Julho de 2005

9º SBPE, Encerrado o Prazo para Remessa de Resumos - Capa

A Comissão Organizadora do 9º SB PE encerrou no dia 30 de junho o recebimento de Resumos para o Seminário. Agora os 13 Resumos serão analisados e os autores devidamente avisados. Eles deverão enviar o trabalho total até 30 de agosto.

Todos os trabalhos serão gravados em CD, disponível durante a realização do Simpósio.

Inscrições

Para coordenar a hospedagem e outros fatores para o conforto dos participantes, solicitamos que as inscrições sejam feitas até 30 de agosto próximo.

Investimento:

Inscrição: R$ 60,00 – Para os inscritos de Santos, pode ser parcelada

Pacote total, para os participantes de outras cidades, o pacote total inclui inscrição+ hospedagem (3 diárias com café da manhã e almoço:) com custo diferenciado, conforme o tipo de acomodação escolhido (veja quadro abaixo).

Hospedagem

A hospedagem será feita no Hotel Praiano, com excelentes acomodações. Quanto mais cedo for solicitada a inscrição e o tipo de acomodação, melhor será o atendimento. Ao fazer sua inscrição mencione o tipo de acomodação.

A hospedagem começará às 12 horas do dia 13 e terminará às 12 horas do dia 16 de outubro.

A tabela abaixo mostra o custo (pacote total):

Preço por pessoa

Em quarto individual R$ 330,00

Em quartos para 2 pessoas R$ 270,00

Em quartos para 3 pessoas R$ 260,00

Em quartos para 4 pessoas R$ 250,00

Nunca desista, a Oportunidade pode estar à Espera - Jaci Régis

Quando ele veio, há quatro anos atrás, era um homem jovem derrotado.

Desde seu modo de andar curvado, braços jogados, vestuário triste como sua face.

Ele tinha 31 anos e vivera até ali angustiado pelos obstáculos que criara desde a infância.

Sempre fora tímido, muito tímido. Lembrava-se que seus poucos amigos eram trazidos pela irmã mais velha e que quando ela cresceu desapareceram.

Jamais namorara, nem fizera sexo.

-Agora, com mais de trinta anos minha oportunidade passou. Como iniciar o que deveria ter feito com 18 anos? ponderava.

Formado em economia jamais tentou exercer a profissão. Sedimentara-se como funcionário público municipal, na verdade como digitador, reclamando então da monotonia de seu serviço.

Seu olhar era assustado. Seu "mundinho" era seu quarto onde se asilava nas horas de folga, nos dias feriados e fins de semana.

Quando a realidade se fecha o ser volta-se para a fantasia.

Ele aspirava um grande amor. E teve esse grande amor na criação da mulher ideal que recriava a partir da visão de uma jovem com que cruzava. Ali o amor era quente, agradável porque na fantasia manipulamos os fatos conforme nosso desejo.

Quando ele veio, não tinha esperança. Porque a neurose tem seus encantos, estabiliza-se no que aparentemente se conhece e abandona-la é enfrentar o desconhecido.

Ele resistia na fantasia e amava Jussara, uma moça que viajava constantemente no mesmo ônibus e no mesmo horário com quem jamais trocara uma palavra de afeto, apenas uma conversa ocasional, sobre o tempo, sobre nada. Ou então da funcionaria de sua repartição com quem falava como colega e que estava saindo para casar-se.

Agora ele queria experimentar andar sem ajuda. Pensava-se como passarinho que sai da gaiola. Queria alçar seu vôo solo.

E tinha alguns trunfos para isso.

Sem que esperasse, foi convidado para assumir uma chefia de seção. Ao receber o convite entrou em parafuso. Faltou ao serviço acometido de disenteria. Veio decidido a não aceitar. Estava pálido, abatido. Julgava-se incompetente. Sua pequena tarefa avolumava-se como uma parede lisa que deveria escalar penosamente.

Trabalhando sua emoção conseguimos faze-lo aceitar e acompanhamos sua trajetória de dúvidas e tentativas de renuncia. Está a dois anos na chefia, talvez continue, talvez saia.

Mas conheceu Andréa. Mulher experimentada, deu-lhe atenção. Ele ficou surpreso com seu próprio comportamento, pois decidiu conquista-la. Ele se apaixonou perdidamente, como fazia nas suas fantasias. Só que Andréa era real. Ele ficou entre a mulher real e a mulher idealizada.

Essa hibridez afetiva vedava-lhe os olhos para qualquer outra mulher, mesmo quando Andréa o deixou, aliás, sem nunca estar realmente com ele, pois nunca o amou.

Mas as coisas estavam levemente mudadas em seu mundo de fantasia e realidade. E veio a Rosa, uma mulher mais velha, mas jovem. No princípio, ele só via dificuldades. Pensava que ela não se encaixava no modelo idealizado. No amor que criara nos desvãos da fantasia, nas fugas da realidade.

-Creio que não a amo. Ou jamais a amarei.

Mas Rosa ficou e o tempo passou.

Agora ele namora de fato, semanalmente, diariamente. Encontrou beleza onde parecia não existir, encanto descoberto na relação mais íntima, a despontar para a sexualidade que deverá enfrentar.

As fantasias esmaecem, desaparecem. A realidade é melhor. Na fantasia as mulheres idealizadas deslizavam entre os dedos sem o sabor de um toque real, afetivo, amoroso.

Agora, nos beijos e nos abraços e na sexualidade que cresce, ele percebe que o amor produz carícias e esperanças, cria projetos e futuro.

Ele quer voar com Rosa. Talvez estimulado por ela, quer ir com suas próprias pernas, experimentar o novo, ousar ultrapassar as barreiras que criou ao longo de sua solitária existência.

É bom vê-lo animado, mais otimista, tremendo de desejo e de medo.

A vida começa após trinta e um anos.

Seu exemplo motiva a tentar sempre mudar, renovar, buscar novos ideais.

Ele encontrou uma rosa e terá certamente que enfrentar espinhos.

Mas vale a pena tentar, mudar, enfrentar novos desafios.

Ao lembrar dele, penso em todos os homens e mulheres, alguns bem jovens, que desistem de lutar, de viver mais positivamente.

O tempo é um inimigo quando vivido entre paredes e na exclusão. Mas é o amigo que mostra o amanhã, delineia o futuro e rejuvenesce o coração.

Relato o caso desse jovem homem, como uma oferta a todos os que estão curvados pelo medo e pela indecisão e que, muitas vezes, pensam em desistir ou acreditam que não dá mais para tentar.

Mas dá.

Por um dia Mundial da Imprensa Espírita - Marcelo Henrique Pereira

O Conselho Espírita Internacional (CEI), reunido em Paris, em outubro de 2004, por ocasião do 4º Congresso Espírita Mundial, aprovou proposta encaminhada pela Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo - Abrade (www.abrade.com.br) e apresentada pela Federação Espírita Brasileira (www.febnet.org.br), no sentido da institucionalização do Dia Mundial da Imprensa Espírita.

