Março de 2004

O Passe e a Cura Espiritual - Capa

O ICKS promoverá dia 27 de março, sábado, das 14:30 às 18:00 horas, o SEMINÁRIO SOBRE O PASSE E A CURA ESPIRITUAL, em sua sede na Avenida Francisco Glicério, 261, Santos.

O Seminário enfocará o trabalho de aplicação energética nos centros espíritas em geral, suas aplicações e efeitos de cura nas doenças em geral.

Serão palestristas, o jornalista e arquiteto Eugênio Lara e o engenheiro Reinaldo di Lucia. Ao final do Seminário, a equipe da Fraternidade Espírita ficará a disposição dos que desejarem receber aplicação do passe.

INSCRIÇÕES

As inscrições estão abertas. Podem ser feitas pessoalmente ou pelo telefone (13) 3284 2918, diariamente das 8 às 12 e 14 às 18 horas. A Taxa de inscrição, é de R$ 10,00. As inscrições podem também ser feitas nos Centros Espíritas abaixo nos dias de suas reuniões públicas:

Santos - Centro Espírita Allan Kardec, CEB Angêlo Prado, Fraternidade Espírita, CE Missionários da Luz.

Vicente de Carvalho - CE Mº Emília da Mota Ferreira.

Lar Veneranda prepara Comemoração de seu Cinquentenário - Capa

A direção da Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda está ultimando o programa comemorativo de dos seus 50 anos de atividades.

Comemorações

A entidade chamará a atenção da comunidade para seu trabalho objetivando obter apoio e contribuições, bem como a divulgação de seu trabalho junto às crianças e suas mães.

Serão realizadas passeatas no bairro, distribuição de panfletos e promovidas atividades artísticas e recreativas internamente.

No dia 5 de junho, sábado, haverá uma sessão festiva do Conselho Administrativo aberta a todos os colaboradores e autoridades.

Estudando Intensamente o Livro dos Espíritos - Capa

O ICKS inicia no dia 5 de abril, em sua sede à avenida Francisco Glicério, 261, Santos, o Curso Intensivo sobre O Livro Dos Espíritos. O Curso, sob a direção geral de Jaci Regis, foi elaborado com cuidado e talvez seja o mais consistente e profundo estudo do livro básico da doutrina kardecista já realizado.

Serão 12 aulas semanais, às segundas feiras, com 2 horas de duração – das 20 às 22 horas.

A QUEM SE DESTINA

O Curso é destinado a todos os que desejam ter um verdadeiro e básico conhecimento do pensamento de Allan Kardec, mesmo os que já estejam freqüentado ou dirigindo centros espíritas há muitos anos.

É sabido que o estudo sistemático do livro básico é raro. Muitas vezes são estudados trechos ou partes. Para dar uma visão global do pensamento de Allan Kardec, o Curso Intensivo sobre O Livro dos Espíritos , repassará todas as 1 118 questões que Allan Kardec elaborou e estão no livro.

Novatos e veteranos terão oportunidade de iniciar ou reciclar o conhecimento de O Livro dos Espíritos.

ESTRUTURA DO CURSO

Tratando-se de um Curso Intensivo, o estudo será bastante dinâmico. As aulas estão estruturadas para que o estudante receba orientação debatendo e refletindo sobre a doutrina.

Os estudantes serão estimulados à pesquisa e debaterão em grupos e em reuniões plenárias, coordenados por Monitores, em grupos de estudo e reuniões plenas.

Os estudantes receberão um Guia de Estudo prévio orientando o estudo em casa para a aula seguinte.

INSCRIÇÕES

As inscrições estão abertas

Investimento total R$ 15,00, que corresponderá a um "kit" composto 1 exemplar do O Livro dos Espíritos – edição de bolso e 1 exemplar do livro Uma Nova Visão do Homem e do Mundo, de Jaci Régis.

Os sócios do ICKS investirão apenas R$ 10,00.

Inscrições diretamente no local ou pelo telefone (13) 3284 29 18, das 8 às 12 e das 14 às 18 horas.

Futuro do Caderno Cultura Espírita - Editorial

A iniciativa de publicar o CADERNO CULTURAL ESPÍRITA, há muito acalentada, tornou-se realidade em fins de 2002. Tiradas três edições, constatamos o que poderíamos esperar, dada a experiência que possuímos com o movimento espírita.

Este se caracteriza pela extrema singularidade de seus adeptos e instituições.

Cada um e cada grupo seguem uma trilha pessoal, isolada, pouco ou quase nada compreendendo o conjunto, o esforço coletivo.

Cada centro ou associação cuida de seus necessitados, de seus Espíritos e, não raro, de "sua doutrina espírita", refletindo o esquema mental desenvolvido pelo líder ou pelo grupo.

Daí a produção maciça de jornais espíritas, distribuídos gratuitamente para não serem lidos e, na sua esmagadora maioria, não produzirem qualquer modificação nas idéias, em primeiro lugar porque não veiculam idéias, mas doutrinam e, em segundo lugar, porque são editados para satisfazer o programa do núcleo ou da pessoa que paga o custo.

A lendária sentença de que "o Espiritismo não obrigada nada", é usada ao pé da letra. Ou seja, o espírita não se sente obrigado a nada, nem a cooperar, nem a dar seu trabalho. A maioria é diletante.

Tudo isso para dizer que o CADERNO CULTURAL ESPIRITA dificilmente prosseguirá sua circulação. Pelo simples fato de não ter leitores.

Não conseguimos fazer circular 500 exemplares de cada edição do CADERNO. E sem isso ele se torna inviável economicamente. Mesmo que conseguíssemos patrocínio que tornasse o CADERNO viável financeiramente, perguntamo-nos se deveríamos prosseguir, porque queremos veicular idéias, criar polêmicas e debates.

Nada disso conseguimos.

Aliás, mesmo os "laicos" parecem alienados, tanto quantos os "religiosos" porque não descobriram, ao que sugere, que o Espiritismo precisa da seiva do estudo, do debate, da controvérsia para viver. Se os "religiosos" estão satisfeitos com as verdades absolutas que acreditam ter conseguido, o que pensam os "laicos"?

Algumas dezenas de anos atrás lançamos uma revista infantil "Sou Criança", colorida, bem feita. Não teve a menor repercussão e, naquela época, ainda não tímanhos sido colocados no "index".

Vamos continuar levando adiante o ABERTURA.

