Junho de 2005
9º SBPE na Reta Final - Capa
A nona edição do Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, entra na reta final a pouco mais de 4 meses de sua realização de 13 a 16 de outubro próximo.
As seguintes orientações devem ser observadas pelas pessoas que vão participar do SBPE:
Resumos
30 de junho - prazo final para a remessa de Resumos dos trabalhos a serem debatidos.
Inscrições
As inscrições estão abertas. Podem ser parceladas a partir de junho até setembro, conforme o quadro ao aldo. O prazo para confirmar as inscrições será 31 de agosto, para fechamento das reservas de hospedagem, segundo contrato com o hotel.
Ícones Vazios - Jaci Régis
Eu aguardava a jornalista, na verdade uma estagiária, terminar a entrevista que estava fazendo com um grupo de psicólogas. Junto às senhoras, estava, de pé, uma jovem, provavelmente filha de uma delas.
Terminada a entrevista, uma das senhoras convidou a jovem estagiária para comparecer ao evento que estavam divulgando.
-Sábado? respondeu a jovem. Não posso, tenho aula.
Então a outra jovem perguntou-lhe: aula no sábado, ninguém merece...
Em outro local, estavam várias universitárias trabalhando para compor um trabalho. Naquele sábado, não foi possível termina-lo e projetou-se reuniões nos sábados seguintes.
Foi ai que uma das universitárias teve um verdadeiro ataque histérico.
-Mais um sábado? gritava, gesticulando. Não é possível. Sábado não... preciso me divertir. Tenho que ir a uma balada...
Acalmada, a jovem, no último ano de seu curso, confessou que o que desejava era casar. Tudo girava em torno do futuro casamento. Qualquer sobra de dinheiro era investida em compras de peças de seu enxoval. Talvez para conseguir um par ou agradar o que tinha, fixara-se, compulsivamente, nos divertimentos noturnos.
Na televisão vejo um grupo musical. O cantor, sem camisa, segurava o microfone com fúria contorcendo-se para simular ou sentindo realmente raiva ou coisa parecida, enquanto o baterista maltratava, com vigor, pratos e tambores, vibrando as baquetas como se tivesse batendo na mãe que o rejeitou.
Não quero anatematizar qualquer atitude e procuro entender o momento que o Espírito encarnado vive sua juventude, porque já o vivi. E sei que são momentos decisivos para seu futuro afetivo, seu plano de amor, sua sexualidade.
Entretanto, há uma tendência crescente de grande parte da juventude, procurar quase que histericamente, divertimentos, baladas, não como uma justa compensação de desgastes ou de simples prazer de divertir-se, de estar com outros jovens, de arranjar pares para seu futuro.
O que percebo é que se abriu um grande vazio na sociedade, sob o peso do stress da ansiedade pelo nada, pela fantasia sem fantasia, pelo belo sem ser belo. Então as atividades externas, o beber, a balada servem como tentativa de preencher esse vazio. Isso vale tanto para a juventude bem alimentada da classe média, quanto para os jovens menos afortunados que dançam o funk, a que, sob certa forma se reduz a vida social de todas as classes.
Afinal que perspectiva tem a maioria dos jovens, se seus lares não estão bem harmonizados, se seus pais não desenvolvem ou desenvolveram um clima doméstico de austeridade, de limites e de ideal? Como serão diferentes da massa, se não encontram motivações espirituais para a vida?
Ah! disse-me a jovem mulher, o senhor é pai de R....
Diante da minha afirmativa, concluiu: o senhor teve muita sorte, porque ela... e passou a elogiá-la pelo seu trato, pela sua forma de relacionar-se.
Pensei e perguntei: não seria ela que teve a sorte de ter um pai como eu?
Fi-lo jocosamente mas também com seriedade.
Claro que os filhos trazem seu acervo e em muitas ocasiões chegam a superar o vazio doméstico, a falta de ideais dos pais e seguem vitoriosos por conta própria.
Mas, na média, os filhos respondem às diretrizes traçadas sutil ou objetivamente na convivência familiar. Disso resulta numa psicoesfera em que todos estão mergulhados e trocam além de palavras e gestos, vibrações energéticas que tipificam o clima mental dos pais e dos filhos, na conjunção entre idéias e ideais, tolerância e superação de obstáculos e de conflitos.
Diante de um mundo fragilizado nos objetivos e valores éticos é preciso encontrar no ambiente doméstico apoio para desenvolver em si mesmo potenciais e energia para superar os desafios. Talvez ai esteja a razão porque uns encontram a motivação que os impulsiona, enquanto outros permanecem alienados, distantes de um desejo forte de vencer.
São esses, em grande maioria, os que entram nas drogas, desviam-se no crime, na alienação mais profunda, vivendo sob o império dos sentidos, talvez caindo no escárnio para esconder a ferida do fracasso que vêem delineada na própria alma.
A juventude de hoje é bombardeada pela mídia eletrônica e outras, que estimulam o egoísmo, mistificam os valores e criam ícones vazios, mas pintados de lantejoulas do sucesso ou da aparência do sucesso, que se tornam ídolos de quem não possui em si mesmo alguma substrato espiritual.
Sei que não é fácil superar todos esses apelos e as pressões da sociedade, dos grupos e do sistema que se cria e pressiona. E que isso tem sido repetido constantemente. Mas insisto que é necessário recriar o ambiente familiar, estabelecer limites e conversar, dialogar, mostrar, exemplificar uma visão mais lúcida, sem ser chata ou que aparte os jovens de seu momento e de sua idade.
Como os leitores destas palavras situam-se no limiar do entendimento espírita, o recado é para os pais e para os jovens espíritas, para que incorporem o entendimento espírita e sejam alegres, participativos, estudiosos e encontrem motivações positivas na vida, encontrem o prazer em si mesmos e nas suas relações saudáveis e produtivas.
A vida é imortal, seremos sempre nós mesmos.
A Gênese Espiritual - Eduardo de Barros Lima
O capítulo XI, que trata da Gênese Espiritual, "A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo", encerra um dos temas mais interessante, senão extremamente fértil, para debates acalorados sobre as idéias e disposições que Kardec expõe de uma maneira inovadora e de alto poder impactante nas convicções reinantes na época, tanto da elite eclesiástica, como do meio intelectual onde pensamentos inovadores afloravam quanto a natureza e origem do homem.
Ali, estão dispostos conceitos e modelos da existência e origem do Espírito, onde através de interpretações filosóficas/ lógicas, modelam uma teoria coerente do princípio espiritual e sua relação com a idéia nata de Deus que se insere na consciência humana.