A escolha da data recaiu no dia 1º de janeiro, em alusão ao dia de lançamento do primeiro periódico espírita, a Revue Spirite - Journal D’Etudes Psychologiques, de Allan Kardec, considerado o pioneiro e um dos maiores veículos de comunicação social espírita um dia ofertado à Humanidade.

É indiscutível que a chamada Imprensa Espírita constitui-se em um dos mais poderosos meios de disseminação das idéias espiritistas entre os homens, albergando todas as formas e todos os veículos de comunicação existentes e os que, daqui por diante, forem criados e/ou aperfeiçoados. Aliado ao livro espírita, que é um meio tradicional e perene da veiculação das idéias espíritas, os periódicos têm o caráter da permanência e da atualidade das informações, uma vez que as novas edições perpetuam as realizações de pessoas e instituições e acrescem saberes e valores, a cada novo artigo, reportagem ou texto doutrinário.

O maior país espírita do mundo – em extensão e abrangência, e em número de adeptos e associações – por certo possui um sem número de publicações escritas, bem como centenas de emissoras e/ou programas de rádio e de televisão, além da existência de milhares de sites com teor espírita na Web. Desse modo, milhões de pessoas – no Brasil e, pela Internet, em todos os cantos do Planeta – podem tomar ciência e contato com as informações de teor espiritual, concebidas por meio de fenômenos mediúnicos e acompanhar as manifestações que o exercício do raciocínio e da lógica dos estudiosos e especialistas espíritas produzirem nas diversificadas áreas do conhecimento humano-espiritual.

A ABRADE, como entidade especializada em nível nacional na comunicação social espírita, espera que os espíritas colaborem com os esforços específicos de valorização do papel que a imprensa espírita possui na disseminação dos ideais de fraternidade no orbe.

Finalmente, nada mais justo, portanto, que efetivar, anualmente, comemorações desse dia, homenageando, ainda, o insigne Allan Kardec, como Patrono da Imprensa Espírita Internacional, e, em programações festivas e doutrinárias, promover esforços no sentido de fortalecer e aprimorar a chamada Imprensa Espírita.

Marcelo Henrique Pereira é Mestre em Ciência Jurídica, auditor Fiscal do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina e professor da Universidade do Vale do Itajaí-SC, presidente da ADE-SC e Diretor de Política e Metodologias de Comunicação da Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo).

Cartas Abertas (Células-Tronco Embrionárias) - Da Redação

Conforme a doutrina, não haveriam inconvenientes na utilização de células - tronco originárias na medula óssea, fígado, sangue ou cordão umbilical.

Quanto às embrionárias, usadas de 5 a 14 dias de vida: há duas possibilidades de união de espermatozóide com óvulo, in vitro ou a natural imagine abortos de 5 a 14 dias, mulheres que tiveram relações sexuais normais que estariam vendendo ou doando seus zigotos. Neste último caso, haveriam maiores chances de os embriões terem ligações com Espíritos. Jamais concordaríamos com aquelas vendas ou doações, já no caso "in-vitro" ( uniões fora do corpo ), a espiritualidade  poderia ou não concluir o processo após o implante no útero. Antes do implante no útero não haveriam ligações espirituais.

De fato, o processo de  reencarnação não depende somente de nós. A espiritualidade desempenha funções muito ativas, muito diferente do acaso, das estatísticas e probabilidades genéticas.

Prezado Gilberto,

Encaminhamos seu e-mail para o Ademar e para a Alcione, conforme sua sugestão. Apenas para começar o Espírito não fica ligado ao embrião. Segundo O Livro dos Espíritos, a reencarnação começa na fecundação, mas o Espírito nunca fica ligado ao embrião pois, diz o Livro dos Espíritos, o feto não tem alma. A ligação é na mente e no perispírito materno. Jaci Regis

A Posição da Associação Médico-Espírita - Editorial

A carta sobre a bioética lançada pela Associação Médico-Espírita poderia ser assinada tranqüilamente pelo papa Bento e pelo Procurador Geral Fontele, que tenta, no Supremo Tribunal, provar que a Lei de Biossegurança, aprovada pelo Congresso é inconstitucional. Fontele age pelo seu fervor religioso, católico fundamentalista que usa uma enorme cruz pendurada no pescoço, por onde anda.

As posições dos médicos espíritas, filiados à AME é influenciada pela presidente, a doutora Marlene Severino Nobre. Ela é, reconhecidamente uma adepta fundamentalista da religião espírita e, inclusive, defende ardorosamente teses como a improvável identidade entre Francisco Cândido Xavier e Allan Kardec, do qual o médium mineiro teria sido a reencarnação.

A carta da AME, entretanto, não tem fundamento na dinâmica do pensamento kardecista.

Sabemos que o aborto, a anencenfalia, a eutanásia, são temas delicados, difíceis. Mas uma doutrina que se apóia na liberdade e na evolução espiritual, não pode mumificar-se diante dos problemas humanos.

Como, por exemplo, justificar a não utilização dos embriões, apoiando as dúvidas sobre quando começa a vida, dando à célula embrionária o status de ser? Ser é o Espírito. Certamente a vida orgânica deve ser respeitada no limite de sua realidade perante a compreensão espírita que parte da existência do Espírito e da reencarnação como instrumento do processo evolutivo.

A posição radical dos médicos espíritas da AME, engrossa a voz e a atitude dos cultores da dor. Não lhes importa o sofrimento, a aflição. É mais cômodo dar de ombros e atribuir tudo às Soberanas Leis da Vida, que nessa visão se resume em programas, sofrimento como único remédio para o pagamento de supostas dívidas das pessoas.

Não advogamos qualquer leviandade no trato desses assuntos, mas devemos enfrentá-los com serenidade e competência.

Chegou a hora de libertarmos Deus. Chega de atribuir a Ele, a dor, a punição e a incompetência no comando da vida.

Deus é chamado para sancionar desde o terrorismo, assassinatos, torturas, até as lágrimas do sofrimento das pessoas, porque, na boca dos sacerdotes e assemelhados, inclusive desencarnados, está cobrando dívidas, punindo iniqüidades e fazendo uma justiça baseada na lei de talião.

Não é essa, positivamente, a visão de Deus que o Espiritismo abre à nossa compreensão. Precisamos romper com o atavismo mental que o cristianismo lançou sobre a cultura.

Reconhecemos que diante do avanço das técnicas e produtos no campo da vida humana, a religião se assusta e teme e não vê outra saída do que tentar impedir esse avanço, lançando mão de argumentos emocionais.

Claro que todo o cuidado deve ser feito, criando um sentido ético que elimine qualquer aventurerismo, negociação e atitudes criminosas.

O Espiritismo não é favorável ao aborto, quando motivado pela sensualidade e como método anticoncepcional. Mas não é contra o aborto em casos específicos.

