Agosto de 2005

9º SBPE, Façam agora suas Inscrições - Capa

Os participantes do 9º SBPE, devem providenciar suas inscrições até o fim do mês de agosto. Essa providência auxiliará a Comissão Organizadora, a distribuir as pessoas nos apartamentos do Hotel Praiano, onde serão hospedados os participantes.

Como é do conhecimento geral, o investimento poderá ser parcelado, conforme a data da inscrição. Se feita em agosto, poderá parcelar em até 2 vezes (cheque para o dia 20 de agosto e 20 de setembro).

A TABELA DO INVESTIMENTO

Só a inscrição é R$ 60,00.

O pacote total incluindo a inscrição e a hospedagem de 13 a 16 de outubro, com café da manhã e almoço, varia conforme o tipo do apartamento escolhido. Conforme tabela abaixo, por pessoa.

Conversando sobre Almas Gêmeas - Capa

O palpitante assunto das Almas Gêmeas, agora em cartaz na televisão, com a novela do mesmo nome, tem uma análise bastante interessante sob o ponto de vista do Espiritismo.

O ICKS vai promover o curso Conversando sobre Almas Gêmeas, com três palestras, nos dia 17, 24 e 31 deste mês de agosto, das 20 às 21:30 horas, na sede do Instituto, à Avenida Francisco Glicério, 261.

O ministrante será o psicólogo Jaci Regis, autor, entre outros, dos livros, Amor, Casamento e Família, A Delicada questão do Sexo e do Amor e Caminhos da Liberdade.

Necessidades especiais de Afeto, Carinho e Dedicação - Jaci Régis

Uma criança entubada, espática, com paralisia cerebral, recebia atendimento fisioterápico. A fisioterapeuta silenciosamente estica-lhe as pernas aplicando sua técnica, enquanto a criança permanecia imóvel e de olhos fechados.

Então, a fisioterapeuta visitante, com muitos anos de prática e aplicando sua técnica, colocou a criança espática e com paralisia cerebral num almofadão. E começou a balançá-la e a falar com ela, não importando que respondesse ou não. E também cantou enquanto embalava num colo hipotético, aquela criança silente e de olhos fechados.

De repente, a criança exalou em grande suspiro, seu pulmão cresceu alargando o peito e abriu os olhos procurando a terapeuta.

Relato esse fato, para mostrar a necessidade de interação emotiva entre paciente e terapeuta. Aquela criança era tratada corretamente pela terapeuta, mas faltava uma interação afetiva, uma voz que falasse e cantasse e penetrasse a mente estática e o corpo espático.

Talvez ela perguntasse para que cantar e falar para um ser que não responde?

Outros mais céticos diriam que seria pura perda de tempo gastar tempo e dinheiro com aquela criança cujo futuro possivelmente será permanecer numa cama estendido e imóvel, sem jamais falar ou interagir.

Foi assim, durante muitos anos. Os deficientes eram considerados casos perdidos. Quantas mães não se envergonharam de trazer ao mundo aleijões, como aquele? E quantos no sofrimento não perguntaram a seu Deus por que, por que, seu filho esperado jamais andaria ou veria, nunca brincaria como uma criança comum, estava condenado a ser um marginal no concerto social?

Durante séculos a sociedade contemplou estática o cortejo dos que nasceram diferentes, apiedando-se, abandonando-os e olhando-os como castigos ou decepções divinas.

Enquanto religiosos, sejam clérigos, leigos e profissionais davam de ombro, desejando que a morte os levasse logo para não conviver com eles, profissionais humanistas, que acreditaram na pessoa humana romperam o círculo de ferro. Estimularam, agitaram, criaram métodos, experimentaram formas de entrar em contato com os que se colocam na escuridão da cegueira, no silêncio da surdez, dos que jazem sem possibilidade de se locomover, no afã de vê-los o mais independentes e comuns possível.

E hoje, a sociedade reage com esperança e investe dinheiro, sentimentos e trabalho em favor de pessoas com necessidades especiais.

Reflito no que se passou no fluxo da vida planetária.

Se o pensamento da vida única olhava os nascidos com deficiências como castigo ou como erros puramente biológicos e mesmo, em alguns casos, sacrificavam esses seres porque não seriam produtivos, guerreiros ou apresentavam um quadro do porvir nulo, imprestável econômica e emocionalmente, como reagíamos os que temos uma visão plurivencial?

De modo geral, absorvíamos a mesma temática de culpa e castigo e simplesmente dizíamos que os assim nascidos eram Espíritos devedores que tinham a oportunidade de pagar suas dívidas no resgate doloroso, no qual naturalmente incluíamos os pais. E talvez, embora com pena, acreditávamos que deveriam agradecer a dor e os problemas, porque isso era um presente de Deus para que pagassem os erros do passado. Uma situação bastante cômoda.

E graças aos humanistas que não ligaram para questões religiosas ou castigos divinos, mas que simplesmente foram à luta, muitos dos que possuem necessidades especiais conseguem superar obstáculos e agora os vemos em disputas esportivas com denoto e dedicação, superação e vitória, que o mundo aplaude, de tal maneira que uma olimpíada especial, com grande brilho é promovida após a olimpíada comum.

Com eles aprendemos que não importa que sejam devedores ou não, não nos preocupa a razão porque assim nasceram ou se tornaram, porque muitos chegam a essas condições por acidentes, por problemas que ocorrem durante a vida. O que importa é que são seres humanos, pessoas, Espíritos como qualquer um de nós no aprendizado do amor, da superação de suas imperfeições.

Vejo também, a dedicação de mães e pais, que ao receberem um filho com deficiências, trabalham toda a vida para lhes dar uma condição melhor, para que possam sorrir e viver e mesmo ter futuro, como uma lição de amor e determinação, certamente porque olham além das deficiências e vêem o filho que amam e que depende de seu afeto para ser menos sofredor.

A sociedade abre timidamente as portas para muitos deles em empregos adaptados ou não, pois a inteligência da maioria é apenas obstada pelas dificuldades de expressão ou ainda que limitada não os afasta da convivência.

A terapeuta que canta e fala, balança no almofadão, como um colo materno, traz uma luz nessa vida cinzenta da dor e da solidão do Espírito que penetra na existência com instrumentos parcialmente entorpecidos ou quebrados. Ela representa os profissionais humanistas que olham o paciente como uma pessoa e não se fixam na doença.

Abrem um caminho de alívio e alegria, paz e esperança para os que nasceram ou se tornaram pessoas com necessidades especiais, isto é, com necessidades especiais de sentimentos, respeito, emoções e confiança no melhor.