A disposição dos princípios de união do espírito-matéria, a encarnação e seu processo de moldagem do perispírito-materia até o nascer da criatura humana, dos seus sentimentos, lembranças e traços de personalidade e individualidade, faz um exame interessante destes mecanismos complexos que formam a gênese espiritual que pauta a evolução infinita a que estamos fatalmente ligados.
A evolução tem como instrumento a reencarnação, onde através do aperfeiçoamento do estado da matéria, aprimora-se um modelo cognitivo através de experiências e ações que são conhecidas em várias vidas pelo espírito.
O prof. Rivail formula hipótese de emigrações/imigrações de Espíritos, quando da ocorrência de várias passagens entre variados mundos, quando um intenso intercâmbio de conhecimento pode elevar a condição intelecto-moral dos espíritos que estão nesta sinergia de renovação existencial.
As raças que evoluem ou se aprimoram, valem-se, neste raciocínio, de um conjunto de condições que sugerem a efetiva influência de Espíritos de conhecimento mais avançado sobre mundos ou populações que são impactados por esta bagagem de conhecimento. Kardec fala então de uma raça que seria a inspiração de uma linha de espíritos que trouxeram esta situação evolutiva , a raça adâmica. Estas colocações em particular, hoje, podem ser de uma opinião que talvez possua uma inexatidão de raciocínio, no que tange a conceitos de evolução que conhecemos por cientistas como Darwin e sua teria da evolução das espécies, mas que a 150 anos eram de uma propositura coerente ao pensamento contemporâneo.
Quando se fala em raças, na seqüência deste raciocínio, fala-se da doutrina dos anjos decaídos, onde espíritos que avançaram intelectualmente mas não moralmente em outros mundos mais evoluídos, segregam-se em mundos mais atrasados e com seu conhecimento trazem ao processo evolutivo deste, um incremento que não experimentariam senão pela intervenção destes.
Mas o principal mérito deste modelo de criação que Kardec nos propõe, talvez não seja o rigor acadêmico da proposta, mas a quebra do pensamento arcaico e cíclico que o dogmatismo religioso impôs ao mundo e ao pensamento do homem.
Cartas Abertas (Aborto e Eutanásia) - Da Redação
A respeito da edição do Jornal ABERTURA/ maio de 2005, gostaria de manifestar a seguinte opinião em relação as posições de Nícia Cunha e Divaldo Franco.
Realmente a vida deve ser preservada e defendida como a doutrina nos posiciona. Mas, quando nos coloca a idéia de evolução infinita do espírito, deve este espírito possuir condições e faculdades para que possa "inteligentemente" conseguir realizar este processo, no caso da eutanásia quando de doenças terminais, aborto de fetos com degeneração orgânica ou fruto de uma agressão a mãe, a própria e sempre controversa situações que levam ao suicídio, só pode haver um condicionamento de não justificativa para estas situações, mas que dentro de um pensamento coerente pode sim, muitas vezes, explicar as ocorrências destas atitudes no contexto evolutivo de um espírito simples e ignorante que não consegue suportar o sofrimento, seu ou de quem ama, por ser imperfeito e factível a dor. O mais delicado de toda esta concepção de idéias e entendimento deve ser uma atitude de compreensão das atitudes humanas, lembrando sempre que o raciocínio do espírito e a possibilidade de usufruir do livre arbítrio são de imperativa necessidade para sua evolução. Preocupa a posição imperiosa de quem pode formar opiniões, restringir o pensamento ao campo dogmático religioso. Desculpe a citação na língua inglesa, mas: "We don´t need another hero...."
Eduardo Lima – Santos, SP.
Avançar com Kardec - Editorial
"Risque meu nome do cadastro de assinantes do jornal ABERTURA, dirigido por pessoas que se intitulam" kardecistas ", mas vivem procurando brechas na obra da Codificação espírita, para menosprezar Kardec e desmerecer as instruções dos Espíritos integrantes da luminosa falange do Espírito de Verdade (Jesus de Nazaré, o homem)".
Esse irado bilhete enviado à redação, não nos aborreceu, principalmente sabendo da origem. Mas retrata bem o nível mental e intelectual de boa parte dos espíritas, incapazes de refletir e ponderar os mecanismos do processo evolutivo das idéias.
A pretexto de exaltar Allan Kardec, desejam que sua obra fique estática e congelada. O fato de que Jesus de Nazaré tenha intervindo pessoalmente na elaboração do pensamento kardecista é possível, mas não significa a sacralização e a beatificação da codificação.
Para nós tanto, Jesus de Nazaré (se for o caso), quanto Allan Kardec, o professor Rivail, elaboraram um discurso doutrinário factível com seu tempo, com bases firmes e definitivas nos seus fundamentos. Mas, por serem o que são, ou seja, Espíritos Superiores, bem sabiam que a humanidade entraria num processo de mutações profundas. Tinham consciência e inteligência, gênio e humildade para tanto.
Daí terem deixado aberto o caminho para que o pensamento espírita pudesse crescer, acrescentar e reelaborar idéias que aperfeiçoem, melhorem o entendimento dos seus fundamentos.
Afinal, o Espiritismo apresenta uma revolucionária interpretação do ser, da vida e de Deus. Fatalmente essa revolução seria ofuscada pela adição de preconceitos e conceitos fixados na cultura judaico-cristã. O que temos feito é tentar continuar o caminho aberto por Kardec e o temos feito com sucesso.
Escrever que procuramos brechas para criticar e desmerecer as instruções dos Espíritos é, no mínimo, leviano para não dizer aleivosia, pois nosso compromisso com o pensamento kardecista tem sido não apenas constante, mas substancial. Nossa fidelidade a Allan kardec não é a do fanático admirador de um ídolo, mas a compreensão de sua genialidade, de suas dificuldades e da precariedade de toda a construção filosófica perante a contínua procura de novos horizontes para o saber e para a compreensão dos fatos da vida.
Defendemos um Espiritismo capaz de influenciar a sociedade com idéias definidas, sem a pretensão de ter respostas para todas as perguntas sobre a vida e a complexa estrutura do ser, mas com o compromisso em prosseguir ouvindo, investigando, debatendo e criticando as contribuições que venham enriquecer suas afirmações.
Allan Kardec afirmou que o que poderia ser verdade num momento poderia ser inverdade em outro. Seguir suas orientações não é desmerecer seu trabalho.Ao contrário.
Lamentamos que esse tipo de mentalidade, tão explicitamente apresentado pelo irado missivista, esteja embutido na estrutura do movimento espírita que prefere ser religião do que filosofia, prefere ter crenças infundadas do que certezas provisórias mas firmes, baseadas em fatos e investigações.
Simples e Objetivo - Editorial
Allan Kardec primou pela simplificação do complicado e não, como parece ser comum, a complicação do simples.
