros e sem perspectivas quanto ao futuro, nos induzindo à alienação em um mundo que nada tem a nos
oferecer de concreto e seguro.
Não sabemos o que é mais
utópico: se a tentativa de exclusão dos
diferentes numa rápida dizimação ou a possibilidade de se pensar na criação de uma sociedade sustentável, pois
somos gestores de meio social voltado
principalmente a valores materiais estéticos, ao individualismo, na maioria das
vezes esquecido da ética, do exercício da cidadania e dos direitos humanos.
Segundo, Ribeiro de Almeida, esta
deficiência vem da separação que a educação clássica estabeleceu entre conhecimentos e
sentimentos, consciência e saber :
“Problemas de
sobrevivência de milhões não podem mais
ser adiados e, para lidar adequadamente com a
pobreza e a exclusão afrontosas,
precisamos inventar novas formas de desenvolvimento cultural e econômico, compatíveis com a integração social, a
participação dos cidadãos e a justiça
social.”[1]
O ambientalismo, ciência que estuda a relação sociedade-natureza e que possui
uma enorme preocupação com a educação e a formação ética, impõe novos paradigmas e reforça a idéia de que o
homem não é o centro do universo mas
parte integrante deste e que, em assim sendo, não possui privilégios que o diferenciem dos
outros componentes e menos ainda o direito de explorá-los de
maneira irresponsável como faz e que, talvez,
sem sanções ou mesmo noções, prosseguirá fazendo.
Quando nos referimos ao
meio ambiente, o fazemos no mais amplo conceito da palavra, discutindo o contexto familiar, social, histórico,
científico, biológico e político, em que
tudo e todos estão inseridos, e
os conseqüentes impactos endógenos e
exógenos que tanto interferem na formação dos seres.
Sustentabilidade é a
ótica ambiental que busca solucionar os problemas e as deficiências de forma
menos IMPACTANTE POSSÍVEL.
Portanto, sendo a
sustentabilidade a solução racional e moral para a preservação do nosso planeta,
ela não pode deixar de considerar a estrutura psico-social dos cidadãos.
Sociedade sustentável,
não propõe um retrocesso à era das cavernas, nem supremacia das políticas
imperialistas, nem tampouco capitalismo selvagem ou extremos esquerdistas, mas
sim, soluções equilibradas visando o bem estar de todos, num convívio
harmonioso entre culturas, raças,
ideologias; soluções viáveis, exeqüíveis
às necessidades básicas associando o cotidiano à preservação do meio.
Como cidadãos, enquanto
espíritas, crentes na reencarnação, temos responsabilidade muito maior frente a
estes desgastes do mundo moderno. Não somos os ‘salvadores da pátria’, nem os
detentores do “consolador”, mas, considerando que nosso discurso e nosso
comportamento devem caminhar lado a lado, o engajamento nesta árdua tarefa de
reformulação de valores e eliminação de maus hábitos, só pode e deve referendar
a atualização do espiritismo, que tanto idealizamos. A atualização do
pensamento espírita não poderá ser meramente um discurso teórico, mas sim e
inclusive uma atualização de nós mesmos, ante a urgência de mudanças quase que
radicais em nossas atitudes e nossos
relacionamentos.
A reformulação deve
começar pela conscientização do indivíduo através da mudança de seus conceitos e da busca
de informações, levando-o a adotar novos paradigmas comportamentais em
relação ao consumo; à redução da produção de
detritos e lixos bem como do seu adequado armazenamento e reciclagem.
Entretanto, a
consciência política e de cidadania é fundamental, pois é na posição de elemento atuante no seu meio
social, participando ativamente de
projetos comunitários, de ONGS e exigindo por outro lado, que os órgãos públicos apresentem propostas
ecológicas como:
elaboração de projetos
urbanos que definam áreas de proteção e
preservação;
saneamento básico
sustentável;
usinas de lixo orgânico
e a reciclagem do inorgânico;
projetos de educação e
conscientização ambiental;
racionamento e
responsabilidade no consumo da água.
Enfim, adotando uma postura ecológica profunda, como diria o filósofo
norueguês Arne Ness, numa cosmovisão mais ecocêntrica do que antropocêntrica.
Tudo isso, com
certeza modificará o pensamento
contemporâneo predominante, viabilizando a sobrevivência do planeta.
Acreditamos em espíritos
(e ainda que em sua maioria, estes mesmos espíritos ainda reencarnarão muitas
vezes neste planeta ou ao menos, gostariam de fazê-lo!), mas não podemos
esquecer que vivemos num mundo material,
um PLANETA maravilhoso que nos proporciona uma vasta e engenhosa oficina
para evoluirmos num processo dinâmico e harmonioso, criando uma ponte de
equilíbrio entre o progresso científico, a preservação do meio ambiente e de
nossas ideologias filosóficas.
Temos todos um enorme
trabalho pela frente, mas é um trabalho
extremamente compensador, pois corresponde a tudo aquilo em que acreditamos,
que estudamos e buscamos com espíritos universais: Uma vida mais justa, uma
sociedade mais fraterna e equilibrada,
num planeta saudável com espaço e vida para todos. Um mundo onde a
sustentabilidade seja uma realidade e não um sonho distante ou talvez até
impossível se não agirmos prontamente.
* Cynthya Michelin é
acadêmica de Direito; Delegada da CEPA