Revista Harmonia - Ano XX – Nº 147 - Dezembro 2006

Editorial : Vida com dignidade

Marcelo Henrique Pereira, Mestre em Ciência Jurídica

As questões éticas sempre permeiam os debates espíritas. Em vários ramos do conhecimento humano, a contribuição da ética espírita pode ser uma importante ferramenta para a discussão e a solução das cruciais questões de nosso tempo. Recentemente, conforme noticiado na edição n. 146 do Harmonia, a designação de um representante da Confederação Espírita Pan-Americana (CEPA) para compor o Conselho Nacional de Saúde, órgão plural que é responsável pela fixação de diretrizes que norteiam a política de saúde em nosso país, ilustra a necessidade sempre premente da inserção dos espíritas na Sociedade, participando ativamente de políticas públicas, contribuindo efetivamente para a construção de um mundo melhor, materializando a evolução espiritual no âmbito da vida planetária.

Há poucos dias, o Conselho Federal de Medicina editou norma específica (Resolução) delimitando a possibilidade clínica da ortotanásia, isto é, a permissão para que o médico interrompa os tratamentos que prolongam a vida dos doentes em estado terminal e sem chance de cura, desde que essa seja a vontade do paciente ou de seus familiares. Não se trata, pois, da decantada eutanásia, quando a ação ou omissão do profissional médico (ou de outras pessoas) importa, deliberadamente, na provocação da morte. Do contrário, a hipótese envolve um elevado grau de humanismo, porque permite que o indivíduo possa ter, em seus últimos momentos de vida física, uma condição de dignidade. Isto porque a medida se fundamenta na perspectiva de redução do sofrimento aos portadores de doenças terminais ou incuráveis, concebendo procedimentos científicos que podem ser adotados, caso a caso, permitindo que a morte possa "chegar" de modo natural (o chamado "livre curso da vida"), sem recorrer a recursos de prolongamento artificial da vida.

O princípio básico para a adoção deste procedimento é o da anuência do paciente ou de seus familiares próximos. Ao ato clínico deve preceder a informação circunstanciada (ao paciente e/ou seus familiares) de que a cura (segundo os parâmetros e recursos médicos disponíveis) é impossível. Havendo concordância, os procedimentos artificiais de preservação da vida são interrompidos.

Evidentemente, a matéria possui um requisito de polêmica, envolvendo a eterna dicotomia entre ciência e religião. Há, como se sabe, filosofias e crenças que adotam a ortodoxia de conceitos e regras dogmáticas que impedem qualquer discussão racional. Por isto, é fundamental a promoção de debates - tanto no âmbito da comunidade médico-científica, quanto no ambiente social - que sejam fundamentais para o esclarecimento desta e de outras questões pertinentes ao divisor vida/morte.

Se a medicina alcançou sofisticado nível de complexidade tecnológica, prolongando a vida de pacientes, verificam-se inúmeros casos em que a ciência é impotente para a recuperação total dos enfermos, resultando em quadros irreversíveis. A ortotanásia, assim, pode ser uma alternativa para reduzir o sofrimento, tanto do paciente quanto de familiares, desembocando no resultado de uma vida - ainda que em tempo reduzido - com dignidade.

O ponto crucial, entendemos, é o fomento ao debate em torno da bioética - a ética da vida.

(Editorial da Revista Espírita Harmonia, edição n. 147 – Dezembro de 2006)

 

Projeto Kardequizar

Salomão Jacob Benchaya,

do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre (CCEPA), ex-Presidente da Federação Espírita do Rio Grande do Sul (FERGS)

Uma nova etapa de trabalho se desdobra à nossa frente, convocando as lideranças espíritas a se manterem empenhadas na sua dinamização e expansão, com vistas à penetração e vivência das idéias espíritas em todos os segmentos da sociedade, atentas, entretanto, à proposta consubstanciada na Codificação Kardequiana. Esta última observação faz sentido no momento em que uma parcela da comunidade espírita do país se apercebe e se reverbera que o movimento espírita brasileiro, embora dinâmico, realizador e gozando de indiscutível prestígio junto à sociedade, ideologicamente vem se distanciando, em alguns setores, das diretrizes traçadas pelo Codificador.