Escancarando a Realidade - Editorial

A exaltação sobre a missão do Espiritismo, tido pelas lideranças espíritas como o consolador prometido, capaz de, acima de qualquer outra crença ou seita, realmente interpretar o evangelho e, mais ainda, supor e dizer que " a FEB é o quartel general do Cristo na Terra" e outras louvações precisam ser repensadas.

A divisa " Deus, Cristo e Caridade" adotada pelos fundadores da FEB como uma espécie de código de atuação do movimento espírita é impessoal e, sob certa forma insossa, por não gerar qualquer ligação com o Espiritismo, mostra que eles não tinham compromisso com o pensamento de Kardec.

Essa tendência cristolatra e evangélica inclui, inacreditavelmente, a figura de um Anjo, dando a conotação básica do catolicismo sobre os fundamentos do movimento espírita e, por conseqüência, a aceitação da tese da revelação no sentido bíblico para o Espiritismo.

Ora, Kardec ao escrever sobre a revelação no primeiro capítulo de A Gênese elaborou um pensamento muito claro, unindo a providência divina ao labor humano, porque o Espiritismo veio justamente para recompor essa ligação sempre distorcida pelas igrejas e religiões, ávidas de condenação do gênero humano, o "eterno réu" , segundo se dizia ou se diz nelas.

O discurso precisa ser modificado para compor-se com a realidade, embora reconheçamos que seja tarefa bem difícil, dada a cristalização do movimento como uma religião comum.

O Espiritismo, como disse Kardec, sem desqualifica-lo é uma crença como outra qualquer, não tem projeto de hegemonia e ele, criador que foi da estrutura do pensamento espírita, aspirava para ela o papel de coadjuvante no processo de regeneração da humanidade.

O pensamento espírita é, sem dúvida, excelente na sua essência como resposta a muitas das questões humanas, ainda que não possa, nem deva, aventurar-se em responder a todas as perguntas, porque algumas não têm respostas atualmente.

Dizer que a doutrina foi elaborada pelos Espíritos Superiores e que eles são "os donos da doutrina" é entrar no campo das alucinações proféticas.

Kardec afirmou a aliança entre a humanidade encarnada e a desencarnada, em termos de igualdade e reciprocidade. Se os Espíritos, disse ele, tomaram a iniciativa da "revelação" espírita, isto é, se começaram a produzir os fenômenos coube a ele a elaboração do pensamento doutrinário.

Coisa simples de entender e difícil de aceitar pelos que desejam o selo de "divino" para o Espiritismo, nos moldes das revelações religiosas. Contudo, a doutrina foi fundamentada no pensamento científico e na disposição de acompanhar o progresso e renovar-se constantemente.

II Congresso de Psicologia e Espiritismo - Da Redação

Nos dias 15 e 16 de maio a Associação Brasileira de Psicólogos Espíritas (Abrape) realizará o II Congresso Brasileiro de Psicologia e Espiritismo, com o tema "Psicologia e Fé" .

O local será a Federação Espírita do Estado de São Paulo (Feesp). O evento é aberto aos interessados, estudiosos e pesquisadores da Psicologia, da Doutrina Espírita e de outras religiões.

O propósito do Congresso é de debater e proporcionar a reflexão sobre o papel da fé e como a Psicologia ajuda a esclarecer o significado da espiritualidade na vida do homem.

Como atividade artística, a Orquestra Carlos Gomes, da Feesp, com a regência do maestro Silvio Tancredi, fará apresentação durante o congresso.

Os sócios da Abrape e do Clube do Ouvinte tem desconto nas inscrições do congresso.

Inscrições e outras informações sobre o congresso: (11) 3898-2125 ou 3898-2139

XIX Congresso Espírita Panamericano - Da Redação

FAÇA JÁ SUA INSCRIÇÃO

A Comissão Organizadora do XIX Congresso,Espírita Panamericana, solicita a todos os delegados da CEPA e os responsáveis por instituições que mobilizem a Campanha de Inscrições para o Congresso, que será realizado na cidade de Rafaela, República Argentina, de 8 a 12 de setembro de 2004.

As fichas de inscrição estão disponíveis no site do Congresso : www.congresso2004.cre-ar.org.

Informações podem ser também solicitadas á:

Sociedad Espiritismo Verdadero

Comisión Organizadora Congreso 2004

Güemes 255

2300 – RAFAELA.

SANTA FE. ARGENTINA

Pagamentos devem ser coordenados pelos delegados locais da CEPA ou comunicados: por telefone a Sra Mercedes - Sociedad Espiritismo Verdadero o 03492-433954. Fax. -03492-425190 ou por e-mail a: hzlauvinen@arnet.com.ar / rhdrubich@arnet.com.ar.

CUSTO DA PARTICIPAÇÃO

Taxa de inscrição (inclui almoço)

Individual – US$ 40,00

Familiar ( grupos de familiares acrescentar, para cada membro, US$ 15,00 por pessoa) Exemplo um grupo familiar de quatro pessoas,(marido,esposa e 2 filhos) pagará no total US$ 85. Jovens menos de 21 anos ou estudantes, U$S 15.

Diária em hotéis de 3 estrelas, com café da manhã U$S 10.

Jantar (preço médio dos restaurantes consultados) U$S 10.

O Dia da Mulher - Jaci Régis

Ela sorri e me pergunta, você não vai escrever sobre o Dia Internacional da Mulher? A provocação teve seu sentido, porque ela sabe que esse é um tema que me toca.

Afinal, eu tenho uma parte feminina, desde meu nome, comum de dois, mas muito mais ligado ao feminino.

E também porque é uma mulher de valor.

Aos sessenta anos, mostra-se com vigor pessoal impressionante.

Viúva desde muito cedo, nunca voltou a casar-se, dedicando-se aos dois filhos, hoje homens feitos, casados e pais de seus netos.

Mas sua história, vibrante e impressionante, não difere, todavia, de um grande número de mulheres que mostram um valor extraordinário, lutando contra todos os obstáculos e vencendo galhardamente a solidão afetiva.

-Ah! Doutor, disse-me ela certa vez, a viuvez é um fardo pesado. Não apenas pelos encargos que assumimos na ausência de nosso companheiro. Mas porque somos como varas soltas no vento, sem que encontremos um ombro amigo para chorar ou uma face alegre para sorrir. Noites e dias se sucedem e esperamos um novo amor, alguém que venha preencher esse vazio que se faz na alma...