Enigmas da Psicometria - Eduardo de Barros Lima

Ernesto Bozzano, cientista espírita italiano, no seu livro Enigmas da Psicometria é, antes de tudo, inovador para quase um século atrás, mas que possui uma sistemática de gradativa interpretação dos fatos de clarividência ali demonstrados, que molda um excelente método de análise e pesquisa desta modalidade mediúnica ou muitas vezes anímica.

Bozzano, analisa o campo da Clarividência , já abordado por Allan Kardec na questão 402 do Livro dos Espíritos, como uma "espécie de clarividência" o que acontece durante os sonhos, quando a alma tem a faculdade de perceber eventos que acontecem em outros lugares. Ele emprega o termo como uma faculdade de ver à distância sem o emprego dos olhos. Em "Definições Espíritas", define a clarividência como a "faculdade de ver sem o concurso da visão" e logo depois como "percepção sem o concurso dos sentidos".

Portanto a Psicometria é uma das modalidades da clarividência, assim como: a quiromancia, cartomancia, visões de cristais etc, mas que pressupõe que nestas modalidades o médium utiliza estes elementos como, "estimulantes", para o processo clarividente. Diferentemente do fenômeno psicométrico que utiliza virtualmente o contato com o objeto para realização do processo.

Se consultarmos os dicionários atuais teremos a seguinte definição: Psicometria, segundo o Aurélio, é definida, na psicologia, como o registro e medição dos fenômenos psíquicos por meio de métodos experimentais padronizados . Já para o para o Espiritismo, a Psicometria é descrita como o tipo de mediunidade, onde os médiuns em contato com determinados objetos ,podem, por meio destes, narrar acontecimentos que com eles se ligaram.

Mas como este processo se realiza? Podemos tentar apresentar os seguintes modelos teóricos:

1) O objeto a ser psicometrado, adsorve a "Influência" (energia?) do possuidor, impregnada no objeto, e tomando-se a propriedade da matéria inanimada de reter potencialmente, vibrações e emanações físicas, psíquicas e vitais e aceitando-se que esta condição permita ao médium entrar em contato telepático com o consulente, formaria então aí, o elo da comunicação e conhecimento dos acontecimentos. Entende-se Telepatia,como a comunicação de pensamentos, mente a mente (entre encarnados ou desencarnados), sentimentos ou conhecimentos de uma pessoa para outra, sem o uso dos sentidos da audição, da visão, do olfato, do paladar ou do tato.

2) A hipótese de o objeto reter as informações do possuidor, "O Objeto Conta Sua História", não encontra ainda confirmação; conforme alguns experimentadores, tal latitude de poderes, é em grande parte, imaginária. Embora, não seja eliminada definitivamente esta possibilidade.

Se mais de uma pessoa tocou ou entrou em contato com o objeto, o que pode e constantemente acontece, existe a disposição da " Afinidade Eletiva", ou seja, o individuo que o médium mais se identificar, irá passar suas impressões e informações, com mais ênfase que os demais, apresentando uma ligação telepática mais estreita com este. (continua)

Cartas Abertas (Nunca desista e Igrejismo) - Da Redação

Quero parabenisar o autor, Jaci Regis pela matéria de sua autoria publicada às fls. 02, na edição de Julho. Para mim foi muito importante, pois me permitiu rever alguns conceitos e entender outros.  O Jornal abertura, mesmo quando da nossa ausência física no ICKS, é um excelente veiculo de não só informação  como incentivo ao estudo mais sério do Espiritismo.

Um abraço do Nelson Joaquim - Santos - SP

O Abertura continua sendo um dos poucos periódicos Brasileiros dignos de ser classificados como fiéis representantes do legado Kardequiano.

A igrejificação do movimento Espírita nordestino é uma vergonha. Pouca coisa mudou nos últimos 100 anos, digo, 90 anos. Felicito-o pela determinação editorial e clareza doutrinária.

Com respeito e sincera amizade,

Carlos Antônio de Barros – João Pessoa

A Corrupção na Pátria do Evangelho - Editorial

Nosso país sempre se julgou abençoado por Deus.

Entretanto ainda patinamos na construção de uma sociedade justa, progressista e rica, não apenas de bens materiais, o que é justo, mas de obediência às leis e a uma moral pública e pessoal equilibrada.

Desde a carta de Pero Vaz Caminha que se cantam loas ao nosso abençoado solo em que se plantando tudo dá, de nosso povo alegre, confraternizador, acima de preconceitos e de racismos.Até a fantasia mística de que para cá o Cristo teria trazido a "árvore do evangelho" e a exaltação patriótica Além Túmulo de Humberto de Campos bradando que o Brasil é Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho.

Seja como for, esse coração está sangrando continuamente pela miséria, pela pobreza real, flagelante, pela violência urbana, pelo racismo e pelo preconceito, que estão aí no dia a dia de nossa sociedade auriverde. E, mais ainda, pela baixaria moral de elites, seja formada por homens e mulheres provindos do berço de ouro ou da enxerga do miserável, na ascensão social, econômica e política.

A corrupção parece endêmica e vem caminhando com o tempo, desde a colonização e constitui, ao que se diz, um traço característico de famoso jeitinho brasileiro, que parece brejeiro, mas no fundo é corrupto.

Isso desde as mais inferiores funções públicas, cuja máquina burocrática sufocante, se alimenta vorazmente da propina, para dar seguimento a papéis, decisões e para, como dizem os críticos, vender dificuldades para colher facilidades.

Agora, mais uma vez a sociedade é sacudida pela fantástica máquina de comprar e vender pessoas, partidos e estruturas políticas.

Não é a primeira vez, certamente. Mas a repetição mostra que subsiste a cultura de aproveitar os cargos públicos para obter vantagens pessoais, em detrimento da coletividade.

O Livro dos Espíritos nos adverte sobre o cancro moral do interesse próprio, visto como a ganância, a apropriação, o passar sobre os outros, na defesa do domínio sobre os bens, a população, enfim.

Essa dramática e surpreendente rede de compra e venda de votos, de pessoas, de partidos, a despeito e acima dos interesses coletivos diz bem do caráter moral de seus participantes.

Diz O Livro dos Espíritos, na questão 895, "as qualidades morais são geralmente como a douração de um objeto de cobre, que não resiste à pedra de toque", quando o interesse pessoal assoma? E afirma que "Um homem pode possuir qualidades reais que o fazem para o mundo um homem de bem; mas essas qualidades, embora representem um progresso, não suportam em geral a certas provas e basta ferir a tecla do interesse pessoal para se descobrir o fundo".

