Outubro de 2004

Exposição Homenageia Allan Kardec - Capa

Instalada no Espaço Cultural da Prefeitura Municipal de Santos, na praia do Boqueirão, esquina da avenida Conselheiro Nébias, a EXPOSIÇÃO COMEMORATIVA DO BICENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE ALLAN KARDEC, foi inaugurada na tarde do dia 2 de outubro, com a presença de um bom público.

O local é uma pequena sala envidraçada, onde o ICKS montou uma exposição com fotos e gravuras. O trabalho foi da publicitária Danielle Pires.

A EXPOSIÇÃO ficou aberta ao público de 4 a 12 de outubro, das 14 às 18 horas, a cargo de um grupo de voluntários, como recepcionistas e monitores.

Foram também colocados à disposição do público, os livros de Allan Kardec, os de edição do ICKS, de autoria de Jaci Regis e os veículos do Instituto, o CADERNO CULTURAL ESPÍRITA e o jornal ABERTURA, este distribuído gratuitamente aos visitantes. A Exposição foi transferida para a sede do ICKS onde ficará até o final de outubro.

O Bicentenário de Allan Kardec - Editorial

O movimento espírita mobilizou-se para comemorar condignamente o bicentenário do nascimento de Allan Kardec. Em todo o país e o exterior, foram realizados eventos comemorativos e foi conseguido, inclusive, a emissão de selo pelos Correios.

Em Santos, O ICKS organizou uma Exposição Comemorativa aberta em local público. Em várias cidades foram realizadas palestras, e em eventos maiores como o XIX Congresso Espírita Panamericano, realizado em Rafaela, Argentina e o 4º Congresso Espírita Mundial, em Paris, França, o tema foi fato relevante.

A oportunidade é excelente para valorizar o trabalho de Allan Kardec, que continua subcompreendido, porque houve um lamentável desvio cultural acerca do Espiritismo. O fato de ser a "doutrina dos Espíritos", muitos pensaram e até continuam pensando, que o Espiritismo foi fruto de um trabalho de psicografia.

Há mesmo quem julgue que Kardec era um médium, que sentou-se à mesa e recebeu psicograficamente os textos do Livro dos Espíritos e outros. Mal sabem que Kardec elaborou a doutrina, grifamos a palavra para dar-lhe o sentido exato do trabalho que ele realizou.

Há quem chegue a desvincular Kardec da prática espírita. Sem dúvida pode haver prática mediúnica fora e à parte do entendimento espírita, mas é preciso frisar à exaustão que Espiritismo é fruto de Kardec, de seu gênio de sua competência, transformando opiniões e contribuições esparsas dos Espíritos numa doutrina completa, coerente, com enunciados filosóficos sustentáveis.

Essa desinformação levou à apropriação do nome espírita por pessoas e movimentos que nada têm com o Espiritismo.

Cremos que já hora do Espiritismo kardequizar-se, espiritizar-se, para que a mensagem vença a barreira da indiferença e do ceticismo, apontando um caminho para a humanidade.

Kardec, ao elaborar a doutrina, pretendeu que ela tivesse um papel saliente na reestrutura da sociedade humana. Certamente não previu a complexidade que se tornaria o panorama social, político e humano que hoje temos no nosso mundo em crescimento a procura de um rumo de mais justiça e harmonia, passando pelas dores ainda presentes da violência, da intolerância e do fanatismo político e religioso.

Para que essa aspiração se torne possível, diante dessa complexidade, é necessário que a doutrina tenha um projeto, uma linguagem e uma exata compreensão dos seus limites, para que exerça, de fato, uma influência positiva e, se possível, determinante na cultura, sem hegemonia como movimento, mas com credibilidade como idéia.

Ensinar o Espiritismo - Editorial

Em 1868, Allan Kardec ponderou que a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas "deve necessariamente exercer uma grande influência, assim como disseram os próprios Espíritos, mas sua ação não será realmente eficaz senão quando ela servir de centro e ponto de reunião de onde partirá um ensinamento preponderante sobre a opinião pública".

A fase mais urgente seria de se prover de um local convenientemente situado e disposto para relações e recepções. Sem nele colocar um luxo inútil, que estaria deslocado. Seria necessário que nada ali acusasse a penúria e que representasse suficientemente para que as pessoas de distinção pudessem nele vir sem crer muito diminuídas."".

Kardec estabelece a disposição física desse local e vê necessário empregar um secretário.

Diz ele "Um curso regular de Espiritismo seria professado com o objetivo de desenvolver os princípios da ciência e de propagar o gosto pelos estudos sérios. Esse curso teria a vantagem de fundar a unidade de princípios, de fazer adeptos esclarecidos capazes de difundir as idéias espíritas e desenvolver um grande número de médiuns. Eu olho esse curso como podendo exercer uma influência capital sobre o futuro do Espiritismo e sobre suas conseqüências".

O Projeto1868, onde essas e outras idéias de Kardec foram estabelecidas para consolidar a unidade e a expansão da doutrina tem outros detalhes dignos de serem apreciados.

Recordando essas diretrizes de Allan Kardec, nos congratulamos com o ICKS-Instituto Cultural Kardecista de Santos, que procura seguí-las, dentro das condições atuais.

O ICKS dispõe de instalações condignas e está promovendo cursos de doutrina espírita que têm atraindo pessoas não ligadas aos centros ou que neles não iriam, mesmo porque a maioria dos núcleos que trazem o nome espírita não realiza, em muitos casos, não têm competência para ensinar o Espiritismo, aliás, não estão interessados nisso.

De resto, o ensino espírita tem sido, em muitos lugares, distorcido pela fixação evangélica, de modo que o trabalho intelectual e filosófico de Kardec fica obstruído e desvalorizado pela ênfase evangélica, que escorre para outros níveis muitas vezes contrários ao entendimento correto da doutrina.

Para ser autêntico o ensino do Espiritismo tem que ser filosófico e não confessional, sob pena de transformar-se numa seita com dogmas e verdades absolutas, contrariando a diretriz do fundador da doutrina.

Agressivo, Momento de Alegria e Apometria - Cartas Abertas

Agressivo

Tudo bem, Jaci ? Agradeço a publicação de minhas observações sobre a "linha" editorial do abertura, em "Cartas Abertas". Não lamente as críticas meu amigo, elas são necessárias. Inclusive, esta é uma das vantagens que o "Abertura" nos possibilita. Assino-o, e continuarei assinando-o, porque gosto do jornal. Condenação?  Jamais condenaria a oposição, as analises divergentes, os debates são importantes, pois não haveriam progressos sem eles.

Você mesmo afirma: " somos, certamente agressivos no sentido de analisarmos e debatermos de forma objetiva e direta temas mais ou menos interditos no movimento espírita, mas não no sentido vulgar desta palavra". Afirmo que não desejei qualificar o sentido vulgar. Chocado ? Não era este o sentimento. Repito, vejo como positiva para o movimento a existência do "Abertura", do "Opinião" e da "CEPA". Neste número 194, não havia críticas ao movimento institucionalizado, ao assistencialismo brasileiro, aos cristolatras, ao excesso de evangelho, aos roustanguistas, aos passes, às preces, ao igrejismo e ao autoritarismo. Pois, que venham os artigos. Adorei os artigos em homenagem ao nosso grande mestre Kardec e sobre o "Rhine Research Center" de fato, Marcelo tem nos trazido interessantíssimas informações. Estarei no Anhembi para o "segundo Encoesp ?", dia 30/10/04. Foram convidados ? Lembro-me que estavam no primeiro. 