No caso da personalidade humana, o Espiritismo e simples e objetivo.
O Espírito encarnado é uno e completo. Ele possui a inteligência e pode, com os recursos do cérebro, manejar a complexa rede de neurônios para manifestar seu desejo, sua vontade e possui a capacidade de combinar emoções, raciocínios e decisões.
Isso vem a propósito das crenças espiritualistas e esotéricas que, diante da complexidade da inteligência e comportamento humano, desenvolvem teorias improváveis sobre a estrutura do ser espiritual.
Para essas crenças a pessoa, na verdade, é a somatória de corpos que são mais do que organismos para se transformarem em personalidades que se sobrepõe para explicar, se possível for, a multiplicidade das ações e reações humanas.
Na questão 366, de O Livro dos Espíritos Kardec pergunta: "Que pensar da opinião segundo a qual as diferentes faculdades intelectuais e morais do homem seriam o produto de outros tantos Espíritos diversos nele encarnados, tendo cada qual uma aptidão especial?" A resposta diz "Refletindo-se a respeito, reconhece-se que é absurda" E Kardec completa "As diversas faculdades são manifestações de uma mesma causa que é a alma ou Espírito encarnado".
O perispírito, por exemplo, é um invólucro energético temporário, criado em cada encarnação para identificar o ser nesse período, portanto, sem qualquer papel na inteligência e na vontade do ser.
Os esotéricos somam sete corpos, a mesma quantidade que a Apometria, uma versão anímico-mediúnica, paralela ao Espiritismo, que chega a aceitar que os corpo de uma pessoa, se "manifestem" mediunicamente, dialogando com ela própria.
O Espírito é uno e possui complexas faculdades de pensar, agir, reagir, sentir e raciocinar que adquiriu ao longo do processo evolutivo. Essa unidade simples parece não agradar aos que acreditam que a complexidade da mente seja resultado de fatores alheios, subjacentes ou coadjuvantes do Espírito.
Eis uma das razões porque Kardec teve o cuidado de separar o Espiritismo do espiritualismo.
O Papel do Jovem e das Mocidades Espíritas - Editorial
A contribuição dos jovens e suas organizações, as Mocidades Espíritas, é fundamental para que o Espiritismo permaneça atualizado e, sobretudo, capaz de manter contato com as novas gerações.
O mundo está em constante mudança e estabelece, diariamente, avanços nas mais variadas áreas. Os espíritas precisam caminhar em conjunto com essa evolução. Os estudiosos da Doutrina debatem temas atuais, como clone, células tronco, entre outros.
É indispensável envolver os jovens espíritas no processo de permanente atualização do pensamento Espírita e prepará-los suficientemente para as mutações que a sociedade humana tem passado e passará. Para isso, contam ou deveriam contar com a ajuda de estudioso mais antigo no movimento.
O envolvimento dos jovens cresce, ao verem seus questionamentos serem considerados e as suas abordagens acolhidas. Para isso, naturalmente, precisam se motivar para o estudo, a reflexão e ação prática, trazendo sua vitalidade e seu entusiasmo para o movimento.
A modernidade, porém, não para aí. Além de temas ligados à filosofia, a juventude tem papel saliente na divulgação da Doutrina, adequando a mensagem e a comunicação aos instrumentos da mídia, como TV (aberta e fechada), rádio e internet, sendo que esta última, engloba sites, TV e rádio on lines, dentre outros, porque tem mais acesso e intimidade com esses meios
O movimento terá que buscar nos jovens apoio para a divulgação da Doutrina, especialmente entre os próprios jovens, seja pelo exemplo, seja pela conversa, mostrando os princípios espíritas aplicados à vida comum.
Enfim, uma Mocidade Espírita, quando estruturada dinamicamente e composta por jovens idealistas e ativistas, será sempre o ponto mais forte e decisivo para o progresso e ampliação da ação do Espiritismo.
Por isso, manter e ampliar o movimento jovem é medida de urgência e necessária para a continuidade da Doutrina. Mas as Mocidades Espíritas, precisam ter uma visão aberta e não castradora, de modo a preparar os jovens para a vida e para os desafios da sociedade em mutação. Se elas ficarem no nível de uma atividade puramente religiosa ou de distração, não terão como questionar, buscar, desafiar e mesmo contradizer, que é o cerne de um movimento jovem, e que é muito desejado para oxigenar o movimento espírita.
O Reformador e a Imprensa Espírita (Imprensa Espírita) - Da Redação
O viés doutrinante da imprensa espírita, ante os desafios da comunicação e do avanço dos conceitos de cidadania, precisa de uma rápida reformulação. Hoje, fala-se em conteúdo e foco, estuda-se marketing, relações públicas, propaganda, estudo da arte, seja pela competição empresarial ou como reflexo natural de novos tempos, que trazem mudanças, desde que o mundo é mundo.
Afeitos à concorrência e pela sua própria natureza, veículos de comunicação procedem a mudanças no seu visual e na forma editorial, com novas abordagens da notícia e da informação.
Sob essas premissas, uma análise da revista Reformador, da Federação Espírita Brasileira, precisamente o número de maio, revela a falta de foco no Espiritismo, tal o evangelês dominante na maioria do seu conteúdo. O tema "Amor", de capa, logo após o título que domina a primeira página da revista, vem seguido de uma afirmação de Jesus: "Assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros", tom que prevalece em toda a edição. Nem mesmo uma entrevista com um dirigente estadual foge do padrão, com o título "A difusão da Doutrina Espírita é trabalho com Jesus".
Em se tratando de um veículo de circulação nacional, certamente com entrada em outros países, e originário de uma instituição supostamente detentora do poder máximo do movimento espírita organizado no Brasil, a sua linha editorial mostra um discurso fechado e que só pode ser dirigido a leitores vinculados. O "amor" é um desses temas em que tudo cabe. Sempre aparece à conta de meta a atingir-se, na linguagem de aconselhamento, o que cai num vazio, ante as necessidades humanas. Religiões e seitas já "vendem" esse produto, o evangelês, utilizado para fins do tipo "lavagem cerebral", nos quais há mais dogma que raciocínio.
Uma doutrina progressista, como propôs Allan Kardec, pede algo mais. Kardec, ao ouvir os Espíritos, ante conflitos que a sociedade enfrenta, recebeu a recomendação de "ir às causas". Essa é a função que a imprensa espírita deve assumir, com uma linguagem aberta e sem a preocupação de dar a última palavra. Levantar dúvidas, dar contrapontos, ante temas da atualidade, aqueles que fazem parte do cotidiano das pessoas, debater os conflitos que nos assustam, a violência, as descobertas, os desafios da ciência e do interesse econômico, abrem caminhos para a exposição da tese espírita, sob o conceito da imortalidade.