Agora, estamos vendo um vendaval de malversão do dinheiro público, a destruição de imagens de pessoas tidas como moralmente insuspeitas, tocadas pelo interesse pessoal, pela ganância ou que seja, mas se apropriando, se servindo do cargo político ou administrativo em desserviço ao progresso e à construção de uma sociedade equilibrada.Mais uma vez a Pátria do Evangelho se curva à ação dos grupos que não aprendem a servir, a compreender a grande missão de trazer paz e prosperidade ao povo que neles acredita ou acreditou.

Os corruptos poderão livrar-se das punições legais, devido às circunstâncias e outros tantos interesses. Mas ficarão marcados como os cupins que destroem a estrutura social no oculto de seus arranjos e falcatruas. Não escaparão, porém, da condenação de si mesmos, no tempo e no espaço.

O Espiritismo advoga a aplicação de leis duras para punir os que frustram a esperança e cavam um buraco negro na consciência e no futuro da sociedade.

A Culpa é de Deus - Editorial

O caso é apenas ilustrativo. Uma mulher, Juliana Pajecki, sacrou-se rabina, dentro do culto judaico. Mulheres no rabinato são raras. No Brasil, além, da nova rabina que é paulista, há uma outra, no Rio de Janeiro. Juliana é rabina assistente de uma sinagoga liberal. Mas um rabino mais ortodoxo foi taxativo "Não a aceito como profissional" Segundo o rabino "os preceitos da linha ortodoxa vêm desde Moisés e só podem ser modificados por Deus".

Essa posição é bem característica das Igrejas. Atribuem a Deus o imobilismo de seus conceitos. Ora, Deus não fala senão pela voz das igrejas, seus sacerdotes, papas e chefes. O mesmo procedimento, guardadas as diferenças, é tomado pelos espíritas religiosos que se opõem às mudanças, porque, dizem, isso cabe à Espiritualidade Superior. Ora essa Entidade só fala pela boca dos médiuns comprometidos pelo consenso religioso, espécies de missionários a serviço dessa visão.

Qualquer semelhança de comportamento não é mera coincidência. Reflete bem o impasse de todas as crenças na defesa de sua estrutura e de seu imobilismo.

O que o rabino ortodoxo afirmou é, pois, uma referência constante seja no islamismo, no judaísmo, no catolicismo ou nas igrejas protestantes e pentecostais. Há sempre uma exigência impossível quando implique na mudança da letra da bíblia, nos rituais e nos conceitos consagrados, mesmo que represente evidente choque com a realidade e a evolução.

A atuação da inteligência humana, de Espíritos encarnados é repelida. Mas essa inteligência é reverenciada nas conquistas da ciência, das idéias e dos conceitos filosóficos. Todavia, a zona religiosa é proibida à perquirição humana, considerados apenas humanos e como tal incapazes de pensar sobre o divino.

Seja nas igrejas, seja na religião espírita, não há espaço para mudanças. Isso pode manter essas crenças por algum tempo, mas não por todo o tempo. Pode demorar séculos ou milênios, mas acabam sendo atropeladas pelo progresso. Porque sempre surgem os setores mais liberais, mais atentos à evolução das idéias, que se tornam não apenas dissidentes, mas muitas vezes desenvolvem novos conceitos e doutrinas

Divaldo Franco percorre o mundo - Editorial

O jornal Mundo Espírita, editado pela Federação Espírita do Paraná, trouxe na sua edição de junho passado, um encarte com reportagem sobre as atividades de Divaldo Pereira Franco em países europeus, divulgando a sua visão do Espiritismo. Embora tenhamos diferenças na visão do Espiritismo, dado que o orador e médium baiano postula a religião espírita, devemos louvar seu esforço de divulgação da doutrina entre os grupos espíritas da Europa e outros continentes, inclusive aqui na América Latina.

Desde há muitos anos, Divaldo leva sua palavra a centenas de lugares, enfrentando platéias bem reduzidas, se considerarmos o prestígio que, no Brasil, faz com que milhares de pessoas acorram às suas dramáticas palestras.

O estilo de oratória de Divaldo certamente não é o melhor para o Espiritismo, que pede reflexão e conversação. Mas o grande público admira os lances emocionais de suas palavras, seu discurso mais ou menos repetitivo, que, todavia, empolga talvez porque, como disse Freud, gostamos de ouvir o que já sabemos.

Seja como for, a presença de Divaldo nesses países, motiva os pequenos grupos espíritas criados na Europa e outros locais, quase sempre por brasileiros que emigram. Embora, ao se diz, os nativos desses países, não se empolgem muito com o Espiritismo. Os grupos espíritas trabalham pela divulgação da doutrina e são postos avançados do Espiritismo religioso, liderado pela CEI-Coordenação Espírita Internacional, braço da FEB para o exterior.

Entretanto, devido à diferença de estágio social, não se pode nesses países praticar o assistencialismo que domina o movimento espírita brasileiro, o que obriga a mudança de estratégia, inclusive o teor do discurso, porque não se adapta a pequenos auditórios.

O trabalho de Divaldo deve ser parabenizado porque, na visão dele e da FEB/CEI, é preciso expandir o Espiritismo cristão, evangelizando o mundo, do qual ele se faz missionário. Atrás dessa pregação religiosa, vai também muita coisa do pensamento de Allan Kardec, fornecendo base para a criação de uma consciência crítica, que o meio ambiente local estimula.

Divaldo, ao que se comenta, consegue mostrar a face real do Espiritismo de Allan Kardec, sem o que sua pregação pouco ou nada difereria de um pastor evangélico pentecostal, sempre disposto a pregar a salvação com Jesus Cristo.

Todo esse trabalho é de semeadura, porque a prova da imortalidade e outros fatores básicos do Espiritismo hão de ser conhecidos e reconhecidos como instrumentos de compreensão do porque da vida e do futuro.

Bom senso e Equilíbrio (Imprensa Espírita) - Da Redação

A Federação Espírita Brasileira distribuiu, junto com a edição de julho da revista Reformador, encarte expondo sua visão sobre a questão do aborto.

Os dizeres do encarte são, de modo geral, bastante equilibrados. Todavia estão vazados numa inflexibilidade tamanha que limita, empareda, não dando oportunidade a nenhuma exceção ou reflexão. Até a clássica alusão de O Livro dos Espíritos sobre salvar a mãe e sacrificar o feto é questionada e mesmo descartada, porque segundo a Federação, o perigo da vida materna é hoje praticamente inexistente. Quanto ao estupro ela também se coloca contra qualquer ação que leve ao aborto, porque não importa os traumas da mulher estuprada. O importante é deixar a criança nascer, caso contrário se perderá a oportunidade de um Espírito reencarnar e pagar suas dividas.

