Outubro de 2005

Um SBPE Revigorado - Capa

Este 9º SBPE apresenta um cenário bastante revigorado.

Com exceção ao 1º SBPE, realizado em Santos, em 1989, com oradores convidados, todos os demais foram realizados baseados no excelente desempenho de dezenas de espíritas que trouxeram suas reflexões e experiências para o debate, perfazendo mais de 120 trabalhos publicados ou, recentemente, gravados em CD.

Sempre sob a direção do ICKS, (em continuação ao trabalho da Licespe) o evento deslocou-se daqui para Porto Alegre, Mongaguá, município da Baixada Santista e para Cajamar, na região metropolitana de São Paulo.

O 8º SBPE voltou a Santos, realizado na sede do ICKS, onde também será o 9º.

O que ressalta na promoção do SBPE é a absoluta liberdade dos expositores na busca e proposta de seus temas. Aqui, todos podem exprimir suas reflexões, propor idéias e promover o que seu pensamento julga acertado e oportuno.

O SBPE vem construindo uma concepção de Espiritismo aberto, atualizado e prospectivo, surgindo um movimento dinâmico laico e progressista.

Deste 9º SBPE esperamos decisões não formais, pois não tem esse objetivo, mas um consenso que se ampliará continuamente para formar uma doutrina kardecista, que partindo das bases do trabalho de Allan Kardec, seja fiel às suas origens, mas atualizado em seus propósitos e idéias.

Sabemos que o Espiritismo como um todo tem pequena porcentagem de adeptos, relativamente à população brasileira. Mas sua presença é claramente percebida.

Sua vertente evangélico-religiosa tem representação pública devido à proliferação de centros espíritas com essa estrutura.

Nosso propósito é criar uma via paralela destinada a quantos pretendam investir na investigação, na pesquisa e na reflexão equilibrada com os fundamentos básicos da proposta de Allan Kardec e com os avanços do pensamento humano, oferecendo uma opção aos que não se sintam à vontade nas igrejas, nas doutrinas espiritualistas, nos centros espíritas religiosos.

Enfim, que desejam conhecer uma proposta de investigação séria e consistente formulada de maneira objetiva e prospectiva.

Se conseguirmos manter nossos objetivos, poderemos caminhar fraternalmente ao lado dos espíritas religiosos e de quaisquer outros segmentos, mantendo a integridade de nosso pensamento e o objetivo de oferecer uma alternativa às pessoas e à sociedade, na análise e compreensão dos fenômenos da vida.

Debateremos 19 trabalhos, com temas diversificados e atuais. Faremos 2 mesas redondas, abertas à participação de todos os participantes. Realizaremos, como sempre, um grande encontro fraterno, produtivo e que sedimentará laços de amizade e, estamos certos, desencadeará trabalhos de expansão da idéias de uma doutrina kardecista positiva em todo o país e fora dele.

Aos participantes, o abraço da equipe do ICKS e dos voluntários que formam um círculo de cooperação e amizade.

ICKS comemora o Aniversário de Allan Kardec - Capa

O mês de outubro é sempre oportunidade para comemorar o nascimento do professor Hippolite Denizard Rivail. No dia 3 de outubro de 1804 o Espírito experiente e determinado que já enfrentara em encarnações passadas duros combates pela liberdade de pensar, voltava à terra. Seriam necessários 51 anos para que ele entrasse numa nova fase de sua existência terrena, sob certa forma atribulada. Foi em maio de 1855 que n a casa da sra. Plenaimason que ele encontrou seu destino.

Ali, diante do espetáculo bizarro das mesas girantes, ele decidiu dar uma nova direção à sua vida. Dois anos depois, em 18 de abril de 1857, deixou de lado tudo o que fizera com o nome de batismo e renasceu como Allan Kardec, fundador do Espiritismo.

Hoje, duzentos e um anos depois, continuamos a admirar seu talento, sua obra e seu tirocínio, competindo-nos seguir suas diretrizes e manter a doutrina que criou em parceria com Espíritos de estrutura moral e intelectual elevada, como uma opção para a humanidade.

Se o Espiritismo não for aceito consistentemente neste século vinte e um, teremos fracassado na continuidade do trabalho de Kardec.

O ICKS FESTEJA

Como faz anualmente, o ICKS, homenageará Allan Kardec, com uma reunião festiva. Na primeira parte, os membros do ICKS examinarão as próprias razões de se tornarem espíritas e o papel que Kardec exerceu em suas vidas. Na segunda parte, um coquetel brindará a passagem desse evento tão caro aos espíritas de todo o mundo.

A Força do meu Desejo - Jaci Régis

Era uma conversa familiar. Assuntos vários, comentários diversos.

Não sei bem porque, mas, de repente, fiz uma declaração que surpreendeu a todos. Estou totalmente satisfeito, como sou, disse. Não quero mudar um centímetro da forma como estou neste mundo. Com minhas virtudes e meus defeitos. Creio que, no balanço final tenho até mais virtudes do que defeito.

A expressão e o silêncio foram bastantes característicos.

Os familiares são, em geral, os críticos mais duros dos familiares.

Talvez porque a convivência nos torna mais expostos a atritos, a choques de opinião. Pais, filhos, esposos que vivem sob o mesmo teto, têm visões particulares, próprias acerca uns dos outros. Já é clássico dizer que ninguém é profeta na própria terra.

O julgamento que fazemos de nossos parentes, de modo algum é imparcial e isento. Ao contrário. É misturado com emoções e valores pessoais, que vão desde a exaltação de virtudes que não existem no grau indicado, geralmente feito pelos pais em relação aos filhos, como forma de compensação. Ou de até ódios, inveja, ciúmes.

Lembro de presenciar um episódio interessante. Eram duas irmãs. Uma casou e, dias após o casamento veio até a casa materna. Tocou o interfone e a irmã solteira, que estava em casa, ao saber da visita da outra, gritou: "vai embora, você já casou, não mora mais aqui...".

A jovem falou que tinha lido no Evangelho segundo o Espiritismo que não deveríamos querer reconhecimento, nem desejá-lo. E arrematou, mas eu gosto de ser reconhecida. Por exemplo, se meu professor diz que sou ótima em Física, isso muito me agrada.

É a pregação da renúncia, típica do cristianismo. Renúncia de nós mesmos, de reconhecimento, disse. Para o cristianismo, a pessoa é um nada, um ser que deve se alienar porque tudo vem de Deus e só a Deus deve-se agradecer.

É um argumento maniqueísta. Ou se é humilde ou se é orgulhoso. Uma das falhas do cristianismo é nunca considerar o caminho do meio, preconizado com sabedoria pelo Buda.

Claro que queremos ser reconhecidos, aplaudidos. Temos que aprender o justo caminho, a medida certa, ou quase certa, de nosso próprio valor, de nosso talento.

Dias antes dessa minha declaração de amor de mim mesmo, com todos os defeitos que possuo, tinha conversado com uma mãe que estava reclamando da forma como ela mesma era e que transmitira para os filhos. Ela era uma mulher criativa, que se dedicava ao que fazia e superava os limites comuns das pessoas que nunca se dão, que apenas ficam nos limites de suas obrigações formais, sem abrir um passo além do proposto, programado ou contratado.

