Novembro de 2004

Feira do Livro Espírita no ICKS - Capa

Livros, Doutrina e Arte - Dia 19, 20 e 21 de novembro - Avenida Francisco Glicério, 261 - Santos

Por quê o Niilismo é tão sedutor ? - Jaci Régis

Não gosto muito de profecias. Acho mesmo que não servem para nada. Mas tenho que confessar que as palavras de Jesus Nazareno "nos últimos tempos a confusão será tão grande que a fé de muitos esfriará" parecem bem adequadas para as nossas atuais circunstanciam.

Mas essa "confusão" não é uma demonstração da decaída ou queda final da humanidade. Não estamos no fim dos tempos, do Apocalipse.

Ao contrário. O próprio Jesus teria dito que não trazia a paz mas a espada, a divisão. Porque sem isso a vinda dele não teria sentido.

A análise do nosso tempo é prejudicada pela vivência dos problemas que o definem.

Todavia, apesar de tudo, temos aspectos bastante positivos, que não podemos negar numa análise descompromissada com ideologias e profecias.

Diz-se, com razão, que vivemos tempos de niilismo.

As sociedades estão envolvidas em processos de mudança e revisão de conceitos e tradições e isso provoca insegurança e permite excessos dos que não tem nada a perder e vivem sob o impulso criativo ou destrutivo das próprias energias pulsionais, instintivas.

O que incomoda é saber que essas práticas obtêm tanto sucesso e adesões.

Isso é tão válido para a sociedade cristã do Ocidente, quanto para os judeus e sua milenar cultura, quanto para as comunidades mulçumanas, agitadas pela imposição de necessidades sociais, humanas e premidas pela violência em nome de Deus. Naturalmente sem esquecer as imensas populações asiáticas, com sua filosofia zen e centenas de deuses fanaticamente seguidos nas comunidades rurais da Índia e outros paises, inclusive a China, teoricamente materialista.

Seria uma contradição, nesse aparente caos, o crescimento das religiões?

Vemos multidões enchendo os salões do Reino de Deus, como gostam de se definir as igrejas neopentecostais que invadem a mídia televisionada, com seus discursos salvacionistas de emergência.

Os pastores dessas igrejas motivam seus crentes com palavras definitivas sobre o poder divino e a "obrigação" de Deus em atender aos reclamos das criaturas afogadas em seus problemas reais e imaginários. Prometem soluções positivas para todas as questões, humanas, econômicas, matrimoniais, de saúde.

Menos atrás não fica a Igreja Católica, com seu padre Marcelo prometendo curas e soluções diante de milhares de fieis em grandes manifestações públicas e televisivas, sem mencionar as romarias a templos de santas e santos mais populares. O Círio de Nazaré reúne milhões. As romarias a Aparecida atraem milhares, as comemorações de São Judas Tadeu enchem os templos.

Olhando o panorama das sociedades islâmicas, percebermos a religião dominando as mentes, os governos, as decisões. A tragédia do terrorismo islâmico assusta o mundo e a vida de pessoas não parece ter qualquer importância para os propósitos de Alá, na visão fanática de grupos radicais, não apoiados pelos mais moderados.

Basta um olhar independente sobre o cenário religioso dos indus para não compreender a forma como cultuam seus deuses que os dividem em castas e crenças fanatizadas.

Então, por que a sociedade é niilista?

O que estaria errado na pregação das religiões? O que afinal buscam as pessoas, os seres humanos?

Envolvidos nas exigências pessoais que se filiam às manipulações de formadores de opinião, que controlam os meios de comunicação e outras futilidades veiculadas como picos de evolução social, o que se passa no interior da maioria diante do luxo e da miséria que permeiam as cenas televisivas, as notícias e os problemas que envolvem a todos?

Parece oportuno perguntar: a maioria deseja mesmo moralizar-se, espiritualizar-se?

Creio que essa decisão de espiritualizar-se seja porque meio for, desde que real e equilibrada, é meta de poucos.

A maioria que freqüenta templos, centros espíritas (a Federação Espírita de São Paulo, aplica mais de 5 mil passes por dia.) quer o bem estar imediato, a solução de problemas e descarga de encargos morais para viver a vida niilistamente, materialisticamente.

Afinal, com ou sem religião, a maioria pensa que a vida é curta e única.

Diante de um punhado de homens e mulheres com que pensávamos como não entrar e como sair da depressão, afirmei que o caminho da ascensão é desenvolver a espiritualidade, que defini como a transcendência sobre a materialidade da vida. Nada, todavia, que signifique ascetismo, renúncia da convivência e mesmo do usufruto dos bens materiais, do conforto e do bem-estar. Ao contrário, porque a espiritualidade não é fugir da realidade, mas fazer brotar no Espírito, no coração a luz de uma compreensão maior, mais sutil, porém consistente, instalando a certeza crescente de que a vida está no imo do ser a exprimir-se em todas as formas de contato, convivência, uso, sem perder a si mesmo.

Uma forma de vida tanto quanto possível plena, mas que requer uma revolução interna, silenciosa e prazerosa.

Quem quer entrar nessa?

Será que sabemos o que é Espiritismo ? - Eduardo de Barros Lima

O Instituto Cultural Kardecista de Santos tem promovido, de maneira inovadora, Cursos de Introdução à Doutrina Espírita, Mediunidade, Estudo Intensivo do Livro dos Espíritos e outras atividades, como o Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, programações específicas ao público jovem e semanalmente promove reuniões, onde são discutidos assuntos atuais dentro do enfoque da filosofia espírita.

Percebe-se então, uma ferramenta de divulgação e de estudo extremamente séria dos ensinamentos e pesquisas do professor Hippolite Rivail.

Mas o que vemos durante o acompanhamento e monitoramento desses cursos, palestras e atividades, é uma pontual dicotomia dos valores e objetivos entre esta linha de raciocínio desenvolvida na codificação espírita e a sistemática modificação da metodologia de compreensão, crítica e conhecimento contidas nestas obras básicas, geralmente encontrada nos meios doutrinários.

O que evidenciamos, nesses segmentos, é uma adaptação, livre, de sentimentos e sensações do pensamento de Allan Kardec, que se desenvolvem pela leitura e divulgação de obras romanceadas, psicografadas ou não, onde são passados argumentos e idéias; que efetivamente traduzem princípios morais e éticos positivos; muitas vezes não pautadas na obra kardequiana mas sim em um livre pensamento pessoal do autor.

Rotineiramente verificamos que grande parte dos interessados em cursos, palestras e eventos de natureza de estudo da codificação espírita, trazem uma bagagem de informações que muitas vezes, chocam-se frontalmente as premissas e colocações contidas nas obras básicas.

Percebemos que o fato de o iniciar o contato com a doutrina espírita, não ser pautado na codificação, traz alguns "vícios" ou melhor alguns pré-conceitos de valores e uma visão menos crítica do que realmente as idéias e observações que Allan Kardec tão claramente e objetivamente explanou em sua pesquisa e livros.

Surpreendeu-me saber que muitos espíritas não conheciam os livros básicos da codificação, muitos por não terem lido, outros por não saberem quais são...

Temos então um quadro " sui generis". Por um lado, a necessidade de divulgar uma doutrina filosófica extremamente coerente e moral, ademais uma comunidade que esbarra na ignorância desta mesma doutrina, sendo portanto incapaz de expor a sociedade suas idéias e princípios.