O feto anencefálico é uma falha do processo reprodutivo, a menos que queira fixar num fatalismo mórbido da Lei. Talvez nem tenha um Espírito em processo reencarnatório

A eutanásia como alívio ou fuga perante as dificuldades e dores pode ser classificada como suicídio, uma atitude inútil, porque o Espírito é imortal. A alternativa de deixar a pessoa morrer sem auxílio de instrumentos, que prolonguem ou abreviem a vida orgânica é realmente a mais correta. Mas em determinados casos, autorizar a retirada dos aparelhos que mantém artificialmente a vida é decisão dolorosa, tomada como eutanásia.

Enfim, tudo é bastante doloroso, porque estamos diante de novos fatos, novos procedimentos e novas exigências, na medida que as pessoas se deslocam do estrito comando das religiões que sempre se arvoraram em determinar o certo e o errado, em nome de Deus, sem considerar, muitas vezes, as realidades pessoais, sociais e evolutivas.

Elas sempre cultivaram o prazer pela dor, uma atitude sádica, mas santificada.

O Centenário de O Clarim - Editorial

No mês de agosto comemora-se a passagem do Centenário do jornal O Clarim, fundado por Cairbar Schutel. O grande espírita foi pioneiro na divulgação doutrinária, não apenas com a fundação de O Clarim, mas da Revista Internacional de Espiritismo e do primeiro programa radiofônico espírita.

Cairbar polemizou com padres e entrou na política, tendo sido prefeito da cidade de Matão, onde radicou-se, depois de sair do Rio de Janeiro, onde nasceu e ali, na pequena cidade do interior paulista, instalou seu centro de atividades.

A fundação de Centro Espírita Amantes da Pobreza, (hoje Centro Espírita O Clarim) foi outra iniciativa vitoriosa, mostrando sua face altruísta e filantrópica. Dono de farmácia, popularizou-se pela prestação de serviços e graças ao seu caráter pode, num tempo bastante difícil para a divulgação do Espiritismo, firmar-se e impor-se.

Cairbar criou um complexo editorial, com a Editora O Clarim, editando seus próprios livros e outros. Hoje a editora é uma das mais vigorosas do Espiritismo Brasileiro.

A comemoração dos cem anos do O Clarim, também parabeniza os continuadores de Cairbar que souberam manter o trabalho do pioneiro.

Segundo se pesquisou, Cairbar não aceitava o Espiritismo como religião. Embora tenha escrito livros sobre parábolas e versículos do Evangelho, fe-lo de forma bastante equilibrada. Depois de sua morte, o Clarim e a Revista Internacional do Espiritismo e mesmo a Editora O Clarim, seguiram a diretriz religiosa ditada principalmente pela inclusão de Francisco Cândido Xavier e Emmanuel como orientadores da doutrina no Brasil.

Entretanto, são mais que justificadas a alegria e as comemorações que a direção de O Clarim realizará na as cidades de Matão. Trata-se de um jornal que se moderniza e amplia sua ação e merece aplauso e solidariedade.

As comemorações projetadas honrarão Cairbar Schutel, reafirmando a sua posição de pioneiro e lutador decidido, esclarecido e ousado, forte e destemido, cuja memória jamais será postergada ou esquecida.

Associamo-nos aos que aplaudem o Centenário de O Clarim e parabenizamos seus dirigentes pela continuação da obra do mestre.

O Céu e o Inferno não existem - Editorial

Há 150 anos, Allan Kardec publicou o livro O Céu e o Inferno.

Kardec escreveu o livro justamente para provar que a inexistência tanto de um quanto do outro. É um livro mais histórico que atual e deve ser lido para compreender como o codificador construiu seu pensamento.

O Evangelho segundo o Espiritismo e O Céu e o Inferno, são, entretanto, livros menores da codificação, como talvez A Gênese. Claro que compõem o conjunto do pensamento doutrinário e não podem ser desprezados. Devem, porém, serem colocados como complementares ao O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns, os dois verdadeiros alicerces do pensamento espírita.

Infelizmente os dois livros principais não são os mais procurados, devido ao aspecto evangélico tomado pelo Espiritismo brasileiro, cuja conformação se afasta dos enunciados propostos por Allan Kardec, para tornar o Espiritismo uma forma revolucionária de pensar o homem e o mundo, relativamente ao cristianismo.

Um dos erros mais comuns tem sido tentar justificar as crenças católicas, com a teoria espírita. No tempo de Kardec era plausível perder tempo para refutar ou explicar o catolicismo, então ainda muito marcante na opinião pública.

Como diz o ditado às vezes a emenda é pior do que o soneto.

As idéias católicas têm o vício primordial de encarar a vida sob o aspecto punitivo e o céu e o inferno do catolicismo decorre da visão uniexistencial do cristianismo e, pior ainda, do entendimento da Justiça e da atuação divina em relação ao ser humano.

A dinâmica espírita, baseada na Lei de Evolução, nem sem pré é entendida pelos próprios espíritas, devido à influência católica que paira nos discursos e nas mentes dos que aderiram ao Espiritismo, sem se desvencilhar dos antigos credos.

Desde a implantação do Espiritismo no Brasil, a influência dos católicos foi muito grande. No início, como agora, católicos transmigravam da Igreja para o centro espírita, trazendo sua bagagem doutrinária. Os líderes do início foram católicos fervorosos

Não houve, assim, a ruptura com o pensamento católico, mas uma adaptação prejudicial à clareza do entendimento renovador da doutrina kardecista.

Nossos principais médiuns foram e são assessorados por guias que têm na sua biografia fortes vinculações coma a Igreja. Agora mesmo, com a morte do papa João Paulo II tivemos a prova desse amor, com mensagens da FEB e artigos em jornais chamando-o, carinhosamente de "João de Deus".

Está sendo organizado um Seminário que a pretexto de comemorar o 150º aniversario do O Céu e o Inferno, pretende encontrar uma visão contemporânea do céu e do inferno.

Ora, em termos espíritas esse seminário analisará o vazio, o nada porque para o Espiritismo simplesmente não existem o céu e o inferno. Logo, não há o que contemporizar essas criações do catolicismo.

Modernamente o que temos a ver com céu e inferno?

A Não-Identidade do Ser (Imprensa Espírita) - Da Redação

Escrevendo na bela revista Delfos, Silvio Carlos, afirma que na busca da felicidade devemos aspirar "ser nada". Ele diz: "Creio, aliás, não existir uma sensação mais livre e agradável do que a sensação de ser nada. Falo sério".E adiante "Por isso, ao destacar a importância de ser nada frente à vida, quero, em realidade, propor ao leitor um exercício de " desindentificação" para que esteja integrado no eixo central em torno do qual deve girar a sua vida: a essência espiritual".

O autor parece querer separar a essência espiritual da sua realidade existencial, no mundo corpóreo. Estar significa possibilidade de mudar, enquanto "ser" indica um estado imutável. Logo, ao afirmar que eu quero ser "nada" na vida, eu estou simplesmente assumindo a minha inteireza como espírito", diz Silvio. Faz comparações: "eu não sou doente", "eu estou doente", significando que "ser" é essência e "estar" é transição, ao seu ver, inconciliáveis.