Como órgão máximo, O Reformador poderia encorajar-se a uma efetiva reforma de conteúdo. Quem sabe, daria um novo diapasão a boa parte da imprensa Espírita do país, que nele se espelha. E esse mesmo Jesus, que também respeitamos como "guia e modelo", sendo apresentado de forma não massificante.
Corrupção e Impunidade (Problemas Sociais e Políticos) - Da Redação
A imprensa divulga constantemente atos de corrupção praticados na esfera do Poder. Políticos, autoridades do Executivo, do Legislativo e do Judiciário têm sido flagradas roubando literalmente vultuosas verbas que deveriam cuidar com zelo ou entrando em conluio com bandidos e fraudadores comuns, provocando prejuízos morais e financeiros para a sociedade. Onde há corrupto há corruptores.
Diante disso, há os que concluem que o brasileiro, seja em que posição se encontre, é um corrupto em potencial.
Na esfera das atividades públicas, volta e meia surgem casos explícitos de corrupção que a polícia investiga, o Ministério Público denuncia e os tribunais levam, não raro, tanto tempo para julgar as denúncias, que os delinqüentes acabam ficando livres, usufruindo do roubo praticado.
Muitas vezes o roubo praticado atinge as raias da insensibilidade mais odienta. Rouba-se recursos destinados a compra de remédios, a manutenção ce hospitais, clínicas, vacinas, merenda escolar, auxilio aos miseráveis.
Tomado do mais profundo egoísmo, que o Espiritismo classifica como o vício mais pernicioso, não se pejam de ostentar riqueza manchada de sangue, lágrimas, morte.
Há políticos que entraram pobres na vida pública e dela saem bilionários e outros que embora ricos têm compulsão para roubar. Esses políticos, assumindo o poder, criam verdadeiras quadrilhas que conjuram contra o bem público, manejando leis e recursos, através de advogados ardilosos, procurando sair impunes dos crimes praticados, às vezes tão evidentemente, mas astutamente não enquadrados nas leis..
A impunidade incentiva esses delinqüentes intelectualizados e insensíveis a prosseguir e criar adeptos e seguidores.
Devemos formar uma barreira contra esses delinqüentes, escorraçando-os da vida pública e insistindo para que a legislação seja aperfeiçoada, de modo que a lentidão da justiça não favoreça o crime.
Todos esses fraudadores têm consciência dos atos que praticam e não fugirão do julgamento da própria consciência, mas isso certamente é questão de foro íntimo. No plano social, é urgente que as leis sejam rigorosas, porque "numa sociedade depravada tem certamente necessidade de leis mais severas" diz O Livro dos Espíritos (790).
É preciso fazê-lo prontamente, para que a sociedade respire um ar mais saudável e o dinheiro que eles surrupiam seja aplicado no bem-estar da população.
É preciso que fique consagrado na Lei e na consciência de todos que "Só há propriedade legítima, a que foi adquirida sem prejuízo para os outros", como afirma o livro básico do Espiritismo na questão 884., que também suspeita da legitimidade de certas riquezas aparentemente honestas quando alerta : "Que dizer da astúcia e do roubo?" (808).
Anita, Materialismo, Ética e Religião, Momento Crítico (Opinião em Tópicos) - Milton R. Medran Moreira
Anita
No mesmo dia em que manchetes repercutiam o acolhimento de instauração de uma CPI para investigar a escancarada corrupção de alguns funcionários do governo, uma notícia de canto de página atestava a dignidade de uma servidora. Anita Leocádia Prestes, professora de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro doava 100 mil reais a uma fundação de pesquisa de controle do câncer.O dinheiro lhe havia chegado dos cofres públicos sem que ela houvesse pedido e, a seu juízo, sem que o merecesse.
Anita é filha do velho líder comunista Luiz Carlos Prestes. Encaminhara à Comissão de Anistia pedido de contagem do período em que esteve em fuga da ditadura, requerendo fosse aquele computado como efetivo tempo de serviço para aposentadoria. O órgão concedeu-lhe o benefício e lhe outorgou uma indenização em dinheiro no valor acima. Ela entende que não é merecedora da indenização, pois jamais foi presa ou torturada. Ao tomar a atitude, a professora disse ter aprendido com seu pai que é uma vergonha receber dinheiro do governo.
Materialismo
Não sei das convicções filosóficas ou, eventualmente, religiosas de Anita. É possível que, como o pai, adote o materialismo como princípio filosófico e científico. Nós, espíritas, aprendemos a alinhar as questões éticas e morais com as convicções que construímos acerca de Deus, do espírito e do universo. Princípios como o da existência divina, a imortalidade do espírito, a reencarnação, a lei de causa e efeito, etc., são, de fato, eficientes estímulos ao aprimoramento ético. Dão suporte racional à intuição que todos temos do bom e do justo. Mas, precisamos admitir, existem pessoas que, sem cogitar desses conceitos sequer como hipótese, priorizam com absoluta naturalidade o bem comum, a solidariedade e o afeto. Talvez sejam fortes intuições do espírito, patrimônio ético construído independentemente de crenças, dispensando fundamentos racionais para o correto agir. No fundo, essas pessoas descobriram que ser honesto e bom é ser feliz, independentemente de crença.
Ética e religião
Apesar de tudo, não tenho dúvidas de que a arraigada corrupção e a falta de ética pública de alguns detentores do poder derivam de uma postura radicalmente materialista. Refiro-me não exatamente ao materialismo científico ou histórico defendido por Marx e que foi, entre nós, bandeira de luta do pai de Anita. Falo do materialismo adotado por pessoas que em tudo vêem oportunidade para vantagens pessoais de caráter material, sem qualquer preocupação com o outro ou com os interesses coletivos. Estes são egoístas e egocêntricos. Muitos deles até são religiosos. Têm fé e pertencem a importantes agrupamentos evangélicos. Mês passado, vimos um deputado corrupto que, acompanhado de seus companheiros de bancada e de crença, ao iniciar a sessão da Câmara destinada a examinar sua cassação, fazia orações com gestos teatrais pedindo a Deus que o livrasse da perda do mandato. Ainda bem que suas preces não foram atendidas e nosso Parlamento se viu livre de mais um corrupto.
Momento crítico
Talvez estejamos vivendo o momento mais crítico de nossa História. O povo já não suporta a corrupção de seus políticos e governantes. Ao mesmo tempo, as práticas políticas que adotamos favorecem a corrupção. Quase se pode dizer que o governante, por mais bem-intencionado que seja, para se manter no poder precisa, de uma certa forma, compactuar com políticos desonestos, materialistas (no sentido acima explicitado), descompromissados com o bem-comum e interessados apenas em auferir vantagens pessoais.