Seu crítico leitor, atenciosamente, Gilberto Guimarães da Silva.

-Não sabíamos da realização do II Encoesp e, naturalmente, não fomos convidados.

Momento de alegria

Foi com muita alegria que li, na pág. 4 desse periódico do mês de setembro o nome do Sr. Luiz Marcelo Prestes, cujo artigo sobre o aborto li e apreciei muito. Como ele tem o mesmo nome de minha família, enviei-lhe um e-mail, que espero que haja retorno. Quero parabenizá-los por terem como colaborador um jornalista de excelente qualidade cultural entre tantos que escrevem nesse conceituado "jornal de cultura espírita". Um fraternal abraço em todos. Do confrade e amigo de Niterói -  Erasto de Carvalho Prestes.

Apometria

Recebi o Jornal Abertura do mês de Setembro e  na página 5 coluna "Abrindo a mente" de Alexandre Cardia Machado fiquei curiosa em saber: 1-Onde posso encontrar este tipo de tratamento efetivamente? 2-As últimas informações que me deram  através de confrades seria na cidade de Franca-SP, mas não deram o local, telefone para contato e nem o dia que se realiza o trabalho. 3-Há algo neste sentido que posso ser informada? Desde já agradeço atenção e me despeço ansiosa por uma resposta. Profa. Aparecida Ruth Germano.

e-mail: aruthg@terra.com.br

A redação do Abertura apenas divulgou a existência da Apometria, sem qualquer responsabilidade sobre o tema. Sebastião Catai reside em Santos e logo que entremos em contato enviaremos o endereço para sua orientação.

Quando o Príncipe vira Sapo - Jaci Régis

Foi arrebatador. Ela o viu tocando na banda musical, em plena balada. Jovem, solteira, engenheira, Glorinha não conseguiu sopitar a paixão. Augusto, o músico atraente e alegre era o homem de sua vida.

Como é comum atualmente, logo foi para cama com ele. Sem camisinha, sem cuidado. Ela queria aquele homem, levemente mais jovem do que ela.

Foi morar com ele e ficou grávida. Casaram-se, contra a vontade dos pais.

Agora, menos de um ano desse encontro fulminante ela, com sete meses de gravidez, declara que nunca conheceu aquele homem com que convive. Egoísta, ele tenta separa-la da família. Se ela vai à casa dos pais, ele vomita fica doente e, até chega a quebrar móveis e utensílios em protesto.

Ele não conseguiu terminar faculdade alguma. Não tinha emprego. Glórinha dispôs de uma poupança e entregou para ele abrir um negócio, que agora está em queda porque um irmão de Augusto, que ele convidara para ajudá-lo, roubou dinheiro.

É quando o príncipe vira sapo, ao revés da história, que as coisas ficam claras e escuras.

Claras pela evidência de que a escolha foi errada, impensada, precipitada. Escuro porque o futuro fica negro.

Como fazer? Abandona-lo? E o filho que vem aí?

A questão da escolha, do livre arbítrio é crucial.

Como adivinhar o futuro? Glorinha afirma que Augusto foi um ator, que escondeu seu caráter e agora tirou a máscara.

O mesmo acontece com a desilusão de certos homens com suas parceiras. Elas se apresentam como princesas e depois viram bruxas maldosas.

A primeira questão é : escolhemos realmente ou somos levados pelas circunstâncias a nos unir a esse ou aquele em função da imaturidade, da precipitação ou de circunstâncias ?

Diante de afirmações peremptórias de certos Espíritos, segundo os quais todo o casamento é decidido antes da encarnação, poderíamos dizer que sempre há escolha, mesmo que feita antes da vida corpórea.

Mas creio que essa afirmação não pode ser sustentada num nível absoluto.

Podemos aceitar que em alguns casos, essa combinação pré-reenarnatória pode ser feita. Mas se olharmos a reencarnação como fato psicobiológico, quase sempre a cavaleiro de qualquer planejamento minucioso, verificaremos que o direito de escolha é realizado quase sempre no conflito da vida corpórea.

É aí que podemos nos enganar não somente devido ao caráter do outro, mas devido aos nossos propósitos.

Antigamente o casamento era uma forma natural de associação sem qualquer relação com o amor. Devido às duras leis da Igreja todo o casamento era sacramentado por Deus e o que Deus uniu ninguém tem o direito de separar.

Daí os casamentos formais, as famílias delineadas em fatores puramente sociais e tradicionais. Alguns chegam a dizer que era bem melhor. Havia uma infelicidade consentida, conformada.

Mas agora as pessoas querem ser felizes e não sabem como faze-lo e às vezes é muito difícil dadas as circunstâncias.

Há uniões baseadas em interesses financeiros, como porta de escape de situações domésticas cruéis, como saída da miséria. Há casamentos formais ainda.

Em todos os casos, há sempre uma escolha. Mesmo que essa escolha seja a única opção, sem ser a melhor, porque não existe, no momento, nada melhor.

Mas como Glorinha, quantos se aventuram em parcerias apenas pelo toque da paixão, da inconseqüência, da sexualidade como objeto de conquista e felicidade.

A sexualidade, em si mesma é apenas um caminho, um instrumento que pode conduzir ou não ao amor, a uma convivência saudável ou, como parece ser mais comum, a desastrados conflitos, ao crime, à solidão permanente, à infelicidade consentida.

Como o casamento formal deixou de ser divino e como milhares optam pela convivência sem vínculos legais socialmente definidos, a tragédia de viver com quem não se quer pode ser remediada.

Pode-se perguntar, no prisma de provas e expiações, se a separação do parceiro difícil não é adiar inutilmente o "pagamento" de dívidas do passado. Qual, então, a opção? Manter a convivência a qualquer custo? Para, sofrendo embora liquidar a "fatura" existencial e nunca mais cruzar com aquele infeliz?

Não existe, em muitos casos, solução fácil.

A libertação começa pela negação do casamento como sacramento divino. O casamento é uma ação civil, uma decisão – qualquer que seja a condição da escolha – provisória que tende ou deseja ser definitiva.

Mas muitos males poderiam ser evitados se um pouco de reflexão e serenidade fossem usadas nos momentos de escolha de parceiros. Pensava-se que a realização do ato sexual antes do casamento seria um remédio para certos problemas ocorridos desde a primeira noite, na lua de mel. Verifica-se que não é bem por ai. A simples união sexual não desnuda a alma, mas apenas o corpo.

A escolha é, muitas vezes, um momento decisivo para o futuro. Faze-la com certos cuidados evita problemas que não estão nem no passado, nem nas provas ou expiações, mas simplesmente na inconseqüência e na precipitação.

Persistem, ainda, traços da Cultura Medieval - Eugênio Antonio Pereira

O que se chama cultura é um complexo sistema de idéias e sua comunicação.

Quando o Império Romano por fim desagregou-se, iniciando-se a longa Idade Média, a força da Igreja Católica moldou a cultura, através de símbolos e simbologias que se tornaram parte do inconsciente coletivo, para usarmos a terminologia de Carl Jung.

Ou seja, dado o poder coercitivo que a Igreja detinha, os feudos dominados pelos seus senhores e a superstição vigente, criaram um clima mental coletivo, que se transformou na cultura comum, segundo a qual havia uma emergência para a salvação da humanidade.

Ilhados, os feudos, todavia, privavam de uma mesma doutrina religiosa que, como citado, ultrapassou qualquer limite de bom senso.