Não somos os primeiros a chamar a atenção para essa realidade e não é nosso propósito causar melindres pessoais, já que nos cingimos à análise dos fatos, sem referências particulares a pessoas ou instituições, mas desejando, isto sim, convocar os trabalhadores espíritas a uma reflexão séria acerca dos rumos do nosso movimento.

É certo que o povo brasileiro, por sua própria formação étnica e cultural, apresenta acentuada índole mística com traços marcantes de emocionalidade em seu comportamento, contrastando, por isso, com a postura mais racional e fria do europeu, por exemplo. Esse traço característico de nossa gente, naturalmente que não poderia deixar de se refletir nas atitudes dos espíritas, não obstante o convite da Doutrina à "fé raciocinada". É preciso que se distinga, no entanto, o comportamento místico-afetivo das massas, que não é necessariamente negativo, do exagerado afeiçoamento da ação dos espíritas a padrões confessionais e ritualísticos, velados ou explícitos, que caracterizam um processo de sectarização indesejável e insustentável à luz do Espiritismo.

Lamentavelmente, constata-se nos arraiais espíritas procedimentos os mais esdrúxulos na prática doutrinária, como reflexos do desconhecimento e da má interpretação dos postulados espíritas, agravados pelos condicionamentos atávicos igrejeiros dos quais não conseguimos, ainda, nos desvencilhar.

Não são raras ocorrências como as que citaremos a seguir, tendentes a transformar o Espiritismo em mais uma seita, pela subversão dos seus ideais, ressalvadas honrosas e justas exceções.

Liturgia da Prece.

Vemos, por exemplo, preces como verdadeiros atos litúrgicos, formalizadas, longas, por vezes decoradas, ditas em tom compungido e piedoso. Casas espíritas realizando sessões de preces sem objetivo doutrinário, preces encomendadas por terceiros, algumas até adotando posições especiais para orar. Adeptos há que utilizam impressos contendo preces e até fotografias de vultos espíritas à guisa de amuletos protetores.

Na área das chamadas irradiações, a falta de orientação doutrinária conduz os freqüentadores a transferir para os dirigentes a tarefa de interceder junto à Divindade para amenizar os padecimentos de encarnados e desencarnados, para isso bastando colocar os nomes dos beneficiários em recipientes ou longas listagens, muitas vezes sem qualquer participação dos interessados na prece coletiva.

Batismos, Casamentos, etc.

Muito embora o Espiritismo não possua ritos sacramentais, estes vão sendo sutilmente introduzidos - às vezes, até ostensivamente - com a realização, no recinto das sociedades, de preces especiais por ocasião de nascimentos, casamentos, colação de grau, indo até a realização de velórios, como se a Doutrina Espírita comportasse tais cerimônias religiosas. Não que ela recuse a prece em qualquer circunstância, mas sim a sua formalização hierática. Há algum tempo, vimos publicado em jornal de grande circulação, em Porto Alegre, convite para fazer "prece de sétimo dia" pela alma de um confrade. Isso para não falarmos de que a Federação do Rio Grande do Sul já recebeu proposta de um dirigente no sentido de analisar a conveniência de as Casas Federativas adotarem o batismo, o casamento, etc., uma vez que seria falta de caridade não darmos esse tipo de atendimento aos adeptos espíritas.

Culto externo.