Esse caso, faz lembrar a campanha da Igreja e organizações contra o aborto, que queriam que uma menina de 10 anos, estuprada, levasse a gravidez até o fim e desde o nascimento um padre se encarregaria de doá-la. A Justiça tinha autorizado o aborto e, finalmente, ele foi realizado.

O aborto é um tema bastante conflitivo, porque faz o confronto entre concepções religiosas ancestrais, a questão da liberdade da mulher em engravidar ou não e a violência que ela é submetida pelo estupro. O que as igrejas defendem e também a FEB, em nome do Espiritismo, é que existe um determinismo divino e que a mulher não tem direito algum sobre o feto, que sendo uma vida em gestação teria o direito de nascer. O exagero chega quando se atribuiu ao cordão embrionário a categoria de ser.

O Livro dos Espíritos não advoga, nem poderia advogar o aborto delituoso, mas não é, essencialmente, contra o aborto, como no já citado caso da vida da mãe. Essa exceção não poderia ser estendida ao estupro, por exemplo? O livro básico encara o processo de gestação sob o ponto de vista do Espírito reencarnante e não das ideologias religiosas, nem das assertivas puramente biológicas ou materialistas.

É preciso buscar o bom senso e o equilíbrio, com base no desenvolvimento das idéias.

Só a Moralidade torna a Inteligência realmente Útil (Problemas Sociais e Políticos) - Da Redação

O cenário de corrupção que assola os meios políticos e governamentais do Brasil é assunto prevalecente na opinião pública.

A atuação criminosa dos que são levados a governar a nação, seja no legislativo quanto no executivo, repercute sobre todos e alimenta e justifica as tendências desequilibradas de pessoas e grupos que se espelham nos que estão no topo da pirâmide e que, por isso, se transformam em ícones morais, justificando o crime em geral.

A ambição e o egoísmo desses cidadãos, evidenciam a precariedade da moral dos que não se vexam de vender a consciência e a trair os interesses coletivos em favor de suas mesquinhas metas de vida.

"Sabei, então, que não há ninguém predestinado ao crime e todo o crime, como qualquer ato, é sempre o resultado da vontade e do livre arbítrio", dizem os Espíritos no bojo da questão 861 do L.E.

Ali também encontramos a lapidar definição da legitimidade dos bens que cada um adquire: "Só há uma propriedade legítima, a que foi adquirida sem prejuízo para os outros" (884). Já anteriormente, tratando se desigualdade das riquezas não seria conseqüência da desigualdade das faculdades, afirma: "Sim e não. Que dizes da astúcia e do roubo?" (804).

Nossa doutrina jamais poderia compactuar com os desmandos, seja de quem for e de que governo seja.

Uma nação se tipifica pela responsabilidade civil, do menor cidadão até o Presidente da República, a quem cabe não apenas zelar pelo patrimônio da nação, promover o desenvolvimento e o bem-estar de todos. Mas também precisa dar o exemplo. Como se disse da mulher de César "não basta ser honesto é preciso parecer".

Em seu ensaio sobre As Aristocracias, constante das Obras Póstumas, Allan Kardec analisa a evolução dos fatores que dominaram as elites. Um desses fatores é o poder do dinheiro "Foi um Sol nascentes diante do qual se inclinaram, como outrora o fizeram para um brasão, talvez com mais reverência ainda?" Ele postula que o dinheiro, em termos de poder total, perdeu sua majestade para a inteligência. E diz que a "inteligência nem sempre é penhor de moralidade e o mais inteligente dos homens pode fazer mau uso de suas faculdades. Por outro lado, a moralidade sozinha pode, muitas vezes, não ter capacidade". Segundo ele, só a união da inteligência e moralidade poderá dar um verdadeiro sentido de justiça à humanidade.

O que vemos nessa enxurrada de corrupção que vêm à luz, é o uso da inteligência para planejar o mal e ausência de moralidade.

A moralidade é o caminho único para que haja equilíbrio e justiça, aqui ou em qualquer lugar. E ela é não apenas do conhecimento de todos, como é colocada como lema supremo. Mas, como é praxe, na prática a teoria é outra.

Malas de Dinheiro, Templos e Milagres, Liberdade e Ignorância, E o Nazareno ? (Opinião em Tópicos) -  Milton R. Medran Moreira

Malas de dinheiro

Admitindo como verdadeira a versão de que toda aquela dinheirama, distribuída em sete malas e apreendida no aeroporto de Brasília, seja produto de dízimos da Igreja Universal, não posso deixar de me perguntar:

- O que faria Jesus de Nazaré diante da cena?

Por muito menos – umas barraquinhas de bugigangas, montadas dentro do templo -, o jovem carpinteiro foi para cima dos vendilhões, de chicote, chamando-os de ladrões e víboras.

De que forma uma doutrina singela como a do jovem da Galiléia, que recomendava apenas e tão-somente a construção do reinado do bem e da justiça no mais íntimo da alma de cada um, foi dar lugar a essa máquina de fazer dinheiro que passaram a ser as chamadas igrejas evangélicas de nosso tempo?

Templos e milagres

Às vezes me dou ao trabalho de ouvir um desses "bispos" ou pastores no rádio e na TV. Nunca suas pregações são voltadas à reforma individual do homem. Não se fala da prática do amor, da solidariedade, da caridade para com o próximo, da reforma individual, da construção do bem e da virtude. Fala-se apenas em curas fantásticas, em fortuna e prosperidade que, com absoluta certeza, serão alcançadas desde que o ouvinte compareça aos gigantescos cultos, nos mega templos espalhados pelas cidades. Preciosos espaços dos meios de comunicação usados apenas como propaganda para atrair os sofredores aos templos. Ali, eles serão miraculosamente libertos de todos os males, frutos da presença de demônios que infernizam suas vidas. Mas, libertar-se do demônio custa dinheiro. A prosperidade, a saúde e o amor virão – dizem eles, depois de atrair sua clientela – em proporção direta ao valor de suas doações. É preciso contribuir para a "obra do Senhor", repetem à gente sofredora que lota suas igrejas, "para que o Senhor as abençoe e atenda regiamente a todos os seus pedidos".

Liberdade e ignorância

O que se pode fazer contra isso? Legalmente nada. Esse tipo de pregação encontra guarida na liberdade de culto. E quem comparece a esses mega shows evangélicos o faz livremente. Admito até que alguns obtenham resultados favoráveis ante a mobilização interior que passa a animá-los.