Durante dez séculos foi sendo sedimentada uma visão de mundo e de homem, resultando num estereótipo cultural definido e supostamente definitivo.

Essa aculturação passada de gerações a gerações, sem qualquer contrapartida, dada a completa dominação clerical sobre a cultura, a pesquisa, a curiosidade científica e filosófica, se impôs como verdade e se tornou uma estrutura mental coletiva, absorvida pelos Espíritos, perdurando nas encarnações sucessivas.

Esse clima mental da sociedade ocidental, estabeleceu uma couraça conceitual de tal modo que discordar dela era heresia, pecado e punido exemplarmente.

Com o início da Renascença, o principal papel dos filósofos e dos teóricos de então foi tentar vencer essa barreira mental, varrer a neblina conceitual que limitava o pensamento, que estabelecia limites restritos ao questionamento sobre as razões da vida, do ser e do futuro.

O desanuviamento mental, forjando uma nova cultura e abrindo espaço para a contradição avançou numa esfera mais teórica e acadêmica do que popular. As populações continuaram sob o tacão da Igreja, acreditando no que ela estabeleceu como verdade e temendo a ação devastadora da divindade mostrada como implacável a quem discordasse dos cânones eclesiásticos.

Os fatos que se sucederam, sem nos ligar à cronologia, como a Reforma de Lutero, abalaram esse clima sombrio, mas não a ponto de romper com as estruturas mentais culturais do passado.

Depois da Revolução Francesa, vieram os ventos soprados no século 19, com o rompimento parcial desse clima supersticioso e místico.

O século 20 avançou destemido com o surgimento da ciência e da tecnologia, abrindo espaços cada vez maiores na cultura ocidental, a ponto de enfraquecer, mas não acabar, com a superstição, o modo de ver a pessoa e a vida que subsistem no ideário popular.

A prova disso é a revoada de pessoas atrás dos cultos evangélicos e a permanência de razoável parte da população agregada ao catolicismo e adesão a novos cultos.

A ciência será, afinal, o elemento que liquidará com a nuvem cultural herdada desde a Idade Média, cujos resíduos permanecem, porque a força dos mitos é muito grande.

As pessoas, dentro desse espectro cultural místico, procuram o divino para resolver seus problemas cotidianos, sem a perspectiva do futuro, além túmulo. O que se vê na fé atual, televisionada, é a mesma romaria de pessoas procurando saúde, felicidade e até emprego, pela vida do divino, do milagre e da superstição.

Allan Kardec, vivendo os ventos renovadores do século XIX, aliado a uma grande coletividade de desencarnados, que todavia incluía os que se achavam ainda muito ligados aos mitos cristãos, pretendeu romper com a nuvem obscurantista que ainda envolvia e envolve a cultura ocidental. Contradisse totalmente os credos cristãos ao apresentar seu projeto de evolução espiritual, que liquidava com a visão de uma vida única, estabeleceu a reencarnação como instrumento do progresso do Espírito, transformou a comunicação com os mortos em processo cientificamente sustentável e delineou uma nova visão sobre a moral de Jesus de Nazaré, ultrapassando a dialética cristã em relação ao Nazareno.

Todavia, toda essa formidável revolução de idéias tem dificuldades de impor-se. Verdade que tentou criar uma linguagem apropriada, mas teve que utilizar-se de palavras cuja significação permanece no período medieval, acerca de Deus e da criatura, da vida terrena e do futuro.

Competia aos pósteros, aos que aderissem ao Espiritismo nos tempos modernos, a tarefa de criar uma nova linguagem que respondesse aos avanços conceituais que Kardec esboçara, dando seguimento ao seu projeto de influenciar a sociedade humana, mo campo de uma moral superior, superando os conceitos cristãos sedimentados pelas igrejas.

Todavia, essa tarefa parece abandonada.

Ao contrário, as gerações espíritas, com o conluio de Espíritos comprometidos com a linguagem medieval, oriundos da Igreja e que dela não se afastaram profundamente, permanecem em grande quantidade nas nuvens culturais da Idade Média e se filiaram aos mesmos caminhos das Igrejas.

Dessa forma, as legiões que enchem os centros espíritas continuam adotando a mesma mentalidade restrita e sem questionamento que definiram o comportamento da Idade Média, em relação a Deus, ao homem e ao mundo. Para isso, usam os conceitos que Kardec estabeleceu como base do pensamento revolucionário espírita, dentro dos mesmos moldes dos católicos e protestante, com alguma mudança, mas ainda apegados ao castigo divino, aos milagres dos Espíritos e uma visão dissociada entre a ciência e a religião, esta negando aquela e aquela negando esta.

Kardec pretendia que o Espiritismo fosse uma ponte entre a religião e a ciência. Entretanto isso foi transformado numa afirmação de que a doutrina espírita é a religião que doutrinará a ciência. Essa postura pode ser encontrada facilmente nos textos de Espíritos e encarnados que analisam os progressos e as mudanças como heresia científica, entricheirando-se em códigos ultrapassados.

Repetimos que só a ciência, desprezando os cânones medievais ainda persistentes, zerará o clima mental estagnado e propiciará, num futuro ainda indefinido, a criação de uma nova mentalidade, refletindo-se na cultura geral como libertação espiritual que ainda não veio.

Para não Esquecer - Eneida Barreto Pereira

Terminada, a Paraolimpíada de Atenas é considerada "passado" em discussões de jornais. A atenção volta-se a fatos recentes, de repercussão mais imediata, de análises mais concretas aos interesses da população, ou nem tanto, os quais, por sua vez, acabam também caindo no esquecimento, nessa engrenagem globalizada de comunicação. Mas é, no mínimo, improdutivo permitirmos que o ensinamento deixado por aqueles atletas seja jogado a um canto da memória, como se tivéssemos assistido a programas esportivos sem maiores conseqüências. Não foi assim. Acompanhei diária e atentamente aos jogos. Emocionada. Impressionada. Longe das academias, meus olhos sadios enxergavam exercícios e  situações que o cérebro custava a registrar como possível. E era tudo possível. Estavam todos, dos cadeirantes do basquete, do vôlei, do tênis, do atletismo, aos deficientes de braços, de visão, aos mutilados, aos mentalmente afetados, todos, enfim, ensinando ao mundo o real significado da palavra superação.

Poderíamos imaginar, só para citar um exemplo, alguém nadando - sem braços e sem pernas - com uma mobilidade impressionante de tronco e ainda assim conseguir medalha de ouro, nos 50ms nado livre? Pois o nadador chinês provou ser possível, competindo com quem exercitara a força dos braços ou das pernas.  E com o detalhe: já na água, para poder largar, agarrava na boca uma toalha que o técnico segurava, em cima, à volta de seu corpo, até a hora do tiro inicial. Dali em frente, a imagem daquela metade de corpo humano ativo na piscina deixou-me inativa, sem fôlego... no sofá!

Emoção tornou-se palavra pequena para exprimir meus sentimentos, ao acompanhar aqueles gestos dos que se agigantavam por determinismo e, principalmente, coragem.  Não se trata de ufanismo patriota ou apenas de  comemorar, como tanto se noticiou, as 33 medalhas conquistadas por brasileiros - que, passados os tempos de glória, deverão continuar na luta por busca de investimento oficial, patrocínio, infra-estrutura que lhes possibilite treinos, etc, etc, - mas  de saudar homens e mulheres de raças e nações  diferentes, que a cada quadriênio nos oferecem um grande presente, se assim soubermos receber. De minha parte, foi um dos mais valiosos dos últimos tempos. Tempos áridos, em que acompanhamos, tristemente, pessoas tão tristes, desesperançosas, sem  perspectivas de futuro, que não conseguem sair da imobilidade e utilizar pernas e mentes perfeitas sequer para correr atrás de seus sonhos e metas de realização.