O aprisionamento ao culto externo, infelizmente, ainda tem ex-pressão em nosso meio, seja no uso preferencial de toalhas brancas sobre as mesas, na utilização de uniformes, distintivos, ou no passe em roupas e fotografias. Outros apetrechos ritualísticos muito comuns ainda são os retratos e imagens de vultos espíritas expostos no salão de palestras públicas, não raras vezes ornados de flores e luzes coloridas, num convite à veneração idolátrica. E o que diremos se tais quadros e imagens são dos santos e líderes católicos, sem dispensar sequer os detalhes simbólicos usados pela igreja, tais como o halo sobre a cabeça, chagas, coração sagrado, terços e anjos com asas?

Já vimos reuniões públicas serem iniciadas com todos em pé, cantando hinos em nada diferentes dos de nossos irmãos protestantes, e, até, invocando as bênçãos do Espírito Santo para o êxito dos trabalhos. Alguns procedimentos são impostos aos freqüentadores pela própria direção dos Centros, tais como a recepção de passes mesmo sem necessidade de tal socorro, separação entre homens e mulheres no recinto das reuniões, ingestão de água magnetizada após o passe ou ao término das reuniões, prática esta semelhante à da ministração da hóstia nas igrejas.

Passemania.

Na verdade, para muitos freqüentadores de sessões espíritas, tomar passes constitui um hábito não muito saudável à luz da proposta espírita, sendo muito conhecida, neste terreno, a figura do "papa-passes". À falta de maiores esclarecimentos sobre a oportunidade em que se deve recorrer a essa abençoada terapêutica, muitos dela se utilizam desnecessariamente, ou, o que é pior, como se, através do passe, o indivíduo estivesse obtendo a "absolvição" de suas fraquezas ou purificando-se espiritual-mente. Seria enfadonho insistirmos aqui na feição nitidamente ritualística que a gesticulação exagerada, as preces murmuradas e outros comporta-mentos exóticos imprimem ao passe.

É oportuno salientar que é no terreno da terapêutica do passe que se gerou a mais acentuada distorção acerca do que o Espiritismo pode oferecer ao homem. O passe assumiu tamanha importância para a manutenção dos níveis de freqüência nas Casas Espíritas, que são raras as reuniões públicas em que ele não é ministrado. A grossa maioria dos freqüentadores de nossas casas ali vai "tomar passe" ou "tirar consulta", pois são esses os produtos que o nosso espiritismo (com "e" minúsculo) oferece. Nessa área se incluem as chamadas "sessões de cura", denominação imprópria diante da promessa nela implícita, de realização de curas, passível de enquadramento no Código Penal.

Substitui-se o essencial pelo acessório, ilude-se os freqüentadores oferecendo-lhes os subprodutos da ação espírita como se a Doutrina não tivesse algo melhor para dar. Notem que não recusamos o socorro que os recursos espíritas podem oferecer aos que o buscam. O que verberamos é a omissão relativa à "caridade da divulgação da própria Doutrina", recomendada por Emmanuel.

Idolatria.

O movimento espírita não escapa, sequer, da tendência idolátrica de seus seguidores que, se já não constroem bezerro de ouro, instituíram, entretanto, o "bezerrismo", como alguém já denominou, o culto à figura apostolar de Bezerra de Menezes, invocado aqui e ali, como um autêntico santo milagreiro espírita. Isso para não falarmos de "santos" locais ou regionais, de menor expressão. Como se não bastasse a consagração de entidades espirituais, entre as quais também se incluem Maria, Ismael, por exemplo, vamos encontrar médiuns e líderes espíritas sofrendo, mesmo a contra-gosto, o mesmo processo de idolatria e até de santificação no qual se identifica acentuada dose de fanatismo, inclusive com o beneplácito de dirigentes espíritas.

Nesse contexto e à falta de uma definição ideológica ao movimento espírita, vemos dirigentes pretendendo representar o Espiritismo em cerimônias políticas, ecumênicas, alinhando-se entre as autoridades civis e eclesiásticas, ou, pior ainda, patrocinando cerimônias ecumênico-religiosas, políticas ou cívico-doutrinárias, numa demonstração de desconhecimento do caráter universalista do Espiritismo.