-E por que nunca casaste outra vez, perguntei-lhe diante de tanta amargura.

-Não sei bem. Querer eu sempre quis. Mas fiz-me difícil. O homem com que casei era um trabalhador, mas nunca conseguiu preencher-me o coração de ternura. Sua partida foi um choque. Éramos afinal amigos.

-Então? Interrompi, enquanto seu semblante ficou melancólico.

-Bem, como disse tornei exigente. Queria encontrar o amor. Muitos homens passaram ao largo de minha vida. Afinal, disse sorrindo, sempre fui uma mulher bonita, mas nenhum me conquistou.

- Te arrependestes disso?

-Muitas vezes pensei que talvez estivesse sendo exigente demais, esperando um príncipe encantado, certa de que ele não existe. Ainda assim, ocupei-me com a vida e esperei o momento certo, mas ele não veio.

-É triste pensar que nenhuma pessoa, nenhum homem te trouxe emoção suficiente para entrares numa nova aventura, filosofei.

-Para ser sincera, doutor, surgiu, sim, um homem adequado, perfeito...

-E porque não aconteceu a união?

-Ambos tentamos, nos amamos muito. Ele era tudo o que eu queria, eu era o que ele procurava. Vivemos um louco amor, mas tivemos que renunciar.

-Renunciar?

-Sim, ele estava comprometido, tinha família, compromisso que não foi possível descartar. Tomado de tristeza ele mudou-se para cidade distante e nunca mais nos vimos. Nem mesmo uma carta, apenas silêncio.

-Isso tornou tua vida triste?

-Não, nosso amor perdura nos nossos corações, mas achamos melhor separar-nos. Seria talvez fácil ou cômodo ele afastar-se da família e vivermos nosso amor, mas não conseguiu...

-Faz muito tempo?

-Mais de vinte anos. Eu tinha quarenta anos quando ele partiu, Mas consegui manter meu rumo. Depois de encontrar o amor, nenhum homem me interessou. A tristeza ficou no fundo do coração e prossegui tocando minha vida, formei-me, exerci minha profissão e ainda estou nela, porque parar não faz meu jeito.

-E o que pretendes que eu escreva sobre a mulher? Que ela deve renunciar e que o amor verdadeiro é apenas um e nada mais? Não seria ser inflexível? E que dizer das emoções, da sexualidade não exercida, não consumada?

Ela apenas sorriu e foi embora.

Hesitei em contar esta breve história, porque essas histórias são mais doloridas do que parecem e criam profundas feridas nunca fechadas na alma. Ela é uma mulher de valor, mas se penso agora bem pensado, vejo uma nuvem em seu olhar. Talvez um desejo de numa esquina encontrar o amor que se foi?

Penso nas mulheres em todos os tempos, nos nossos dias e no futuro.

Hoje, no mundo ocidental, a mulher avança para alcançar o próprio valor e no futuro, as pessoas perguntarão porque em tempos então remotos, havia discriminação contra elas.

Porque, na visão das igrejas, a mulher sempre foi elemento de perdição e de pecado. Hipocrisia que gerou males e tragédias e impediu que o verdadeiro sentimento do amor surgisse nas relações entre homens e mulheres.

Os homens preservavam seu hipotético poder subjugando as mulheres. Estas, em sua maioria se submetiam porque também não havia alternativa: ou se submetiam ou eram jogadas no escárnio.

Não será nessas breves linhas que resumirei a história da evolução feminina. Mas reverencio todas as que deram sustentáculo ao mundo, a começar pela maternidade, mas que extrapolaram os limites da casa para postular direitos e deveres sociais.

Muitos criticam a mulher moderna por não estar nem aí, uma grande parte, para os chamados deveres domésticos no sentido tradicional. Estamos é verdade num regime misto, onde a mulher precisa ser doméstica e profissional, por exemplo.

Seja como for, o mundo ficou muito melhor desde que a mulher libertou-se das amarras da tradição. Agora ela tem em suas mãos outros problemas, de ordem pessoal, espiritual. O que fazer com seu sexo, com seu amor, com seu futuro.

Há os que querem afirmar que a maternidade não é natural, instintivo, mas aprendido. Mas ser mãe é, ainda e talvez seja sempre, um momento desejado por cada mulher, porque o filho é alguma coisa de especial que dá um sentido à vida, ao destino.

Bem, cumpri o desejo da amiga. Escrevi estas mal traçadas linhas sobre a mulher, mas estou seguro que é uma homenagem pálida às nossas mães, esposas, filhas, netas e a todas as mulheres que em grande parte do mundo sofrem restrições, discriminações e que vivem um momento bem diferente da mulher ocidental em geral.

A Dor - Eugênio Lara

A dor, a perda, a renúncia têm sido exaltadas por quase todas as religiões. Quanto maior o sofrimento, maior a recompensa divina. Estão indexados, numa visão mórbida e incoerente. Ora, tanto Jesus de Nazaré quanto Sidarta, o Buda, demonstraram em diversos episódios de suas vidas que, nas pequenas coisas do dia-a-dia, há o prazer no sentido de busca da felicidade, de bem-estar, sem que ele se restrinja à satisfação dos instintos brutais, de sensações inconseqüentes e prejudiciais à saúde física e mental.

Diante da agonia dos pescadores ao verem as redes vazias, Jesus usou de seu poderoso poder mental, de seu magnetismo, de sua plena clarividência e apontou para eles aonde atirar a rede, que retornou repleta de peixes.

O primeiro "milagre" do jovem nazareno foi o da transmutação de água em vinho, nas bodas de Canaã, atendendo à solicitação de sua mãe e dos convidados. Deixou que Madalena banha-se seus pés em óleo perfumado, sob os protestos de Judas Iscariotes. Ele sabia que não ficaria muito tempo neste mundo e preferiu satisfazer o desejo da generosa e apaixonada mulher do que vender o óleo e assim ampliar a caixinha dos apóstolos, como queria o "econômico" Judas.

Comia e bebia, atendia sempre aos chamados aparentemente mais inócuos, como no outro "milagre", o da multiplicação dos pães. Episódios semelhantes podem ser conferidos no comportamento de Buda, de Krishna, ou mesmo de Maomé. "Sêde como o sândalus, que ao golpe do machado, libera um agradável perfume", dizia Krishna, antecipando em quase meio século o que ensinaria Jesus a respeito do amor ao próximo, do perdão das ofensas, da face que, simbolicamente, se deve virar quando for agredida.