Como, no processo evolutivo que estagiamos separar o ser do estar? Estamos e somos não um carro, uma casa, porque são objetos externos. Mas ser pai e ser mãe é muito mais do que estar pai e mãe. O espírito é o que é, o que aprende, o que consome, o que pensa, o que deseja. Não podemos separar a essência da sua atuação no mundo, senão criamos um vazio, um vácuo interexistencial de alienação e insegurança.

Talvez não seja esse o objetivo do autor, mas cai no desvão comum de desvalorização da vida corpórea, do homem, da mulher, como se tudo fosse vaidade e o peso da responsabilidade de ser alguém fosse demasiado. Essa nadificação do ser humano não ajuda a qualificar a vida. Ao contrário, pode encontrar mentes desprevenidas que adotem a alienação como norma de vida. Como se a relação real da alma e seu corpo e sua atuação no mundo, não exigisse uma identificação.

Silvio afirma que "não desejo reduzir a importância do homem e de suas conseqüências pessoais, como se não fossem necessárias ao seu processo de amadurecimento. Ao contrário, é na própria doutrina espírita que encontramos subsídios que permitem concluir pela felicidade do homem quando este abandona os rótulos, os títulos, as personagens, os papéis, os jogos, as máscaras e assume a sua verdadeira identidade de centelha divina inserida no contexto da evolução".

As propostas do autor situam-se na sublimação e no imponderável. Melhor ser alguma coisa, ser bom, ser autêntico, ser capaz de superar os obstáculos e os problemas para afirmar-se como pessoa humana, espiritual, eterna.

São temas interessantes, mas colocados como forma de existência e vida, podem criar esse hiato tão funesto de desqualificação da pessoa, fator importante para seu progresso.

De novo, a Corrupção Política (Problemas Sociais e Políticos) - Da Redação

O país foi novamente abalado por denúncias de corrupção por parte do poder executivo. A possibilidade do PT ter dado dinheiro, o mensalação, a vários deputados federais para que trocassem de partido político e votassem invariavelmente com o Governo, lembra a era Collor, finalmente alijado do Poder.

É triste verificar que o Brasil continua patinando na busca de uma forma definitiva e correta para a governabilidade. Se o corruptor merece repúdio, o corrupto, o deputado eleito pelo voto popular se vilipendiar, vender-se é um episódio dos mais tristes e perturbador.

O Espiritismo é, positivamente, a favor da democracia e da honestidade. A democracia permite a liberdade de pensar, de agir, de criar. É o caminho natural para o progresso social e pessoal. Todavia, tem seus inimigos justamente na volúpia pelo poder de alguns e a desonestidade de outros.

Mas a democracia tem também o remédio, pois através do voto consciente pode-se eliminar esses personagens do cenário político.

Nosso país apresenta uma grande desigualdade social e problemas a espera de solução. Tem-se feito cálculos e mostrado que a corrupção e a sonegação de impostos retira do Poder recursos que, aplicados com inteligência, eficiência e honestidade já teriam eliminado muitos dos gargalos sociais, pela melhor distribuição da renda, pela universalização do saneamento básico e outros fatores que tornam a qualidade de vida melhor.

Os acusados pedem provas, mas quem dá recibo para dinheiro espúrio?

Esperamos que investigações sérias levem os culpados à Justiça e que as leis venham a ser aplicadas corretamente.

Que seja mais um passo na erradicação da política de elementos incapazes de representar o povo e superar o próprio cinismo.

A democracia e economia do país não podem ser sufocadas pelos desonestos e pelos corruptos.

Santo Súbito, Política e Diplomacia, Fé sem Razão, Os Verdadeiros Santos (Opinião em Tópicos) -  Milton R. Medran Moreira

Santo Súbito

Em tempos de globalização, onde tudo acontece com espantosa rapidez, não poderia ser diferente. O corpo de João Paulo II não tinha ainda baixado à sepultura e o povo, extasiado, gritava, lá fora: "santo súbito" (santo já).

O povo precisa de santos. Clama por santos. E a Igreja sabe que uma forma de se manter popular é ter muitos santos. E que, de preferência, sua canonização seja feita no menor tempo possível. Já no papado de Karol Wojtyla, a Igreja se valeu do carisma e da popularidade de Tereza de Calcutá para iniciar seu processo de canonização, em tempo recorde, logo após a sua morte. É também um excelente instrumento de política diplomática da Santa Sé com os países de origem do candidato a santo. Quem não deseja ter um conterrâneo elevado à glória dos altares?

Política e Diplomacia

Mesmo se constituindo, pela tradição da Igreja, num processo que visa a apurar as qualidades intrínsecas e realmente santificantes do candidato, um procedimento de canonização não deixa de ter, também, componentes políticos. A canonização do espanhol José Maria Escrivá de Balaguer, por exemplo, feita por João Paulo II, em 2002, gerou descontentamento por parte das alas progressistas da Igreja. Não posso imaginar um Frei Betto rezando diante da imagem de Balaguer, que foi fundador do ultraconservador movimento católico conhecido como Opus Dei.

Já a santificação de João Paulo II, cuja iniciativa teria partido das bases, naqueles transes de verdadeiro êxtase coletivo que tomou conta da Praça de São Pedro, nos dias que se seguiram à sua morte, tende a ser irreversível. Por isso, Bento XVI já anunciou que não levará em conta antiga norma que prescreve um prazo de 5 anos para o início do processo. Será atendido o apelo do povo: santo súbito!

Fé sem razão

Mas, como se sabe, para alguém ser santo precisa fazer milagres. Reza a lei canônica que o milagre, geralmente uma cura, terá de se revestir destas características: instantaneidade (ocorrido logo após o pedido), perfeição (atendido completamente), durabilidade (a cura tem de ser para sempre) e preternaturalidade (não explicável pela ciência). No caso de João Paulo II, já choveram relatos de curas em todo o mundo. Por isso, sua canonização já é tida como certa.

Quem investiga fatos paranormais sabe que eles acontecem em todas as culturas, religiosas ou não. Seus agentes têm diferentes crenças ou, às vezes, simplesmente não têm nenhuma. Nem sempre santidade e paranormalidade andam juntas. E nunca o depoimento, por mais honesto, de alguém eventualmente beneficiado com uma cura tida como prodigiosa, poderá espelhar os fatores que a geraram ou confirmar sua presumida autoria.

A santificação de alguém a partir de testemunhos miraculosos jamais passará, assim, de uma presunção que pode atender às exigências da fé, mas jamais satisfará a razão.

Os verdadeiros santos

Afora isso, o verdadeiro calcanhar de Aquiles da tese católica dos santos está no fato de a Igreja só declarar como tal quem pertenceu à sua grei. A santidade está acima de dogmas e de crenças. A tese dos santos só ganhará foros de universalidade o dia que seus candidatos forem selecionados independentemente de crença. Por sua grandeza interior, não condicionada à fé eventualmente praticada. Que haja entre eles lugar, por exemplo, para um Mahatma Gandhi, um Albert Shweitzer, um Francisco Cândido Xavier, um Martin Luther King ou um Betinho. Aqueles, profitentes de outras crenças, e o último um ateu confesso que, no entanto, dedicou inteiramente sua vida à solidariedade e ao amor aos outros. Quando da morte de Betinho, crônica de Heitor Cony, sugeriu fosse ele declarado nosso primeiro santo laico.