Literatura pseudo-espírita.

Integrando o quadro de distorções doutrinárias, pode-se ainda relacionar o mercantilismo com a literatura espírita, mediúnica ou não, a circulação no meio espírita de obras de conteúdo medíocre ou conflitantes com a filosofia espírita, como as de cunho profético-apocalíptico, as messiânico-salvacionistas, etc., cuja produção é estimulada pela desinformação do mercado consumidor e pela conivência da rede distribuidora do livro.

Evangelismo, Assistencialismo e Dogmatismo.

Outros indícios de igrejificação encontram-se no surgimento e expansão de verdadeiras confrarias com seus ritos de iniciação doutrinária e controle estatístico da re-forma moral dos aprendizes, das cidades "espíritas" com seu fanatismo mediúnico, das confraternizações de devotos e místicos e dos pregadores evangélicos aprisionados às passagens bíblicas distanciadas da interpretação espírita.

Em área mais delicada, desenvolve-se a concepção de um Espiritismo voltado somente para os pobres e necessitados, incompreensivelmente alérgico às esferas do intelecto, na falsa interpretação de que "os sãos não precisam de médico", daí decorrendo todo um trabalho assistencialista, do tipo paternal e acomodador, em contraste com a proposta libertadora da Doutrina.

A postura dogmática que o Espiritismo rejeita inflitra-se, também, entre os dirigentes espíritas, ora refletindo-se na crença cega no que dizem os espíritos e médiuns, numa recusa à análise e à crítica, ora cerceando o livre-exame, pela proibição de leituras ou de discussão de temas ditos "polêmicos".

Kardequização.

Essas são algumas das manifestações que consideraríamos como indícios de um processo sectarizador de difícil refluxo se o movimento espírita não adotar posição firme no sentido de sua "kardequização", ou seja, de aproximar-se, em nível desejável, do modelo proposto por Kardec. É lógico que alguns dos problemas enumerados têm localização restrita e são perfeitamente detectados pela comunidade espírita mais esclarecida. O risco maior está em não se atribuir importância a determinados procedimentos e atitudes que "não fazem mal nenhum", mas que, inperceptivelmente, deturpam a verdadeira identidade da Doutrina.

Um esforço revitalizador faz-se, portanto, mister, mormente quando são os próprios orientadores espirituais do movimento espírita brasileiro que a tanto nos convocam. Suas advertências são de tal modo enérgicas que nos permitimos reproduzir trechos significativos de suas mensagens, corroborando o que aqui desejamos propor. Angel Aguarod, em mensagem que motivou o lançamento da Campanha de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (Rio Grande do Sul, 1978) salientava: "Não é possível erigir um monumento doutrinário, como é o da Revelação Espírita, deixando-nos levar, a cada dia, por idéias que sopram de todos os lados, sem direção, qual vendaval que tudo derruba na sua passagem. Estamos sendo alertados de Plano mais alto sobre esse aspecto do nosso movimento, pois - dizem nossos superiores - se não nos fizermos vigilantes nesse sentido, em pouco tempo o movimento espírita, embora conservando o nome, nada terá de Espiritismo."

Vianna de Carvalho, pela psicografia de Divaldo Franco, na mensagem "Espiritismo Estudado", afirma que "[...] surgem os primeiros sintomas de cultos espíritas e constata que o movimento espírita cresce e se propaga, mas a Doutrina Espírita permanece ignorada, quando não adulterada em muitos dos seus postulados".

Daí a recomendação de Bezerra de Menezes: "Kardequizar é a legenda de agora". Para tanto, faz-se necessário se conheça mais profundamente o pensamento de Allan Kardec a fim de aquilatarmos o grau de fidelidade que lhe vota o movimento espírita. Não é por outro motivo que Emmanuel, na mensagem intitulada "Kardec", ditada a Chico Xavier, após as afirmativas, entre outras, de que precisamos "[...] estudar Kardec, meditar Kardec, divulgar Kardec", finaliza, dizendo: "Que é preciso cristianizar a Humanidade é afirmação que não padece dúvida, entretanto, cristianizar, na Doutrina Espírita, é raciocinar com a verdade e construir com o bem de todos, para que, em nome de Jesus, não venhamos a fazer sobre a Terra mais um sistema de fanatismo e de negação". [...]