Ela argumentava que quem assim procede sofre porque se destaca da massa, do comum e por isso é invejado, atacado, chamado, quando profissional, de "puxa saco". Quando estudantes são chamados de cdf e os colegas menos aplicados, além de invejar tendem a provocá-los para que não consigam tantas boas notas que, por isso, os deixa numa posição de inferioridade.

Eu disse áquela mulher que, de modo algum ela deveria penalizar-se por ser assim e por assim influenciar os filhos. Ela deveria congratular-se

Digo porque desde a juventude tenho palmilhado um caminho definido, com altos e baixos, mas determinado, dedicado aos meus ideais, aos meus propósitos de aprender a servir.Uma força interior me move,impulsiona a buscar caminhos, a enfrentar desafios.

Isso traz solidão. Não a solidão do isolamento, da alienação. Mas a solidão de muitas vezes marchar sozinho, prosseguir apesar da desistência dos que começaram o mesmo caminho ou que jamais seguiram os mesmos passos, mantendo-se paralelos, incapazes de vestir a camisa, de sair do próprio comodismo.

Quando apresentei a tese sobre uma Teoria Espírita da Personalidade, referi-me à força interior que cada um desenvolve ao longo da evolução. Essa força provém da agressividade constituinte da natureza do ser espiritual, que se transforma no desejo. O desejo é a mola propulsora, que se transforma em motivação, nem sempre bem entendida, mas que mobiliza a pessoa a continuar, a prosseguir, a criar, a inovar, a persistir, apesar de tudo.

Penso que a maioria desvia sua força interior para banalidades onde permanece no limbo das in decisões e das controvérsias vazias sobre si mesmo, o destino e a participação ativa no meio. Creio que criam uma zona de nevoeiro afetivo, sem perder-se na paixão.

Porque o desejo quando se torna em alavanca de evolução consciente forja a paixão, exprimindo a força interior. Nesse caso, a direção dessa força é que depende dos valores eleitos, porque pode se transformar numa poderosa arma do bem como do mal.

Nesta fase da minha vida, nesta etapa final de minha estadia neste mundo, não me faltam sonhos, nem ilusões, no sentido de que a idade que avança não apagou o impulso que desde rapaz me move. Afinal a imortalidade não é apenas uma teoria, mas uma certeza sobre a perenidade do ser.

Por isso, não tenho que mudar um centímetro o modo de encarar a vida, embora isso não signifique a plenitude, nem a ilusão de ser bom ou caridoso. Ou percepção das imensas necessidades que meu coração e minha mente têm de amor, de sentimentos, de paz.

Ética e Espiritismo - Geylson Kaio F. C. de Lima

Revisando alguns estudos sobre ética e moral, senti-me estimulado a fazer uma análise paralela com a Doutrina Espírita, no sentido de refletir sobre a existência ética do Espiritismo. Sua identificação como uma Doutrina, já nos possibilita uma reflexão sobre o conceito estabelecido no Dicionário Aurélio, segundo o qual, doutrina diz respeito a um "conjunto de princípios que serve de base a um sistema religioso, filosófico, cientifico, etc.".

Tomando como destaque a parte moral da Doutrina Espírita, poderíamos, desde já, dizer que há no Espiritismo uma ética estabelecida. Que ética é esta? Quais suas implicações sociais e pessoais?

Analisando o Evangelho Segundo o Espiritismo, por exemplo, podemos perceber logo na introdução que Allan Kardec coloca os conteúdos ali existentes, mais especificamente os ensinos morais de Jesus, como sendo um código de moral universal, sem distinção de culto, ou seja, um conjunto de princípios universais que rege as ações e relações humanas.

A ética ou filosofia moral, como falam alguns estudiosos, nasce quando se busca compreender o caráter de cada pessoa, isto é, o senso moral e a consciência moral, que dizem respeito a valores, sentimentos, intenções, decisões e ações referidas ao bem e ao mal; ao desejo de felicidade e ao exercício da liberdade. Portanto, são parte essencial da nossa intersubjetividade, ou seja, das nossas relações com os outros.

Do ponto de vista dos valores, a ética exprime a maneira como uma cultura e uma sociedade definem para si mesmas o que julgam ser o mal e o vício, a violência e o crime, o bem e a virtude, a brandura, o respeito, a alteridade e o mérito. A ética pode ser considerada universal, mas é importante dizer também que devido a nossa constituição sócio-histórica, fomos construindo e reconstruindo os valores do nosso código de ética universal através dos tempos.

Ética ou filosofia moral espírita deve ser entendida como uma reflexão que discute, problematiza e interpreta o significado dos valores morais espíritas e espirituais de uma maneira geral. A ética que conduz às ações e relações espíritas sofrem a influência (e não poderia ser diferente) dos valores, sentimentos, intenções, decisões e ações estabelecidas no âmbito das práticas do espiritismo.

É importante estarmos atentos ao tipo de relacionamento estabelecido desde os primórdios do espiritismo iniciado na França até os dias atuais, quer seja na prática diária dos centros e instituições, quer seja nas organizações representativas do movimento espírita. Será sempre necessário avaliarmos as nossas ações para uma construção harmônica e feliz das relações interpessoais no âmbito do espiritismo com a sociedade de um modo geral.

A ética traduz uma questão de consciência, na qual somos chamados a clarificar o que está obscuro ou apreender o sentido e o significado daquilo que não está claro, de maneira tal, que as minhas práticas relacionais sejam ações conscientes, livres e responsáveis.

Geylson Kaio F. C. de Lima é Psicólogo e Assessor de Comunicação Social da ASSEPE - Associação de Estudos Pesquisas Espíritas de João Pessoa.

Cartas Abertas (Novos Rumos para a Política Brasileira) - Da Redação

O IPEPE - Instituto de Intercâmbio do Pensamento Espírita de Pernambuco resolveu posicionar-se sobre o clima político brasileiro. O IPEPE é o único órgão do Espiritismo a somar-se ao Abertrura na apreciação do momento político brasileiro

Diante dos graves acontecimentos na vida política do Brasil, o povo brasileiro espera e deseja ações que possam melhorar as práticas na vida pública no país. Não podemos contemporizar com um sistema que facilita a corrupção e os desmandos, a impunidade e os desvios de recursos públicos, num país onde ainda falta, entre outros fatores, saneamento básico, infra-estrutura de transporte coletivo, escolas e postos de saúde, moradias populares e esperanças para nossas crianças, segurança pública e empregos para que nossos jovens tenham alternativas à delinqüência. Diante de situação grave é indispensável que cidadãos e cidadãs, organizações não governamentais compromissadas com a população e com os interesses da democracia, com o estado de direito, com o respeito para com as coisas públicas e que se preocupam com a qualidade de vida das pessoas nesse pais, se juntem para exigir das autoridades competentes, todas as medidas necessárias para que se promova um verdadeiro choque ético nas instituições políticas do Brasil. O Instituto de Intercâmbio do Pensamento Espírita de Pernambuco (IPEPE) manifesta seu apoio aos anseios de rápida apuração de responsabilidades e renovação da vida política brasileira.