O Cotidiano de Sara - Wilson Garcia

Centrada em sua realidade, a criatura humana costuma exigir dos demais um ajuste às suas necessidades. O tempo escasso contribui para tornar mais dramático esse quadro. Mas o que mais pesa de fato é a incapacidade de olhar os estragos que faz quando impõe ao outro o atendimento às suas exigências.

Tornamos o nosso cotidiano um centro de egoísmo, ou seja, construímos um duplo centro de atenções. Daí consegue mais resultado quem é mais convincente ou detém maior poder. Em ambos os casos há uma certa violência em jogo e em ambos os casos também há abuso de poder.

Tomemos o caso de Sara. Ela é aquilo que se pode chamar de workholic, ou seja, louca por trabalho. É também uma criatura estranha, ou melhor, de um senso de organização de seus afazeres totalmente singular e de difícil compreensão. Às vezes me pergunto se isso é mesmo resultado de experiências de outras vidas. Confesso que tenho dúvidas, porque um pouco da explicação para esse tipo de comportamento de seres como Sara podemos encontrar aqui mesmo, na presente existência.

Sara trabalha por impulso. Ora decide o que fazer por aquilo que dá maior prazer, ora vai de roldão vencida pela própria prioridade das coisas. Em qualquer dos casos, o seu comportamento é padrão: ela se lança na tarefa em tal grau de concentração que esquece do contexto e dos seres que estão à sua volta. Esquece? Talvez não seja essa a palavra. Ela simplesmente ignora. Mas entenda bem o que Sara faz, o ignorar aqui não é o não ver ou desconhecer o que se passa. Sara não consegue ver as coisas em suas nuances e contornos. Não vê as pessoas em seus conflitos e necessidades, não vê o contexto com as ocorrências em andamento.

Sara funciona mais ou menos assim: a partir do momento em que ela se concentra em uma atividade, a imagem do contexto e das pessoas se cristaliza em sua mente, de modo que se torna uma espécie de quadro a óleo na parede. Enquanto Sara estiver se dedicando àquela tarefa, o quadro não se modifica. Todos os envolvidos permanecerão, na mente dela, fazendo o que fazem e à sua disposição, portanto.

Vejamos outra faceta de Sara. Ela trabalha por projetos, ou seja, enquanto estiver cuidando de um, cuidará também de afastar os fantasmas de outros projetos que a aguardam. Então, os projetos costumam se acumular e ela sabe disso. Mas justifica-se a si mesma com a "certeza" de que tocará os outros projetos a tempo e com a mesma eficiência de sempre. Com isso, não se perturba enquanto executa o projeto que a ocupa.

E como Sara vai atender os demais projetos? O comportamento dela é sempre padrão, nesses casos. Ela vai começar, desenvolver e concluir cada projeto, independentemente de quaisquer circunstâncias. Aí o mais comum é o seguinte: para atender às imposições do tempo, que se encurta sempre e sempre, Sara assume dentre os projetos que a aguardam aquele mais urgente e passa a dedicar-lhe toda a atenção. Se preciso, isola-se do contexto para não ser perturbada. Isolar-se, portanto, é uma necessidade quase rotineira.

É neste ponto que a cristalização do contexto e das pessoas surge. Ao isolar-se, não consegue acompanhar a dinâmica natural das circunstâncias que envolvem a vida das criaturas que habitam o mesmo contexto de Sara. Cristalizadas, as pessoas surgem em sua mente como sempre prontas a atendê-la em qualquer situação. O tempo, o projeto, o poder. Sara usa o poder em nome do projeto e em vista do tempo escasso. Sara impõe ao contexto e às criaturas a adequação às suas necessidades. Sara exige e se por qualquer motivo verifica que pode não ser obedecida, Sara se exaspera.

- Como você não pode? Você tem que me atender, "nós" não temos mais tempo. Eu me comprometi e preciso atender ao prazo que dei. Você não pode dizer não...

Dificilmente Sara entende os motivos do outro quando cobra participação em seus projetos. Afinal, em sua mente, o outro está de tal maneira visualizado que não tem nenhuma razão para recusar a participação no projeto. A cristalização da imagem das pessoas resulta em não poder compreendê-la na dinâmica do cotidiano, nos seus conflitos diários, nas suas necessidades que se substituem, nos desejos que se sucedem, nos planos que se alteram, nas frustrações que arrefecem ânimos e nas indisposições que o dia-a-dia ocasiona.

Sara é um espírito em um corpo físico, mas o cotidiano de Sara é egoísta. E como todo cotidiano egoísta, não permite a Sara alcançar a percepção dos conflitos que protagoniza. A maior percepção que consegue ter é a do conflito em que se envolve por conta das dificuldades do outro em atender às suas exigências. O que simplesmente aprofunda o seu egoísmo, porquanto a negativa alheia a obriga a impor-se através de argumentações incontestáveis ou mesmo do abuso do poder. Às vezes, nenhum nem outro funcionam e quando isto ocorre Sara entra em desespero.

O cotidiano egoísta de Sara é contrário ao aperfeiçoamento profissional e humano. Ao reservar um tempo determinado para um projeto, Sara limita o outro a agir dentro do período estabelecido. Sua incapacidade de compreender o imponderável, tudo aquilo que não é possível controlar – tal como a realidade humana do outro – resulta em que, não podendo contar com o outro em tudo aquilo que do outro espera, deve se desdobrar, ela mesma, para executar o projeto. Então, Sara surge como workholic, não tanto porque gostaria, porém por não possuir outra saída para os compromissos que assume.

A compreensão da personalidade de Sara é importante para julgá-la. Uma outra faceta dela é sua mania de assumir compromisso sem notificar antecipadamente ao outro, embora o outro esteja dentro do seu projeto, afinal, Sara sabe que não pode fazer a coisa sozinha. Mas curiosamente é capaz de tomar decisões dessa ordem e somente depois comunicar ao parceiro. Isso se dá – acredito – por conta dessa sua capacidade de cristalizar as pessoas, pois, se o outro continua fazendo aquilo que ela imagina, então aceitará as decisões de prazo e forma de execução que toma.

Os conflitos de Sara com o outro são permanentes, como se pode depreender, afinal, ninguém é hoje o que foi ontem. As pessoas alternam e mudam por decisões individuais e por conta das circunstâncias. Os outros são também Sara em seus cotidianos egoístas. Só que Sara, a nossa personagem, custa para entender isso, razão pela qual está em constante angústia, seu nível de estresse em alta e cada vez mais solitária.

Se você me perguntar se Sara é desumana, compreenderei, mas afirmarei com ênfase que não. Ela tem um coração enorme e grande parte de sua angústia advém exatamente dessa sua vontade de fazer as pessoas felizes. Mas essa face de Sara é tema para outra ocasião. Por ora, basta saber que a felicidade do outro está em Sara como um modelo. Ela dispõe de um padrão de felicidade, muito semelhante ao de sua forma de agir e tocar os projetos. Não é preciso dizer mais...