Diante dos problemas apresentados, talvez até de forma contundente, e dos desafios propostos pelos espíritos, sentimo-nos encorajados a desenvolver os esforços que estiverem ao nosso alcance no sentido de estimular o movimento espírita à observância das diretrizes preconizadas pelo Codificador quanto à sua própria estrutura e características. Eis o motivo desta análise de comporta-mento e de tendências do movimento espírita. Mais uma vez evidencia-se a necessidade de as Casas Espíritas realizarem estudo mais aprofundado e completo da obra kardequiana, única forma de evitarmos que o Espiritismo seja transformado em mais uma seita religiosa.

 

A decadência do Espiritismo

Carmen Imbassahy, Niterói (RJ).

Uma articulação de jesuítas para transformar a Doutrina Espírita num movimento evangélico-cristão

Há mais de vinte anos, minha sogra, Dona Maria, já viúva do Dr. Carlos Imbassahy, contou-me um fato, baseado em certa mensagem mediúnica, que recebera de brilhante orador das plagas cariocas, do início do século XX, e que pode explicar a indagação presente.

Relato o que ela me contou: Este amigo do casal, já desencarnado, fora major do Exército e orador espírita brilhante. Depois de se identificar - e tudo indica que o Dr. Imbassahy seria altamente rigoroso nas confirmações - comentou que, na Espiritualidade havia uma falange de jesuítas cuja finalidade e obra seria a de destruir o Espiritismo; o que já haviam tentado, de várias maneiras, minando o movimento doutrinário, até envolvendo alguns nomes da época em certos escândalos.

Só que a vigilância dos companheiros impedira um melhor resultado desta tarefa. Então, maquiavélicos, idealizaram um novo plano, que seria o de influenciar - até mesmo com alguns se reencarnando com esta finalidade -, o meio espírita para transformá-lo em mais um movimento evangélico-cristão, o que descaracterizaria o Espiritismo em sua finalidade básica, tornando-o mais uma seita bíblica sem oferecer a salvação por Cristo que as demais pregam.

O Espiritismo, descaracterizando-se dos fundamentos de Kardec, interromperia seu lastro porque perderia seu objetivo que era o que chegar àqueles que, de fato, poderiam difundir a doutrina em todo o seu esplendor.

Seu marido, meu sogro, teve o cuidado de cientificar os amigos. Foi repelido na FEB, porque feria os preceitos roustainguistas do Espiritismo-cristão. A partir de então, passou a sofrer uma terrível campanha onde o acusavam de negar o Cristo.

Presto esse depoimento para o julgamento dos senhores, lembrando que o próprio Kardec, no seu livro O que é o espiritismo, não definiu a doutrina como sendo cristã. Aliás, seria recomendável que todos os espíritas conhecessem a definição de Kardec.

E mais, que soubessem que o próprio Kardec excluiu das obras básicas da codificação seu próprio livro referente aos evangelhos (ESE). Basta ler o item 35, do capítulo III, de O livro dos médiuns. Segundo anotações de meu sogro, este item teria sido introduzido na 5ª edição, motivo por que ele inclui uma obra editada após seu último livro em vida - A gênese -, que foi uma seleta de artigos da Revista espírita, da qual a Federação Espírita da Bélgica editou vários livros, incluindo um sobre Desobsessão.

Provavelmente, Kardec teria agido desta maneira com o fio, exatamente, de resguardar as características da codificação e que atualmente estão sendo esquecidas. Como se trata de um assunto doutrinário, julguei por bem dar ciência aos senhores.