Mas, decididamente, isso não contribui em nada para o aprimoramento moral e ético de que estamos tão carentes e que está na raiz de toda essa tragédia brasileira. Em cima da dor e da ignorância alheia, muita gente está fazendo fortuna e galgando posições políticas no cenário nacional, em representação a esses movimentos religiosos. A explosiva combinação do atraso político com a ignorância religiosa foram, também, fatores que nos conduziram à lamentável situação hoje vivida pelo Brasil.

E o Nazareno?

O medíocre cenário político e religioso cultivado, entre nós, nos últimos anos terminou contribuindo para isso. Hoje, quaisquer acordos político-eleitorais passam necessariamente por negociações com esses grupos religiosos.Uma mancomunação abjeta entre política e religião, entre religião, poder e dinheiro.

E a pergunta inevitável que faço é essa: Que faria o jovem pregador da Galiléia diante disso? Ele, que nem se utilizava de templos para as suas pregações, preferindo fazê-las junto aos lagos ou do alto de colinas, o que faria? Será que não cairia de chicote em cima deles?

A Importância de ser Mulher e seu Compromisso com a Vida - Pura Argelich Minguella

Não é minha intenção fazer apologia do sexo feminino promovendo a defesa só de suas virtudes e capacidades, pois um grande número ainda sofre, em pleno século XXI, a lapidação e toda classe de humilhação e uma coletividade em ascensão, que fez valer seus direitos, ganhando espaço no mundo governando, até bem pouco, somente pelos homens, senão para entrar em reflexão sobre a responsabilidade que o Espírito (que é assexuado) contrai ao reencarnar no sexo feminino.

Com certeza, há um porquê para todas essas desigualdades que somente pode-se explicar, de forma coerente a lei da Pluralidade de Existências ou Reencarnações; que não podemos decifrar por falta de maturidade, equilíbrio, equanimidade, evolução, em suma.

Carecemos de informação para levar a cabo um juízo eqüitativo. Para isso, seria necessário saber todos os detalhes das inúmeras encarnações vividas. De inicio, somos incapazes de conhecer a nós mesmos, pois, por nossa condição de Espíritos inferiores, não possuímos a sabedoria necessária para fazer uma avaliação justa.

Leon Denis, grande admirador e defensor da mulher, em sua obra "No Invisível" (Primeira Parte, capítulo VIII – o Espiritismo e a mulher) faz um cântico que exalta as virtudes femininas apresentando um modelo de mulher que pouco tem a ver com a realidade que cada vez mais vai se impondo neste século XXI, recém iniciado.

Efetivamente, temos que reconhecer sua sensibilidade, ternura, inteligência natural, capacidade de observação, intuição e fortaleza diante das transformações da vida. Um trabalho recente realizado pelo Hospital Clinic, de Barcelona, resultado de um questionário feito a 11.000 pessoas, demonstra que temos o olfato mais desenvolvido que os homens (detecção de odores e identificação dos mesmos e memória olfativa).

Tudo isso permite à mulher exercer, quando se propõe, uma grande influência sobre os demais, principalmente sobre o sexo oposto, que canalizará de forma positiva ou negativa, segundo sua evolução.

É conhecido de todos o antigo ditado, que não se cumpre sempre: "atrás de todo grande homem, há uma grande mulher". Na atualidade, poderíamos dizer: ao lado de todo grande homem há uma grande mulher e muitas vezes, essa mulher vai à frente. Sua perspicácia, no bem ou no mal, facilita-lhe desenvolver-se, com grande flexibilidade, nos ambientes que lhe são propícios, elevando-a ou rebaixando-a, até limites inesperados, segundo sejam seus objetivos.

A responsabilidade negativa como resultante dessas mesmas atuações, alcança tanto a mulher como ao homem, está presente em todo ser humano que tem por bandeira o egocentrismo que o induz a cometer uma das faltas mais graves: a de não respeitar os demais em todos os aspectos da vida.

Naturalmente, não se pode esquecer a sua faceta de mãe, pois este é o motivo deste ensaio: o de refletir sobre sua grande responsabilidade, junto com o pai, para com os seres que gera e agasalha em seu ventre, permitindo que o futuro organismo, instrumento do Espírito reencarnante, vá formando-se nesse laboratório perfeito, compartilhando ao mesmo tempo um conjunto de sensações indescritíveis, origem de vínculos firmes e especiais, até chegar ao nascimento nesse mundo, a que se incorpora no pranto, como pressagio das dificuldades que terá que enfrentar.

Os Espíritos foram categóricos quando responderam a Kardec sobre qual o objetivo que tem a encarnação "(...) Para uns constituí uma expiração, para outros uma missão, mas para chegar a essa perfeição devem sofrer todas as vicitudes da existência corporal." (L.E.capitulo II – Encarnação dos Espíritos, pergunta 132). Ou seja, essa nova encarnação constitui-se num processo iniludível para conduzir-nos ao progresso.

Entretanto, desde há muito tempo, a imersão da mulher no mundo do trabalho, tem revolucionado a estrutura familiar de tal forma que ela se vê obrigada a fazer dupla jornada: dedicada ao âmbito doméstico e ao profissional que lhe exige desdobrado esforço para que se valorize e possa alcançar aos mesmos cargos que ocupam os homens, mas ainda com remuneração mais baixa. Então, é quando tem que buscar o apoio familiar ou alheio. Segundo estatísticas elaboradas, três em quatro mães trabalhadoras se apóiam em um familiar próximo ou uma babá.

Não rechaço, em absoluto, essa conquista alcançada, pois faço parte dessa coletividade. As mulheres tem ganhado em liberdade, evidenciado ao mesmo tempo que somos não apenas capazes de levar uma família adiante, como também podemos exercer uma ou outra profissão, igual ou melhor do que qualquer homem, continuando a ser nós mesmas.

Entretanto, já se começa a falar "síndrome da mulher cansada", síndrome segundo os conhecedores, difícil de detectar, pois as mesmas mulheres que padecem não querem reconhecê-lo, ao haver- se imposto o repto de demonstrar que podem suportar todo o encargo. O cansaço e o excesso de responsabilidade torna-as irritadiças, debilitando-se, com isso, os vínculos afetivos da família.

Diz-se que o meu país conta com os varões europeus que menos colaboram nas tarefas domésticas. Com objetivo de erradicar o machismo, no dia 21 de abril de 2005, o plenário da Câmara dos Deputados, aprovou o projeto de lei que inclui modificações do artigo 68 de código Civil, relativa aos direitos e deveres dos cônjuges, incluindo a obrigatoriedade de repartir as responsabilidades domésticas e o cuidado e atenção dos filhos e demais pessoas a seu cargo.