Em nenhum momento nota-se o culto à dor. Ao contrário. Os seguidores desses mestres citados é que não captaram a mensagem.

É como uma placa de sinalização que aponta o caminho. Arne Saknussemm fez assim na ficção de Júlio Verne, A Viagem ao Centro da Terra. Por onde passava deixava mensagens indicativas sinalizando o caminho a seguir. O beócio, o beato, ao invés de seguir o caminho, prefere adorar e reverenciar a imagem sinalizadora. Pobre criatura! Nunca chegará ao centro de si mesma.

O adepto coloca a cruz no peito, como símbolo da dor do Cristo. Todavia, a sua própria cruz, o peso existencial que o aflige, ah! o Salvador assimila, deixando-o "livre" de seus pecados. Ledo engano! Onde ele estiver, a dor da consciência pesada irá atormenta-lo. Passa uma, passam duas, passam "n" reencarnações e o sujeito ainda carrega em seu coração a dor que lhe consome.

Há pessoas que possuem uma profunda dor, um sentimento de culpa que toma conta de todo seu ser, desde que nascem. Não conseguem eliminá-la. Estão distantes do caminho do prazer, da felicidade. Satisfação é um verbete que não consta no dicionário de vida dessas pobres pessoas. Cultuam a dor, curtem o sofrimento, a melancolia através do mau-humor, de pensamentos malignos, de atitudes mórbidas e, como se fossem lesmas, por onde passam deixam um rastro viscoso de morbidez e tristeza.

O pensador espírita francês Léon Denis (1846-1927) foi o primeiro pensador espírita a pensar a dor como um componente passageiro e necessário à evolução, sem exalta-la, sem coloca-la num pedestal como fazem os cristãos. O prazer, no sentido filosófico, é o que norteia a vida, nos impulsiona e estimula. Fomos criados para o prazer, para sermos felizes. A dor é apenas uma vicissitude, um instrumento, como o cinzel nas mãos de um escultor. Pois é no pulsar das paixões que o ser humano se reencontra, se supera e procura quebrar as amarras que tendem a coloca-lo na inércia evolutiva.

Entendendo o Processo Evolutivo - Jaci Régis

O PRIMEIRO PASSO

No primeiro dia, tudo eram trevas.

Saindo da eterna ociosidade, Jeová disse: faça a luz... e a luz se fez. Começava ai o grandioso espetáculo da Criação. Nos dias seguintes o Todo Poderoso ocupou-se, como um artista pintando uma tela, em criar o céu, a terra, o mar e, finalmente, no sétimo dia, tomou um pedaço de barro e como artesão divino, soprou nele e criou o homem. Um macho nu e pronto. Cabeça, tronco, membros, pés, mãos, olhos, boca, enfim, um corpo completo. E deu-lhe inteligência e inocência. Depois, atendendo ao macho isolado num paraíso estático, talvez porque não havia barro por perto, tirou-lhe uma costela e novamente criou, desta vez uma mulher, uma fêmea. Aparentemente a obra estava completa. Mas, inadvertidamente, o Todo-Poderoso Jeová inoculou no coração dos dois seres humanos, o germe do desejo e daí tudo se precipitou.

Essa pequena história, tão singela que encantaria qualquer criança do século vinte e um, foi tida e havida, contada e recontada, afirmada e confirmada, como sendo o perfeito retrato do mistério da Criação.

Durante séculos ninguém duvidou publicamente disso. Era uma mensagem divina, a voz de Deus que ecoava nas escrituras sagradas.

A Terra era o centro de um universo limitado, o sol cumpria seu papel de aquecer e clarear e esconder-se para dar lugar à noite, sucedido pelas estrelas que eram pontos de luz para, talvez, alegrar a noite das criaturas.

Ah! Outra coisa, havia o Todo-Poderoso colocado no imo das criaturas, a curiosidade, a sede de saber, a busca dos porquês.

Um dia, Galileu Galilei, viu abismado que a Terra girava. Quase mataram-no. Era impossível. Mas ela girava e vieram Copérnico e outros e liquidaram com a veleidade de que a Terra era o centro do Universo, que então se expandia e continua se expandindo na observação de poderosos telescópios, sondas estrelares, satélites, robôs que passeiam em Marte.

A imensidão sem fim de galáxias, estrelas, sois, planetas permanece cintilante, misteriosa e, por ora, sem que um outro ser igual ou parecido com os humanos diga alô.

E o ser humano, os homens e mulheres, quem são, qual a raiz de suas angústias e esperanças, de sua busca do amor e sua imersão no ódio? Que criaturas são essas, frágeis, mas prepotentes, que enfrentaram obstáculos, navegaram os mares e expandiram fronteiras, descobrindo o que se encontrava oculto nos continentes desconhecidos?

Esse ser especial, que difere dos animais, que fala e constrói, que usa a mão, que descobriu o fogo, que guerreia, discorda, ganância, usa a força e ama o poder, é um ser para a morte? Todo o seu sentido de vida, de esperança, de busca se apaga como uma vela bruxuleante nos estertores da morte? É um ser tremendamente transitório, transitando entre o berço e o túmulo?

Não! ele tem uma alma. Essa alma é que lhe dá a inteligência e a sensibilidade, continua a viver depois que o corpo morre. Onde? No céu dos eleitos pelo Senhor e no inferno nos domínios do demônio. E então desce o pano da tragicomédia da vida humana, rápida, sem glória, sem futuro, porque céu ou inferno, são portas que se fecham á vida, ao amor, á busca.

A GRANDE VIRADA

As pesquisas que romperam o cerco fechado das verdades reveladas e absolutas, relativisaram toda a história da Criação.

Aberta a porta, a ciência invadiu o âmago de Deus e o que era sagrado, impenetrável, mistério e da órbita divina foi profanado. Profeta dos novos tempos, Karl Marx afirmou em 1848, "tudo é que sólido se desmancha no ar, tudo o que é sagrado é profanado".

No quadro confuso das transformações, repentinamente os mortos romperam as lápides dos túmulos e produziram fenômenos, deixando o âmago da morte. Os mortos vivem e se comunicam. Mesas tremem, mensagens decodificadas se espalham.

Um homem surge no cenário. É professor Rivail. Comovido pelo espetáculo fútil das mesas girantes, penetra o mundo oculto, desvenda o véu e mostra uma humanidade ampla, integrada, interagindo permanentemente. Os mortos se angustiam e querem progredir. Os vivos podem se rejubilar porque podem viver.