Matão homenageia o Bandeirante do Espiritismo, 3º CONEC (Notícias) - Da Redação

Para comemorar o centenário do jornal O Clarim, a direção do jornal, do Centro Espírita O Clarim e a Casa Editora O Clarim, organizou um roteiro de festividades entre os dias 12 e 14 de agosto. Vários oradores foram convidados para explorar o tema "Dimensão Espiritual da Nova Era"

Entre os oradores estão Divaldo Franco, Raul Teixeira, Moacir Lima, Sérgio Felipe, Marlene Nobre, André Luiz Peixinho, Alberto Almeida e Irênia Prada.

O sistema de comunicação escrita criado por Cairbar Schultel, é dirigido por Carlos Vital Olson e Aparecido Belvedere.

A participação nos festejos do centenário do jornal estão abertas pelo telefone (0xx)16 3382 1066 ou pelo e-mail oclarim@oclarim.com.br

A USE Intermunicipal Circuito das Águas - SP, estará promovendo nos dias 24 e 25 de setembro de 2005, a 3ª edição do Conec - Congresso de Espiritismo do Circuito das Águas. O evento contará com expositores espíritas da atualidade, alguns de renome internacional, além da apresentação do primeiro filme de longa metragem espírita: Os Órfãos. Para maiores informações é só acessar o site: www.usecircuitodasaguas.com.br/conec.

A Mulher Muçulmana (Mundo Atual) - Da Redação

A decisão da Suprema Corte do Paquistão de ordenar a prisão de 13 homens acusados de estuprar Mikhtar Mai, de 36 anos representa uma vitória na não raro sangrenta luta das mulheres mulçumanas para romper o círculo de força, brutalidade e desrespeito praticado nas sociedades dominadas pelo islamismo.

Mikhtar Mai foi estuprada por vários homens, em 2002 por ordem do conselho tribal, supostamente por um "crime" do irmão de 13 anos. Naquele ano, um tribunal sentenciou seis homens que estupraram Mai à pena de morte e absolveu outros oito, a maioria membros do conselho tribal. Em março deste ano, um tribunal da Província de Punjab absolveu cinco dos seis homens condenados e reduziu a pena de morte de outro acusado para prisão perpétua.

Centenas de mulheres são estupradas e até mortas a cada ano nos chamados "ataques por honra" muitas vezes pelos próprios parentes. Geralmente as vítimas de ataques sexuais sofrem em silêncio, com medo de serem rejeitadas pelas famílias. Mai tornou-se uma celebridade internacional por causa de sua decisão de enfrentar seus agressores.

A revista Veja publicou entrevista de Ayaan Hirsi Ali, refugiada da Somália, residente na Holanda. Aos 5 anos, sofreu excisão do clitóris. Aos 22, fugiu de um casamento arranjado com o primo pelo pai. Refugiada na Holanda trabalhou como tradutora nos centros sociais para imigrantes e foi brilhante universitária de ciências política. Ayaan, uma negra longílinea de 35 anos representa mais uma mulher mulçumana que luta pela igualdade entre homens e mulheres, negada na religião islâmica.

Para Ayaan "o problema é o Corão e o profeta Maomé. É mensagem à qual estão sujeitos 1,2 bilhão de indivíduos no mundo ". Sobre Maomé ela afirma "Era um tirano, sim. Maomé seduziu e violou Zainab, a mulher de um pupilo. Isso não é perverso? Permita-me ir além. O profeta casou-se com Aisha, uma menina de 9 anos, filha do seu melhor amigo. Ele não esperou nem a criança atingir a puberdade, apesar das súplicas paterna, para pedir sua mão em casamento. Aisha foi prometida aos 6 anos de idade. Hoje no Irã casamentos desse tipo são perfeitamente legais, freqüentes. Trata-se de pedofilia pura. Na Holanda, Maomé seria levado pela polícia às barras de um tribunal".

Na questão 818, de O Livro dos Espíritos, temos uma posição clara do Espiritismo sobre o sufoco vivido pelas mulheres mulçumanas. "Donde provém a inferioridade moral da mulher em certos países? – Do predomínio injusto e cruel que sobre ela assumiu o homem. É o resultado das instituições sociais e dos abusos da força sobre a fraqueza. Entre os homens m oralmente pouco adiantados, a força faz o direito".

E arrematamos com a frase básica do pensamento espírita sobre a igualdade entre homens e mulheres "A emancipação da mulher acompanha o progresso da civilização".(822)

Mulheres como Ayaan e Mikhtar estão abrindo o caminho a custa de lágrimas e sofrimentos. Mas a vitória será inevitável, como, aliás, tem sido notado em alguns paises árabes, onde a mulher já pode votar e até ocupar cargos ministeriais, como no Kwait.

Prosopopese-Metagnomia (Mundo Paranormal) - Marcelo Coimbra Régis

O nome acima foi criado pelo metapsiquista francês René Sudre, em seu livro Introdução à Metapsíquica Humana. No livro, Sudre tenta tornar os fenômenos espíritas em eras projeções mentais dos médiuns e atribui a essa prosopopese-metagnomia, a raiz da fenomenologia.

Sudre na data do livro, 1927, decreta "Assim o Espiritismo dito" científico "inaugurado por Delanne, parece haver entrado em falência, nada mais sobrando para a grande massa do que o velho Espiritismo moral de Allan Kardec, que em si não é de todo mau e que serve para levar aos aflitos ilusões consoladoras".

O objetivo de Sudre é combater a imortalidade de alma que os fenômenos mediúnicos provam. Sudre era membro da Soborne e metapsiquista respeitável.

Ernesto Bozzano refuta cabalmente a tese de Sudre, com seu livro Metapsíquica Humana, lançado em 1927.

A Metapsíquica, criada por Charles Richet, nasceu com o propósito de pesquisar a fenomenologia que o próprio Richet estudou em dezenas de reuniões mediúnicas com vários médiuns e cientista, como o próprio Delanne. Todavia, a maioria dos metapsquistas enveredou pelo negativismo. Na verdade procuravam antes as falhas e se fixaram na tese da fraude, negando-se, mesmo com evidências palpáveis a reconhecer a verdade dos fenômenos mediúnicos e, portanto, a imortalidade, a vida além túmulo.

O ABERTURA publicou na sua edição de junho e 2003, amplo artigo sobre os fenômenos ocorridos na pequena cidade inglesa de Scole, onde durante cinco anos produziram memoráveis fenômenos, estudados por equipe da Society for Psychical Research –SPR que apresentou extenso relatório confirmando a autenticidade dos fenômenos por eles testemunhados e, não obstante a abundância das provas, a SPR recusou-se a sancioná-los.