No mundo empresarial deveria haver políticas encaminhadas a estabelecer horários flexíveis que permitissem às mães ou, se for o caso, ao pai, ligar-se à nova situação sem ver-se obrigados a abandonar o trabalho profissional, garantindo, sobretudo, à progenitora, sua reincorporação ao mesmo ou equivalente posto de trabalho, uma vez transcorrida a etapa da criança, sempre e quando ela enfrente conflitos inconscientes que devido ao fato de ter que delegar essa grande responsabilidade a outra pessoa. Penso que os governos têm algo muito importante a fazer a cerca dessa realidade que dia a dia se avoluma mais, é sua assinatura pendente.

Então e a educação dos filhos? A quem recai? Com quem ficam mais tempo? De quem recebem esses exemplos fundamentais que devem ser a base de sua futura personalidade? Dos avós? De babás? Ainda que a intervenção do pai seja necessária e também muito importante, a ação da mãe sobre o pequeno é determinante. Ela leva dentro de si, experimentando e compartindo sensações, estímulos; e, chegada a hora, oferece inclusive sua vida para que essa nova alma possa gozar de sua oportunidade para levar adiante seu projeto de futuro.

Se a maternidade é uma experiência plena de alegrias e temores, penso que para as mães espíritas este fato leva a um compromisso maior. Trata-se de serem capazes de transmitir-lhes uma série de valores que lhes dê segurança e equilíbrio para enfrentar os desafios que a própria sociedade lhe apresentará, no dia de manhã. Fazê-los livres, mas conscientes de que cada uma de suas atuações na vida trará, no futuro, resultados dos quais eles mesmos e os que o cercam serão os primeiros beneficiados ou prejudicados. Que vieram a este mundo para instruir-se e colocar em prática o aprendizado, para construir e não destruir, para solidarizar-se com tudo e todos que o rodeiam, para amar com responsabilidade. E tudo isso não se pode entender sem transmitir a realidade da imortalidade de que já somos e seremos o resultado de nossa própria obra, de que voltaremos a esta escola quantas vezes faltar para ir superando nossas problemas e reequilibrar nossas carências. Que o poder mora em nós mesmos e que, portanto, seremos o que queremos ser.

O Espiritismo nos oferece todos esses conhecimentos, ajudando-nos a entrar numa maior compreensão de nós mesmos e da própria vida.

Que perde a mãe que não pode cuidar de seu filho nos primeiros anos de vida? Que ganharia se o fizer? Assim se expressa a psicóloga e psicanalista Izabel Menédez, autora do livro "Alimentação Emocional". E Leon Denis, em sua obra "Depois da Morte" (5ª parte. O Caminho Reto – a Educação) nos diz: "não confiei vossos filhos a outros, como não os vejais absolutamente obrigados a eles. A educação não pode ser mercantilizada. Que importa a uma babá o que o menino fale e ande de tal ou qual modo?"

Os filhos portadores dessas carências logo reclamam através de reações muito diversas.

Que sejamos capazes de alcançá-los.

A Paz na Irlanda (Mundo Atual) - Da Redação

Enquanto Londres é sacudida pela ação de terroristas ligados a Al Quaeda, matando dezenas de pessoas que iam para seu trabalho no metrô, o IRA – Exército Revolucionário Irlandês, decidiu abandonar a guerrilha que travava contra a Inglaterra a dezena de anos, a pretexto de separar a Irlanda do Norte, e do Império Britânico e liga-la à República da Irlanda.

O conflito tem bases econômicas e religiosas, dada a disputa entre protestantes e católicos, estes em minoria.

Durante todo esse tempo, o IRA promoveu atos de terrorismo e destruição. Matou, horrorizando o mundo, centenas de pessoas, excitando o ódio contra os ingleses , embora as tropas militares ali estacionadas fossem formadas não apenas por ingleses, mas por escoceses e outros cidadãos do Império Britânico.

O que importa ressaltar é que o gesto representa um alívio e um exemplo que espera-se seja também seguido pelo ETA- Organização paramilitar e terrorista, que pretende criar um estado independe na Espanha, para o povo basco.

Passam os tempos e os homens não aprendem que a violência não resolve e que o cansaço virá inevitavelmente diante de morticínios e terrorismo. Isso ainda não aprenderam os terroristas islâmicos, que diariamente sacrificam dezenas e centenas de vidas no Iraque, invadido pelos Estados Unidos e que incentiva a facões sunitas a praticar esses crimes, inclusive com o suicídio de jovens fanatizados.

Também no Oriente Médio a interminável disputa dos palestinos e judeus fomenta a terrorismo, semeando morte e dor, naturalmente muito maior entre os palestinos diante do poderio e violência do exercito de Israel..

Reconhecemos que muitos dos avanços sociais tem sido produto da guerra, da violência, da guerrilha. Entretanto, a violência e a crueldade, quando juntas, cometem assassinatos, destroem a dignidade e corroem o corpo moral da pessoa e dos povos. Tanto na Irlanda, como no Oriente Médio, os grupos terroristas invocam o nome de Deus. Se agora o islamismo incentiva muitos à prática do terrorismo e cerceia a liberdade em estados teocráticos dominados por aiatolás, o cristianismo não é inocente. Sua história está manchada de sangue e pelo ensurdecedor dos gemidos de dor e sofrimento pelas torturas dos dissidentes das igrejas cristãs, quando dominavam.

Infelizmente o nome de Deus é e foi usado para acobertar a violência e a intolerância, embora tanto no cristianismo como possivelmente no Islamismo, os apelos dos messias tenham sido pela paz e pela fraternidade.

O gesto dos terroristas irlandeses pode ser uma brisa no mundo de violência e terrorismo. Que frutifique.

Instituto de Psicologia PAranormal, IPP (Mundo Paranormal) - Marcelo Coimbra Régis

O IPP é um instituto científico fundado em 1994 que se dedica ao estudo e pesquisa da Parapsicologia. O instituto está sediado em Buenos Aires, Argentina. A sede do instituto abriga sua biblioteca, arquivos, laboratórios de pesquisa, além sala de conferências e salas de trabalho.

O IPP realiza um trabalho objetivo e rigoroso sobre certos fenômenos, cuja realidade – e não sua interpretação – hoje é indiscutível. Seu campo de ação abrange a parapsicologia entendida como uma disciplina que procura compreender cientificamente o comportamento dos fenômenos Psiquicos, tais como percepção extra-sensorial (telepatia, clarividência e precognição), psicocinesia (influência mental sobre a material) e outras experiências psicológicas anômalas, tais como estados alterados da consciência, poltergeist, aparições, mediunidade, experiências de quase-morte, e muitos outros fenômenos relacionados a Parapsicologia.