Nessa época, Marx e Engels impulsionavam a revolução social, logo Darwin indicava o caminho da seleção das espécies, dando seguimento à descoberta do processo evolutivo no campo dos organismos, enquanto um menino, Sigmundo Freud começava a mover-se para, mais tarde revolucionar o estudo da mente.

Então o século vinte chega triunfante, derrubando muros e mostrando facetas inacreditáveis do gênio e da criatividade humanas. Sem rédeas a tolhê-la a ciência avança. Rádio, automóvel, televisão, Internet, viagens interplanetárias, incursão da Genética nos campo da vida orgânica, a descoberta do DNA o genoma, inauguram uma nova era.

Certamente que há mortes, tragédias, guerras bárbaras, barbárie humana, crimes horrorosos, mas também a libertação da mulher, a pílula anti concepcional, transplantes, remédios, AIDS, câncer, curas e doenças novas. Fome e miséria, exploração e explosão populacional. Direitos humanos.

O mundo se rebela, as entranhas se revoltam, tudo o que é sólido se desmancha no ar, um novo mundo, uma nova sociedade tem que ser e será construída.

"O homem é a medida de todas as coisas" disseram os sofistas, na Grécia Antiga, onde os filósofos se debruçaram sobre a natureza do ser humano. Contemplando o suceder das cosias, as intricadas tragédias do homem, os gregos, no teatro, na filosofia, nas artes, na literatura, estudaram o coração, a angústia dos homens, seus amores, Na obscura província da Judéia, Jesus de Nazaré não filosofou, mas traçou um código insuperável para o comportamento humano, certamente não inédito, mas sem dúvida objetivo e claro.

Rivail, na personalidade de Allan Kardec, resgata o valor do ser humano.

Em todos os tempos, essa a visão espiritualista subordinou o Espírito, a alma, ao organismo. Somente depois deste ser gerado é que a alma surgia para dar-lhe inteligência e sentimento, imperfeita sem dúvida.

A noção de Espírito, de alma, que o Espiritismo desenvolveu a partir de Kardec é a única que desvincula o ser espiritual do organismo. O ser inteligente do universo tem vida própria, segue um processo evolutivo específico, unindo-se aos organismos como instrumentos desse processo.

A tese espírita, contudo, não é excludente, ou seja, compreende que o Espírito é parte da natureza e, por isso, sua evolução está estreita e inevitavelmente ligada ao elemento material, na sinergia completa que permeia os seres vivos.

Por isso, é perfeitamente compatível a idéia de que a evolução dos organismos terrenos segue a evolução do ser espiritual, e vice-versa, numa simbiose e numa sinergia profunda e irremediável.

O FUTURO DO SER HUMANO

Pesquisas mais recentes tentam equacionar a natureza do ser humano.

Estudiosos acompanham o desenvolvimento das espécies humanóides que viriam a ser as raízes das raças humanas. Segundo alguns, a civilização começou a despontar a dez milhões de anos atrás. Nesse longo trajeto, correntes humanóides se sucederam, paralelas ou não, enquanto a Natureza, como um laboratório, testava corpos e organismos que deram e não deram certo. Até que, a l50 mil anos uma linha de humanóides se destacou e sobreviveu de forma diferente. Eram os hommos sapiens, nossos ancestrais.

As pesquisas genéticas, a abordagem da neurologia sobre a mente, os estudos antropológicos e psicológicos identificam o organismo como princípio e fim do ser humano. Todavia, as respostas não são satisfatórias e acreditamos que a tese espírita da evolução do principio inteligente, ao lado da reprodução de eventos e organismos, construindo uma nova ordem, ao longo do tempo prevalecerá.

Nesse sentido as pesquisas são, embora o instrumental moderno, extremamente sensoriais. Não consegue a ciência – em todos os seus ramos – desvencilhar-se o enfoque objetivo e recusa a transcender o biológico, mesmo quando os indicadores mostram causas e efeitos que extrapolam o horizonte fisco-químico do cérebro, na análise do comportamento humana, suas reações, problemas, porque o Espírito, a alma, não se mostram nos aparelhos sensíveis. E porque a busca é orientada para encontrar nos centros cerebrais, a razão e o porque das diversidades e diferenças entre as pessoas.

No século vinte enormes passos foram dados. Prosseguem as pesquisas e elas prosseguirão nos próximos séculos. Para nós será comprovada a natureza espiritual do ser humano, sua trajetória evolutiva, sua ascensão, suas conquistas.

A aceitação da tese evolutiva do Espiritismo dará novo sentido à pesquisa e ao entendimento da natureza do ser humano. Sendo verdade, será aceita a despeito do próprio Espiritismo, mas dará novo enfoque à pesquisa da realidade do ser humano.

Aceitar tal teoria será modificar os critérios e os parâmetros usados secularmente para medir o ser humano e compreender neuroses, psicoses e formas de comportamento individual e coletivo, dentro de um horizonte razoavelmente racional.

UMA NOVA MORAL

Todo o arcabouço moral criado ao longo do tempo será inevitavelmente revisado, ajudando o ser a reajustar o próprio equilíbrio e procurar a felicidade, considerada a fase de auto-estima e autoconfiança e uma relação saudável, apaixonada com a vida e com os outros.

Em seu lugar, surge a Lei Natural como fator determinante dos processos evolutivos do Universo, certamente longe de nosso entendimento, mas que se mostram cada vez mais intimamente dependentes, resultando na capacitação do ser espiritual, ser inteligente individual para desenvolver, nesse processo, o princípio da inteligência e do sentimento.

Como a evolução do ser espiritual se dá basicamente no relacionamento com o outro, é nesse confronto, resultando aproximação, rejeição, retorno entre os parceiros da vida que ele desenvolve sua força interior. Novos horizontes se abrem à sexualidade que o ajuda a desenvolver o amor, a criatividade e o conflito e produz efeitos negativos temporários nos choques pessoais e coletivos.

Por isso a encarnação, morte e reencarnação são ciclos naturais sem qualquer ligação com a culpa, castigo ou atuação condenatória da divindade, mas produzem, dialeticamente, processos de culpa pessoal devido à infrigência de códigos morais estatuídos pelo coletivo e individualmente.

Esse, todavia, é um longo e tortuoso caminho.