Um presente de significado e aprendizado imensuráveis, que nos atinge a todos de  forma  desafiadora, à medida em que muitas vezes reflete, inversamente, nossa ausência de fé, inoperância, nosso  comodismo e temor de enfrentamento. A nós, kardecistas, aprendizes das  muitas jornadas evolutivas que o espírito busca para se  transformar  e se aperfeiçoar, ficou, certamente (para não ser esquecida), a maior das lições.

Eneida Barreto Pereira é jornalista e integrante do CE Missionários da Luz.

O Sexo e a Juventude - Da Redação

Pesquisa sobre Práticas e Normas Sexuais de Jovens Brasileiros, apresentadas no XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, realizado em Caxambu, MG, em setembro último, traz interessantes informações sobre o comportamento dos jovens de 18 a 24 anos.

A pesquisa abrangeu 4 634 jovens de Porto Alegre, Rio e Salvador.

Em linhas gerais o trabalho mostrou que as mesmas normas se aplicam aos homens e mulheres, no que diz respeito ao tema da fidelidade ou da homossexualidade.

As pesquisadoras Maria Luiza Heilborn e Cristiane Cabral, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, autoras da pesquisa, afirmaram que "Não encontramos diferenças entre as camadas sociais nem tampouco, de forma surpreendente, em função da filiação religiosa: católicos, pentecostais e pessoas que declararam não ter religião, aderem às normas de fidelidade nas mesmas proporções."

A pesquisa revelou que os homens começam mais cedo sua vida sexual, em torno dos 16,2 anos e as mulheres mais ou menos com 17,8 anos.

A virgindade não é mais tabu, disse Maria Luiza. 12% das entrevistadas eram virgens, número concentrado nas idades mais baixas da faixa estudada.

O uso de camisinha é adotado por 70%, nas primeiras relações e relaxado à medida que o relacionamento prossegue e aumenta a confiança entre os parceiros.

73% das mulheres e 71% dos homens nada têm ou aceitam a homossexualidade. Cerca de 30%, contudo, acha que os homossexuais são doentes.

Para a pesquisadora, "não há, como se costuma imaginar, uma epidemia de gravidez na adolescência." A pesquisa revelou que 29% das mulheres já são mães. O índice salta para 60% entre as camadas populares e com ensino fundamental incompleto e cai para 4% entre as que têm curso superior.

SEXO E ESPIRITISMO

A sexualidade é tratada nos meios espíritas com certa insegurança e mesmo dubiamente. Em parte, pelo moralismo intrínseco, devido às confusões sobre pecado e transgressão e de queda espiritual. Em parte, porque a maioria dos Espíritos, médiuns e dirigentes têm problemas com sua própria sexualidade, o que torna difícil uma boa orientação nesse campo.

As mensagens mediúnicas sobre a sexualidade, exprimem essa situação com orientações dúbias, afirmando que o sexo é divino, mas entrelinhas, aconselhando que é melhor não fazer sexo.

Algumas coisas parecem ser necessárias aceitar e a partir daí tentar direcionar o entendimento do papel do sexo na vida, dentro dos horizontes amplos que o Espiritismo descortina. Isso possibilitará uma orientação serena e eficaz para que a sexualidade seja saudável, prazerosa e produtiva.

1º - o sexo não é sujo, nem deve ser abandonado para que a pessoa se purifique;

2º- evitar tratar o sexo como uma atividade prejudicial ao Espírito mas tentar ajudar a pessoa a encontrar um caminho saudável para sua sexualidade;

3º - a atividade sexual, via de regra, começa,como diz a pesquisa, em plena adolescência e isso precisa estar na agenda de orientação dos lares e das mocidades espíritas, inclusive sobre a questão da virgindade;

4º - a homossexualidade é um fato, independentemente de sua origem ou moralidade.

O SEXO É VIDA

A sexualidade é motor essencial da atividade afetiva. Mas seria absurdo supor que os problemas afetivos, as necessidades da alma se resolvem ou esgotam no ato sexual. Há notória diferença entre o ato sexual e a relação sexual. Esta é uma forma afetiva, de comunicação positiva, respeitosa e digna entre os parceiros. E é isso que precisa ser estimulado, mostrado e discutido.

A Degeneração do Espiritismo - Dalmo Duque dos Santos

Comparando a história do Espiritismo com a do Cristianismo Primitivo, podemos tirar algumas conclusões importantes para o futuro da nossa doutrina e o do seu movimento social.

O Cristianismo, cuja pureza doutrinária do Evangelho e simplicidade de organização funcional dos primeiros núcleos cristãos foi conquistando lenta e seguramente a sociedade do seu tempo, sofreu com o tempo um desgaste ideológico. Corrompeu-se por força dos interesses políticos-financeiros e institucionais. Os novos adeptos e seus líderes, não conseguindo penetrar na essência do Evangelho, que é regeneração, ou seja, o mergulho doloroso no mundo interior e a reversão das atitudes exteriores, adaptaram o mesmo às suas conveniências psico-sociais, atacando suas idéias mais contundentes à moral animalizada, alimentando os mecanismos de defesa da mente, fazendo concessões às fraquezas dos adeptos e desviando-os para o comodismo dos disfarces rituais exteriores. Repressão de forças espirituais espontâneas e idéias consideradas ameaçadoras ao clero, como a mediunidade e a reencarnação; a falsificação de tradições e a adoção do sincretismo do costumes bárbaros, foram as principais estratégias dessa clericalização do cristianismo.

O resultado de tudo isso é bem conhecido: dois milênios de intolerâncias, violências, atraso espiritual, perpetuação das injustiças sociais, agravamento de compromissos com a lei de ação e reação e forte comprometimento da regeneração do nosso planeta.

Com o Espiritismo não está sendo muito diferente.

Apesar das advertências dos Espíritos e do próprio Allan Kardec quanto aos períodos históricos e tendências do movimento, os espíritas insistem em cometer os mesmos erros do passado. Os mesmos erros porque provavelmente somos as mesmas almas que rejeitaram e desviaram o Cristianismo da sua vocação e agora posamos de puristas ortodoxos, inimigos ocultos do Espírito da Verdade.

Negligentes com a oração e a vigilância, cedemos constantemente aos tentáculos do poder e da vaidade. Desprezamos a toda hora a idéia do "amai-vos e instruí-vos", entendendo-a egoísticamente, ora como fortalecimento intelectual competitivo, ora como o afrouxamento dos valores doutrinários. Não conseguindo nos adaptar ao Espiritismo, compreendendo e vivenciando suas verdades, vamos aos poucos adaptando a doutrina aos nossos limites, corrompendo os textos da codificação, ignorando a experiência histórica de Allan Kardec e dos seus colaboradores, trazendo para os centros espíritas práticas dogmáticas das nossas preferências religiosas, hábitos políticos das agremiações que freqüentamos e mais comumente a interferência negativa dos nossos caprichos e vaidades pessoais.

Como os primeiros cristãos, também lutamos pelo crescimento de nossas instituições, deixando-nos seduzir pelo mundo exterior e imitando os grupos já pervertidos, construindo palácios arquitetônicos, cuja finalidade sempre foi causar impressão aos olhos e a falsa idéia de prestígio político; e dentro deles praticamos as mesmas façanhas da deslealdade, das rivalidades, das perseguições aos desafetos, da auto-afirmação e liderança autoritária, de crítica e boicote às idéias que não concordamos.