A Metapsíquica acabou enrolada nas próprias contradições e no esforço pela negativa da imortalidade, através dos fenômenos mediúnicos e foi sucedida pela Parapsicologia que, também, não alcançou o êxito previsto, devido, inclusive aos pesquisadores materialistas que seguiram o roteiro da Metapsíquica, como pelo assalto de pesquisadores e pseudo pesquisadores de formação sacerdotal que entraram com a idéia fixa de combater o Espiritismo.

O que é Pneumatografia ? O que é Pneumatofonia ? (Abrindo a Mente) - Alexandre Cardia Machado

1. O que é pneumatografia?

A pneumatografia ou escrita direta é um fenômeno de efeito físico. Através desse processo, um Espírito pode grafar, sem o concurso de um médium, numa folha de papel, letras, sinais diversos, palavras, frases e até dissertações. O material usado pelo Espírito para grafar os sinais é por ele produzido. O papel dobrado ou não, pode ser colocado numa gaveta ou em qualquer lugar. Muitas vezes coloca-se uma folha de papel dentro de um invólucro lacrado. Após algum tempo, ao abrir-se o invólucro, surgem na folha os caracteres grafados. O fenômeno, geralmente espontâneo, se reduz a algumas palavras

O fenômeno da escrita direta é um do mais extraordinários da mediunidade, mas constitui-se um fato averiguado e incontestável. O fenômeno, como todos os de origem mediúnica, é antigo. Por ele pode-se explicar muitos fatos considerados miraculosos, como o aparecimento das três palavras célebres do festim de Baltazar.

2. O que é pneumatofonia?

A pneumatofonia ou voz direta, é o fenômeno físico, que reproduz a voz do Espírito, sem o concurso de um médium. São geralmente espontâneos e raramente podem ser provocados.

Os sons pneumatofônicos se produzem às vezes como uma voz interior que repercute em nosso foro intima ou exteriores.Neste caso as palavras são nitidamente articuladas Segundo uma descrição, os Espíritos produzem uma espécie de garganta fluídica e por meio delas reproduzem a voz humana que é ouvida, como saindo da parede ou do teto.

Para saber mais sobre pneumatofonia e pneumatografia, consulte O Livro dos Médiuns, capitulo XII.

Kardec faz a Diferença - Jacira Jacinto da Silva

É muito bom conhecer a obra literária de Kardec. A vida é um aprendizado contínuo, por isso é boa, possibilita o conhecimento, a mudança de hábitos, de cultura, de línguas, de amores, e de tudo o que quisermos; mas, lamentavelmente, há uma parcela muito grande da população que não consegue perceber isso; vive por viver. Tudo muda a partir de uma reflexão séria a respeito da filosofia espírita.

Alguém pode argumentar que existem muitas pessoas esclarecidas, que vivem bem, são felizes, e não leram nada escrito por Kardec. É fato, até porque, a afirmação contrária não encontraria sustentação, já que, comparado ao número de habitantes do planeta, pode-se dizer que uma parte ínfima dos seus habitantes estuda a obra espírita. Mesmo sabendo que a ética não é patrimônio exclusivo do Espiritismo e que existem muitos caminhos para o aprimoramento intelectual e moral, se as pessoas estudarem a filosofia espírita, muito provavelmente a vida delas ganhará um sentido novo. A obra de Kardec permite o nosso encontro com importante área do conhecimento: a filosofia da vida. Com ela, aprendemos a viver melhor, a experimentar, a degustar e saborear cada acontecimento, extraindo todo aprendizado possível.

Uma das descobertas mais gostosas que se faz com o passar do tempo, conforme se lê e se medita na mensagem genuinamente espírita, é a de que as pessoas da terra são muito parecidas, e que nenhuma delas reúne só defeitos ou só qualidades. Se quisermos falar dos defeitos de qualquer conhecido, certamente vamos encontrar motivos, pois todos os têm; de outra parte, bem que poderíamos falar das qualidades, pois elas também são encontradas em todas as pessoas.

Entre um senhor religioso, honesto, cumpridor dos seus deveres, e um jovem usuário de drogas, com experiências de tráfico de substância entorpecente inclusive, certamente qualquer um se apressaria em eleger o bom; no entanto, uma cena real oferece pasto à nossa imaginação: Ao lado de uma igreja evangélica havia um bar, aonde se encontrava o referido rapaz. Ali entrou um freqüentador da igreja para comprar água, encontrou um conhecido e passaram a conversar. Em frente ao bar, que ficava numa esquina, havia um bueiro grande, largo e fundo, sem tampa. Dentro dele havia um velho, provavelmente bêbado, dormindo. O tempo estava fechado, escureceu e começou a ventar, acenando com um temporal. Começaram a comentar sobre o que poderia acontecer com aquele velho que dormia dentro do bueiro; o religioso riu, o rapaz usuário de drogas entrou no buraco e tirou o velho. Ah! se nós soubéssemos enxergar as qualidades dos outros!!!

Não basta ser bom, honesto e feliz. A vida fica muito mais gostosa quando a gente pode saborear cada conquista, sabendo da importância dela, entendendo o esforço que se fez para atingí-la, ou compreendendo que será necessário reunir outras energias, preparar-se melhor para alcançá-la mais tarde.

Profissionais bem sucedidos passam uma vida inteira envolvidos com a conquista de bens materiais. Primeiro trabalham muito para adquirir um carro bom, e lá se vão alguns anos da vida. Depois, necessariamente, devem atingir uma casa especial, muito boa, diferenciada, e de preferência melhor do que as dos seus amigos. E muitos outros anos se vão exclusivamente voltados para esse fim. As melhores escolas para os filhos; a melhor decoração da casa; uma chácara de lazer; etc, etc, etc.

Ora, mas o conforto material não é bom? É ótimo, e todos devemos lutar por ele, na ordem mencionada, ou em qualquer outra; a questão colocada para reflexão neste espaço diz respeito com os nossos valores. De que forma estamos buscando as realizações materiais? Elas estão no centro das nossas atenções, ou fazem parte da nossa vida como uma necessidade a mais? A melhor escola é a mais cara, o lugar onde estudam todos os bem sucedidos, ou é a que tem um melhor projeto pedagógico, que cultiva valores éticos e que, efetivamente, prepara nossos filhos?

A vida fica gostosa quando entendemos o seu significado, e isso Kardec nos proporciona. Os bens materiais são conquistas valiosas, que não apenas garantem nossas necessidades materiais, mas também proporcionam momentos de lazer, importantes para o nosso equilíbrio espiritual. Mas, quando nos falta a compreensão do sentido da nossa existência; quando não damos conta dos infindáveis "porquês", que de fato não têm respostas aparentes, não conseguimos vislumbrar a grande oportunidade que uma encarnação nos oferece. Fica muito mais difícil superar uma dor, conviver com uma enfermidade, entender e buscar recursos para lidar com as dificuldades do relacionamento humano, enfim: não é tão bom.

Curtir Kardec é, acima de tudo, compreender a vida, e viver melhor.

Seminário da Família trouxe Novidades - Da Redação

O Seminário sobre a Família que o ICKS realizou nas sextas-feiras do mês de junho foi uma iniciativa de grande sucesso. Durante as reuniões, cerca de 160 pessoas participaram ativamente do debate de temas familiares, como os limites na educação dos filhos e o comportamento familiar em geral.