Mundo Paranormal: Inter Psi, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Marcelo Coimbra Régis

O Inter Psi faz parte do centro de Estudos Peirceanos - Programa de Pós Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP. Os trechos a seguir foram obtidos no website do grupo e ilustram os objetivos, desafios e atividades do grupo. No mesmo website pode-se encontrar artigos escritos por membros e afiliados do grupo analisando tópicos como mediunidade, parapsicologia, PK, etc. Vale a pena conferir.

Objetivo / Objeto de Estudo: O objetivo do grupo é estudar teórica e empiricamente a hipótese da interconectividade (psi) existente entre mente e mente e entre mente e matéria prevista por Charles Sanders Peirce. A possível influência da interconectividade sobre a concepção de consciência ou psiquismo humano também é considerada.

O Desafio Chamado Psi: A história da Humanidade está repleta de relatos de experiências humanas conhecidas popularmente como "telepatia", "sonhos premonitórios", "transmissão de pensamento", "sexto sentido", "casas mal-assombradas", "poder da mente sobre a matéria", "clarividência"... Estas experiências têm sido interpretadas, por um lado, como a manifestação de entidades espirituais por parte de alguns religiosos, como "dons de pessoas evoluídas" por parte de esotéricos e como o resultado de distúrbios de percepção, falhas de memória ou de julgamento, sintomas psicopatológicos, coincidência e fraude por parte de alguns cientistas.

Se por um lado não é científico avaliar as "experiências de psi" sem descartar as hipóteses tradicionais e bem estabelecidas, por outro, também não é científico rejeitar a hipótese da existência dos "fenômenos psi" sem investigá-la por meio do método científico. Com certa dose de ceticismo - sempre bem-vinda em qualquer pesquisa que se pretenda científica - mas sem negar aprioristicamente qualquer possibilidade interpretativa, o Inter Psi – Grupo de Estudos de Semiótica, Interconectividade e Consciência, assume o desafio de avaliar aquelas experiências de maneira rigorosa e interdisciplinar.

Sub-Áreas de Pesquisa

wEstudo teórico da hipótese psi na obra de Peirce;

wEstudo teórico da hipótese psi e sua influência na concepção de consciência;

wEstudo empírico da hipótese cognição psi;

wEstudo empírico da hipótese da ação psi;

Das Atividades

wRealização de pesquisas empíricas – de casos espontâneos, clínicas e experimentais – e pesquisas teórico-conceituais de psi.

wReuniões quinzenais destinadas ao estudo da literatura relacionada à pesquisa psi e dos textos de C.S. Peirce sobre o tema.

wOrganização de encontros científicos para a discussão de psi. ;

wOrganização de um banco de dados de trabalhos que tratam de psi. ;

wConstrução de uma página na Internet sobre PSI, com um Fórum de Discussão Virtual Permanente.

wPublicações.

ESCLARECIMENTOS e ADVERTÊNCIAS

A relação entre o objeto de estudo do Inter Psi - Grupo de Semiótica, Interconectividade e Consciência com o objeto de estudo da assim chamada Parapsicologia é, por um lado, evidente e, por outro, aparente. Reconhecemos que há parapsicólogos(as) que realizam pesquisas de psi empregando metodologia científica. Por outro lado, reconhecemos também que muito do que é divulgado como sendo "Parapsicologia", sobretudo no Brasil, nada tem de científico, aproximando-se mais da religião, do assim chamado movimento "New Age" e do charlatanismo. O objetivo do Inter Psi é exclusivamente científico. O Inter Psi não é um grupo exclusivamente formado nem por críticos nem por parapsicólogos. É um grupo interdisciplinar, cujo objetivo é avaliar a alegação a respeito da existência de psi da maneira mais isenta possível, com certa dose de ceticismo, e seguindo critérios metodológicos científicos. Entendemos que qualquer posição favorável ou desfavorável a psi é, no atual estado da pesquisa, prematura.

Para saber mais: Visite o site do Inter PSI: http://www.pucsp.br/pos/cos/cepe/gruposdeestudo/intercon.htm

Dia Internacional da Mulher - Cristina Onofre Freitas

Desde 1975, a ONU marcou 8 de março como O Dia Internacional da Mulher. Esse fato mostra a relevância que a sociedade mundial vê o problema da mulher, que ainda tem um longo caminho a caminhar para que ela adquira todo o valor social que tem, em toda a parte.

Digo valor social, porque pessoal ela sempre teve, sustentáculo e, não raro, direção à vida humana. Ainda que discriminada, a mulher sempre teve seu papel nas decisões, embora a sociedade lhe tenha castrado a emoção, restringindo-a à maternidade e à vida doméstica.

Mesmo aí, ela traçou destinos para a humanidade porque seu papel determinou o caminho de filhos e companheiros que nela encontraram o ser forte que enfrentou situações, deu força e diretrizes.

O panorama para a mulher é bem diferente na atualidade.

Enquanto no mundo ocidental há consideráveis avanços na participação feminina em todos os setores da sociedade, na Ásia, na África e nos países dominados pelo Islã, a situação é diferente. Todavia, não força há que resista ao progresso e, dentro das linhas sociais possíveis de cada povo, religião, civilização, a mulher conquistará o que lhe é de direito.

Mulheres heroínas anônimas ou públicas. Maria da Silva ou Joana D´Arc, negra ou branca, amarela ou o que cor tenha, ela é o elo fatal da vida, não fosse por ela que a vida física nos é dada nas oportunidades da encarnação, onde buscamos nós mesmos.

É em seus braços que procuramos o conforto e a segurança que necessitamos em cada aventura existencial. Quando esses braços fraquejam, quando o coração materno se desvia por qualquer razão, então sobra para todos nós aflição, angústia, insegurança, porque nada mais triste que voltar a este mundo, sem ser amado...

Regozijo-me porque a mulher deixou de ser apenas mãe e dona de casa. Espírito imortal não podia, nem pode ser cerceado. Numa visão espírita da vida, que derruba as barreiras do berço e do túmulo, não há lugar para discriminação.

No berço, a alma imortal não pode ser categorizada definitivamente como homem ou mulher e o túmulo não é fim de nada, o término da esperança e do amor. Ora, essa visão nos une a todos, homens e mulheres, na verdade Espíritos imperfeitos em busca de equilíbrio, de paz, do amor, da felicidade.

Como disse ela é o eixo sobre o qual roda o mundo afetivo.

O rompimento das regras que impunham o comportamento da mulher e em parte dos homens, gerou profundas inquietações nas mentes.