O Espiritismo e o Materialismo - Editorial

Na questão 799 de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta : De que maneira o Espiritismo pode contribuir para o progresso? E a resposta é objetiva: Destruindo materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele ( o Espiritismo) faz os homens compreenderem onde está o seu verdadeiro interesse. A vida futura não estando mais velada pela dúvida, o homem compreenderá melhor que pode assegurar o seu futuro através do presente. Destruindo os preconceitos de seita, e casta de e de cor, ele ensina aos homens a grande solidariedade que os deve unir como irmãos.

A compreensão da imortalidade abre horizontes, modifica o próprio significado da vida corpórea. Mas não se pode entender a resposta como um convite a considerar a vida terrena desprezível. Na verdade, na questão, o termo "materialismo" abrange todos os segmentos que consideram a vida terrena dentro espaço berco-túmulo, com seu cortejo de incertezas e conflitos. E isso produz a angústia do fim, a sensação de inutilidade dos valores. No final das contas, as religiões, como detentoras dos valores através dos tempos, têm responsabilidade pela desqualificação da existência. As promessas de prêmios e castigos além túmulo não produziram efeito prolongado e sólido para sustentar a manutenção dos valores, a medida que seu domínio foi sendo enfraquecido.pelo progresso e pela liberação das idéias. Parte daí o incentivo para o materialismo existencial básico que está na raiz do comportamento geral.

A solução do problema está no desenvolvimento da espiritualidade, compreendida como a transcendência da materialidade da vida. E que não tem ligação necessária com cultos, crenças e religiões ou fé. É produto do Espírito na busca de valores capazes de manter a existência num nível de equilíbrio entre as necessidades e a sensibilidade . Ou seja, significa o cultivo de valores capazes de harmonizar a mente, o coração e a inteligência, superando os apelos extremados do egoísmo.

Ela permanece na essência do ser, usufruindo, construindo e vivendo intensamente o momento existencial que a vida corpórea nos oferece, mas transcendendo as limitações da morte, porque a imortalidade permite que o ser se projete no tempo, sem perder o minuto.

O Espiritismo pode ajudar a sustentar essa espiritualidade, se conseguir desmontar a mentalidade materialista que subsiste mesmo nos mais místicos e dos mais religiosos, que encontram dificuldade em viver o mundo.. O que não pode é repetir os erros das religiões que quiserem afastar o ser de suas necessidades afetivas, negando seus problemas psicológicos, desejos e aspirações, com o apelo da renúncia de si mesmo, que resulta na criação de personalidades falsas.

Somos Espíritos em aprendizado dentro da Lei de Evolução. Isto é, somos imperfeitos, mas não necessariamente maus. A doutrina constrói uma visão positiva da vida e do ser, considerando as necessidades do Espírito em evolução eliminando a angústia criada pela visão da vida, do ser e do futuro dominada pela morte. Essa angústia abriu as portas à satisfação do egoísmo, seja no contato social, seja na tentativa de buscar satisfação e gozo irrefreado, como alternativa para a frustração e da inutilidade da existência.

Algumas atitudes humanas, libertando-se da tirania das religiões e dos valores castradores do ser, são injustamente classificados como materialistas. Na verdade muito do progresso humano é fruto desse materialismo que questionou critérios, leis e costumes e avançou derrubando tabus, preconceitos e barreiras.

Se o Espiritismo quiser ajudar o progresso deverá usar uma nova linguagem e aprender a analisar os fenômenos do progresso, os conflitos humanos, sob o ângulo da Lei de Evolução e não sob o prisma do pecado, da culpa e do castigo. Ao lado da certeza da imortalidade há-de se criar a mentalidade liberta, capaz de superar os desvios e alimentar no Espírito a chama da auto realização, a certeza da Justiça Divina, não pelas reencarnações punitivas, mas pela benção do recomeço, da reparação, da renovação e da revolução dos estágios que cada um tem atingido, na busca da felicidade.

Pois para isso fomos criados, para sermos felizes.

E para sermos felizes, precisamos aprender a usar os talentos da vida, desenvolvendo a espiritualidade que nos identificará enquanto encarnados e depois, para sempre, progressivamente.

O Espiritismo sem Passes - Editorial

Quase que diariamente o ICKS é procurado por pessoas que vendo sua designação, perguntado qual o dia em que haverá passes.

O ICKS é um intituto de cultura da doutrina kardecista, não tem reunião mediúnica, nem sessões de aplicação de passes.

Mas a procura se justifica, porque há uma ligação do Espiritismo e o passe.

Poderia haver centro sem passes? De modo geral não. O correto é afirmar que não há centro espírita sem passes.

A justificativa é que o passe é um ótimo instrumento de equilíbrio e que, não havendo passes os centros ficam vazios.

Isso é verdade. Se na frente de um centro espírita vemos um carrinho de pipoca, certamente ali ou se faz milagres, através de médiuns carismáticos ou outra qualquer atração, menos, obviamente, o estudo do Espiritismo.

A aplicação de passes ou emissões energéticas é parte integrante do Espiritismo a Brasileira.

Desde os primeiros momentos do movimento espírita, a aplicação de passes, ao lado de consultas de "médicos desencarnados" tem sido um sinal de definição do Espiritismo diante da população.

Qualquer que seja o apelo ao estudo, o número de aderentes é reduzido. Trata-se de uma decisão inteligente e consciente, a que muitos não têm acesso.

O número de pessoas que dá uma "passadinha" no centro para tomar seu passe semanal ou de menor freqüência é sempre muito grande. Diz que a Federação Espírita do Estado de São Paulo aplica cerca de 5 mil passes por dia, o que teria obrigado a estabelecer um tempo máximo e mesmo organizar uma câmara de passe sem a presença de um médium.

Quando a pessoa "dá uma passadinha" está imbuída do imaginário sobre o passe, sua utilidade e eficácia. Pensa-se magicamente sobre a ação do passe sobre a saúde, o controle emocional e a "limpeza psíquica", através da ação de "descarregar as más influências" de supostos Espíritos.

Em certos centros ou grupos há até os "papa passe", assim chamados ironicamente os fanáticos tomadores de passes.

O fanático ou eventual tomador de passes dificilmente se tornará espíritas. Serão freqüentadores desse ou daquele centro cujo horário, o dia da semana coincide com alguma folga ou espaço na sua agenda.

Assinalamos assim uma diferença marcante entre o freqüentador do centro e o espírita consciente. Este não negará a realidade do passe, e dele se socorrerá quando julgar necessário. Mas terá a visão mais equilibrada sobre sua eficácia e sobre sua utilidade.

Dizer que sem passes o centro fica vazio é confessar que não importa a doutrina, mas o salão cheio ou pelo menos não vazio.

Raciocínio e Coração - Editorial

A Revista Espírita de outubro de 1861 traz reportagem sobre a visita de Allan Kardec a Lion, onde ele foi homenageado com um banquete. O grupo espírita de Lion era composto de grande número de operários. Nesse encontro o tema da ação do operariado em defesa de suas reivindicações e a questão do comunismo foram tratadas tanto por Kardec, como pelo Espírito Erasto.