O ICKS optou por convidar psicólogos com experiência no setor familiar e da adolescência e isso resultou numa série de palestras de alto interesse e dinâmica.

Abrindo o Seminário, a psicóloga Valéria Zuniga Leite tratou de forma bastante pessoal da questão dos " Limites na educação dos filhos", derivando quase sempre para uma abordagem genérica, englobando escola e lar.

Já a neuropsicóloga Cristiane Valentini, desenvolveu o tema " Adolescência –precoce ou tardia –riscos e conseqüências" dentro de um critério mais equilibrado, quase conservador, estabelecendo um diálogo com a platéia muito proveitoso.

O psicólogo Paulo Fernando Pereira de Souza, questionou "O Que é ser pai e mãe, hoje", com agrado geral, pois enfocou o assunto de maneira dinâmica e atual, sem perder, todavia, a firmeza com que as questões devem ser tratadas.

Finalmente a psicóloga Keila Gonçalves, discutiu a importante questão "A influência dos meios de comunicação no formato familiar", travando acalorados debates com a platéia, que questionou sua direção muito pessimista, resultando num aprendizado vibrante.

Opiniões

Claudia Regis Machado, que coordenou o Seminário, declarou que "O Seminário foi bastante produtivo e deu oportunidade de discutir assuntos atuais que envolvem a família. Reprisou algumas idéias já conhecidas e abordagens novas. Os expositores foram todos de grande experiência e trouxeram argumentos sólidos".

Arlete Fernandes, afirmou que "de modo geral foi muito positivo. Os psicólogos que falaram com propriedade. Foi válido e proveitoso. Foi maravilhoso".

Eduardo B. Lima, disse que "o Seminário foi bastante importante porque discutiu a relação entre pais e filhos e trouxe idéias novas que mudaram o modo de ver as situações familiares".

Em novembro, em Buenos Aires, a IV Jornada Argentina do Pensamento Espírita - Da Redação

O CONSEJO DE RELACIONES ESPIRITA ARGENTINO realizará, em Buenos Aires, de 5 e 6 de novembro próximo, a IV JORNADA ARGENTINA DO PENSAMENTO ESPÍRITA.

Os objetivos da Jornada são:

4Contribuir para gerar no Espiritismo Argentino um movimento de idéias que enriqueça os espiritistas, as Instituições e a difusão da doutrina na Argentina.

4Estimular a produção cultural mo Espiritismo Argentino.

4Possibilitar o relacionamento e a confraternização entre os espíritas argentinos

TEMAS

O tema central será REENCARNAÇÃO - A PERSPECTIVA ESPÍRITA, desdobrado em subtemas:

A reencarnação e a doutrina espírita

Implicações científicas, filosóficas e morais

Evolução palingenésica, lei de causas e efeitos

Investigações científicas e suas implicações doutrinárias

Reencarnação e auto domínio

Educação espírita e reencarnação

INSTRUÇÕES PARA CONFECCIONAR

E ENVIAR OS TRABALHOS

São convidados a apresentar trabalhos todos os pensadores, educadores, escritores ou militantes espíritas que desejam, apresentar, através de trabalho elaborado, uma visão particular sobre algum aspecto do conhecimento espírita, relacionado com os temas mencionados.

Os trabalhos deverão ser apresentados em arquivo do programa Word, formato A4, com margens superior e inferior 2,5 cm, esquerdo e direito 1,5 cm, tipo Arial Narrow, corpo 12.

A inscrição de trabalhos deverá realizar-se por e-mail, em que conste o título do trabalho e todos os dados dos autores (nome, endereço postal, telefone, e-mail, Instituição a que pertence,etc), incluindo um breve currículo pessoal, com o qual será apresentado e figurará nas publicações. Além disso, deverá ser informado se utilizará na apresentação de seu trabalho, algum sistema de projeção (projetor multimídia, transparências, etc).

Os trabalhos deverão ser enviados até dia 20 de setembro de 2005, à Comissão Organizadora da IV Jornada Argentina do Pensamento Espírita, (CREAR)) e-mail cuartajornada@cre-ar.org.ar

A Comissão Organizadora se reserva o direito de selecionar as teses que serão exposta . Uma vez recebidas as inscrições será elaborado o programa definitivo que se amplamente difundido.

INFORMAÇÕES

Informações mais detalhadas podem ser obtidas pelo e-mail: cuartajornada@cre-ar.org.ar

AME edita Carta de Princípios de Bioética - Da Redação

Em face às discussões atuais sobre a Lei de Biossegurança e às pesquisas médicas realizadas, médicos de várias especialidades estiveram reunidos no V Congresso Nacional da Associação Médico- Espírita do Brasil para escrever a Carta de Princípios de Bioética .Damos abaixo as decisões da AME.

ABORTO

Em relação ao aborto:
Posicionamo-nos contrariamente a qualquer método que interrompa a vida em algum ponto do continuum "zigoto-velho", inclusive ao uso da "pílula do dia seguinte" e favoravelmente ao Planejamento Familiar, através de métodos não-abortivos,
incluindo, entre estes, o DIU (Dispositivo intra-uterino), desde que utilizado, no período fértil, em combinação com método de barreira.

ANENCÉFALOS

Em relação aos fetos anencéfalos:
Manifestamo-nos contrariamente ao aborto do anencéfalo, pois não podemos reduzi-lo a uma "coisa descartável", reconhecendo seu direito à própria vida, ainda que temporária.

CÉLULAS- TRONCO EMBRINÁRIAS

Em relação às células-tronco embrionárias:

Declaramo-nos contrários à utilização das células-tronco embrionárias, quer seja em pesquisas ou em terapias, mas posicionamo-nos favoravelmente à utilização das células-tronco presentes no indivíduo adulto e no cordão umbilical.

EUTANÁSIA

Em relação à eutanásia, à distanásia e à morte natural (ortotanásia):

Manifestamo-nos:

1. contrariamente a qualquer meio intencional que antecipe a morte natural do ser humano, seja pela eutanásia, ativa ou passiva,  ou pelo suicídio assitido.

2. contrariamente à distanásia, por entendermos tratar-se de um prolongamento inútil da vida, por uma obstinação terapêutica ou diagnóstica, através de meios artificiais que não trazem benefícios imediatos ao paciente, levando-o a uma morte agoniada, com muito sofrimento orgânico, psíquico e espiritual.

3.  favoravelmente à ocorrência da morte natural, a que se dá no tempo certo. Compete-nos respeitar a autonomia do paciente - suas crenças, medos, desejos e esperanças -, oferecendo-lhe apoio médico, psicológico, religioso e familiar, que lhe possibilite morrer sem dor e viver, com dignidade, seus últimos instantes de vida terrena. Compreendemos o processo do morrer como uma fase importante para o aperfeiçoamento do Espírito, repleto de experiências enriquecedoras, tanto para o médico, quanto para o paciente, sobretudo, quando ambos têm os olhos para a realidade da vida imortal.