O Instituto está organizado em 4 departamentos, que descrevemos abaixo:

1) Departamento de Educação: com a tarefa de oferecer cursos de parapsicologia, tanto nos aspectos teóricos quanto no aspectos práticos.

2) Departamento de Documentação & Arquivo: administra os arquivos do instituto. O arquivo é composto por uma biblioteca especializada (1.500 volumes), revistas em vários idiomas (uma coleção de 7.000 exemplares), mais de 3.500 horas de videoteipes, arquivos de casos além de documentação fotográfica e CDs. Este departamento está ligado a Agência Latino-americana de Informação PSI (ALIPsi), que possui um extenso banco de dados em parapsicologia (espanhol).

3) Departamento de Publicações: edita a Revista Argentina de Psicologia Paranormal é a revista trimestral publicada pelo IPP. A revista publica todo o tipo de informações relacionadas com a parapsicologia na Argentina, na América Latina e no mundo.

4) Departamento de Parapsicología Clínica: congrega profissionais da área da saúde, dedicados a atender demandas provenientes da comunidade ou de outros profissionais e instituições afins. Seus objetivos principais são: a) informar e educar; b) diagnosticar e c) orientar e assistir a todas as pessoas que sejam surpreendidas por um estado alterado da consciência ou outra experiência parapsicologica que pareçam estranhas e atemorizantes e que requeiram esclarecimento, informação, orientação ou apoio psicoterapêutico.

Em suma o IPP não é somente um instituto que promove a investigação científica, mas também oferece um corpo de profissionais de diversas áreas (principalmente a psicologia) a serviço das necessidades da comunidade a que pertence.

Para saber mais http://www.alipsi.com.ar/default.asp

Como entender um Universo não Infinito ? Quem foram os Druidas ? (Abrindo a Mente) - Alexandre Cardia Machado

Como entender um Universo Não infinito?

Em o Livro dos Espíritos, é definido que o universo é infinito, pois para onde quer que olhassemos sempre haveria a criação de Deus. Hoje em dia este conceito de infinito pode ser questionado. É possível imaginar algo que não tenha fim e ao mesmo tempo não ser infinito, no sentido que sempre se deu ao termo. Vamos a um exemplo prático, imaginemos um prato, é facil estabelecer os limites do mesmo, ou seja a borda, a parte de cima e a parte de baixo etc. Quando imaginávamos o universo infinito, pensava-se em algo estático em que pudessemos andar em lniha reta e jamais chegar ao fim. Hoje tem-se um conceito de universo em expansão, ou seja se a distância entre as galáxias está aumentando – e isto pode ser medido – significa que o universo a um tempo atrás era menor e portanto não poderia ser infinito. O que não significa que seja possível chegarmos na "borda" do universo. Qual a importancia disto para a Doutrina Espírita? Significa que o Universo não é estático, ou seja está em expansão, em interação e portanto nem tudo é previsivel e a pricipal regra do Universo é a mudança constante.

Para abrir mais a sua mente leia:O Universo Em uma casca de noz – De Stephen Hawking– Ed. Mandarim –São Paulo 2002

Quem foram os Druídas?

Os Druidas eram os sacerdotes dos povos celtas, que viveram nas regióes formadas pelos países atuais, Espanha, França e Inglaterra. Os druidas desenvolveram técnicas de magia, medicina baseada em plantas e praticavam um tipo muito primitivo de mediunidade.

A ligação deles com o espiritismo se dá pelo pseudonimo de Allan Kardec que teria sido o nomeem uma encarnação anterior de Hypolite Leon Denizard Rivail. Os Druidas ficaram famosos por personagens ligados a série Asteriz o gaulês – grande símbolo frances. E o mago Merlin das estórias do rei Arthur, mas so que eles existiram de verdade e suas ideias permaneceram sufocadas pela igreja católica e o domínio Romano, nestas áreas. Suas influencias chegaram ao tempo de Kardec, que procurou estudar e buscar explicações racionais para muitas de suas ideias.

Para abrir mais a sua mente leia: http://www.espiritnet.com.br/celtas.htm

O Projeto Social de Jesus, uma breve visão política sobre a "utopia" de Jesus - Paulo R. Santos

Quanto abordamos a vida e a obra de Jesus de Nazaré, em geral somos levados a ter uma relação um tanto romântica com aqueles tempos. Uma visão nada compatível com a realidade histórica dos tumultuados tempos de Jesus. Tempos difíceis numa região permanentemente invadida e disputada por vários povos.

O presente artigo não pretende abordar temas obscuros ou polêmicos sobre Yoshua ben Yussuf (Jesus, filho de José), mas os aspectos políticos de sua atuação nas terras da Palestina dos Césares. O que procuramos é ressaltar o homem Jesus, as motivações e intenções que o levariam a ser julgado como criminoso político e crucificado.

"Jesus Nazareno, rei dos judeus". Estes dizeres colocados na tabuleta que encimava a cruz em que fora pregado não deixam dúvidas quanto ao teor eminentemente político dado ao "caso" Jesus, e que motivaram suas ações, a perseguição que lhe foi movida pela cúpula judaica e pelos romanos, culminando com sua morte na cruz, conforme o costume daqueles tempos. O mesmo fizeram com Spartacus, o escravo rebelado, e com seus seguidores tempos antes.

Jesus foi um ser excepcional, sem dúvidas. Sua presença, direta ou indireta, está em todas as culturas modernas. Gandhi o citou várias vezes durante sua luta pela libertação da Índia do jugo britânico.

A diferença entre os dois é que Jesus pretendia uma libertação plena, à semelhança de Buda e de Sócrates. Esses três tinham algo em comum: a emancipação total, sintetizada na frase de Jesus sobre o conhecimento da verdade e da verdade como instrumento de (auto)libertação.

Uma leitura atenta dos Evangelhos canônicos nos mostra que os ensinos e a própria conduta de Jesus possuem elementos da filosofia grega (ponto de contato com as idéias do filósofo Sócrates), mas também e principalmente com o budismo.