Por oportuno, queremos destacar o trecho em que Kardec frisa "Alguém nos dizia em Lion, O Espiritismo penetra nos meios operários pelo raciocínio; não seria tempo de procurar que penetrasse pelo coração?". Kardec deu resposta à altura.

Transcrevemos esse trecho porque recentemente, após uma reunião do ICKS, uma pessoa que veio pela primeira vez e também nunca mais voltou, ressaltou da mesma forma de há 144 anos atrás, que ali estávamos cuidando da ciência e estaríamos esquecendo o coração dos necessitados. Ela tinha tido uma suposta visão de desencarnados presentes e que lhe pareceu necessitados.

Como se percebe, a mesma incompreensão sobre os objetivos do Espiritismo se mantém viva através dos tempos, porque o pieguismo e a falsa caridade permanecem também vivos.

Por "coração" parece que se entende a ignorância, o assistencialismo e a falsa visão da realidade espiritual.

Observamos que os núcleos espíritas e os que se dizem tal, se aprimoram em curar feridas, sem se preocuparem em oferecer o verdadeiro remédio, que é o esclarecimento que o Espiritismo traz, essencial para a renovação que as pessoas precisam para evoluir e superar seus problemas..

Claro que a pessoa necessitada, aflita merece atendimento urgente. Como nos Prontos Socorros Médicos. Onde, depois de pensadas as feridas ou atendidas as emergências, recomenda-se o tratamento com médico especialista.

No Espiritismo, porém, na mais das vezes, os sintomas são atendidos corriqueiramente e repetidas vezes, mantendo a essência do problema.

Julga-se que pensar, raciocinar sejam atitudes frias, isentas de fraternidade e de sensibilidade. Essa falsa premissa tem sido feita constantemente e serve de escudo para os que pretendem que o Espiritismo é mero espaço para atendimento emergencial e não uma nova visão do homem e do mundo. Além disso, certas formas de falar e agir que parecem provir de elevados sentimentos muitas vezes não passam de estereotipia que mascara a insensibilidade e a indiferença, enquanto formalmente se fala e se afirma, sem base, sobre a pessoa, seus problemas e até futuro.

O Espiritismo não merece essa traição.

A Quarta Fase (Imprensa Espírita) - Da Redação

Na revista Delfos, cuja capa parece uma publicação católica, com a imagem do Cristo tradicional das igrejas, (edição 03 –ano V, nº 21) Adenauer Novaes escreve artigo "Autotransformação na Religião". O autor estabelece um verdadeiro roteiro formal para a religião espírita. Diz "Considero as religiões, em particular o Espiritismo, um conhecimento estruturante para a personalidade autônoma. Seus princípios e suas práticas contribuem sobremaneira para a formação do individuo harmonicamente ajustado à sociedade, para a construção da personalidade ótima e para a consciência de ser Espírito". Em seguida estabelece as fases que o espírita atravessaria até atingir o ápice. "Afora as inserções no Centro Espírita pelas portas da obsessão, o espírita atravessa distintas fases de aprendizado até a consolidação do saber proposto pelo Espiritismo. Perceber-se Espírito, tendo integrado à personalidade aquilo que é ensinado pelos postulados espíritas é meta a ser atingida". Ele define "personalidade ótima como a realização em si mesmo das melhores qualidades coletivas de uma pessoa em seu trato com o semelhante" Também considera que "é compreensível que o Espiritismo se apresente e seja praticado como qualquer religião, pois seu surgimento se caracteriza como tal". Caracteriza como objetivo final alcançar a quarta fase do aprendizado, ou seja, a consciência onde "alcança-se, finalmente, a compreensão da proposta do Espiritismo para si mesmo."

O artigo é extremamente asséptico, formal e naturalmente fora do contexto da realidade dos centros espíritas que se conformam em ser apenas uma religião qualquer, sem o objetivo que o autor imagina que é a reforma intima consolidada pela absorção gradual de uma meta do individuo harmonicamente ajustado à sociedade. Talvez o Espiritismo tenha por objetivo ajudar a criar em nós uma harmonia conosco mesmo, ainda que não ajustado à sociedade, diferenciado da massa apoiada em valores do materialismo propriamente dito e do materialismo camuflado das religiões univenciais.

Egoísmo e Orgulho (Problemas Sociais e Políticos) - Da Redação

Analisando os obstáculos ao progresso moral, O Livro dos Espíritos nos diz que o egoísmo e o orgulho, são os maiores obstáculos. A resposta poderia ser considerada simplista, porque o progresso moral depende de vários fatores existenciais e evolutivos. Mesmo assim, podemos considerar que ela sintetiza o problema que atinge as pessoas e a sociedade.

As revelações sobre a corrupção que atinge a Câmara dos Deputados, refletem essa realidade maior. Na apreciação dessa nódoa social e humana, nem sempre se cita o móvel mais profundo das ações humanas.

Homens e mulheres que postulam o mandato político, teoricamente embuidos de propósitos de lutar pelo progresso social, levados pelo próprio egoísmo deixam-se corromper atraídos pelo dinheiro, pelos seus interesses pessoais acima dos coletivos.

Homens e mulheres que se postam diante da população como exemplos de dedicação à coisa pública e outros que assumem cargos executivos, não se pejam de desviar o dinheiro público, destinados a atendimento da população, para satisfação de seus interesses. .

Quando diante da população, via televisão, inquiridos em comissões de inquéritos, mostram um cinismo total mantendo afiveladas ao rosto a máscara da inocência, escarnecendo da verdade. Alguns serão punidos. Outros escaparão solertemente.

O egoísmo e o orgulho obscurecem os valores, dão de mão ao sofrimento e à esperança. Eles desfazem a construção da sociedade democrática.

Homens e mulheres pouco se importando com a coletividade?

Esses delinqüentes de colarinho branco, perguntarão por que combater o egoísmo, qual a razão de superar o orgulho?

Alguns são pastores religiosos, outros profitentes de crenças e seitas. Onde ficaram os ensinamentos que pregaram e que ouviram?

Não se trata de pedir apenas punição merecida, mas de verificar qual o preço que a coletividade, a esperança, a honestidade sofrerão com exemplos desse porte?

A vida cobrará o devido débito, porque a Lei é inflexível. Isso, contudo, é o que menos importa.

Importa reforçar os valores, banir esses corruptos e para isso a legislação oferece recursos. Alguns, tão egoístas e orgulhosos quanto, aplaudirão a esperteza dos corruptos. Mas a maioria repudia a desonestidade.

Que sejam banidos pelo voto consciente.

Jesus Cristo Super Star, Laicidade, A defesa Religiosa, Virtude e Fé (Opinião em Tópicos) -  Milton R. Medran Moreira

Jesus Cristo Super Star

Vejam isso que os jornais noticiaram, por esses dias: Na Câmara Municipal de Porto Velho (RO), acaba de ser aprovado, em primeiro turno, um projeto de lei que reza, literalmente, em seu artigo primeiro: "Fica declarado, profeticamente, Jesus Cristo como único senhor e salvador da cidade".