Concluímos então uma necessidade de posicionamento firme e direcionado a coerente e precisa divulgação do Espiritismo, através de estudos e do real conhecimento da codificação e da discussão aberta, sobretudo aos espíritas que ignoram, ou não, suas bases filosóficas.

Mas como está exposto no Livro dos Espíritos, o Espírito nasce simples e ignorante, portanto cabe a nós, espíritas, que divulguemos com coerência e simplicidade os princípios da doutrina filosófica espírita como Allan Kardec nos apresentou.

 (*) Eduardo De Barros Lima é engenheiro e participa do ICKS como expositor e monitor.

O Espiritismo é Religião ? - Cartas Abertas

O discurso de Kardec

Olá meus amigos!

Já perdura por muito tempo no movimento espírita a polêmica entre os que defendem que a doutrina também é religião, e os que afirmam o contrário. Eu acredito que ninguém melhor que Kardec para dirimir a dúvida. Na Revista Espírita de 1868 foi publicado um discurso do codificador que teve como título: O Espiritismo é uma Religião?

Transcrevo o trecho em que kardec conclui de forma clara o seu sempre brilhante raciocínio:

"Por que, então, declaramos que o Espiritismo não é uma religião? Porque não há uma palavra para exprimir duas idéias diferentes, e porque, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto, desperta exclusivamente uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião o público não veria aí senão uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das idéias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes se levantou a opinião pública. Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual do vocábulo , não podia nem devia enfeitar-se com título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis porque simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral." 

Obs: O Trecho acima foi tirado do discurso proferido na Sociedade espírita de Paris em 01 de novembro de 1868. O discurso vem antecedido do seguinte título: Sessão anual comemorativa dos Mortos.

O que teria levado o codificador a falar de um assunto absolutamente distante do tema central da reunião? Suponho que já em 1868 existiam grupos dentro da Sociedade debatendo a questão o que levou Kardec a por um ponto final na questão.

Um abraço.

PLÍNIO

Lagoa Santa/MG – por e-mail

O Código da Vinci - Editorial

O livro do escritor americano Dan Brown, O Código Da Vinci é um sucesso mundial, vendendo 10 milhões de exemplares. Numa trama policial, ficcional, ele aborda, a não divindade de Jesus Cristo e a existência de um primado feminino, que teria sido abortado pela Igreja tipicamente machista.

Para o autor, Maria Madalena, ao contrário das escrituras, não era prostituta, mas uma mulher de grande personalidade, casada com Jesus e sua herdeira doutrinária. Analisa o afresco da Última Ceia, de Da Vinci e identifica entre os discípulos a figura feminina de Maria Madalena.

Não importa se o tema é real ou imaginário, embora não se possa negar alguma base histórica na sua trama. Importa assinalar é que graças ao enfraquecimento das igrejas cristãs e a liberdade de expressão conquistada, vários autores, pesquisas, descobertas de manuscritos, peças teatrais, filmes, enfim, todas as áreas da cultura, questionaram a figura de Jesus Cristo criada pela Igreja.

O Espiritismo jamais aceitou a divindade de Jesus. Kardec fez estudo detalhado de sua figura e vendo as controvérsias em torno dela, fixou a contribuição possível para o Espiritismo apenas o aspecto moral da doutrina do Nazareno.

Certamente essa e outras críticas e análises da figura de Jesus Cristo não terão efeito imediato nos crentes. A maioria continuará mantendo no imaginário o Cristo nascido pela ação do Espírito Santo, negando a maternidade natural de Maria, outros acharão que ele é o próprio Deus encarnado ou apenas materializado.

Mas a verdade aparecerá e Jesus de Nazaré, o magnífico Mestre do Ocidente será reconhecido como um homem especial, como Maomé, Buda e outros tantos que trouxeram luzes para a mente e o coração das pessoas.

No movimento espírita o pensamento de Kardec,foi superado pela opinião de Emmanuel e Roustaing. Herculano Pires também foi olvidado mesmo pelos herculanistas quando afirmou "Há um abismo entre o Cristo e o cristianismo, tão grande o abismo entre Jesus de Nazaré, filho de José e Maria, nascido em Nazaré, na Galileia e Jesus Cristo, nascido da Constelação da Virgem, na Cidade do Rei Davi, em Belém da Judéia, segundo o mito hebraico do Messias." ( Revisão do Cristianismo).

Mudando para Melhor - Editorial

A partir desta edição, estamos introduzindo modificações na diagramação e na linha editorial do ABERTURA.

Com uma diagramação dinâmica e moderna, a leitura será mais ágil e agradável. As diretrizes editoriais, consagrarão o objetivo do jornal de divulgação da doutrina kardecista, com ênfase na análise mais contextual, mais enfocada na realidade social, sob a luz do entendimento espírita. Completando o trabalho editorial, teremos a participação de espíritas e mesmo não espíritas abordando, opinando, sobre assuntos de interesse doutrinário e jornalístico, em entrevistas e reportagens.

Continuarão as seções já consagradas e o noticiário do movimento em geral, especificamente o produzido pelo ICKS, em Santos e fora de Santos.

Como sempre, estaremos abertos à participação dos leitores, o que aliás enfatizamos, de modo a tornar o veículo cada vez mais interativo, abrindo um leque de opiniões que darão maior consistência à divulgação do pensamento kardecista.

O ABERTURA, que inicia seu 18º ano de publicação, se estrutura para continuar um veículo ativo do pensamento de Allan Kardec, procurando ampliar sua circulação, hoje bastante restrita, para alcançar um público receptivo à renovação constante, que o bom entendimento das diretrizes deixadas pelo fundador da doutrina espírita estabeleceu.

Afirmações Levianas - Editorial

Em entrevista publicada na revista Isto É, o físico brasileiro Marcelo Gleiser, radicado nos Estados Unidos, faz afirmações peremptórias, como se o tema estivesse totalmente resolvido.

Segundo ele "sabemos que a alma não existe e o cérebro é complexo". Ele embasa tão definitiva afirmativa, com frases como "Histórias de espiritismo, de vida após a morte e as várias versões das religiões para isso são mecanismos que criamos para lidar com nosso problema mais fundamental que é a mortalidade."

Sabemos que cientistas principalmente ligados as áreas da física, da química e da genética, embalados pelos sucessos conseguidos até agora, procuram encontrar no organismo físico não apenas o entendimento dos processos vitais, mas também a base e a localização, no cérebro, da capacidade de pensar, amar, sentir do ser humano, eliminando a possibilidade de existir uma alma, o Espírito.

As pesquisas até agora divulgadas são periféricas e tendenciosas, a partir de premissas circunstanciais e que excluem qualquer parte espiritual no ser humano.

A alma existe e é imortal, podemos dizer baseados em pesquisas e investigações que, saindo fora do círculo acadêmico e sofrendo o repúdio dos cientistas, continuam consideradas meros exercícios místicos.

A continuação das pesquisas levará fatalmente a essa verdade.

Notícias - Da Redação

Depressão

Muito elucidado o artigo do Jaci Regis sobre a depressão, publicado na página 3 do jornal ABERTURA de setembro. Em razão, podemos xerografá-lo e ofertá-lo a algumas pessoas com esse problema, em atendimento fraterno?