Se as emoções, os impulsos afetivos, sexuais tinham que ser retidos, comprimidos e cerceados para compor um quadro social estável e previsível agora temos um novo parâmetro. Alguns diriam que não temos parâmetro algum. A impressão que dá é que toda essa relação de sexo, família, amor entrou num redemoinho funesto, prevendo a destruição do tecido social incapaz de aguentar tanto esgarçamento.

Nosso mundo atual é dominado pelo materialismo explícito, pela industria do divertimento, pela incursão do radio, da televisão, do cinema, com sons e imagens que promovem, quase sempre a exaltação instintual, a transformação da sexualidade em forma banal e inconsequente.

A família sofre um ataque voraz dos niilistas, dos filósofos do nada e da morte, que semeiam em meio a idéias nobres, a insegurança e o desvario como formas de liberdade de expressão ou aparência. A nudez feminina e, em menor parte a masculina, fazem parte do cotidiano das cenas de filmes e novelas.

Que significa isso? Sodoma e Gomorra?

Talvez não. Já existem reações salutares aos desvarios às exposições de pessoas imaturas ao cenário desequilibrado.

O corpo da mulher, anteriormente escondido entre saias e rodados, mostra-se desprovido de roupas na exploração da sensualidade em nome da beleza, sobretudo em forma de olhar e prazer onírico.

Os que estão num nível mais completo de desequilíbrio afetivo, entram no roldão dos vícios em busca do prazer e contraem doenças e afundam-se no mar das drogas.

A mulher será o fiel dessa balança. Ela aprenderá a manter seu equilíbrio que é o equilíbrio do mundo, se souber auto respeitar-se e opor-se ao capital, ao truculento empresário do vício, à ditadura sensual dela mesma e dos homens.

O mundo ganhou muito com a libertação feminina. Há um outro ar no mundo, porque há mais liberdade, mais possibilidade de ampliar os horizontes.

A sociedade econômica domina o cenário e a disputa profissional, a busca de recursos para a vida, transforma pessoas, homens e mulheres, muitas vezes em máquinas produtivas.

O remédio é a espiritualização. Que signifique uma redefinição da realidade de todas as pessoas, uma nova visão da pessoa e do mundo. Espiritualização que trem uma excelente base na filosofia espírita, na medida que for entendida na sua projeção dinâmica.

Vemos que são as mulheres que preenchem os templos, os centros espiritas, as religiões pentecostais. Elas guardam um quê de espiritualidade, nem sempre aproveitado, mas que é, por ora, a garantia de uma reversão de certos valores depreciativos que se instalaram no cotidiano.

A importância das mutações sociais obriga as mulheres a um papel mais ostensivo no caminho da vida social. Há uma necessidade de rearrumação de valores, de sentimentos de respeito recíproco.

Os estrupos, os constrangimentos que a mulher sofre no círculo social, a violência registrada nos lares, são realidades que a espiritualização terá que enfrentar para que haja um sol mais brilhante no dia a dia das pessoas.

Aprenderemos a melhor compreender nossas emoções, nossa afetividade.

Pela razão, pela inteligência, pela reflexão ou pelo conflito, pela aflição, pela dor gerada nos encontros e desencontros da vida.

Quando comemoramos o Dia Internacional da Mulher, precisamos não apenas melhorar sua performance profissional, educacional, mas esperamos que elas, as mulheres, recomponham os caminhos por acaso incorretos, os desvios em nome dos instintos e da cupidez, porque somos Espíritos imortais e viveremos sempre.

Isto é, viveremos sempre bem ou sempre mal, conforme nossos caminhos.

Entrevista com Érika de Carvalho Bastone: "André Luiz não contribuiu para criar uma Mentalidade Científica no Espiritismo" - Da Redação

Érika de Carvalho Bastone é uma jovem professora universitária, doutora em Física pela UFMG, área de concentração: Física da Matéria Condensada – Supercondutividade (2001), Mestre em Física pela UFMG, área de concentração: Estrutura Eletrônica (1995); Bacharel em Física pela UFMG (1993). Estudiosa do Espiritismo apresentou trabalho no VIII SBPE, analisando os livros Mecanismos da Mediunidade e Evolução em dois mundos, do Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, sob o ponto de vista de sua especialização em Física. Esse trabalho está disponível no CD do VIII SBPE que pode ser adquirido no ICKS.

Nesta entrevista, ela analisa alguns aspectos da pretendida mentalidade científica do Espiritismo, vê com certo pessimismo a formação de grupos de cientistas espíritas para estudar os fenômenos, diz que O Livro dos Médiuns não é um livro científico mas "técnico".

ABERTURA- Você admite que o movimento espírita, pela sua feição religiosa, tem certa ojeriza pelos intelectuais. Mantida esta tendência a que se reduzirá o espiritismo?

Érika - Em ciência, todo trabalho publicado passa por rigorosa avaliação da comunidade, seja através da apresentação pública na forma de seminários, com argüição da platéia, ou pelos editores das revistas e jornais, que encaminham os trabalhos para pesquisadores (no mínimo dois e de lugares diferentes) altamente qualificados no assunto específico do texto.

No movimento espírita são poucos os que se atrevem a tornar pública uma crítica ao que se está sendo publicado. E mesmo que se queira fazer alguma crítica, o espaço encontrado é mínimo, pois jornais, revistas e programas de rádio e televisão estão voltados para artigos de interesse religioso, salvo raras exceções.

Um texto em que a física, por exemplo, é explorada, como nos livros "Evolução em Dois Mundos" e "Mecanismos da Mediunidade", de André Luiz, deveriam, na minha opinião, antes de serem publicados, passar por uma avaliação por pessoas capacitadas no assunto. Não temos ainda condições de avaliar suas explicações a respeito da esfera espiritual, mas com certeza todas as imprecisões e erros encontrados nestes dois livros, quando o autor explica a física atual e a utiliza como analogia não estariam sendo divulgados.

Se o movimento espírita não abrir espaço para críticas e constituir grupos capacitados para avaliar o que se divulga, estaremos cada vez mais afastados do seu aspecto científico. Passaremos a ter dogmas e não proposições científicas.

ABERTURA- Apesar das incongruências apontadas na obra de André Luiz, você não considera que, fora dele, poucos ou quase ninguém tem dado uma contribuição mais positiva para criar uma mentalidade científica no Espiritismo?