E, finalmente, cultivamos uma equívoca concepção de unificação, esperando ingênuamente que a nossas idéias e grupos sejam majoritários num Grande Órgão Dirigente do Espiritismo Mundial, do nosso imaginário, e muitas outras tolices e fantasias que nem vale a pena enumerar aqui.

E assim caminhamos, unidos em nossas displicências e divididos nas responsabilidades. Preferimos esquecer figuras exemplares que atuaram na Sociedade Espírita de Paris quando ignoramos nossa história sabiamente registrada na Revista Espírita. Deixamos de lado líderes agregadores  – ainda que divergências normais e toleráveis existissem entre eles – para ouvir e nos deixar dominar por um disfarçado clero institucional, comando por vozes medíocres e ciumentas, figueiras estéreis, sofistas encantadores e improdutivos, enfim, velhas almas e velhas tendências, vinho azedo e frutas podres em nossos mais caros celeiros doutrinários.

Mas como evitar esse processo de corrupção e, em alguns casos notórios, de contaminação e má conduta? Como reverter a situação para reconduzir essas experiências para os rumos verdadeiramente espíritas? O que fazer com as más instituições, com os maus dirigentes, os maus médiuns, maus comunicadores, enfim os maus espíritas? Devemos identificá-los e expulsá-los dos nossos quadros? Devemos denunciá-los e discriminá-los como fazia a Inquisição com os acusados de heresia?

O que fazer com os livros que consideramos impuros ou inconvenientes ao movimento?: devemos queimá-los em praça pública, censurá-los em nossas bibliotecas ou então deixar que a própria comunidade espírita pratique o livre arbítrio e aprenda a fazer escolhas corretas e adequadas às suas necessidades?

O Espiritismo é certamente uma doutrina elaborada por Espíritos de superioridade moral e intelectual e isto nos deixa tranqüilos quanto ao seu futuro doutrinário. Mas o seu movimento vem sendo feito por seres humanos, espíritos ainda imaturos e inexperientes. Isso realmente tem nos deixado muito preocupados, pois sabemos que, hoje, os inimigos do Espiritismo estão entre os próprios espíritas.

Abrindo a Mente : O que são Supercordas e a sua relação com o Espiritismo, Quem foi Ernesto Bozzano, O que é Verdade ? - Alexandre Cardia Machado

1.O que são Supercordas e a sua relação com o Espiritismo?

Esta teoria da física surgiu à partir de um modelo teórico onde os objetos básicos da natureza, não seriam partículas que ocupam um ponto específico no espaço, mas sim cordas que podem ser unidimensionais ou ter mais de uma dimensão espacial. À partir desta teoria alguns físicos esperam poder encontrar uma teoria unificadora para a Física, capaz de explicar ao mesmo tempo a teoria da relatividade e a teoria quantica. As oscilações de uma corda dão orígem a diversas massas e cargas de força. Quanto menor o comprimento de onda de oscilação da corda maior a massa da partícula. Isto nunca foi observado sendo exclusivamente matemático. Sua importância para o Espiritismo está em que uma teoria unificada para a física se encaixaria no conceito atualizado do "Fluido Cósmico Universal" que todos nós sabemos não ser um fluído, mas deve ser algo. Aguns defendem que seja um Campo, ja o conceito de supercordas iria além do Campo, pois um campo precisa ser gerado por alguma coisa, já as cordas seriam "esta coisa".

Para abrir mais a sua mente leia:O Universo Em uma casaca de noz – De Stephen Hawking– Ed. Mandarim –São Paulo 2002

2. Quem foi Ernesto Bozzano?

Nascido em Gênova em 9 de Janeiro de 1862, nascido em família espírita, resolveu estudar os fenômenos com o objetivo de negá-los acabou sendo um dos maiores defensores do Espiritismo. Iniciou a escrever artigos sobre mediunidade em 1900. Foi o presidente de honrra do 5° Congresso Espírita Internacional realizado em Barcelona em 1934.

Produziu mais de 60 obras – todas traduzidas para português suas obras mais importantes: Animismo ou Espiritismo, Metapsíquica Humana e Enigmas da Psicometria obrigatórios em qualquer boa biblioteca espírita, desencarnou em Savona, Italia.

Para abrir mais a sua mente : Vá ao site www.comune.bologna.it/iperbole/fbibbdb/evfondaz.htm

3. O que é verdade ?

Segundo o Aurélio verdade é a conformidade com a realidade; exatidão sinceridade, exato, a representação fiel de alguma coisa existente na natureza. Esta questão aparentemente simples carrega em si uma dificuldade de resposta, devemos separ a verdade, do critério de verdade. Exemplo 1+1 = 2 parece verdade para todos, mas dependo, por exemplo da taxa de juros, pode ser, para juros de 10% a.m. 1+1 = sendo aqui, duas prestações 2,1. Neste caso o critéirio envolve uma taxa de juros acertada entre as partes. Assim ciência se preocupa não com a verdade (que nunca é absoluta) mas sim com a validade, ou seja validade é algo que sempre depende de critérios e da lógica.

Exemplo de lógica:

1.Todos os mamíferos são animais com pêlo;

2 .Alguns maníferos voam;

3. Logo, alguns animais de pêlo voam.

Os dois primeiros enunciados (1 e 2) são premissas e o último (3) é a conclusão. As premissas sendo válidas a conclusão será válida. Assim funciona a ciência.

" Todo o conhecimento humano é incerto, inexato e parcial" Bertrand Russell.

Para abrir mais a sua mente leia: O que é Método científico – Fernando Gewandsznajder – Ed. Pioneira – São Paulo 1973.

Um Projeto de Divulgação do Espiritismo - Nina e Luiz Lemos

Um Projeto de Divulgação do Espiritismo para ser de excelência, há que esmerar-se na preservação dinâmica da Doutrina Espírita, conforme nos foi legada por Kardec, contextualizando-a e, para tanto, sua implementação há que guardar fidelidade à Codificação, isto é, seja, também, de qualidade, inclusive, por ser suscetível a enriquecimentos, e cumpra a sua missão de ajudar àqueles que, livres e espontaneamente, querem tomar conhecimento do Espiritismo.

E aqueles que se decidam em ser espíritas, deverão ser oportunizados a, gradualmente, conhecerem a Doutrina Espírita e, à medida que vão conhecendo os preceitos espíritas e, com eles conformando o seu proceder, em decorrência, vão se tornando, aos poucos, espíritas.

É de todo conveniente, para darmos melhor visibilidade aos nossos Projetos, colocá-lo, antes, na "berlinda": Justifica-se tal Projeto?: - Os Impactos serão substantivos(?); - Valerá a pena promovê-lo, sob seus diferentes enfoques, seja humanístico, técnico, econômico-financeiro, sócio-ecológico-cultural e, sobretudo, ético? -É prioritário? -É oportuno? –Prazos? –Custos?..

Após estas e outras Avaliações, poderemos comprovar, se este Projeto: -É viável? Em sendo, poderemos vir aprová-lo.

A transparência, acima mencionada, concretiza-se, através de uma fase prévia chamada de Documentação preliminar (e tem projeto que não sai do papel, da sua Documentação), que consta: Ante-projeto (que apresenta as alternativas de encaminhamento do projeto, averiguará se o projeto: é possível?; segue-se o Projeto Básico (refere-se a alternativa selecionada, indica se o projeto: é viável?). Comprovado a viabilidade do Projeto Básico, então ele pode ser aprovado; depois, vem o Projeto de Detalhamento, contendo todo o detalhamento para sua implementação: é exequível?.