Há algum incoveniente em repassar o citado artigo a essas pessoas como forma de auto ajudá-las na conscientização do problema?

Grato

Marco Antonio

A Reprodução é livre, desde que mencionada a fonte.

Selo em homenagem ao bicentenário de Allan Kardec

O selo apresenta, à direita, a logomarca internacionalmente utilizada nas comemorações do Bicentenário de Nascimento de Allan Kardec. Esta logomarca focaliza um busto em cobre, localizado no túmulo de Kardec, em Paris, e a cepa da videira, elemento presente em sua obra, cuja nobreza é representada pela faixa amarela dourada que contorna a efígie. À esquerda, e na parte inferior, as cores verde e amarelo, tendo sobreposta a assinatura de Allan Kardec, simbolizam o Brasil, onde o Espiritismo criou as mais profundas raízes. O lema "Trabalho, Solidariedade e Tolerância" foi a bandeira que conduziu sua vida.

Outras...

A FEB lançou um DVD sob o título O Espiritismo de Kardec aos dias de hoje, com legendas em oito idiomas. O DVD foi produzido pela Versátil Home Vídeo. O DVD além de uma visão geral sobre os princípios básicos da Doutrina Espírita, traz entrevistas de Nestor Masotti presidente da FEB e Roger Perez, presidente da União Espírita Francesa e Francofônica. Pedidos pelo telefone (11) 3670 1967 ou pelo e-mail vendas@dvdversatil.com.br

No 4º Congresso Espírita Mundial, promovido pela FEB/CIE em Paris, de 2 a 5 de outubro, o médium Divaldo Pereira Franco recebeu, em francês, escrita de traz para frente, uma mensagem assinada por Leon Denis, com o título Reconhecimento a Allan Kardec. Eis a íntegra da mensagem, traduzida: "No mesmo ano em que Napoleão Bonaparte foi consagrado Imperador dos franceses, Hippolyte Leon Denizard Rivail nasceu em Lyon em 3 de outubro de 1804. Transferido da fogueira de Constança em 6 de julho de 1415 para os dias gloriosos da intelectualidade de Paris, Kardec dedicou-se ao apostolado da Doutrina ensinada e pregada por Jesus. Sua vida e sua obra testemunham sua grandeza – Missionário da Verdade! Nós, os beneficiários de vossa sabedoria, agradecemos, emocionados, e pedimos humildemente por nós, vós que já estais no Reino dos Céus".

Presidindo a reunião especial da Câmara dos Deputados, em Brasília, homenageando o Bicentenário de Allan Kardec, o deputado Luiz Bassuma teria ficado mediunizado, transmitindo uma mensagem que supõe ser de Francisco Cândido Xavier. Estas palavras foram publicadas na revista Veja, 3 de novembro, 2004, "Agradecemos profundamente a todos os espíritos que nos acompanham para que, no fim da jornada, possamos estar de volta ao mundo dos espíritos e dizer: valeu a pena."

Desvantagens no estudo da Doutrina ? - Imprensa Espírita

"Ninguém em sã consciência pode admitir que o estudo da Doutrina Espírita é somente para o interessado se encher de conhecimentos a fim de aumentar a sua bagagem cultural. Longe disso! Se alguém pensa assim, está completamente errado e se comprometendo, pois um dia vai ouvir a voz da própria consciência a lhe perguntar "O que fizeste com o conhecimento da doutrina de Jesus?" (...) "Não queremos com isso desanimar a quem quer que seja com respeito ao estudo espírita.(...) "por outro lado, também passar o resto da vida num centro só estudando não é nada bom, pois o conhecimento sozinho pode complicar a vida do médium (A fé sem obras é morta) assim sendo, manda o bom senso que o conhecimento sempre esteja de mãos dadas com o trabalho. (Trechos do artigo As Vantagens e as Desvantagens do Estudo não Aplicado, de autoria de João B. Bonani, mensário O Espírita, de outubro de 2004, editado em Taubaté, SP).

Allan Kardec acentuou a necessidade do conhecimento da doutrina como base para a apropriação de sua proposta. No caso, parece que o autor relaciona o estudo da doutrina "com a de Jesus" que não é certamente a mesma coisa. O estudo do Espiritismo é abrangente, amplo, descortina um cenário mental aberto, liberto. Engloba, mas não se restringe à doutrina de Jesus de Nazaré. Não parece razoável que o aumento do conhecimento comprometa a pessoa, ao contrário. A moralização que o autor pretende é conseqüência da boa compreensão da doutrina na sua globalidade. Pretender uma evolução moral à base de exercícios mentais ou disciplina ascética, é contra producente. Encontramos O Livro dos Espíritos considerações a respeito do processo intelectual e moral.

780 – O progresso moral acompanha sempre o progresso intelectual?

Decorre deste, mas nem sempre o segue imediatamente.

a) Como pode o progresso intelectual engendrar o progresso moral?

Fazendo compreensíveis o bem e o mal. O homem desde então, pode escolher.

O desenvolvimento do livre-arbítrio acompanha o da inteligência e aumenta a responsabilidade dos autos.

Existe uma falsa interpretação do ensino do Espiritismo como se fosse uma catequese moral, destinada a disciplinar a vida das pessoas. A utilidade, a produtividade da vida decorrem da construção de uma nova mentalidade e do conhecimento da verdade.

O Espetáculo Democrático - Problemas Sociais e Políticos

A realização das eleições municipais em todo o país, foi uma demonstração de maturidade democrática. O exercício da cidadania requer a participação ativa nas decisões da comunidade. As eleições são mecanismo de igualdade, pois o voto de cada um, independente de sua condição social, pessoal, sexual, tem o mesmo valor.

Por outro lado, o regime democrático, quaisquer que sejam suas deficiências, permite o uso da liberdade, que é condição fundamental, sem a qual não pode o Espírito crescer. Todo o embaraço que se colocar no livre expresso do pensamento. Segundo O Livro dos Espíritos "A liberdade de consciência, é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso"(837).

Alem disso, o progresso da legislação humana tem sido constante e isso é fruto da inevitável pressão do progresso, que caracteriza o ser humano, somente existente em sociedade democrática, com liberdade de pensamento sem fronteiras.

Sob o ponto de vista espírita, qualquer regime político que pregue a coerção do pensamento, que perpetue no poder uma casta, uma pessoa ou grupo é contrário às leis do progresso, da igualdade e da liberdade.

Ás vezes se lamenta a eleição de personalidades marcantemente desequilibradas, desonestas e carismáticamente desviadas. Entretanto, a renovação periódicas dos governantes tem servido para eliminar do quadro político essas personalidades pervertidas no egoísmo.

Como qualquer movimento, o espírita também tem suas bases políticas e não é raro ver a cisão de grupos e comunidades, devido a luta pelo poder. Em algumas ocasiões essa divisão beneficia o próprio grupo, porque o liberta da ditadura de médiuns, dirigentes e Espíritos, contaminados pelo desejo de poder.

Não foi por outra razão que Allan Kardec sempre batia na mesma tecla "a nobreza obriga" , isto é, se um Grupo se intitulada de "Paz e Amor", "Unidos pelo Amor a Deus", "Humildade e Caridade", "Missionários da Luz" e mesmo "Allan Kardec", deveria trabalhar sob a égide de seus lemas, para que não sejam meras frases sem alma.