Esse quadro necessariamente remete à etiologia de todos as tragédias políticas e sociais: a deficiência moral e ética dos cidadãos que formam a sociedade. Reformar politicamente a sociedade implica, fundamentalmente, em educar o homem para o bem. Incutir-lhe a convicção de que a felicidade, a paz e o bem-estar são conseqüências naturais do reto agir.
Espiritismo: Segunda Opção - Da Redação
"É possível que a existência humana, tão complexa e rica, se dissolva quando o coração para?" é a pergunta que a reportagem especial da revista Veja faz. E conclui: "Com uma resposta prática para essa questão crucial e a promessa de comunicação com os mortos, o Espiritismo tornou-se a religião – ou, pelo menos, a segunda opção religiosa – de 40 milhões de brasileiros".
"Há nisso um sincretismo religioso tipicamente brasileiro. De acordo com o IBGE, 74% dos brasileiros declaram-se católicos e a doutrina da Igreja Católica não concebe a comunicação direta entre mortos e vivos. Na prática, boa parte desse contingente católico também dirige sua fé ou sofre influência de outro credo sem expressão no exterior e que só cresce no Brasil: o Espiritismo."
"Segundo a Federação Espírita Brasileira,diz a reportagem, mais de 40 milhões de pessoas seguem a doutrina de Allan Kardec no Brasil. Apenas 2% dos brasileiros se dizem Espíritas, nos censos oficiais. A imensa maioria simplesmente acrescenta, sem dramas de consciência, os ensinamentos de Kardec, aos das religiões que professam oficialmente".
O QUE BUSCAM OS CATÓLICOS NO ESPIRITISMO?
Certamente é hipotético afirmar que quarenta milhões "seguem" a doutrina de Allan Kardec, no Brasil. O que acontece é que milhões de católicos, pois é pouco provável que protestantes o façam, freqüentam algumas vezes ou seguidamente os centros espíritas em busca de serviços que eles oferecem à população, seja no campo da assistência social, seja no consolo espiritual, através de consultas e passes.
Essa multidão seria bem menor se os centros espíritas ensinassem efetivamente a doutrina de Allan Kardec, mas não uma adaptação religiosa e personalista dos princípios espíritas. Com isso a comunicação dos Espíritos e a reencarnação, não teriam o caráter folclórico que assumem, como se vê na reportagem.
Em muitos dos que se chamam de "centro espírita", lamentavelmente extremamente distantes do Espiritismo, esses católicos ficarão muito a vontade, porque neles se faz uma imitação medíocre do catolicismo, inclusive com preces católicas como ave-maria e outras. E, quando ali se discursa, os discursos não diferem do catolicismo, a não ser no que tange à comunicação com os Espíritos e uma tênue referência à reencarnação, moldada, contudo, no viés da punição e da purificação, bem a gosto da doutrina católica.
Essa é a tal de multidão que acredita na reencarnação e na comunicação com os mortos. Para eles, não se trata apropriadamente de assumir o Espiritismo como uma segunda religião, como uma opção mais folclórica, mais ansiosa e supersticiosa sem qualquer reflexão filosófica ou prova científica.
O que se pode dizer também de muitos que se dizem oficialmente espíritas.
O QUE DEVERIA SER DADO AOS CATÓLICOS QUE BUSCAM O ESPIRITISMO
A transformação do Espiritismo numa religião formal, cada vez mais formal, acaba numa deformação do conteúdo doutrinário e numa traição aos projetos e finalidades dadas por Kardec à sua doutrina.
A reportagem de Veja, traduz que os católicos que procuram o Espiritismo querem informações concretas e objetivas sobre a reencarnação, a imortalidade e a comunicação com os mortos, onde eles vivem e como vivem.
Entretanto, não é isso que encontram nos centros espíritas. Estes, quase sempre, se formam com "principal finalidade será o estudo e a divulgação do evangelho de Jesus".
O que marca a existência do Espiritismo é o seu conteúdo filosófico, seu esforço por provar cientificamente a existência e a evolução do Espírito, na qual a reencarnação se insere. Para isso utiliza a mediunidade como instrumento de prova da Imortalidade, da sobrevivência e comunicabilidade entre vivos e mortos. A partir dessa compreensão que o Espiritismo trará sua contribuição à humanidade. Ora, o "estudo do evangelho", é feito nas igrejas católicas e protestantes, diariamente. O que o Espiritismo brasileiro acrescenta ao fixar-se nesse estudo evangélico? Explicações sobre fatos ali narrados e acompanha, insensatamente, a sacralização feita pela Igreja da figura de Jesus Nazareno.
A reportagem diz que "O que o Espiritismo tem de próprio, ainda que não seja um monopólio seu, é o fato de acenar com a certeza de que, no futuro, haverá outras vidas, quantas forem necessárias para tirar as manchas da alma".
Aí entra a deformação básica do instituto da reencarnação, pois a transformação religiosa do pensamento espírita fixou-se, como era de esperar, na questão das penas e gozos futuros, de acordo com o viez judaico-católico, que se assenta na concepção do pecado original, na necessidade de purificação.
Mas a reencarnação no Espiritismo não é instrumento de resgate, de pagamento de dívidas de "outras vidas". Na essência, o processo evolutivo guarda a relação do Espírito consigo mesmo, na relação com os outros, sem estar ligado a erros pontuais ou severos de "outras vidas", como se cada capítulo do processo evolutivo, ficasse estanque e restrito, desconhecendo que o ser espiritual é uma individualidade permanente e que seu projeto é evoluir para compreender a si mesmo e sua inserção na vida.
Fora dessa visão, tudo gira em torno de explicar de forma diferente as crenças, os castigos, as dores, os pecados.
Na verdade o próprio Kardec, devido às premências do seu tempo, utilizou-se de explicações para coonestar tradições judaico-cristãs.
Por exemplo, os anjos da guarda seriam Espíritos protetores. Os demônios Espíritos Obsessores, os Anjos Espíritos puros.
Foi um erro. Porque na verdade para o Espiritismo não existem anjos da guarda, demônio ou anjos, céu ou inferno. Nada disso tem qualquer respaldo na teoria espírita. Simplesmente não existem.
Tentar dar versão espírita a essas tradições só prejudica a separação necessária de nossos conceitos com o judaico-cristianismo, promovendo confusões e permitindo interligações conflitantes.
Então, o que poderíamos fazer e alguns estão fazendo, é limpar essa linguagem, caminhar para a pesquisa e para produção de uma filosofia capaz de suplantar o obscurantismo católico e protestante e afirmar o Espiritismo não como uma segunda opção, mas como a opção clara, despida de crendices e confusões.