Na elaboração desta Documentação, convém que mencionemos, explicitamente, que um Projeto consta, no mínimo:10) Justificativas; 20)Diretrizes Gerais Norteadoras (modelo do projeto); 30) Objetivo, 40) Recursos (humanos e materiais), 50) Estratégias de Ações, 60) Impactos (individuais e sociais ) e 70) Avaliações.

Importa que as Instituições Espíritas de Divulgação da Doutrina Espírita construam o seu próprio Projeto Político-Pedagógico (‘macro’, diz respeito a ‘Sociedade que queremos’: atacado), que a caracteriza, objetivando a Comunicação do Espiritismo, com Qualidade, naquela Instituição, a fim de transformar a atual realidade para uma nova, melhor.

Outrossim, se lhes convier, poderão trabalhar com a pedagogia de projetos de trabalho (‘micro’, refere-se ao ‘homem que se quer’: varejo) (micro e macro, têm de estar coerente: o homem que queremos para formar a Sociedade que queremos), preocupa-se com a forma de tratar o material temático (que vai originar os conteúdos programáticos), cuja a estratégia (ou processo), para alcançar os seus objetivos, recomenda, dentre outras: ouvir as demandas de sua Clientela, diagnosticando e prognosticando, e selecionar um Tema Gerador, transversal e, sobremaneira, transformador, o qual sirva de disparador do Projeto Político- Pedagógico desta Instituição.

"O Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade: a caridade da sua própria divulgação", alerta-nos Emmanuel[ EMMANUEL(autor: Espírito)& XAVIER, Francisco C./VIEIRA, Waldo(co-autores: Médiuns psicógrafos). Estude e Viva. Rio de Janeiro- RJ: FEB, 1968, p.172.

Sobejam as razões que vêem em apoio a afirmativa deste nosso benfeitor espiritual, pois, de fato, diante do panorama da nossa contemporaneidade (egoísmo, orgulho, falta de educação, de afeto, de paz, de saúde, da posse do necessário à sobrevivência de muitos, de confiança no futuro, desequilíbrio sócio-econômico-político-ambiental, onde nos defrontamos com o cinismo da ‘politicagem’, com a hipocrisia da ‘vendilhagem dos templos’, com o desemprego, a insegurança, a violência sob múltiplas formas...), dispomos, para enfrentar este nosso atual ‘quadro’, também do Espiritismo, com seu inesgotável "manancial doutrinário": esclarecedor (ilumina consciências), alavancador de iniciativas promotoras de projetos (individual e social) de eficazes ações, encorajador, emancipador, sobretudo, transformador e, finalmente, consolador...

Manancial este, portanto, capaz de ‘dessedentar-nos’, usando as próprias Leis Naturais ou Divinas, sobre as quais a Doutrina Espírita se apóia: indicando as causas e seus respectivos efeitos, sugerindo encaminhamentos para a resolução dos problemas que nos advém, orientando os nossos procedimentos diários, prescrevendo terapias sim, mas, acima de tudo, profilaxias; enfim, projetando "luz" na resolução das mais variadas questões. Portanto, o Espiritismo pode concorrer para nos auxiliar na edificação de um Mundo Melhor, com Melhor Qualidade de Vida, em todos os sentidos, no qual vamos nos sentir mais felizes.

Allan Kardec : 200 anos de Atualidade - Da Redação

Comemoramos neste dia 3 de outubro de 2004, o bicentenário do nascimento de Allan Kardec.

Em 3 de outubro de 1804, na cidade francesa de Lion, nascia Hippolite Leon Denizard Rivail, que a partir de 18 de abril de 1857, passaria ser conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec.

Nessa data, ele lançou O Livro dos Espíritos, base e início do Espiritismo, por ele fundado e que se tornou uma filosofia de vida sui generis.

Allan Kardec imortalizou-se pelo seu gênio, pela postura intelectual e seriedade na busca de explicações plausíveis, sustentáveis, para a natureza do ser humano, seu destino e sua posição no mundo.

Essa nova visão do homem e do mundo, que ele codificou a partir de ditados recebidos de Espíritos, através da mediunidade, está fundamentada em princípios clássicos, como a existência de Deus, a imortalidade da alma, a comunicação entre mortos e vivos, a reencarnação e a pluralidade dos mundos habitados. Entretanto tais fundamentos são apresentados dentro de uma revolucionária concepção filosófica e científica da vida.

Revela também o dinamismo da vida após a morte física mostrando que a personalidade da pessoa permanece intacta e criativa, socialmente ligada a outras personalidades, formando o chamado "mundo dos Espíritos", cuja existência tem sido comprovada experimentalmente pelos fatos mediúnicos e paranormais. Nesse espaço existencial, a alma das pessoas permanece temporariamente preparando-se, sob certa forma, para novas encarnações, na esteira da Lei da Evolução.

Pela teoria evolutiva que Allan Kardec divulgou ao mundo, baseada em lições dadas por Espíritos Superiores, o ser espiritual é criado simples e ignorante e, exercitando sua imortalidade intrínseca, evolui continuadamente na direção à construção de uma Individualidade permanente, equilibrada, harmonizada e feliz. A reencarnação é então o instrumento de excelência da Lei de Evolução.

Todo o aparato doutrinário do Espiritismo busca dar ao ser humano uma diretriz moral consubstanciada na imortalidade da alma, na evolução constante e na reconstrução positiva da vida e da estrutura mental e sensível do Espírito. Trata<-se uma visão ampla, imorredoura, constante e positiva da natureza espiritual das pessoas humanas.

Buscando inspiração na mensagem de Jesus de Nazaré, o Espiritismo desenvolve toda a sua moral baseada no seu ideário sem, contudo, ligar-se às controvérsias sobre sua vida, divindade ou coisas adjacentes. Importa-lhe a essência da mensagem.

Allan Kardec criou a teoria espírita a partir de fatos evidenciados e comprovados que indicam a preexistência e sobrevivência do ser humano à vida corpórea. Escreveu O Livro dos Espíritos (1857), O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868) considerados com os cinco livros fundamentais. Editou também O Que é o Espiritismo (1859) e algumas brochuras.

Em janeiro de 1858, iniciou a publicação da Revista Espírita que escreveu e editou pessoalmente, até abril de 1869 Fundou em abril de 1858, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, que presidiu até sua desencarnação.

Allan Kardec desencarnou em 31 de março de 1869, vítima de um aneurisma. Era casado com a professora e poetisa Amelie Gabrielle Boudet que lhe sobreviveu.

No cemitério parisiense de Pere Lachese, para onde foram transladados seus resto corporais, foi erguido um dólmen, onde também estão os restos corporais de Amèlie Boudet. Nele está inscrito Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuadamente, tal é a lei, que sintetiza o objeto da filosofia espírita.

(*) Reprodução do artigo publicado no jornal santista A TRIBUNA, no dia 2 de outubro de 2004

Opinião em Tópicos : Ecumenismo ou Confusão, Ecumenismo e Pluralismo Religioso, Ecumenismo e Sincretismo, Sincretismo Afro-Católico - Milton R. Medran Moreira

Ecumenismo ou confusão?