O espírito liberal que o Espiritismo estabeleceu na essência de seu ensinamento, deveria desenvolver a capacidade de aceitação das diferenças e examinar com critério positivo as necessidades humanas, depois que caiu o poder das religiões de estabelecer o certo e o errado. Agora, as pressões de pessoas e grupos devem ser analisadas com cuidado, mas com boa vontade, libertando a sociedade de certas premissas que foram corroídas pelo tempo e pelo progresso porque não têm base na Lei Natural.

O poder público, caracterizado pela Judiciário, pelo Legislativo e pelo Executivo, na composição política brasileira, é o canal pelo qual a sociedade discute e renova leis, costumes e perspectivas.

A severa fiscalização do cidadão, é instrumento de controle de todo esse sistema juridico-político.

Opinião em Tópicos (Depoimento do Presidente da CEPA) - Milton R. Medran Moreira

Milton Medran Moreira, presidente da CEPA, prestou ao ABERTURA amplo depoimento acerca do trabalho da entidade. Publicamos abaixo trechos desse depoimento.

Quais os avanços obtidos para o reconhecimento do valor da CEPA?

A CEPA vive, de uns anos para cá, um lento mas firme processo de reconhecimento de que é uma instituição que abriga um segmento diferenciado do movimento espírita. Isso precisou ser reconhecido, inicialmente, no âmbito interno da CEPA. Quando se havia passado meio século desde a sua fundação e de seus esforços em prol da unificação do movimento espírita pan-americano, começou a se fazer clara a impossibilidade desse intento dentro de um movimento de visões e posturas díspares, muitas das quais muito distantes dos parâmetros kardecianos. Mesmo porque, na história da CEPA, os amplos segmentos evangélico-espíritas sempre se mantiveram doutrinaria e institucionalmente distantes da CEPA, obstaculizando a união que, na visão da CEPA, deveria ter como base única os aspectos essenciais do espiritismo. Mais recentemente, há cerca de 10 anos, esses mesmos segmentos resolveram estruturar um órgão internacional presumivelmente unificador, sob padrões que se afastam da visão laica e livre-pensadora de espiritismo defendida historicamente pela Confederação Espírita Pan-Americana. Se a intenção era acabar com a CEPA, o objetivo não foi atingido. Foi justamente esse episódio que permitiu à CEPA melhor sedimentar seu perfil institucional. Para quem não conhece a história da CEPA (e no Brasil ela é muito pouco conhecida) pode parecer que se trata de um movimento dissidente, quando, na verdade, ela representa o primeiro e único esforço que se fez, na América, para congregar o movimento espírita continental. Sua condição genuinamente espírita e essa sua vocação de promover a união precisa ser assimilada e reconhecida pelo movimento espírita em geral, principalmente no Brasil. Pouco a pouco, se obtém isso, especialmente entre lideranças mais esclarecidas. Nos dois mandatos de Jon Aizpúrua, que me antecedeu na presidência, a CEPA, cautelosa, vagarosa, mas firmemente, iniciou uma saudável interlocução com amplos setores do movimento espírita visando mostrar a essencialidade espírita de suas posições e sua histórica legitimidade de representação do movimento espírita pan-americano. Com este meu primeiro mandato, foi possível avançar um pouco nesse intento.

Na sua visão, a posição da CEPA, relativamente aos aspectos do Espiritismo ganharam pontos positivos?

Penso que sim. E destaco que muitas posições da CEPA, antes rechaçadas pelo movimento religioso, pouco a pouco passam também a ser bandeiras desses mesmos segmentos que antes as recusavam. A CEPA vê isso com alegria, porque muito mais do que seu próprio crescimento institucional, ela quer e luta por um movimento espírita melhor qualificado e mais fiel às propostas originárias de Kardec. A união que todos desejamos tem que ter como pressuposto uma firme base doutrinária. Sem essa base e sem essa união, não se pode falar em unificação.

O Jornalista Allan Kardec - Da Redação

No dia 15 de novembro de 1856, portanto há 148 anos, Allan Kardec dialogou com um Espírito, através da médium Ermance Dufaux, sobre sua idéia de publicar um jornal espírita. Ele estava preocupado, dado o sucesso de O Livro dos Espíritos, que alguém tomasse iniciativa.

O Espírito dá sua opinião e Kardec, 45 dias depois, lançou a 1º de janeiro de 1858, a Revista Espírita que redigiu até sua desencarnação, em 31 de março de 1869, deixando, contudo, já pronta a edição de abril daquele ano..

Estava iniciada a imprensa espírita e nosso primeiro jornalista foi, pois, Allan Kardec.

O jornalista Allan Kardec deu à Revista Espírita uma desenvoltura temática e não hesitou em polemizar, em criticar, comentar e produzir textos de elevado sentido moral, não moralista, dando uma certa abertura ao mensário.

Pesquisando os textos da Revista, ao longo de sua existência, podemos ter uma amostra de como o jornalista Allan Kardec praticava um jornalismo dinâmico, pluralista, embora comprometido com a propaganda de suas idéias.

POLÊMICA

Na edição de novembro de 1858, Kardec aborda a questão da polêmica. Se diz que não se envolvia em polêmicas que "pode degenerar em personalismo", todavia, afirma que havia uma polêmica "ante a qual jamais recuaremos". Essa polêmica é a que ele chamou de "polêmica útil". Pois, acrescenta, "podemos pensar de modo diverso sem diminuirmos a estima recíproca. Afinal de contas, o que buscamos todos nessa palpitante e fecunda questão do Espiritismo? A de nos esclarecermos. Antes de mais nada buscamos a luz, venha de onde vier.".

Cremos que se fosse possível esperar bom senso e uma visão não fechada da imprensa espírita, essa seria a diretriz a seguir.

ABADE CHESNEL

Uma das polêmicas mais interessantes que Kardec fez foi a refutação das questões levantadas pelo Abade Chesnel. Ela começou na edição da Revista de maio de 1856, na qual refuta o artigo do Abade, na edição de 13 de abril de 1859, no jornal "L´univers", mostrando que ele era bastante atualizado. .Dedica onze páginas da edição ao assunto. Essa refutação é histórica, pois nela Kardec estabelece as normas que seguiu até o fim. Trechos como os seguintes são clássicos: "Assim, pois, o Espiritismo se fundamenta em princípios gerais independentes de toda a questão dogmática. É verdade que tem conseqüências morais, como todas as ciências filosóficas. Suas conseqüências são no sentido do cristianismo, porque é este, de todas as doutrinas, é a mais esclarecida, a mais pura, razão porque de todas as seitas religiosas do mundo, são as cristã as mais aptas a compreendê-lo em sua verdadeira essência. O Espiritismo não é, pois, uma religião. Do contrário teria seu culto, seus templos seus ministros. Sem dúvida cada um pode transformar suas opiniões numa religião, interpretar à vontade, as religiões conhecidas, mas daí a constituição de uma nova igreja há uma grande distância e penso que seria imprudência seguir essa idéia". E, adiante, ao comentar a forma calma, respeitosa e o uso de nome de Deus nas sessões mediúnicas, faz o comentário clássico,"Que prova isso. Que não somos ateus. Mas de modo algum implica que sejamos uma religião".