O projeto, que precisa passar por uma segunda votação para se transformar em lei, foi apresentado pelo vereador evangélico José Wildes. O artigo 2º da inusitada proposição deixa consignado que a cidade "renuncia a toda a obra realizada no passado de prostituição, impureza, lascívia, ruínas, homicídios, roubos, corrupção, idolatria, feitiçaria, tráfego (sic) de drogas, prostituição infantil e toda maldição de primeira, segunda, terceira e quarta geração".

E, para que não se duvide de sua constitucionalidade, o projeto já recebeu um parecer técnico-administrativo, declarando-o "perfeito sob o ponto de vista da ótica jurídica".

Laicidade

Especialmente por ter como cenário o Legislativo de uma Capital de Estado deste Brasil do Século 21, o projeto é caricato, ainda que real. Um verdadeiro acinte aos modernos princípios de laicidade do Estado e da total separação entre este e a(s) Igreja(s). Mas, mesmo nos meios mais politizados do Poder Estatal subsistem resquícios dessa submissão do Estado aos dogmas da Igreja.

No Rio Grande do Sul, acaba de se levantar uma voz firme contra uma dessas formas de submissão. O juiz estadual Roberto Arriada Lorea, está propondo a seus pares da Magistratura que sejam retirados os crucifixos que pendem sobre as salas de audiência do Poder Judiciário. A ostentação de um símbolo religioso num espaço do Estado é inconstitucional, "fere a liberdade de crença religiosa assegurada a todos os brasileiros", sustenta o juiz.

Mesmo que, sob o ponto de vista legal, a tese do magistrado gaúcho se mostre insofismável, a polêmica se espalhou pelo Brasil. Representantes da Igreja, leigos ou clérigos, têm reagido indignados.

A defesa religiosa

Com argumentos do tipo: a) O Brasil é um país majoritariamente católico; b) nossa nação nasceu sob o signo da cruz; c) o crucifixo é um elemento mais cultural que religioso; d) a Constituição Brasileira, no seu preâmbulo, invoca Deus, o que introduz nela o elemento religioso, etc., busca-se justificar a presença daquele símbolo de fé, como regra, no cenário onde o Judiciário dirime os conflitos entre seus cidadãos.

Nenhum desses argumentos tem peso suficiente para fazer subsistir esse resquício teocrático num espaço do domínio do Estado laico. Hoje o Brasil é um país de uma maioria apenas nominalmente católica. E, mesmo sob o aspecto meramente nominal, cada vez menos brasileiros se autodenominam católicos. Mais: o crucifixo sequer é um símbolo de união dos cristãos. Os evangélicos usam apenas a cruz, sem a imagem do homem nela pregado. Símbolos de culturas específicas ou relativas às crenças de um povo têm seu lugar definido nos meios onde essa cultura ou essa crença são celebradas. Não no espaço público estatal. A crença em Deus, ademais, por se expressar de forma multicultural, multirreligiosa e, inclusive, arreligiosa, não cabe ser representada por símbolos de apenas uma religião.

Virtude e fé

Um símbolo religioso num espaço público pode causar constrangimento a profitentes de outras crenças ou pessoas que não alimentam qualquer fé religiosa. Se a sociedade não tiver coragem de se libertar desses símbolos corre o risco de sofrer grotescos retrocessos teocráticos como esse que está sendo impingido a seus munícipes pela Câmara da Capital de Rondônia. Também não é honesto sustentar que bons costumes e valores éticos resultam da fé. A História está cheia de homens cheios de fé praticando crimes hediondos. Entre nós, os escândalos mais recentes tiveram como protagonistas algumas figuras que sempre fizeram questão de proclamar sua crença religiosa. Agora mesmo, um juiz (este de futebol) flagrado como agente de um esquema de fraude a resultados de jogos, já se notabilizara por, ao início de cada partida por ele arbitrada, fazer enorme mis-en-cène com preces e beijos a uma imagem de santa que levava consigo.

Virtude resulta de educação e de autoconhecimento, não de crença.

O Espiritismo e as Ciências Humanas - Patricia Saliba

As ciências humanas têm por objeto de estudo o homem e seus comportamentos, sejam individuais e coletivos, pertencentes ao passado e ao presente. Esse campo das ciências se desenvolveu a partir dos fins do século XVIII. Hoje em dia, mesmo apenas parcialmente explorado, esse conjunto cultural abrange um conhecimento importante em antropologia, economia, ciências políticas, psicologia, filosofia.

Diferentemente das ciências exatas, que estudam a matéria, as ciências humanas estudam os comportamentos humanos, a organização humana e sua história.

A partir do século V a.C, com os pensadores e filósofos gregos (Arquimedes, Euclides, Hipócrates...) a ciência começou a constituir-se e desenvolver uma nova forma de conhecimento, centrada na investigação das provas e da demonstração. O mundo árabe, entre os séculos XII e XV, transmitiu à Europa conhecimentos em matemática, astronomia e medicina. A Europa dos séculos XVI a XVIII, elaborou então, com Galileu, Descartes, Newton e Lavoisier, uma nova representação do Universo que se apóia no uso das matemáticas aplicadas ao movimento do corpo, a observação e a experimentação.

A história dos conhecimentos e práticas que têm por objeto o homem e a sociedade, as ciências humanas não se desenvolveram senão a partir do século XIX, tendo suas raízes no Renascimento, trazendo conhecimentos novos e importantes sobre o ser humano.

Para a ciência, um fenômeno deve ser reproduzível à vontade, o que nem sempre ocorre no caso das ciências humanas, pois o Espírito é muito mais complexo que a matéria e não se experimenta sobre um ser humano, como sobre um material. Nesse campo, os fenômenos são reproduzíveis, mas nem sempre a vontade.

As ciências humanas podem, em certa medida, responder aos critérios das ciências chamadas exatas: fez observações de fenômenos que podem ser repetidos ou renovados. Por exemplo, em psicologia, os critérios podem ser definidos a partir do estudo: as defesas, os complexos de inferioridade e de superioridade, a esquizofrenia, a paranóia, etc. (estudos de Freud, Jung...) que deram à psicologia um caráter científico. O estudo dos comportamentos tem sido objeto de classificações em categorias nas quais se fazem constantes.

A psicologia, convertida em ciência do homem e qualificada como ciência exata, segue sendo prisioneira das leis estatísticas e matemáticas, ocultando-nos nossa natureza espiritual.

As ciências do paranormal

As ciências do paranormal têm realizado estudos profundos em magnetismo, radiestesia, hipnose, clarividência, telepatia, psicometria e psicosinésia, segundo um método científico, (inclusive estatístico - telepatia). Os fatos e os resultados se repetem, são então reproduzíveis segundo condições de experiências a serem respeitadas. Na análise dos fatos, é preciso levar em conta condições fluídicas, o estado de Espírito, etc, pois essas, condições de ordem psíquica ou espiritual que devem ser levadas em conta. E, portanto, não é uma investigação empírica, na medida que tem sido possível determinar leis naturais que regem diversos tipos de manifestações. O protocolo experimental, simplesmente difere do exigido pelas ciências chamadas exatas, pois não se trabalha sobre os poderes do Espírito da mesma maneira que sobre a matéria inerte. Mas, como na psicologia ou outra ciência humana, há um protocolo experimental cujas regras nos são perfeitamente conhecidas.