Um filósofo moderno que se debruçou sobre a questão foi Arthur Schopenhauer (1788-1860), em seu ensaio "Da morte e sua relação com a indestrutibilidade do nosso ser-em-si" (A obra-prima de cada autor. Martin Claret Editora. São Paulo, 2002, p. 51), de onde transcrevemos o seguinte:

"A hipótese de que o homem é criado do nada conduz necessariamente à de que a morte é seu fim absoluto. Nesse ponto, por conseguinte, o Antigo Testamento é no todo conseqüente, pois a uma criação tirada do nada não admite nenhuma doutrina da imortalidade. O cristianismo do Novo Testamento possui uma tal doutrina porque é de espírito indiano, e portanto (isso é mais do que provável) é também de origem indiana, embora com a intermediação egípcia. Somente para o povo judeu, no qual aquela sabedoria indiana tinha de ser enxertada na terra prometida, uma tal doutrina se adapta tanto como aquela teoria da liberdade da vontade à sua criação, ou como se o humano capiti cervicem pictor equinam/ Jungere si velit (pintor quisesse colocar uma cabeça humana/ em um pescoço de cavalo. N. do T.).

É sempre mau se não se pode ser completamente original e não se pode talhar na madeira maciça. O bramanismo e o budismo, ao contrário, muito conseqüentes com eles mesmos, admitem ao lado da continuação da existência após a morte uma existência antes do nascimento, da qual a vida presente se destina a expiar as faltas."

É perfeitamente admissível que a doutrina elaborada por Jesus tenha suas origens na Índia, particularmente no budismo, com a intermediação egípcia e também grega. De fato, se nos colocarmos na Palestina dos tempos apostólicos, veremos uma região governada pelos romanos, onde os "nativos" falam aramáico, a língua latina é de uso dos dominadores, o grego é a língua culta e o pensamento egípcio permeia todas aquelas três culturas: romana, judaica e grega.

É nesse contexto sociocultural que Jesus tentará implantar sua doutrina, pelos caminhos oferecidos pela liderança carismática, pela resistência pacífica e pela desobediência civil (1), ao contrário de outros líderes de seu tempo e das expectativas da própria população judaica que aguardava um novo líder guerreiro, como os reis Saul ou Davi.

Porém, o discurso de Jesus não está nos moldes do rebelde Barrabás (Yoshua bar Abba), que roubava para comprar armas e deliberando promover uma insurreição popular contra os romanos, idéias que também visitaram a mente de um dos seguidores de Jesus: Judas Iscariotes.

Cabe aqui outro paralelo doutrinário entre a resistência pacífica de Jesus e as idéias de Buda. Para este a compaixão era fundamental. Não apenas compaixão para com os outros seres humanos, mas para com todos os seres da criação. Jesus adota a palavra caridade como pedra angular de sua doutrina, porém com os mesmos propósitos, indo além com sua máxima de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a si mesmo (Mateus 22, 37-40).

Compaixão e caridade convergem para um mesmo sair de si. É a implantação da solidariedade, da compreensão e do altruísmo como modo de vida; um novo ethos é proposto para indivíduos e comunidades.

Diante desta breve reflexão seria admissível um Jesus que se apresentasse, hoje, com uma plataforma política? Certamente, não. Jesus de Nazaré tinha um projeto social amplo e suficiente para atender a todas as pessoas. Contempla o indivíduo, considerando-o como sujeito, e ao mesmo tempo a coletividade, estabelecidas as regras mínimas de convivência, baseadas na caridade, no sentido mais amplo que a palavra possa ter.

Jesus, filho de José, carpinteiro, e de Maria, "do lar", ele próprio um carpinteiro, demonstrou ser uma pessoa generosa ao extremo, pacifista e pacificador, porém enérgico quando necessário e consciente de seus propósitos. Foi um militante social e não um fundador de religiões, por isso não pode ser responsabilizado pelo que fazem usando seu nome e ensinos.

A "cristolatria", que em geral predomina nos meios religiosos, diminuiu Jesus e o potencial renovador (ou revolucionário) de sua doutrina. Esse Jesus exclusivamente "moral", tão distanciado do povo é um Jesus domesticado pelas religiões tradicionais e que acabou por converter-se em instrumento de dominação das multidões. Ele dirigia-se eminentemente à maioria pobre de recursos materiais e de esclarecimentos, mas não foi exclusivo em sua fala, tanto que teve adeptos mesmo entre os conquistadores romanos de seu tempo. Jesus agia localmente, mas pensava globalmente.

9º SBPE - Temário rico e diverso - Da Redação

O 9º SBPE talvez tenha sido o que maior número de trabalhos recebeu em toda a história do Simpósio. São 19 trabalhos que serão debatidos pelos seus autores.

Serão abordados temas sobre a estrutura da doutrina e a relação do Espiritismo com o Direito e a política, nas idéias de Denis e Porteiro, A educação dos adolescentes e dos jovens infratores, mereceram a atenção dos expositores. Como a arte, a história das religiões. A mediunidade e a atuação da mídia na divulgação do Espiritismo estão entre os assuntos relacionados e são sempre de grande atualidade, como o uso de métodos de pesquisa na análise de temas espíritas. O atualíssimo tema das células embrionárias também será discutido.

Além das contribuições desses analistas, o SBPE terá duas mesas redondas.

A primeira, abrindo o Simpósio, será um desafio para o futuro do movimento liderado pela CEPA. Novas perspectivas para o Espiritismo. O assunto será debatido a partir de uma moção de autoria de Jaci Regis. A outra mesa redonda reunirá vários especialistas em torno do aborto, da anecefalia, da eutanásia e do uso de células embrionárias.

Como se vê, durante o SBPE teremos oportunidade de participar de assuntos atuais e de sempre, na estruturação da atuação do Espiritismo.

Veja ao lado a relação completa dos temas e seus autores.

Perda de Entes Queridos - Da Redação

Constituiu-se com êxito o Curso sobre Perda de Entes Queridos, promovido nos dia 6, 13,10 e 17 de julho.

Mais de 60 pessoas se inscreveram e participaram com vivo interesse do curso, que abordou principalmente a relação à questão da morte, dentro da visão dinâmica do Espiritismo, que postula a existência de um processo permanente de vida, com vivências alternativas e temporárias na encarnação e no estado errante.

Além de exposição teórica, a cargo do psicólogo Jaci Regis, com perguntas e participação dos presentes, houve, em cada uma das reuniões, a participação de Espíritos, através da médium Maria Nilce Ventura Muniz.

A participação dos Espíritos foi solicitada para dar ao curso um sentido dinâmico de realidade existencial no plano físico e extra físico. Algumas das comunicações foram feitas por Espíritos recém desencarnados, que relataram suas experiências. O Espírito Rafael, relacionado com o coordenador do curso por dezenas de anos também compareceu com palavras de estímulo e reafirmando os princípios do Espiritismo.

Ao final, o ICKS presenteou os participantes com um exemplar do livro Muralhas do Passado, de Jaci Regis.