Na edição de julho de 1859, Kardec volta ao Abade. O jornal "L´Univers" publicou o artigo de Kardec refutando ao Abade e este faz uma réplica. Kardec critica a mudança da urbanidade do autor e diz que nada pode acrescentar ao que já tinha dito. "O Abade Chesnel se esforça sempre por provar que o Espiritismo, é, deve ser e não pode deixar de ser uma religião nova porque dele decorre uma filosofia e porque nele nos ocupamos da constituição física e moral dos mundos." Kardec ironiza o propósito de Abade de desviar o Espiritismo de seu curso "já que nos gratificais com o título de sumo-sacerdote dessa religião, honra de que, realmente eu não suspeitava".

Os espíritas que transformaram o Espiritismo numa religião têm, por certo, o Abade Chesnel por ídolo.

POLÊMICA ENTRE VÁRIOS ESPÍRITOS

Na edição de setembro de 1861, a Revista publica na íntegra, a polêmica havida entre vários Espíritos. O assunto é aberto com o seguinte texto e Kardec. "Na sessão da Sociedade (Parisiense de Estudos Espíritas) de 19 de julho último, o Espírito de Lamennais deu espontaneamente a dissertação que segue, sobre o aforismo de Buffon: O Estilo é o Homem, por intermédio do médium Sr. A. Diddier. Julgando-se atacado, Buffon replicou alguns dias depois, por intermédio do Sr. D´Ambel. Depois, sucessivamente, o Visconde Delaunay (pela Sra. Delphine de Girardin), Bernardin de Saint-Pierr e outros entraram na liça. É essa polêmica tão curiosa quanto instrutiva, que reproduzimos na íntegra, Notar-se-á que nem foi provocada nem premeditada e que cada Espírito veio espontaneamente dela participar, Lamennais abriu a discussão e os outros o seguiram".

Com a sacralização dos médiuns, a chamada mediuncracia, que domina o Espiritismo brasileiro isso nem seria pensável.

EU, FUNDADOR

Na edição de dezembro de 1861, Kardec ocupa praticamente metade do espaço da Revista para minudenciar a Organização do Espiritismo. Importa, neste estudo, ressaltar a última parte desse trabalho. "Para denegrir, disseram que queríamos fazer escola no Espiritismo. E, por que não teríamos esse direito? O Sr. De Mirville não tentou fundar uma escola demoníaca? Por que seríamos obrigados a seguir a reboque deste ou daquele? Não temos o direito de ter uma opinião? Formulá-la, publicá-la e proclama-la? Se ela encontra tão numerosos aderentes, é que, aparentemente, não a julgam destituída de senso comum. É culpa nossa, aos olhos de certa gente, se não nos perdoam por havermos chegado primeiro que ele e, sobretudo, haver triunfado? Que haja, pois, uma escola, já que assim querem. Para nós será uma glória escrever em sua fachada: Escola do Espiritismo Moral, Filosófico e Cristão. E convidamos todos os que têm por divisa amor e caridade. A todos que se ligam a essa bandeira, todas as nossas simpatias e o nosso concurso jamais faltará.

PERSEGUIÇÕES E DESPREZO

Kardec insere na edição de setembro de 1862, discursos proferidos por espíritas de Bordeaux, durante a inauguração de um grupo espírita e relata perseguições desencadeadas contra os espíritas pela igreja católica. Respondendo ao convite dos espíritas de Lion diz ele "Amigos,, minha alegria é grande ao ver a família crescer a olhos vistos: é a mais eloqüente resposta aos tolos e ignóbeis ataques ao Espiritismo. Parece que tal crescimento lhes aumenta o furor, porque hoje mesmo recebi uma carta de Lyon, anunciando a remessa de um jornal dessa cidade, La France Littérate, no qual a doutrina em geral em minhas obras em particular, são agredidas de maneira tão desagradável que me consultam se devem responder pela imprensa ou pelos tribunais. Digo que a resposta dever ser o desprezo.".

A GRANDE CRUZADA CONTRA O ESPIRITISMO

Na edição de março de 1863, Kardec diz "Neste momento, há uma verdadeira cruzada contra o Espiritismo como havia sido anunciada. De vários pontos assinalam-se escritos, discursos e até atos de violência e de intolerância. Todos os espíritas devem alegra-se, porque é prova evidente que o Espiritismo não é uma quimera. Fariam tanto barulho por causa de uma mosca que voa?" As ponderações são longas. "Mas em seguida, sob o título "Falsos irmãos e amigos ineptos", afirma que se nada pode parar o Espiritismo; ‘há circunstâncias que podem determinar entraves parciais, como uma pequena barragem pode desacelerar o curso de um rio, sem o impedir de correr". Comenta a seguir "Entre as inabilidades colocam-se em primeira linha as publicações intempestivas ou excêntricas, por serem fatos de maior repercussão. Nenhum espírita ignora que os Espíritos estão longe de possuir a ciência suprema; muitos dentre eles sabem menos que certos homens e, como certos homens também, tema pretensão de saber tudo (..) Tais publicações têm inconvenientes muitos graves, porque o próprio médium, enganado, seduzido muitas vezes por um nome apócrifo, se dá como coisas sérias e a crítica se apodera delas para denegrir o Espiritismo...".

O comentário do fundador da doutrina parece bastante atual.

DISCORDÂNCIA COM ROUSTAING

Ma edição de junho de 1866, Allan Kardec assinala o aparecimento de Os Quatro Evangelhos, em três tomos, lançado por J.B. Roustaing. "O autor dessa nova obra julgou dever seguir um outro caminho. (...) Dissemos que o livro do Sr. Roustaing não se afasta dos princípios do Livro dos Espíritos e dos Médiuns. Nossas observações são feitas sobre a aplicação desses mesmos princípios à interpretação de certos fatos. É assim, por exemplo, que dá ao Cristo, em vez de um corpo carnal, um corpo fluídico concretizado com todas as aparências da materialidade e de fato um agenere. (..) Sem nos pronunciarmos pró ou contra essa teoria, diremos que ela é, pelos menos hipotética e que se um dia fosse reconhecida errada, em falta de base todo o edifício desabaria"(..) Achamos que certas partes são desenvolvidas muito extensamente, sem proveito para a clareza. A nosso ver, se, limitando-se ao estritamente necessário, a obra poderia ter sido reduzida a dois ou a mesmo a um só volume e teria ganho em popularidade.

CONCLUSÃO

Esses trechos foram escolhidos aleatoriamente, consultando o Índice Geral Remissivo, editado pela Edicel. São fragmentos de um maravilhoso conjunto de idéias, polêmicas, reclamações, ataques e refutações que durante todo o tempo em que Allan Kardec redigiu e editou a Revista Espírita marcaram sua vida e do desenvolvimento do Espiritismo.

A imprensa espírita atual, com raríssimas exceções, nada tem em comum com a diretrizes deixada pelo fundador da doutrina. Enquanto o jornalismo, pela sua essência, procura o dinamismos das idéias contraditórias, os jornais e revistas espíritas no Brasil, são tipicamente veículos religiosos e como tal, voltados para a propaganda e a evangelização. A linha editorial refuga o questionamento, a contradição e as diferenças, o que seria normal se o Espiritismo brasileiro fosse kardecista. Ao contrário, procura a uniformidade de idéias. Serve como veículo de repetição das mesmas verdades, nem sempre tão verdadeiras.

