Artigo de Katia Penteado - 2004

O Avião e a Lua

No dia 20 de julho, comemorou-se duas datas importantes que marcam o progresso tecnológico da Humanidade: o 131º aniversário de Alberto Santos Dumont e os 35 anos da chegada do homem à Lua. 

Não precisamos pensar muito para percebermos a relação profunda que há entre os dois acontecimentos.  Mesmo com questionamentos internacionais de se Santos Dumont seria de fato o inventor do avião, sua importância na aviação mundial é ponto indiscutível.  Pensando-se sobre o papel do avião (transportar o homem pelo espaço, vencendo mais rapidamente as distâncias) nota-se uma inter-relação entre os dois acontecimentos, ficando claro que sem o avião dificilmente existiriam foguetes e o homem não ultrapassaria a atmosfera terrestre.  Por mais diversos que sejam o avião e os foguetes, o avião desenvolveu no homem o costume de voar e com isso incentivou a curiosidade por conquistas maiores: conhecer o Universo.  

Nesse contexto, o Homem ganhou o espaço aéreo mais próximo com o avião, sonhou vôos mais altos e distantes, rumo às estrelas, e a Lua foi apenas a primeira escala.  Hoje, Marte, Júpiter, Saturno já recebem as naves terráqueas, com descobertas de todos conhecidas.

Pensando na relação entre as duas datas, alguns podem falar em coincidência ou acaso.  E logo surge a questão: o que o Espiritismo nos diz sobre isso?  Especificamente sobre o assunto, a Codificação não contém nada, inclusive porque antecede o desenvolvimento do avião.

Mesmo assim, algumas informações merecem ser analisadas pela referência passível de ser feita com relação à inter-relação entre os eventos, pois como nos diz a equipe do Espírito de Verdade, o acaso nada é, “o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso inteligente já não seria acaso”. 

O ponto fundamental que coloca o avião e a chegada à Lua como eventos decorrentes um do outro está relacionado à forma como as descobertas acontecem: pelo desenvolvimento de missões de Espíritos encarnados em contato constante com desencarnados mais evoluídos.

Muitas vezes as nossas idéias de encarnados nos são sugeridas por Espíritos, via inspiração, pois vivemos rodeados de grande nuvem de testemunhas, que influenciam nossos pensamentos e atos ou como está em O Livro dos Espíritos: Os Espíritos influem “muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem”.

Desse modo, Santos Dumont e a nave Apolo 11 não se encontram na História por acaso, afinal tudo se encadeia e as idéias dos homens muitas vezes lhes são sugeridas por Espíritos que os julgam capazes de compreendê-las e dignos de concretizá-las e popularizá-las.  Isso se resume em missão, pois como Espíritos ou como homens todos temos missão, sempre com o objetivo do bem, e assim estamos “incumbidos de auxiliar o progresso da Humanidade, dos povos ou dos indivíduos, dentro de um círculo de idéias mais ou menos amplas, mais ou menos especiais e de velar pela execução de determinadas coisas”.

O desenvolvimento científico – intrinsecamente relacionado à evolução intelectual, que conduzirá ao progresso moral – é resultante de missões, pois “a Ciência é obra coletiva dos séculos e de uma multidão de homens que trazem, cada qual, o seu contingente de observações aproveitáveis àqueles que vêm depois. (...) Nenhuma ciência existe que haja saído prontinha do cérebro de um homem. Todas, sem exceção de nenhuma, são fruto de observações sucessivas, apoiadas em observações precedentes, como em um ponto conhecido, para chegar ao desconhecido”.

Assim caminha a humanidade! O que era desconhecido passa a ser conhecido, como o espaço aéreo, a Lua, o espaço interplanetário e os outros mundos.  Assim também ampliamos nosso conhecimento sobre nós mesmos, facilitando a ação da Lei do Progresso sobre nós, individualmente, e sobre as leis, as civilizações os povos e o planeta, rumo à perfeição que nos é possível e à felicidade com que tanto sonhamos.

Bibliografia

Allan Kardec, O Livro dos Espíritos – questões 8, 459, 462 e 569 e Lei do Progresso – questões 776 a 802

Allan Kardec, A Gênese – capítulo 1, itens 4 e 53

Novo Testamento – Epístola aos Hebreus