O Espiritismo entre as ciências humanas

Enquanto ciência, o Espiritismo tem tido por meta demonstrar, por intermédio dos médiuns, a existência dos Espíritos além da morte, a partir da observação de fatos aparentemente anacrônicos, isto é, as manifestações espontâneas. Dessas observações, desses fenômenos espontâneos, passou para a observação dos fenômenos provocados. Assim, os fenômenos se tornaram reproduzíveis, através de uma sessão espírita.

Foi, sobretudo, graças a Allan Kardec que compilou o resultado experimental, que o que era misterioso e espontâneo, se converteu em objeto de experimentações, se deduziram leis naturais da definição da mediunidade e seu desenvolvimento. A multiplicação das sessões veio logo a confirmar e provar a existência de outro mundo que se manifestava de maneira inteligente. Havia nascido o Espiritismo científico.

As provas da manifestação dos Espíritos (sinais de reconhecimento e identidade, ectoplasma, manifestações fantasmal, etc) já não têm que ser demonstradas, nem questionadas, exceto por certos cientistas que recusam examinar os trabalhos de eminentes investigadores do passado.

O Espiritismo reconhece os avanços da psicologia clássica desde Freud e, sobretudo, permitiu uma grande extensão do psiquismo humano em sua natureza preexistente e eterna.

Na metodologia das investigações, que foi utilizada desde Allan Kardec, se pode dizer que o Espiritismo tem o direito de reivindicar o titulo de ciência humana. Ainda mais, os conhecimentos ensinados pelo mundo dos Espíritos em diversos campos, trouxeram a cada disciplina das ciências humanas, um elemento suplementar e complementar para a compreensão do ser humano. Trabalha para que o Espiritismo seja estudado e aceito como uma ciência e uma filosofia que libera o homem, é a missão a que se impôs o Circulo Allan Kardec, desde há 30 anos.

3ª Semana Herculano Pires, Alfredo Figueiredo, Lilah Lourdes Muniz (Notícias) - Da Redação

3ª Semana Herculano Pires

O Centro de Estudos Espíritas José Herculano Pires (Rua Alicante 389 - Vila Granada - Penha - São Paulo - SP) realizou a 3ª Semana Herculano Pires, em sua sede, nos dias 17, 20 e 22 de setembro último.

No dia 17, das 16h às 19h , Amilcar Del Chiaro Filho (Centro de Estudos e Pesquisas Espíritas José Herculano Pires, de Guarulhos) e Sandra Regis (Centro Espírita Allan Kardec, de Santos, e Presidenta da CEPAmigo) coordenaram o seminário "Teoria e prática da mediunidade no Centro Espírita"

Dia 20,das 20h às 21h30, Milton Silva Calciolari (Diretor da Fundação Maria Virginia e José Herculano Pires), fez palestra sobre "As obras de Herculano Pires".

Dia 22,das 20h às 21h30, Mauro de Mesquita Spinola (Presidente do Conselho Deliberativo do CEE José Herculano Pires e 2º Secretário da CEPA), fez palestra sobre "Herculano Pires e Kardec".

ALFREDO FIGUEIREDO

Desencarnou no dia 13 de setembro, após prolongada enfermidade, Alfredo Figueiredo, figura ativa e reconhecida nos meios espíritas. Como membro do Conselho Deliberativo da antiga União Municipal Espírita de Santos, participou da fundação da Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda. Mas foi no Centro Espírita 30 de Julho que desenvolveu a maior parte de seu trabalho. Presidiu o "30 de Julho", por 18 anos e desde 1964 até 2003, esteve à frente da Escola de Educação Especial 30 de Julho. Figueiredo partiu aos 82 anos, deixando esposa, filho, nora, netos e bisnetos.

LILAH LOURDES MUNIZ

Com 80 anos de vida terrena, deixou-nos, no dia 16 de setembro Lilah Lourdes Muniz, uma grande cooperadora da Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda, da qual foi conselheira e diretora por muitos anos. Pelo seu trabalho, chefiando equipe no Bazar das Pechinchas e pelos trabalhos em prol da Comunidade, recebeu o título de Conselheira Honorária. A desencarnação deu-se de enfarte fulminante. Ela era solteira.

Katrina e a Solidariedade (Mundo Atual) - Da Redação

A tragédia vivida pela população do sul dos Estados Unidos, mais espetacularmente a da cidade de Nova Orleans, no Estado da Lousiana, devido à passagem do furação Katrina e, com menos estragos do Júlia, mostraram uma face desconhecida daquele país e mobilizaram a solidariedade mundial.

Líder inconteste do mundo atual, com seu poderio econômico, intelectual e militar, os Estados Unidos projeta uma imagem de arrogância e de desprezo pelos demais povos. Essa situação se agravou pela política de guerra caracterizada pelo governo Bush, com a invasão do Iraque, contra toda a opinião pública mundial, a começar pelo desprezo ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

E foi nesse mesmo cenário que o presidente Bush, um ano depois de afirmar arrogantemente "quem não nos aprovar está contra nós", foi agradecer a solidariedade mundial aos desabrigados e sofredores atingidos pelo furação Katrina.

A passagem desse furação colocou à mostra uma região povoada por pessoas pobres, do tipo mostrado nas tragédias nos países subdesenvolvidos. População majoritariamente negra, a região apresenta bolsões de pobreza incompatíveis com a imagem de superpotência rica e poderosa que se formou em torno da América.

O golpe no orgulho americano é uma lição importante que deve servir de meditação para os americanos e todos os povos e pessoas, uma vez que toda a empáfia e toda a ilusão de invulnerabilidade podem se desfazer, como um castelo de cartas, ao sabor dos elementos da natureza e outros fatores imprevisíveis, mesmo quando sobre tecnologia, dinheiro e competência.

O caminho para a fraternidade e a comunhão dos povos não é fácil, nem próximo. Os esforços de criar mecanismos de proteção contra a tirania, o esmagamento dos mais fracos, são ainda muito precários, embora existam e sejam a salvação, muitos casos. Mas devem ser aperfeiçoados.

As guerras, conflitos e guerrilhas matam milhões todos os anos e agora o terrorismo, ameaçando a segurança de nações e povos, complica o futuro de uma humanidade mais solidária.

Mas, mesmo com a visão e a propaganda contrária aos Estados Unidos, a solidariedade humana esteve presente nos desastres produzidos pelo Katrina, como tem estado em todos os outros momentos de crise e sofrimento que se abatem sobre populações nas grandes devastações e sofrimentos em qualquer parte do mondo.

Muitos dirão que isso não é tudo. Mas diremos que é um caminho a se ampliar cada vez mais.

Athanasia Foundation (Mundo Paranormal) - Marcelo Coimbra Régis

A Athanasia Foundation foi fundada em 1996 por um grupo de pesquisadores holandeses interessados em parapsicologia, psicologia e filosofia. A fundação tem sua sede em Nijmegen, Holanda – o nome completo em holandês da fundação é Stichting Athanasia voor onderzoek naar leven na de dood en de evolutie van de persoonlijke ziel. Entre seus membros encontram-se psicólogos, médicos, historiadores e filósofos.