842 Milhões de famintos no Mundo - Mundo Atual

Relatório das Nações Unidas mostra que existem 842 milhões de pessoas em condições de subnutrição em todo o mundo. Esse número é extremamente alarmante. Segundo a ONU, o mundo conta com alimentos em quantidade suficiente para nutrir duas vezes a população da Terra. Mesmo assim, uma criança com menos de 5 anos morre a cada 5 segundos no planeta com doenças relacionadas à falta de alimento.

No Brasil, 47 milhões de pessoas estão abaixo da linha da miséria. Outros países onde a fome é degradante da dignidade humana são Indonésia, Nigéria e Índia. Mas em toda a América Latina, nos países africanos grande quantidade de pessoas, principalmente crianças padecem de subnutrição e se expõem a doenças fatais.

Infelizmente o relatório da ONU diz que a fome está aumentando e vai matar mais que todas as guerras em 2004.

O problema da fome foi tratado por Allan Kardec já no Livro dos Espíritos. Na questão 930, está a resposta lapidar "Numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo ninguém deve morrer de fome". Certamente muitos dos países onde a fome grassa não estão sob a égide da doutrina de Jesus, mas isso não parece significante.

A solidariedade humana deve pairar acima de quaisquer preconceitos e fanatismo religioso. Infelizmente, como no Sudão, em guerra de limpeza étnica, milhões morrem de fome porque as forças em luta impedem que o auxílio internacional chegue até os famintos.

Na Revista Espírita de maio de 1868, Kardec publica notas sobre a fome na Argélia. Naquele ano a população argelina de origem local estava sob o flagelo da fome. Apenas a elite européia que ali administrava colonialmente o país, havia se abastecido e prevenido de modo que se furtava da fome.

Segundo o relato do Sr. Dumas, assinante da Revista, em Setif, "Apenas se tinham feito sentir os primeiros rigores do inverso, vê-se à nossa porta os árabes morrerem de fome, chorando de fome e de frio, implorando a comiseração pública, disputando à voracidade dos cães alguns restos atirados com as imundices da via pública".

Esse trágico relato feito há 136 anos, continua tão presente nos dias atuais, num mundo que modernizou e se alargou, mas continua com um déficit alimentar e um contingente de miseráveis de quase um bilhão entre os seis bilhões de habitantes deste planeta.

No Brasil, o atual governo federal lançou o programa Fome Zero, que, todavia, ainda encontra muitas dificuldades e é uma medida paliativa, necessária sem dúvida, como as campanhas que se fazem pela caridade e pela solidariedade mundial.

Somente a mudança dos parâmetros econômicos e morais poderá resolver definitivamente a questão.

Vários fatores intervêm nesse flagelo, incluindo o fanatismo religioso, mas sem dúvida, continua presente o egoísmo pessoal nacional, grupal. Que impede a justa distribuição da riqueza produzida, ao lado de tradições e métodos de vidas ultrapassados, mas mantidos.

Analisando o comentário do Sr. Dumas, Allan Kardec escreve "Deve acusar-se a Providência por todas essas misérias? Não, mas a ignorância, a incúria, conseqüência da ignorância, o egoísmo, o orgulho e as paixões dos homens.

Hoje certamente ninguém culpa Deus pelos flagelos da fome, senão à corrupção dos governantes, ao egoísmo generalizado, a ignorância e o atraso tecnológico. Mas todos concordam que é um absurdo haver alimentos em abundância, como diz a ONU e sua distribuição ser prejudicada por fatores burocráticos, guerras e conflitos que privam as pessoas do necessário.

Em toda a África e na Palestina, multiplicam-se os campos de refugiados de guerras, rebeliões e assassinatos tribais e étnicos, sem que se tenha, em curto prazo, uma solução capaz de superar toda essa miséria.

Mundo Paranormal: Institut für Grenzgebiete der Psychologie und Psychohygiene - Marcelo Coimbra Régis

Localizado na cidade de Freiburg, Alemanha, o IGPP foi fundado em 1950 pelo físico e psicólogo Prof. Hans Bender (1907-1991). O instituto é uma organização sem fins lucrativos e é mantido por uma fundação privada.

O instituto está engajado na pesquisa interdisciplinar dos fenômenos ditos anômalos ou paranormais tais como percepção extra-sensorial, estados alterados da consciência, psicocinésia, etc. O instituto tem como missão melhorar o entendimento e compreensão das relações mente-matéria, sob o enfoque das ciências naturais, sociais e humanas.

Além de se dedicar às pesquisas, o IGPP oferece também serviço de apoio às pessoas que tenham passado por experiências paranormais e possui extensa biblioteca, cobrindo todas as áreas da parapsicologia.

Atualmente 20 pesquisadores compõem o staff do instituto. O IGPP é organizado em 4 departamentos de pesquisa e duas unidades de serviços a saber:

Departamentos de Pesquisa

Estudos históricos e culturais: realiza análise histórica dos conceitos chaves para o entendimento das relações mente-matéria, análise dos relatos de experiências paranormais no seu contexto histórico, sociológico e psicológico. Psicofísica empírica e analítica: dedica-se ao estudo experimental da fisiologia dos estados alterados da consciência. Estudos culturais e pesquisas sociais: dedica-se ao estudo das experiências individuais e coletivas ligadas ao ocultismo, esoterismo, magia e teorias alternativas. Teoria e Analise de dados: tem como missão analisar e interpretar os resultados empíricos das pesquisas mente-matéria.

Unidades de Serviços

Arquivos e Biblioteca. Aconselhamento e informação: oferece aconselhamento e informação grátis às pessoas que passaram por experiências paranormais.

O instituto mantém estreita colaboração científica com diversas universidades e institutos de pesquisa. Membros do IGPP lecionam na Universidade de Freiburg, ministrando cursos e supervisionado trabalhos de mestrado e doutorado. O IGPP realiza regularmente seminários, workshops e conferências e suas atividades são avaliadas regularmente por um conselho científico independente.

Para saber mais: Visite o site: http://www.igpp.de/english/welcome.htm

Abrindo a Mente - Alexandre Cardia Machado

1.Quem foi Herculano Pires?

Herculano foi o maior defensor do Espiritismo nas décadas de 70 e 80, debateu diversas vezes com detratores do Espiritismo principalmente com o Padre Quevedo. Autor de Livros como Agonia das Religiões e o Espirito e o Tempo que são obras primas. Lutou muito contra o igreijismo e contra o Roustanguismo. Escrevendo sobre quase tudo, Parapsicologia, Centro Espírita, Educação, Filosofia sua área forte, a Mediunidade, o Amor. Herculano acreditava em um Espiritismo ético, religioso enquanto ligação direta com Deus. Era Jornalista dos Diários Associados. Considerado por Humberto Mariotti que chegou a escrever um livro chamado. Herculano Pires: Filósofo e Poeta como sendo capaz de ver o mundo com uma profundidade metafísica. Vou me fixar em O Espírito e o Tempo por ser um livro fascinante, uma verdadeira viajem no tempo necessária para entendermos a Mediunidade.

Para abrir mais a sua mente leia: O Espírito e o Tempo – Introdução Antropológica ao Espírito – J. Herculano Pires – Coleção Científica EDICEL SP -1964.

2.Como são mantidas as construções no plano Espiritual?

