Artigo de Denizar Ventura Régis - Maio de 2003
"The Matrix",
filme revolucinário trazido às telas dos cinemas em
1999 pela genialidade dos irmãos Larry e
Andy Wachowsky, ganhou duas
següências: "The Matrix Reloaded" e "The
Matrix Revolutions", prometendo
bater recordes de bilheteria em todo o mundo graças ao verdadeiro "cult"
de
milhões de fãs em torno do filme original.
Como bem avisou Morpheus, comandante da
resistência humana contra as
máquinas: Matrix está em toda parte! A
partir daí começa o drama do
'hacker' Neo, que descobre que seu mundo é uma ilusão
e deve lutar para
libertar a humanidade do jogo das máquinas.
Até aí, nada de especial.
Seria apenas mais um filme de ficção
científica na mesma linha de "Star Treck" e
"Star Wars", dois ícones do
gênero no cinema, não fossem as declarações de alguns cientistas de renome,
que acreditam que tudo à nossa volta é uma simulação de
computador! (vide
revista "Super Interessante", edição 188, de Maio/2003).
Desde a década de 80,
o físico John Archibald Weeler, criador do
termo buraco negro, defende esta tese. Ele
acredita que cada átomo que
existe no Universo se desloca no espaço,
oscilando entre um número de
estados possíveis e, desta forma, funciona como um processador. Assim, toda
matéria existente, com suas formas e propriedades,
seria composta de
'bits'. "Cada partícula, cada campo de força e até
mesmo o espaço-tempo
derivam suas funções, seu sentido e sua existência de escolhas binárias, de
'bits'. O que chamamos de realidade surge em última análise
de questões
como sim/não", afirmou Weeler em uma palestra
feita em 1989. O Universo
seria, na verdade, um enorme computador! Essa teoria deu origem à
ciência
da Física Digital.
Até mesmo o nosso corpo segue essa lógica.
Constituído por cerca de
70 milhões de células, dentro de cada qual existindo um núcleo
com os 46
cromossomos (23 do pai, 23 da mãe), em cujo interior existem as moléculas
de DNA, responsáveis pela armazenagem de
informações hereditárias
codificadas, e um produto muito mais sofisticado que qualquer computador.
Fantástico, não?! Seria, se
não fosse verdade!!! Este filme veio
despertar a consciência coletiva da nossa própria realidade
existencial.
Conceitos como REAL e VIRTUAL transcendem o domínio da matéria e invadem
o
campo espiritual. É a linha divisória entre
MATÉRIA e ESPÍRITO; o tão
sonhado casamento entre CIÊNCIA e RELIGIÃO.
A doutrina dos Espíritos, trazida à
lume pelas mãos hábeis de Allan
Kardec, na verdade, Hipolytte Léon Denizard Rivail,
pedagogo francês do
séc. XIX, com a publicação de "O Livro dos Espíritos" em
1857, já afirmava
que a vida na Terra, com suas paixões, apegos e crenças, não passa de
mera
ilusão, estágio transitório, onde o Espírito vem,
através de sucessivas
reentradas (para usar uma símule com o
filme, em que Neo e seus
companheiros reentram na Matrix, mas que os
espiritualistas chamam de
reencarnações) para depurar-se ou testar-se nos
conhecimentos e aptidões
adquiridos no Mundo Espiritual - plano extra-físico,
coexistente com o
plano físico.
Assim como no filme, onde Neo e
seus companheiros, representando o
Bem, travam uma luta sem tréguas contra o Mal, devemos
igualmente travar
uma luta incessante contra o mal que existe dentro de nós, até atingirmos a
perfeição - etapa final das existências corpóreas
- passando a viver
exclusivamente a Vida Espiritual (nossa verdadeira realidade!).
Outro momento mágico do filme
Matrix ocorre quando Neo percebe sua
transcendência, sua imortalidade, ao enfrentar o
Agente Smith e seus
comparsas na següência final, sobrevivendo aos tiros
que lhe atingiram,
depois, desviando-se de outros e, finalmente,
interagindo e alterando a
realidade virtual, que podemos interpretar como a ascendência do Bem
sobre
o Mal, da Verdade sobre o Medo, do Eu Interior sobre a Realidade Exterior.
Podemos concluir, então, que os cientistas
estão na pista certa para
desvendar o grande segredo da Existência: que
tudo o que existe, o
Universo, a Vida, os Seres, segue leis precisas e imutáveis, na
eternidade
do Tempo, e na infinidade do Espaço, ditadas por uma Inteligência
Suprema,
DEUS, ou o nome que Lhe queiram dar.
E parafraseando o enigmático
personagem do filme, Morpheus: DEUS - a Matrix Divina, está em toda parte !