Na lista de discussão da CEPA – cepa@grupos.com.br –, um espaço aberto ao debate espírita, pela Internet, esses dias apareceu uma pérola enviada pelo listeiro Homero Ward da Rosa, Delegado da CEPA em Pelotas, RS, retirada da edição de 20/9 do Diário Popular, daquela cidade. Transcrevo a notícia ipsis litteris: "Aniversário – Fundado em 20 de setembro de 1946, o Centro Cultural Assistencial Espírita de Umbanda/Kardec Pai Bernardo e Jaime Carvalho completa nesta segunda-feira 58 anos de fundação. Localizada na rua 3 de Maio, 67, a entidade presidida por Vanderlei Petiz da Silva possui diversas obras assistenciais comunitárias, dentre as quais a distribuição de cestas básicas a famílias carentes cadastradas. O aniversário será comemorado com missa especial a partir das 18 hs., aberta à comunidade". Ao transcrever a notícia na lista, Homero perguntava: o que é isso? Ecumenismo ou confusão?

Ecumenismo e pluralismo religioso

O ecumenismo é um movimento generoso, produto natural do pluralismo religioso da modernidade. Somente se tornou possível depois que o protestantismo quebrou o monopólio do sagrado que, por 1.500 anos, foi detido autoritariamente pela Igreja Católica. Só quando se viu enfraquecido, o catolicismo concordou em entabular algum diálogo com as demais igrejas cristãs, permitindo que chegassem, em conjunto, a alguns acordos relativamente aos dogmas tidos como fundamentais pelas diversas igrejas. Mesmo assim, o chamado ecumenismo cristão tem experimentado alguns retrocessos, como foi aquele ocorrido, no ano 2.000, quando a Santa Sé emitiu o documento "Dominus Iesus", onde reafirma a superioridade do catolicismo sobre as demais igrejas cristãs, declarando: "Apesar das divisões entre os cristãos, a igreja de Cristo continua a existir, em sua plenitude, na única Igreja Católica". É como se dissesse: há muitas igrejas e a gente até pode conversar, mas a verdadeira igreja de Cristo só é a que tem sede em Roma.

Ecumenismo e sincretismo

O ecumenismo, mesmo assim, tem feito progressos. Menos pelo desejo da Igreja Católica do que por uma necessidade de ela se adaptar às exigências do mundo moderno e nele sobreviver. Esse imperativo político a tem levado, inclusive, ao diálogo com outras religiões não-cristãs, papel que João Paulo II vem desempenhando muito bem.

Uma coisa, entretanto, é ecumenismo e outra é sincretismo. Este sempre implica em uma mistura de dogmas, rituais ou liturgias de religiões diferentes. Nesse sentido, o próprio catolicismo surgiu de um grande sincretismo. Para se tornar a poderosa instituição capaz de substituir o Império Romano decadente, o catolicismo dos primeiros séculos tomou elementos ritualísticos gregos, judaicos, romanos e dos próprios povos bárbaros que invadiram Roma. Uma ilustração dessa política ocorreu no ano 432, no chamado Concílio de Éfeso. Naquela cidade da Ásia Menor, costumava-se prestar culto a uma entidade feminina. Aproveitando-se disso, a Igreja substituiu aquele culto pelo louvor a Maria, então declarada mãe de Deus e, na prática, uma quase-deusa.

Sincretismo afro-católico

No Brasil, como em outros países da América colonizados por católicos, o grande processo de sincretismo foi do catolicismo com as religiões africanas trazidas pelos escravos. Estes, para guardar elementos ritualísticos de suas tradições, adaptaram-nos à religião de seus colonizadores. Aos orixás do candomblé e às entidades cultuadas pela umbanda sempre corresponde um santo do catolicismo. Há centros de candomblé e de umbanda que exigem de seus iniciados o batismo católico e a freqüência simultânea à Igreja. A famosa ialorixá baiana, Mãe Menininha, nunca se descuidou dos cultos igrejeiros e toda as efeméride que comemorava era com missas solenes que mandava celebrar. Esse sincretismo funcionou como um verdadeiro "hábeas corpus" aos cultos africanistas que se desenvolveram no Brasil, permitindo-lhes subsistir, enquanto o catolicismo foi religião oficial ou hegemônica.

Agora, o que Kardec tem a ver com isso tudo? Absolutamente nada. Foi a imprudência dos espíritas, transformando o espiritismo numa seita mediúnico-cristã, desviando-o de sua natureza estritamente científica e filosófico/moral, que terminou por permitir esdrúxulas e incômodas parecerias do tipo Kardec/Pai Bernardo, que já resiste por 58 anos, em Pelotas e que, em alguma medida, impregnou todo o movimento espírita. Aí, Homero, mais que sincretismo, é confusão da qual custaremos muito a nos livrar.

Mundo Paranormal: Intelligent Design Network - Marcelo Coimbra Régis

Desde sempre a questão "De onde viemos?" tem provocado calorosos debates. A teoria da seleção natural expressa por Darwin em sua obra-prima "Origem das Espécies", deu base científica sólida a teoria evolucionista e afastou dos meios científicos a tese criacionista. Porém nos últimos anos uma série de cientistas pelo mundo afora vem retomando a tese de que para se entender e explicar a origem e formação dos seres vivos e seus complexos sistemas de controle e regulação interna faz-se necessário introduzir a figura de um designer (criador) inteligente. Esse argumento tem sido rebatido por muitos como a volta do criacionismo e do sobrenatural a ciência, porém tem encontrado eco em diversos cientistas, que se vêem impotentes para explicar, apenas com base nas leis da evolução e do acaso, sistemas tão perfeitos e complexos como os que regulam a visão, o sistema imunológico humano e o funcionamento intra-celular no que tange aos mecanismos bioquímicos que controlam e regulam todas as funções celulares. Michael J. Behe é um desses cientistas. Em sua obra "A Caixa Preta de Darwin" ele defende a necessidade de um designer (criador) inteligente para explicar a origem da vida e das espécies. O site Intelligent Design Network é um dos muitos dedicados a esse debate. Vale a pena conferir!

A Intelligent Design Network (IDN) é uma organização sem fins lucrativos que procura trazer objetividade no estudo científico das nossas origens.

Objetividade é o resultado do uso do método cientifico, livre de preconceitos filosóficos e religiosos, em busca de respostas para a questão: De onde viemos?

A IDN acredita que com o emprego da objetividade pode-se avançar mais no entendimento da evolução, além de trazer mais neutralidade para o debate no campo da origem da vida e das espécies. A

IDN reconhece que o estudo científico de nossas origens impacta a religião. A IDN busca divulgar e pesquisar as evidências científicas que suportam o design inteligente como fator na origem da vida e das espécies.

- a teoria do Design Inteligente (ID) defende que apenas as leis naturais e o acaso sozinhos não são adequados para explicar todos os fenômenos naturais.

Diversas evidências detectáveis empiricamente na natureza sugerem que o design inteligente é a melhor explicação para uma variedade de sistemas naturais, particularmente os sistemas irredutíveis e complexos presentes nos seres vivos.

ID é um movimento intelectual que inclui um programa de pesquisas cientificas a fim de investigar causas inteligentes. Além disso, esse movimento também questiona a hipótese evolucionista que domina atualmente as pesquisas e a educação científica.

Para saber mais: Visite o site: http://www.intelligentdesignnetwork.org/

Emoção e Confraternização no XIX Congresso da CEPA - Da Redação

A cidade de Rafaela, na Argentina viveu momentos de intensa emoção e confraternização, durante a realização do XIX Congresso Espírita Panamericano, de 8 a 12 de setembro último.