Para isso é preciso um novo posicionamento.
Kardec admitiu que o Espiritismo poderia ser uma auxiliar das religiões. Para isso, naturalmente, é preciso manter sua identidade, sua diferença e fazê-lo promíscuo com elas.
Auxiliar é uma coisa, é dar subsídios, explicações para as religiões e não tornar-se satélite delas.
Talvez para os dirigentes da Federação Brasileira e outros, ser a segunda opção da Igreja Católica, seja a glória.
Centre Barcelones faz 25 anos (Notícias) - Da Redação
Criado em 28 de junho de 1980 por iniciativa de Josep Casanovas Llardent, o Centre Barcelonês de Cultura Espírita, é um marco na história do Espiritismo na Espanha.
Casanovas e um grupo de amigos mantiveram a flama do Espiritismo durante a ditadura franquista. Era um grupo clandestino e resistente ao sufoco que o regime impunha à doutrina.
Estabelecido formal e legalmente o CBCE prosseguiu nesse quarto de século sua linha de fidelidade ao pensamento de Allan Kardec. Publica um boletim a Flama Espírita que é dirigido por Casanovas, David Santamaria e Pura Argelich.
Também patrocinou a edição de livros de Kardec e mantém seu trabalho, mesmo sendo um grupo pequeno, mas "fiel à transparência doutrinária preconizada por Josep Casanovas, como um bom exegeta dos ensinos do Mestre de Lyon". como diz o Flama Espírita de abril de 2005, comemorando a data.
ABERTURA que têm completa identidade de pensamento com o CBCE parabeniza os que mantém ali, um núcleo básico do real pensamento de Kardec.
Adolescentes e Jovens se Alcoolizam (Mundo Atual) - Da Redação
Pesquisa divulgada mostra que 48,3% dos adolescentes de ambos os sexos bebem, são em alguns casos alcoólatras. O jornal O Estado de São Paulo, de 22 de maio último, publicou reportagens sobre o consumo de álcool por adolescentes e jovens. "Os jovens e adolescentes brasileiros estão começando a beber mais cedo. E bebendo cada vez mais. A dependência do álcool que era de 5,2% na faixa etária de 12 a 17 anos, em 2001, segundo dados disponíveis está aumentando entre rapazes e moças numa porcentagem alarmante".
O psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Unifesp, atribui esse aumento à estratégia adotada pela indústria do álcool para fazer dos adolescentes seus futuros clientes. De fato, os anúncios de bebidas alcoólicas são atraentes e o jovem se sente tentado a beber alguma coisa para enfrentar um baile, um encontro, uma balada. Tudo falso, é verdade, mas real.
Um dos fatores que pode diminuir essa atração seria a proibição total da publicidade de bebidas alcoólicas, idéia repudiada pelas agências de publicidade e pela indústria do álcool, em nome da liberdade e direitos constitucionais. Mas psiquiatras fixam-se apenas em medidas governamentais, não entrando no âmago da questão.
Depoimentos de jovens são mais incisivos. Um jovem que tem o apelido de Regina Quase Bêbada, de 19 anos, parou de estudar há 12 anos, e não procura trabalho. Vai a baladas de terça a sábado. A mãe corretora de imóveis paga a conta. "Ela sabe que chupo o coco (bebidas) e dá dinheiro. É liberalzona".
Um grupo de estudos do Colégio Equipe, de São Paulo, estudou a vulnerabilidade dos jovens. A coordenadora do grupo disse que "Eles mesmos ficam horrorizados com o que ocorre nas baladas". E afirmou que uma mãe lhe pediu ajuda. Estava assustada porque a filha fez 14 anos e levou um engradado de cerveja pra a festa. "Ela pediu para eu falar com a menina. Mas ela era a mãe". O Delegado Seccional em suas rondas pela cidade, vê alunos bebendo em portas de faculdades, de colégios públicos e particulares. "É preocupante quando a família espera que o professor e a polícia eduquem seus filhos."
É preciso fortalecer os laços morais da família. Talvez um papel possa ser realizado nas mocidades espíritas, quando orientadas não para castrar, mas para orientar os jovens. O que dizer de pais e mães espíritas que não participam de reuniões e trabalhos relativos à infância e à juventude, relegando os filhos à própria sorte?
Células-Tronco Embrionárias - Dra. Alcione Moreno
Trechos de um relato da Dra. Alcione Moreno, sobre as Células-tronco.
Classificação
De forma mais ampla, as células-tronco são, em geral, classificadas pelos especialistas em:
Totipotentes ou embrionárias: células-tronco precursoras, são as que conseguem se diferenciar em todos os 75 trilhões de células existentes nos 216 tipos de tecidos que formam o corpo humano;
Pluripotentes ou multipotentes: são aquelas que conseguem se diferenciar em quase todos os tecidos humanos (menos a placenta e anexos embrionários);
Oligopotentes: as que conseguem diferenciar-se em poucos tecidos;
Unipotentes: as que se diferenciam em um único tecido.
Métodos para obtenção de Células–Tronco
Fontes Embrionárias:
1. Embriões congelados – Pela lei brasileira, com a permissão dos pais, são utilizados embriões encontrados em excesso nas clínicas de fertilização, congelados há mais de três anos e que não foram empregados nos processos de fertilização assistida.
2. Embriões clonados - São iguais às dos embriões congelados da fertilização in vitro, só que produzidas a partir de um embrião clonado de células do próprio paciente e que eliminaria o risco de rejeição para transplante, porém a técnica é ainda altamente experimental e difícil de ser realizada.
Outras Fontes:
1. Cordão umbilical – Podem ser obtidas com facilidade e são compatíveis com o doador, podendo ser usadas também em outros pacientes. Muito importantes para transplantes de medula e casos de leucemia.
2 . Tecido Adulto - Podem ser isolados de vários tecidos do organismo, como medula óssea e coração, são compatíveis com o paciente, mas são oligopotentes ou unipotentes.
Durante a tentativa de inseminação artificial são coletados óvulos de ovários previamente estimulados e, por volta de 100.000 espermatozóides. São colocados na paciente, no máximo quatro embriões escolhidos entre os melhores, podendo mesmo assim, não "vingar" nenhum e todo o processo de inseminação artificial terá que ser refeito. O restante será congelado para futuras tentativas, se o casal assim decidir.
É este material que, com o consentimento do casal e três anos de congelamento, será usado nas pesquisas de células - tronco.
O que é o Curso Intensivo sobre o Livro dos Espíritos ? , O que significa Poltergeist ? (Abrindo a Mente) - Alexandre Cardia Machado
O que é Curso Intensivo sobre O Livro dos Espíritos ?