André Luiz no livro "Nosso Lar" explica que as construções são mantidas pela força do pensamento, sendo necessárias à manutenção de um ambiente semelhante ao do mundo físico numa fase de transição a que estamos sujeitos pelo nosso adiantamento moral. Isto existe em cidades espirituais onde existe organização ordem e disciplina, não sendo uma regra geral para o plano espiritual, existem várias regiões onde o pensamento descontrolado cria, mesmo sem saber um ambiente bastante sombrio como no Umbral.

No caso do Nosso Lar existem espíritos especializados na manutenção destas construções que para seus habitantes tem todas as características físicas que estamos acostumados, como resistência, cor, janelas etc. Interessante ler "organização de serviços" capítulo específico sobre isto no referido livro.

Para abrir mais a sua mente leia: Nosso Lar – de André Luiz – Psicografado por Francisco Candido Xavier. FEB 1944.

Entrevista com Raul Dubrich: "O Tempo mostrará os frutos deste Congresso" - Da Redação

Raul Dubrich, espírita argentino, radicado na cidade de Rafaela, Província de Santa Fé, é diretor e participa ativamente, desde a infância, da comunidade do Centro Espiritismo Verdade, tradicional instituição espírita daquela cidade, que reúne um grupo de espíritas ativos e dinâmicos. Dali, desse baluarte doutrinário argentino, tem saído importantes dirigentes da CEPA, com contribuições de repercussão internacional.

Eleito presidente da Comissão Organizadora do XIX Congresso Espírita Panamericano, que foi realizado em Rafaela de 8 a 12 de setembro último, Raul coordenou uma grande equipe que transformou o evento num sucesso reconhecido e sobre por qual publicamos depoimentos na edição passada.

Raul Dubrich atendeu ao ABERTURA, em entrevista via Internet.

Como foi a responsabilidade de organizar um Congresso Internacional?

Desde o primeiro momento sabíamos que a responsabilidade era muito grande, mas a experiência de muitos companheiros e a criação de uma grande equipe de trabalho tornaram essa tarefa algo muito prazeroso e motivador. Recebemos desde o primeiro momento todo o apoio de nossa instituição, do CREAR e da CEPA e isso também propiciou um marco de trabalho muito harmonioso que sempre facilita as coisas

Que momentos foram mais difíceis?

Sem qualquer dúvida, os momentos mais preocupantes são aqueles dias que antecedem a chegada das delegações estrangeiras .Ali, o cuidado para que tudo ocorra coordenadamente foi muito grande. A inestimável colaboração de nossos companheiros de Buenos Aires, Fernando Novelo e Antonio Bruni, fez que em sua grande maioria, as delegações fossem recebidas e acompanhadas em suas chegadas a nosso país e sua viagem a Rafaela .Quando todos estavam em nossa cidade começou o alívio..

Qual a reação da comunidade espírita de Rafaela diante desse evento?

A colaboração da comunidade espírita foi total. Ao longo de um ano e meio de trabalho, mais de 100 pessoas do Espiritismo Verdadero trabalharam com esmero e responsabilidade, com uma renúncia generosa para preparar um evento que satisfizesse as expectativa de nossos visitantes. Um reconhecimento especial para os dirigentes dessa instituição que aderiram sem restrições utilizando todos os meios organizacionais, doutrinários e econômicos para o XIX Congresso.


Como você analisa o conteúdo dos trabalhos e das discussões no Congresso?

O nível dos trabalhos apresentados satisfez amplamente o esperado. Implementamos, antecipadamente ao evento, um sistema de avaliação de trabalhos, realizado via e-mail, recolhendo as opiniões de varias pessoas sobre um trabalho. Realmente, fomos surpreendidos pelas avaliações elogiosas de todos os trabalhos que foram colocados em consideração, destacando que nenhum deles foi objetado para sua publicação.

A utilização do sistema de multimídia de apresentação de temas ajudou também a compreensão dos mesmos em dois idiomas e exaltar o trabalho intelectual dos oradores. Em breve lançaremos um CD que conterá todos os autores, onde poder-se-á constatar a qualidade e a quantidade de temas abordados

Que emoções ficaram do Congresso?

Ficaram muitas emoções e recordações, permanentes e inesquecíveis. A chegada das delegações a Rafaela, vê-los entrar no Espiritismo Verdadero, sentados em nossas salas, todos felizes, irmanados no mesmo ideal. Tudo aquilo que alguma vez imaginamos tornado realidade. Realmente foi algo incrível.

Pessoalmente, a Cerimônia de Encerramento foi algo que creio que nos dominou emocionalmente a todos. Foi o ponto culminante de cinco dias de felicidade, harmonia, amizade, conhecimento. Nesse momento houve um clima tão espiritual, tão cálido que todos nos vimos envolvidos numa emoção incontida. Certamente será inovildavel.

Quais as repercussões do Congresso para o futuro da CEPA?

O tempo mostrará os frutos deste Congresso. É difícil predizer o futuro, mas se algo ficou demonstrado é que o Espiritismo tem vida e dinâmica com, muita boa saúde. Existem muitas pessoas com muita força, com conhecimento e vontade que unidas em um projeto comum podem gerar fatos com o vivido em Rafaela e, seguramente, muito melhores. A renovação do estatuto estabelecida também propiciará uma maior participação e um âmbito pluralista de caráter original em uma organização espírita. Quero agradecer ao Abertura e a Jaci, pela difusão generosa dada ao Congresso e pela disposição a colaborar permanente com o movimento espírita americano.

O Horror da Morte - Da Redação

No dia 27 de outubro, em pleno jogo, o zagueiro Serginho, do São Caetano, de repente, cai no chão. A cena podia ser trivial, pois numa partida de futebol, jogadores caem a toda a hora. Entretanto, o jogador simplesmente caiu e morreu praticamente na hora. Verificou-se que ele sofria de um problema no coração.

A morte súbita do atleta "ao vivo", como comenta uma revista, pois foi documentada e acompanhada pela televisão, deixou traumas em seus colegas, no público presente ao estádio e aos telespectadores.

A morte sempre deixa seqüelas na memória e no sentimento das pessoas.

O fato repercutiu intensamente gerando desencontrados comentários, acusações e defesas.

Por que a morte súbita do jogador causou tanta tristeza e trauma? Não deveríamos estar acostumados com a morte, a mais certa de todas as certezas da vida corpórea?

Entretanto, não nos acostumamos com a morte. Ela é um corte brutal no processo da vida.

Seja súbita, brutal ou não, tenha sido causada pelas doenças ou nos acidentes de trânsito, a morte é sempre dolorosa. E a dor arrebata tanto quando vemos um pai, uma mãe, um parente ou amigo já bastante idoso partir, ou uma criança, um jovem morrer.

Na mesma hora em que Serginho morreu, provavelmente, em Bagdá, no Iraque, um carro bomba explodiu e matou dezenas de pessoas ou, dias depois, um adolescente de dezesseis anos, entra num mercado em Israel e detona explosivos que traz amarrado ao corpo, suicidando-se com o fim de matar outras pessoas, em nome de uma causa fanática. Ou alguém morrendo suavemente no seu leito.

A morte é a mostra da fragilidade da vida humana.