Todo o arcabouço experimental da fundação parte da aceitação do conceito filosófico de uma personalidade exterior ou alma, independente do corpo físico ou do cérebro e que sobrevive à morte física e é a partir da aceitação desse conceito que a fundação centra suas pesquisas e trabalhos, interessando-se por qualquer tópico relacionado. Entre os tópicos de interesse da fundação estão: experiências de quase-morte, memória extra-cerebral, memórias de vidas passadas (especialmente observadas em crianças pequenas), evolução espiritual e mental, além da parapsicologia animal e de fenômenos parapsicológicos presentes em animais.

Entre suas pesquisas também se incluem tópicos relacionados à filosofia e funcionamento da mente, tais como interações mente-corpo, identidade pessoal, eficácia mental, etc. A fundação Athanasia também está interessada nas pesquisas psíquicas em geral, nas pesquisas da neurociência e da psicologia dos fenomênos anômalos.

A fundação tem publicado diversos trabalhos e artigos, relatando suas pesquisas, experimentos empíricos, conceitos científicos e filosóficos em diversos jornais holandeses e internacionais, incluindo o holandês Tijdschrift voor Parapsychologie, o Journal of the Society for Psychical Research, o Journal of Scientific Exploration, a revista Paranormal Review, o Prana, Journal of Non-Locality and Remote Mental Interactions e o Journal of Religion and Psychical Research.

Em seu website pode se encontrar diversos artigos em Inglês e Holandês. Entre os temas abordados destacam-se reencarnação, (incluindo relatos de casos que sugerem reencarnação nos países baixos), imortalidade da alma, metafisica, fenômenos PSI e espiritualidade em geral.

A fundação mantém uma relação de colaboração oficial com o Instituto Holandês de Parapsicologia sediado em Utretch, além de parcerias com a SPR de Londres e com centros de pesquisas sediados na Hungria e na Índia, principalmente nas pesquisas de casos que sugerem reencarnação.

Para saber mais: http://www.geocities.com/athanasiafoundation/englishgeneral.html

Quem foi José Arigó ? Como é estudado pelo Espiritismo a Telepatia ? (Abrindo a Mente) - Alexandre Cardia Machado

Quem foi José Arigó?

José Pedro de Freitas, nascido em Congonhas do Campo, foi o primeiro médium a trabalhar, de forma muito conhecida com o Espirito do médico alemão Dr. Fritz. Arigó era católico e sempre foi a missa, mesmo praticando a mediunidade de cura mais famosa do Brasil. Pessoa muito simples, não se aproveitou de forma alguma desta mediunidade, tendo sido preso e sofrido diversos processos à pedido do Conselho Regional de Medicina. Dr. Fritz realizava operações de forma totalmente fora da normalidade, tendo uma capacidade de diagnóstico fenomenal. O médico receitava remédios em doses absolutamente inimagináveis e tratamentos considerados por muitos, totalmente ineficiente, no entanto a taxa de "cura" era muito alta. Chegou mesmo a atender ao antigo Presidente da República Jucelino Kubisheck. Morou em um acidente de carro na antiga BR-3. Depois de sua morte o Médico continuou trabalhando com outros médiuns, sendo que o mais famoso depois do "Zé Arigó" foi o Dr. Queiroz que em Pernambuco trabalhou muito tempo com ele até morrer também de forma trágica, assassinado por seu caseiro.

Para abrir mais a sua mente leia: Leia Arigó – Desafio à ciência – Geraldo Serrano - Editora Eco –1967.

Como é estudado pelo Espiritismo a telepatia?

A Telepatia é a capacidade de transmitir e ser captado o pensamento entre duas pessoas encarnadas. Sendo portanto um caso particular da comunicação entre espíritos, mas neste caso anímica ou seja, não mediúnica.

A telepatia foi muito estudada por Rhine, o pai da Parapsicologia, onde a classifica como uma das que compõe a Psi- Gama. No Espiritismo tratamos isto dentro do campo do animismo que podemos chamar, neste caso de um fenômeno Inteligente.

A telepatia, só é possível, porque na verdade quem se comunica é o Espírito, sendo assim este é capaz de perceber uma mensagem em sua direção, como esta capacidade não é igual em todas as pessoas, variando em grau, as que a possuem são normalmente classificadas de " paranormal".

Para abrir mais a sua mente leia: Historia de la Parapsicologia – Jon Aizpurua.

Mudar vale a Pena - Jacira Jacinto da Silva

A despeito das concretas dificuldades do relacionamento humano, um pequeno distanciamento da vida habitual basta para sinalizar o significado do isolamento. Não importando quantas pessoas estejam por perto, ou quão agitado está o mundo à sua volta, quando não consegue enxergar as pessoas conhecidas, o ser humano fica meio perdido, deslocado, afetado, para resumir numa única palavra.

A família é o sustentáculo da pessoa, podendo ela ser constituída pelo vínculo sangüineo ou de convivência apenas, apoiando-se o ser humano nessa âncora, como se estivesse desamparado sem ela. Na maioria das vezes não se medita na importância de ter filhos, irmãos, pais ou amigos por perto, mas quando eles somem abre uma lacuna, nasce um vazio, percebendo-se, então, a importância que têm em nossas vidas.

Nas prisões as pessoas penalizadas pela perda da liberdade cuidam com extremo zelo para que seus familiares, as conhecidas "visitas", tenham o melhor tratamento possível. É também o contato com o mundo exterior, a possibilidade de notícia a respeito dos acontecimentos que lhes dizem respeito, mas é, acima de tudo, o encontro com o seu sustentáculo, o seu chão.

Viver distante daquele círculo de amizade, especialmente dos familiares mais próximos, é um grande desafio para o qual o ser humano nunca está preparado. Quando alguém viaja, deixa tudo e todos, vai tranqüilo, pois sabe que voltará e encontrará tudo como deixou, mas quando chega a hora da volta, não importando muito de quanto tempo foi o afastamento, vem a sensação gostosa de voltar para casa. Este voltar "para casa" é voltar para o seu mundo, suas atividades, seu habitat. Não há quem viaje e não sinta esta emoção ao se aproximar de casa ao regressar.

Quando uma pessoa muda de cidade, por exemplo, como aconteceu comigo recentemente, o primeiro desafio é o da adaptação, depois vem outros, em especial o de iniciar uma nova construção. Quando se deixa tudo e se promove uma mudança radical, indo morar em lugar distante, a experiência é de, ao menos momentaneamente, perder tudo. Parece que se perde até a individualidade, pois a pessoa se apresenta no novo ambiente como um ser estranho, que fica isolado, ainda que seja por pouco tempo.

Mas o ser humano é volátil, busca novas alternativas, supera obstáculos, cria novo ambiente, enfim, adapta-se. Com o recurso extraordinário da inteligência, é ganha com o processo de mudança, sendo capaz de crescer, mantendo os vínculos de afinidade antigos e construindo outros novos. Daí porque não devemos ter medo de mudanças, elas fazem parte da vida humana, elas ensejam o progresso e são necessárias para evitar a mesmice e a acomodação.

Lentamente tudo se constrói novamente; o que foi marcante no passado não desaparece nunca, ainda que possa ser revivido apenas em momentos fugazes, está sempre presente na mente, no coração e no conjunto de elementos que compõe o patrimônio intelectual e afetivo.