É um curso desenvolvido no ICKS, com 12 aulas semanais de 2 horas de duração. Trata-se de uma leitura e uma análise dirigida e total, da primeira página da Introdução até a última questão do Livro. Assim cada aula foi baseada num guia de estudos. Os alunos se preparam para as aulas e depois de uma parte teórica, reunem-se em grupos, com monitores, para discutir as respostas que cada um antecipadamente deu às questões propostas. Uma nova turma será montada este ano no ICKS.
Para abrir mais a sua mente leia: Entre em contato com a secretaria do ICKS. ickardecista@terra.com.br
O que significa Poltergeist ?
Este nome ficou muito conhecido quando Hollywood lançou um filme sobre este tema na década de 80. Postariormente outro filme "Gostbusters" coloca o fenômeno no universo cinematográfico. O poltergeist é uma manifestação psicocinética carcterizada por ruídos ou deslocamento de objetos, frequentemente associada à energia liberada por uma pessoa que atua como o epicentro do fenômeno. Os fatos são dirigidos por um ou mais espíritos, com o objetivo de chamar a atenção, de perturbar ou causar danos. Quando associados a um local chama-se de "hauting" ou casas assombradas. Quando produz fogo, chama-se parapirogênia. Hernani Guimarães de Andrade escreveu sobre este assunto, com este mesmo nome. Normalmente para nos livrarmos desta manifestação é necessário um trabalho de melhora dos padrões vibratórios das pessoas que estão envolvidas bem como muitas vezes há necessidade de um trabalho de desobsessão dos espíritos envolvidos.
Para abrir mais a sua mente leia: Os fundamentos do Espiritismo – Jon Aizpúrua. Editora C. E. José Barroso, 2000.
Da Atualidade dos Fundamentos Básicos do Espiritismo - Ricardo de Morais Nunes
Alguns espíritas têm estado preocupados com a possibilidade do conhecimento acadêmico contemporâneo colocar por terra as principais teses do Espiritismo, considerando os inúmeros avanços ocorridos tanto na área da pesquisa científica, quanto no setor da reflexão filosófica.
É verdade que muitas conquistas foram realizadas pela ciência e filosofia do século XX, assim como também é indubitável que, muitas destas conquistas, interessam de perto ao desenvolvimento da teoria kardecista, no entanto, acreditamos que os fundamentos básicos do Espiritismo não foram sequer arranhados pelos êxitos das áreas de conhecimento mencionadas.
O fato é que a ciência contemporânea avançou somente em relação à pesquisa do elemento material do universo, tendo desprezado a possibilidade de existência de um elemento espiritual como parte constitutiva do ser.
Em verdade, o preconceito generalizado da comunidade científica em relação à tese da preexistência e sobrevivência do espírito, gerou, por conseqüência, uma ignorância também geral nesta mesma comunidade, no que diz respeito ao conhecimento da vasta fenomenologia espírita, a qual aponta para a evidência científica da referida tese.
Excetuam-se, obviamente, as pesquisas realizadas na Europa do final do século XIX e início do século XX, bem como as raras pesquisas sérias posteriores a este período.
No entanto, apesar destas nobres iniciativas da parte de cientistas isentos e comprometidos com a busca da verdade, não houve avanços significativos no sentido de se convencer a comunidade científica da importância de um estudo sério, permanente e sistemático dos chamados fatos espíritas, metapsiquicos ou paranormais, os quais têm sido relegados ao esquecimento pela maioria dos cientistas de ontem e de hoje, sendo que, na melhor das hipóteses, tais fatos têm sido tratados sob a égide do paradigma materialista.
Importante observar, neste ponto, que a própria parapsicologia encontra-se em um impasse, pois não consegue avançar em direção à ruptura do referido paradigma, apesar da abundância de evidências que apontam no sentido da tese espiritualista.
Podemos dizer que, na área filosófica, também não tem sido diferente o tratamento dado à filosofia espírita, pois os filósofos modernos e contemporâneos, em sua maioria, ainda não prestaram a devida atenção às questões propostas pelo Espiritismo.
Sartre adquiriu notoriedade com sua filosofia existencialista que anunciava a nadificação do homem na morte, sendo a vida, para o ilustre filósofo, uma paixão inútil.
Marx, filósofo grandioso, que tanto influenciou o século XX e contribuiu imensamente no campo da filosofia política e social, desconhecia o vasto repertório da fenomenologia espírita, tendo rejeitado absolutamente as questões de natureza religiosa e espiritual em seu sistema filosófico materialista.
Eminentes filósofos da linguagem no século XX preocuparam-se, excessivamente, com uma linguagem destituída de conceitos metafísicos e depurada de "ilusões" platônicas.
Enfim, as questões propostas por kardec ainda não foram sequer enfrentadas de forma rigorosa e séria pela ciência e filosofia contemporâneas, o que nos leva a afirmar que seria muito pouco lógico acreditarmos que estas áreas do conhecimento ofereçam risco às teses fundamentais do Espiritismo.
Finalmente, é importante também ressaltar, que a ciência não conseguirá estudar os fenômenos espíritas, adequadamente, enquanto desconhecer a necessidade da adoção do método kardecista de análise dos fenômenos supranormais.
Neste sentido, de nada adiantará querer estudar os fatos espíritas com os métodos das ciências da natureza, ignorando, assim, o princípio básico deste tipo de pesquisa que enuncia que os espíritos são seres inteligentes e dotados de vontade própria, e que o fenômeno espírita não se repete segundo a vontade do pesquisador.
O fato é que o Espiritismo não forneceu ao mundo apenas uma teoria filosófica grandiosa e bela, explicativa do sentido do homem e do ser (nos limites da razão humana), forneceu, igualmente, um método original de pesquisa das questões metafísicas, sendo este método fundamentado na mais rigorosa observação científica.
Portanto, o Espiritismo propõe ao mundo um novo caminho no trato das questões do espírito, o qual se distancia do dogmatismo religioso e das proposições meramente especulativas das diversas filosofias espiritualistas do passado e do presente, bem como se afasta do empirismo materialista vulgar; sendo que esta nova via para o conhecimento humano, ainda não foi devidamente considerada pelas academias de saber da atualidade.
Lar Veneranda inaugura o Espaço Florescer - Da Redação
Em cerimônia simples e para um público específico, a Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda, inaugurou dia 19 de maio último, o Espaço Florescer -Convivência e Capacitação para Jovens com Necessidades Especiais.
O Espaço Florescer, ocupará, inicialmente, uma área do quarto pavimento do edifício "Jaci Regis", localizado na avenida Francisco Glicério, 261, Santos. Posteriormente, ocupará também uma área, no pavimento de cobertura do edifício, com a construção de um galpão. Será também necessário ampliar o percurso do elevador existente até essa cobertura.