O ESPIRITISMO E A MORTE

Allan Kardec afirmou "Instintivamente o homem tem horror à morte; e havemos de convir que o desejo de não morrer inteiramente é muito natural. Pode-se dizer que tal fraqueza é geral. Ora, como sobreviver ao corpo, se não possuirmos esse maravilhoso que se chama alma?" (Revista Espírita, dezembro de 1869, pagina388, edição brasileira, Edicel).

Por isso a busca da imortalidade é ancestral.

O Espiritismo provando, experimentalmente, a existência da alma, que as correntes espiritualistas presumiam existir, abriu novas perspectivas para a persistência da vida após a morte do corpo.

Ele estabelece uma perfeita sinergia entre duas realidades: o Espírito imortal e o corpo mortal. A união simbiótica do Ser Inteligente com o corpo, sintetizando a união geral da vida universal no microcosmo pessoal e humano, estabelece uma nova visão do próprio homem e da vida.

Dentro dessa visão a morte, tanto quanto o nascimento corporal, são fenômenos claramente estabelecidos no jogo evolutivo.

A imortalidade apregoada pelas religiões espiritualistas é definida como a persistência do ser em situação absolutamente estabelecida.

A imortalidade proposta pelo Espiritismo mostra a existência do Espírito no processo evolutivo. A extensão da proposta kardecista coloca a vida terrena como elo de uma cadeia cujo objetivo é o aprimoramento do ser. Essa visão, nem sempre bem absorvida, elimina os estreitos liames moralistas da vida.

Para o Espiritismo realmente kardecista, não existe uma predeterminação específica entre pecado e vida, entre sofrimento e pagamento de dívidas para com Deus. A vida corpórea é um instrumento temporário, mas básico, para o progresso do Ser. Sofrimento e confronto, conflito e desequilíbrios, fazem parte do conjunto das realidades espirituais.

Ou seja, a vida corpórea é seqüência da vida espiritual.

Allan Kardec, ao tomar contato com os fenômenos mediúnicos, não quis ocupar-se dos assuntos mesquinhos sobre saúde, futuro e vida pessoal, que são corriqueiros no comércio mediúnico banalizado, mas vislumbrou "naqueles fenômenos a chave dos problemas do passado e do futuro da humanidade".

A prova da imortalidade, para o Espiritismo, é uma questão básica para compreender a vida e a trajetória da humanidade.

Um correspondente de Kardec, que vivia na Ilha Maurícia onde grassava uma epidemia, escreveu: "Quantas angústias, quantos tormentos são poupados aos que encaram a morte como uma transformação de seu ser, uma transição instantânea, sem interrupção da vida espiritual! Espera a partida com serenidade, porque sabem para onde vão e o que serão; o que lhes aumenta a tranqüilidade é a certeza, não só de reencontrar os que lhe foram caros, mas de não ficarem separados dos que ficam após eles. O que causa as apreensões da morte é o desconhecido. Ora, para os espíritas, a morte não tem mais mistérios" (grifamos) (RE, novembro de 1868, pagina 329, edição brasileira, Edicel).

"No momento da morte tudo, a princípio, é confuso, a alma necessita de algum tempo para se reconhecer, sente-se como atordoada, no mesmo estado de um homem que saísse de um sono profundo e procurasse compreender a situação. A lucidez das idéias e a memória do passado voltam, à medida que se extingue a influência da matéria e que se dissipa essa espécie de nevoeiro que lhe turva o pensamento. A duração da perturbação de após morte é muito variável pode ser e algumas horas, como muitos meses e mesmo de muitos anos.... Nas mortes violentas, por suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos, etc., o Espírito é surpreendido, espanta-se, não acredita que esteja morto e sustenta teimosamente que não morreu." (Livro dos Espíritos,comentário à questão 165).

COMEMORAÇÃO DOS MORTOS

321 - O dia de comemoração dos mortos tem alguma coisa de muito solene para os Espíritos? Preparam-se eles para visitar os que vão orar sobre os túmulos?

-Os Espíritos atendem ao chamado do pensamento, nesse dia como nos outros.

323 – A visita ao túmulo proporciona mais satisfação ao Espírito do que uma prece feita em sai intenção?

-A visita ao túmulo é uma maneira de manifestar que se pensa no Espírito ausente: é a exteriorização desse fato. Eu já vos disse que é a prece que santifica o ato de lembrar ; pouco importa o lugar, se a lembrança é ditada pelo coração.

329 – O respeito instintivo do homem pelos mortos em todos os tempos e entre todos os povos é um efeito da intuição da existência futura?

-É a sua consequência natural., Sem ela, esse respeito não teria sentido.

Curso de Mediunidade encerrado com festa - Da Redação

O Curso sobre Mediunidade, promovido pelo ICKS, chegou ao término dia 25 de outubro, completando 10 aulas semanais de 120 minutos cada uma.

Foram entregues Certificados de Participação a 48 alunos que tiveram comparecimento mínimo de 80% das aulas. Aos que compareceram 100% das aulas, foi também ofertado um exemplar do livro Caminhos da Liberdade, de autoria de Jaci Regis e edição do ICKS.

Na ocasião, o coordenador Alexandre Cardia Machado, fez homenagem ao grupo de apoio, composto pela vice-presidente do ICKS, Rosana Regis da Costa e Oliveira, Terezinha Ventura e Cláudia Regis Machado, entregando-lhes um vaso de violetas. Ele também entregou presentes aos demais monitores.

DINÂMICA DO CURSO

A dinâmica proposta para o Curso consistiu em dar uma visão básica da mediunidade, segundo o Espiritismo. Por isso, uma parte teórica embasou o conhecimento dos alunos acerca do fenômeno mediúnico e sua visão segundo Allan Kardec. Mas, igualmente, propôs a mostrar aos iniciantes aspectos da prática mediúnica promovendo uma parte prática desde a primeira aula.

Tanto a parte teórica, quanto a prática, foram apresentadas em crescente complexidade, de modo que ao final do curso, os alunos pudessem ter uma visão tanto possível da teoria da mediunidade, quanto da experimentação do fenômeno em si mesmos.

A parte teórica foi sustentada por literatura distribuída a cada aula, enquanto a prática, foi crescendo em complexidade até as tentativas de psicografia e psicofonia.

COORDENAÇÃO E MONITORIA

Para melhor aproveitamento, os alunos foram divididos em quatro grupos de estudo e experimentação. Inicialmente eles reuniam-se no auditório para uma apresentação do tema da noite pelo Coordenador, Alexandre Cardia Machado.

Em seguida, os participantes reuniam-se nos grupos estabelecidos, em salas separadas. Ali, estudavam mais profundamente o tema da noite. Após um pequeno intervalo, voltavam às salas e dava-se início à parte experimental, desde o aprendizado ao relaxamento, ao treino das percepções e o exercício propriamente dito, com aplicação de energias e finalmente psicografia e psicofonia.

Foram monitores, Antônio Ventura, Mauricy Antonio da Silva, Eduardo Barros Lima e Alexandre Cardia Machado.

AVALIAÇÃO

Na noite do encerramento, foi feita uma avaliação do curso, por escrito e uma avaliação verbal, com a participação dos alunos, discutindo as questões tratadas nas dez aulas em que o curso se desdobrou. A avaliação por escrito será analisada e posteriormente comentada.

FESTA FINAL

Os alunos do curso se organizaram e promoveram na lanchonete do ICKS uma festa de confraternização final, com doces, salginhos e refrigerantes.