Painéis, oficinas, conferências marcaram o temário do Congresso, bem como sentida homenagem ao Bicentenário do Nascimento de Allan Kardec.

IMPRESSÕES

Colhemos várias impressões de participantes do Congresso, enviados por e-mail.

Milton Medran –Presidente da CEPA

Já tive oportunidade de me dirigir aos amigos de Espiritismo Verdadero e de CREAR, felicitando-os pelo brilhante trabalho realizado.

Assim mesmo, não quero que passe esta oportunidade sem deixar meu testemunho de gratidão, afeto e reconhecimento a todos aqueles que contribuíram para o sucesso deste evento.

Nosso querido Jon Aizpúrua, em uma conversa privada que tivemos, logo após o encerramento do Congresso, disse, simplesmente, que este foi "o melhor Congresso já realizado pela CEPA".

Isto é apenas o resultado natural de um fator que se chama UNIÃO. Essa união construída ao curso dos 76 anos de existência da Sociedad Espiritismo Verdadero e que se sedimentou e se ampliou com o surgimento do CREAR, órgão que congrega as principais instituições filiadas à CEPA na Argentina.

Sociedad Espirita Constancia - Buenos Aires - Argentina

Vayan en estas líneas todas las expresiones de nuestra inmensa gratitud y las felicitaciones por la labor cumplida por ustedes en oportunidad del reciente Congreso.

Se trata de ocasiones que permiten intensificar conceptos, reafirmar postulados y afianzar lazos fraternos. Son el fuerte impulso para emprender el nuevo trecho, hasta un próximo evento. Con energías renovadas y clara conciencia de adhesión a CEPA, con un enfoque Espírita  con el que nos solidarizamos por su apertura constante a toda novedad del mundo cultural  y por su énfasis en el pensamiento no dogmático.

Nilda Brunetti e Mónica Maggi

Sandra Regis – Presidente da Sociedade dos Delegados e Amigos da CEPA do Brasil

Olá, amigos Rafaelinos e demais participantes do Congresso.

Os Santistas também chegaram bem em seus lares. Foi um longo caminho de volta porém, quase não sentimos pois havia muito assunto para conversarmos.

Houve um momento, após todos terem dormido um pouco, que pudemos perceber vários subgrupos conversando e debatendo sobre os temas livres, sobre os painéis, sobre a organização e a calorosa acolhida dos Rafaelinos. Rimos muito com as confusões criadas em razão das diferenças entre as línguas espanhola e portuguesa.

Saimos, todos nós, muito fortalecidos deste Congresso. Retornamos cheios de energia e vontade de realizar, de compartilhar com os outros que não puderam participar.

Todos os integrantes do Grupo de Santos agradecem de coração por tudo o que receberam nestes dias vividos em Rafaela. Jamais os esqueceremos.

Abraços! Saudades!

Adléia, Eloene, Liamar, Ondina, Sonia Regina, Bernado, Ana Flávia, Mauricy, Djorah, Antonio Ventura, Terezinha,Jorge, Victor Regis, Rafael Regis, Ademar Arthur, Sandra Regis.

Jacira Jacinto da Silva – Birigui – SP

Queridos amigos, irmãos de Rafaela - Argentina.

Depois de 32 horas de viagem todos os integrantes da comitiva de Birigüi já se encontravam em suas casas.

Pus-me diante do computador para tentar expressar em palavras o sentimento que emana do meu coração.

Temos concluído por nossos estudos no Instituto de Cultura Espírita Hernani Guimarães Andrade, que cada um está onde pode estar, onde conseguiu chegar.

Uma das nossas companheiras, à certa altura da viagem, quando comentava sobre o sucesso do Congresso, afirmava que talvez a Justiça Divina não seja tão perfeita, pois havíamos assistido a um evento perfeitamente organizado por pessoas muito bonitas por fora e por dentro.

Indagava ela: Como pôde Deus colocar reunidas essas pessoas, tão capacitadas, tão amáveis, tão belas?

Ocorreu-me então, a velha frase que sempre pronunciamos quando desejamos compreender um pouco mais a vida e as condições particulares de cada pessoa ou de cada grupo de indivíduos: cada um está onde pode estar, onde conseguiu chegar por seus esforços, por seu trabalho, pelos seus empreendimentos.

Um Congresso demanda muito trabalho, muita dedicação, pois são inúmeros os detalhes, são muitas as pessoas provenientes de vários cantos, todas necessitando, cada qual com suas peculiaridades, de muita atenção.

Um Congresso necessita organização extrema para viabilizar seus eventos, mas precisa também cuidado na escolha dos palestrantes para oferecer qualidade. Enfim, são inúmeros os cuidados e os detalhes que a organização de um congresso exige.

Indagava minha amiga: Como puderam eles atender a todos, sempre com alegria e disponibilidade, pergun-tando ainda: "algo mais?", disponibilizar os recursos necessários, preparar eventos artísticos e culturais, surpreender a todos com apresentações emocionantes que nos levaram às lágrimas?

Pensei e disse à minha amiga: Se tudo fizeram tão bem é porque têm capacidade, generosidade, desprendimento, disponibilidade, comprome-timento com a causa, amor ao ideal, é porque estivemos estes dias todos na companhia de um grupo de irmãos que se reuniram pela afinidade, por estarem todos numa posição especialmente elevada, digna do nosso reconhecimento e da nossa gratidão.

Que nos sirva de exemplo e possamos aprender com eles, especialmente os valores que os inspiraram e o amor que os uniram.

Como pôde o Raul pedir desculpas no último dia? Não meu querido irmão, não peça desculpas! Tudo correu de forma brilhante, nada, nada devemos desculpar, cabendo-nos apenas agradecer e com a voz embargada de emoção e os olhos mergulhados em lágrimas dizermos: Muitíssimo obrigada.

Jacira e demais integrantes do grupo de Birigüi.

Alcione Moreno – São Paulo

Queridos Amigos

Estou tão emocionada ainda do congresso que não conseguia achar palavras para agradecer a tudo que pude vivenciar Jacira, faço suas as minhas palavras também era exatamente o
que eu queria dizer, e não conseguia escrever.

Muiiiiittttto obrigado a todos os irmãos de Rafaela. Vocês são inesquecíveis.

Beijos a todos –Alcione.

Ademar Arthur Chioro dos Reis – Vice Presidente da CEPA

Que Congresso !!!

Ainda está muito viva em minha alma os momentos que vivemos (cada um deles)

Quantas emoções !!!

Quanto aprendizado !!! 

Saímos de Rafaela muito fortalecidos. No plano individual me sinto energizado (e vocês sabem, que segundo meu presidente, Milton, esse já é o meu forte...)

A CEPA sai profundamente fortalecida, unida, vibrante.

Nossa amizade, mais ainda.

Que bom. Meus filhos não param de comentar que adoraram o Congresso e que não queriam mais ir embora de Rafaela.

O Rafael, de 13 anos, no avião me disse, confessando, que um dia quer ser presidente da CEPA (o máximo que eu tinha feito, quando tinha a idade dele, era ter sonhado em ser presidente da Mocidade Espírita Estudantes da Verdade, do CEAK). O Victor, de 17 anos, disse-me que quer ser delegado da CEPA e ajudar a fortalecê-la no Brasil.

 Aí pergunto: não foi demais???

 Até breve, companheiros de ideal Espírita. Obrigado pelos belos momentos, que ficarão marcadas para sempre.

 Que belo presente de aniversário para o Kardec.

 Raul, transmita à todos o nosso carinho a saudade que já aperta o coração.

 Até breve.