Às 15:30 horas, a presidente do Lar, Prof. Valéria Regis e Silva, abriu a reunião, realizada no auditório do edifício, referindo-se à trajetória de realizações da Instituição. Ao longo dos 51 anos de existência. A presidente listou os avanços e inovações que o Lar tem feito no trabalho com a família e as crianças, em sua sede na rua Evaristo da Veiga, 211/213.
Enfatizou esse novo desafio do Lar, entrando na área das Necessidades Especiais.
Em seguida, o psicólogo Jaci Regis, diretor do Espaço Florescer discorreu sobre como a idéia de sua formação foi sendo construída, focando-se no trabalho com portadores de paralisia cerebral. Citou a formação de um grupo de voluntárias que se reuniu e foi estruturando o formato de trabalho do Espaço Florescer, sob sua supervisão. Nomeou Rosana Regis da Costa e Oliveira, Cláudia Regis Machado, Eugenia Pitta, Eloene Cobra, Rosalina da Silva e Danielle Pires, que será a coordenadora do Espaço. Esse grupo realizou visitas a entidades congêneres e teve subsídios de profissionais que fizeram palestras elucidativas.
Após esses esclarecimentos, a presidente Valéria convidou a profa. Dra. Maria Clara Paixão, da Faculdade de Fisioterapia da Universidade Santa Cecília para proferir palestra sobre "Nova abordagem sobre a Paralisia Cerebral", que foi muito elucidativa e recebeu aplausos dos presentes que, também, fizeram várias perguntas por ela respondida.
Terminada a reunião, a presidente Valéria convidou os presentes para um lanche preparado pelas voluntárias do Lar e servido no refeitório do edifício.
Carlos Domingues, um Amigo que Parte - Da Redação
Carlos Domingues, 56 anos, desencarnou no dia 15 de maio, após breve doença.
Profissionalmente era um dos nomes mais conhecidos e respeitados no mercado cafeeiro brasileiro e internacional, sendo diretor de vários e importantes organismos desse segmento da economia mundial.
Como espírita, Domingues distinguiu-se pela sua personalidade afável e bem humorada. Membro da Mocidade Espírita Estudantes da Verdade e ativo participante do movimento juvenil do Estado de São Paulo, Carlinhos, como era conhecido, granjeou amizades em toda a parte.
Segundo Ademar Chioro dos Reis era "Uma criatura que sempre se caracterizou pelo bom-humor, pronto para fazer piada, a construir um clima de harmonia, leve, respeitoso. Era da paz. Lutava por ela o tempo todo. Não suportava a intriga, a maledicência, a fofoca. Abalava-se profundamente com brigas, disputas e discórdias.".
No Centro Espírita Allan Kardec, de Santos, Carlos militou praticamente durante toda a sua vida, a partir da juventude. Foi seu presidente e, diretor de mediunidade, de estudos. Quando desencarnou era presidente do Conselho Diretor. Foi também conselheiro da Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda.
Carlos era solteiro e deixa sua mãe, Eugenia e seu irmão Celso, um conjunto humano, unido e produtivo.
Para homenageá-lo, publicamos a seguir uma crônica de José Rodrigues.
Campos de morangos
Carlinhos é uma dessas pessoas que sabem até onde podem ir. Nada de atrevimentos intelectuais, não raro inúteis. Nada de polêmicas estéreis. Mas quando entrava no cerne da questão, ou ao tomar uma decisão, não titubeava. Preocupado com a ética, posicionava-se pelo lado correto e, em nome da lealdade e da amizade, assumiu posições corajosas, a provar uma visão mais profunda dos fatos.
Devo ao Carlinhos, uma dessas decisões, quando ele assumiu, temporariamente, a presidência da Divulgação Cultural Espírita – Dicesp, então um apêndice da antiga UMES. Convivemos em meio a uma crise devastadora no movimento espírita organizado de Santos, com repercussões no estado e nas eleições da USE. Sua participação, para minimizar os efeitos conflitivos entre facções do movimento espírita, ficou guardada em meu íntimo e hoje a enuncio como forma de gratidão.
Para aqueles amigos mais distantes ou que, próximos, não lhe tinham maior convívio, Carlinhos apressava-se em indicar os nomes das instituições espíritas para receberem doações financeiras, quando não, ele mesmo o fazia, provindas de entidades das quais profissionalmente participava.
Certo dia, quando no elevador que me conduzia ao andar da empresa em que atuava, um amigo comum perguntou-me onde eu ia. – Vou visitar o Carlos Domingues, respondi. "Ah, o Charles Sunday?". Logo entendi que no ambiente da Rua Quinze o pessoal do café já lhe havia dado um apelido carinhoso. Pois é. O Carlinhos, exatamente num domingo, em um sunday, nos deu um até logo, embora inesperado pelos seus apenas 56 anos de vida.
Ele que encerrava as conversas com um "vamos que vamos!", como a dizer, em tom de esperança positiva, que tudo continuaria, teve seu "até logo" embalado pela música "Strawberry fields forever", de John Lenon.(*)
No refazimento e no reencontro consigo mesmo, é o que desejamos ao companheiro, uma acolhida suave e plena de campos de morangos.
José Rodrigues
(*) Música tocada na cerimônia de cremação do corpo de Carlos Domingues.
Júlia Rigueiral - Jaci Régis, pelo Lar Veneranda
Desencarnou no dia 15 de maio último, Júlia Rigueiral. Parte aos 93 anos de uma vida útil, produtiva, afirmada no trabalho e na dedicação. Dona Júlia, como a chamávamos carinhosamente, foi uma mulher de fibra, determinada. Gênio forte, muitas vezes criou atritos e ainda é lembrada como a dirigente exigente, mas pontual, trabalhadora, que dava o exemplo, a dedicação o amor ao Lar Veneranda.
Foi no Lar Veneranda junto com outras mulheres que também já partiram, como Maria Branca Martins Lima, Yolanda Poccia De Domenico, que ela encontrou campo para dar seu afeto, sua dedicação. Amou o Lar e fixou-se nele mesmo depois de retirar-se devido a idade e a doença.
Embora com problemas naturais da idade, ela manteve-se firme e sua desencarnação foi rápida. No início do dia 15 de maio sentiu-se mal, foi internada e desencarnou.
Todos quanto a admiramos e sentimos seu afeto, sua amizade e seu trabalho fraterno e amigo queremos prestar esta singela homenagem para que seja arquivado na memória e no tempo, sua figura ímpar.
(Jaci Regis, pelo Lar Veneranda)