Talvez a experiência da mudança de lugar, de cidade ou de país, seja um ensaio, uma amostra do que representa a mudança de dimensão. Aparentemente as situações são semelhantes, pois, guardadas as proporções, trata-se de um desligamento temporário, que, efetivamente, dificulta o contato e a troca de experiências.

Cabe-nos a coragem de enfrentar o desafio e transformar a experiência de toda e qualquer mudança em fonte de aprendizado e renovação.

Opiniões sobre Desarmamento - Da Redação

Na edição anterior publicamos a opinião do jornal e artigo da dra. Jacira Jacinto da Silva, acerca do referendo que será realizado dia 23 de outubro sobre a questão do desarmamento.

Como afirmamos na capa desta edição,o ABERTURA reafirma que é favorável a SIM , isto é, contra a produção e venda de armas em todo o país.

Sobre o tema, a ABRADE- Associação Brasileira dos Divulgadores do Espiritismo, expediu opinião na Internet. O leitor HomeroWard Rosa.de Pelotas, RS enviou carta protestando contra as posições do jornal e da Dra. Jacira Jacinto da Silva

A ABRADE e o Desarmamento: O

referendo das armas

(RESUMO)

No próximo mês de outubro, a Sociedade está convocada a comparecer às urnas para decidir se concorda ou não com o programa de desarmamento capitaneado pelo Governo Federal, a partir do advento da Lei Federal n. 10.826/03, o Estatuto do Desarmamento. Através do referendo – um processo constitucional (art. 14, II) de consulta popular posterior à efetivação de determinada medida pelo Governo – procurar-se-á saber se a população concorda com as recentes medidas de controle do porte e da utilização de armas de fogo em território nacional. Em específico, o referendo versará sobre se a comercialização de armas de fogo e de munições vai continuar sendo permitida no Brasil.

 No referendo, os cidadãos são chamados a dizer, através do sim ou não se alguma medida ou lei já aprovada deve continuar a valer. Seu objeto é qualquer matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição do ato. O resultado, então, ocorrerá por maioria simples, de acordo com o resultado homologado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

 Em tempos de alteridade, existem, em nosso país, movimentos pró e contra a campanha de "entrega das armas", o que ilustra o cenário de pluralidade e democracia que respiramos, conquista da caminhada rumo à maturidade política de nosso povo.

 Particularmente, a ABRADE – Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo – vincula-se ao movimento a favor da manutenção do programa de diminuição da violência e de controle de armas no Brasil, somando-se às diversas instituições governamentais e não-governamentais engajadas na campanha. 

Em verdade, jurídica e politicamente o referendo das armas corresponde a um grandioso ato cívico que irá mobilizar grande parte da população sobre a importância de se proibir a comercialização de armas, acertada providência no sentido do recrudescimento da criminalidade e da violência no país.

 Estatísticas demonstram que armas armazenadas em casas ou locais de trabalho, por civis, acabam sendo furtadas e/ou utilizadas por malfeitores, até mesmo contra seus proprietários, em ações criminosas. Outro número significativo é o dos acidentes domésticos com armas de fogo, envolvendo, principalmente, crianças e adolescentes, que, ao manejarem tais instrumentos, acabam disparando-as acidentalmente, provocando lesões ou homicídios. Dados da UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), apontam as armas de fogo como responsáveis por 65% dos homicídios nos fins de semana, sendo que, aproximadamente 28% dessas armas provêm de "homens de bem".

 Felizmente, a população tem visto com bons olhos a política desarmamentista, tanto que, desde o início da campanha pelo desarmamento – julho de 2004 –, já foram recolhidas em todo o país 305 mil armas, quase quatro vezes mais em relação à projeção inicial (80 mil). Em paralelo, o Governo espera que o quantitativo previsto no Orçamento da União para 2005 – R$ 3,3 bilhões para a segurança pública –, talvez possa até ser reduzido, graças à eficácia de medidas assecuratórias da paz e redutoras da violência civil. É de se esperar, portanto, que o referendo seja no sentido da proibição do comércio de armas de fogo e de munições em todo território nacional.  Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo (ABRADE)

O que pensa Homero

Prezados amigos,

Lamento que o ABERTURA, de setembro passado, tenha assumido uma posição tão simplista e direcionada com respeito ao desarmamento. Na chamada de capa minimiza a importância do referendo, como algo que "deveu-se à pressão dos produtores de armas e de certas pessoas, que acreditam que a população tem o direito de defender-se portando armas de fogo". Do modo como foi redigida a apresentação, faz parecer que o Estado brasileiro oferece uma excelente segurança a todos os cidadãos, mas que, "certas pessoas", teimosas, acreditam que a população precise de armas para se defender. Ora, convenhamos... 

Aos leitores do Jornal que são contra à supressão do direito em adquirir legalmente uma arma de fogo, faltou o contraponto necessário ao artigo da Dra. Jacira. Tenho profunda admiração e respeito pelo trabalho Espírita e social desenvolvido pela juíza Jacira, creio na sinceridade de seus argumentos, mas, sem dúvida, ela se encontra numa posição excepcional e confortável para opinar sobre o desarmamento dos cidadãos comuns. Graças ao cargo que conquis-tou, independente do resultado do referendo, continuará podendo possuir uma arma; além disso, ao contrário da maioria dos brasileiros, como Juíza de Direito, dispõe da máxima agilidade e eficácia que os órgãos policiais podem oferecer, para proteger a si e aos seus familiares, a qualquer hora. Infelizmente, repito, isso é privilégio de poucos. A realidade enfrentada pela maioria dos cidadãos e cidadãs em nosso País é de absoluta falta de segurança, a tal ponto que em determinados ambientes, pessoas honestas e trabalhadoras, desesperadas, acabam pagando pela "segurança" oferecida por quadrilhas criminosas organizadas (que, aliás, passarão a ser mais importantes se aprovado o desarmamen-to), cansadas de implorar e esperar em vão pela iniciativa lenta, ineficiente, ineficaz e, muitas vezes, corrupta, que o Estado "oferece".

Quem lê o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826, de 22.12.2003) observa a restrição enorme que a lei impõe a quem necessite adquirir uma arma de fogo, a saber: Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão compe-tente.Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército,na forma do regulamento desta Lei Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos: I – comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal; II – apresentação de documento compro-batório de ocupação lícita e de residência certa; III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei. § 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização. § 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma adquirida e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. § 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo. § 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas. § 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização do Sinarm. § 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1º será concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interessado.

Diante de tantas exigências, por que os defensores do desarmamento querem convencer o povo a desarmar-se

Apelam, agora, para o desempenho televisivo dos atores globais, experientes em tratar a realidade como ficção, na tentativa de angariar o SIM no referendo, comovendo a consciência ingênua e boa do sofrido e sempre explorado povo brasileiro.  É um desrespeito absoluto à inteligência.        

Por isso, como assinante do ABERTURA, penso que um assunto de extrema complexidade foi tratado com muita superficialidade, da qual, evidentemente, ressalvo a sinceridade das boas intenções nos argumentos expostos.  

Um abraço.

Homero Ward da Rosa - Pelotas-RS