Érika - Esta pergunta sugere que André Luiz contribuiu para criar uma mentalidade científica no Espiritismo, o que eu discordo. Não me lembro de nenhum texto seu nos incitando a pesquisar os fenômenos espíritas, a formar grupos de pesquisa, ou nos direcionando, indicando um caminho a ser trilhado neste sentido.

A sua contribuição consistiu em nos transmitir, sob o seu ponto de vista e o seu entendimento, o que ele encontrou na esfera espiritual. Lançou no meio espírita uma quantidade grande de informações fazendo uso de termos estabelecidos na ciência, surgidos para explicar outros fenômenos. Talvez, se tivesse feito como Kardec – para coisas novas palavras novas – tivesse incorrido em menos erros.

No entanto, estas informações por si só não constituem ciência. Segundo o próprio Kardec "Toda ciência deve estar baseada sobre fatos, mas só fatos não constituem a ciência; a ciência nasce da coordenação e da dedução lógica dos fatos; é o conjunto de leis que os regem." (Revista Espírita, janeiro de 1858).

Agora, além de André Luiz, de vez em quando surgem algumas teorias isoladas, mas sem fundamentos científicos. E a minha opinião é de que teorias especulativas e o uso inapropriado de termos científicos ajudam a afastar o Espiritismo do meio acadêmico. Citando novamente Kardec, "Se é verdade que a utopia da véspera, freqüentemente, seja a verdade do dia seguinte, deixemos ao dia seguinte o cuidado de realizar a utopia da véspera, mas não embarquemos a Doutrina de princípios que seriam considerados como quimeras e a fariam ser rejeitadas pelos homens positivos" (Revista Espírita, dezembro de 1868).

O espírita, como o leigo em geral, não entende o que é ciência, pois não é um conceito que faz parte do dia a dia das pessoas. É necessária uma conscientização no meio espírita do que seja um processo científico.

ABERTURA- Porque você contesta que o livro dos médiuns seja um livro científico?

Érika - O Livro dos Médiuns dá a sua contribuição para a ciência espírita no sentido de como tratar e conviver com a mediunidade, assim como o Evangelho dá a sua contribuição às ciências humanas. Mas não é um livro científico, do mesmo modo que os fenômenos mediúnicos não constituem o aspecto científico do Espiritismo. Eu o classificaria, se necessário, mais como um livro técnico.

E esta não é uma opinião particular, só minha. O meu grupo de estudos em Belo Horizonte – ICAV, e o Prof. Carlos Peppe, de Uberaba, como exemplos, pensam como eu. Citando Carlos Peppe, em Espiritismo: 2o Século - O Sentido Evolutivo da Doutrina espírita: Uma Opinião, "Muitas pessoas consideram os fenômenos mediúnicos como sendo o tal aspecto científico do Espiritismo. Chegam a dizer que o Livro dos Médiuns de Kardec representa a parte científica do Espiritismo... Trata-se, evidentemente, de opiniões de expositores doutrinários alheios ao domínio científico; serão, sem dúvida, pessoas de boa vontade, porém sem preparo,... sem a mínima noção do que seja um trabalho científico legítimo".

A ciência espírita precisa buscar como se dá o processo mediúnico, pois isto ainda não se sabe.

ABERTURA- Você acredita que haja espíritas com formação acadêmica suficiente para criar uma ciência espírita, nos moldes da pesquisa, por exemplo, da Física ou outra ciência?

Érika - Acredito que sim. Durante o doutoramento tive professores e colegas espíritas. O mesmo deve ocorrer em outras instituições. Não deve ser um número grande, mas dá para se formar grupos de pesquisa. A questão é se estes cientistas espíritas estariam interessados no Espiritismo como ciência ou apenas como religião. Não se pode excluir também pesquisadores não espíritas interessados no assunto.

São necessárias ações no sentido de criar no meio espírita uma mentalidade realmente científica, de modo que as pessoas capacitadas para o desenvolvimento de pesquisas se voltem para tal.

ABERTURA- Se houver gente e dinheiro suficiente para manter uma pesquisa, como poderíamos agregar os dispostos a isso?

Érika - Se houvesse dinheiro suficiente, poderia até se pensar em criar um centro de pesquisas espíritas. Mas acho muito difícil conseguir financiamento para pesquisas desse tipo logo de início. Talvez, depois de grupos já estabelecidos, com pesquisas em andamento, com algum tipo de resultado, possa se pensar neste assunto. Esta é uma questão que precisa ser muito discutida. Pode até parecer incongruente se pensar em estabelecer grupos de pesquisa sem existência de financiamento, mas não vejo alternativa. Se desejarmos criar uma comunidade científica espírita, devemos começar com ou sem financiamento, e com as pessoas que se propuserem a isto, as respostas só virão se começarmos a trabalhar neste sentido.

Opinião em Tópicos (Padres Aeróbicos, Novo Formato da Fé, Estética e Ótica, Carnaval com Jesus) - Milton R. Medran Moreira

Padres aeróbicos

De um lado, padres aeróbicos e dançarinos atraem multidões. De outro, as chamadas seitas pentecostais se constituem num dos fenômenos mais extraordinários de nosso tempo. A propósito delas, o teólogo americano Harvey Cox, no livro "Fire from Heaven" sustenta tratar-se do movimento religioso de crescimento mais rápido no mundo. Avança em velocidade maior que o Islamismo ou que as seitas cristãs fundamentalistas, aquelas que estão sempre prevendo o fim do mundo, nos Estados Unidos.

A religião tradicional, antes solene e sisuda, ao sentir que perdia terreno para os movimentos pentecostais, resolveu partir para a descontração e a festa. Um jovem e atlético sacerdote comanda o espetáculo. Como os melhores artistas é requisitadíssimo pelas emissoras de TV. A guerra santa, outrora nos campos de batalha, agora é guerra de audiência televisiva, sustentada pelos espetáculos de fé.

Novo formato da fé

Há, inclusive no meio espírita, quem festeje essas barulhentas manifestações religiosas, interpretando-as como um novo formato de fé, adaptado aos tempos que vivemos. E que estão servindo para atrair os jovens à religiosidade. Respeito esses posicionamentos e concordo que não deixa de ser uma emoção até certo ponto saudável para tantos jovens que, se não estivessem ali, estariam, quem sabe, buscando emoções em práticas degradantes, viciosas e altamente comprometedora às suas próprias vidas. Também concordo que essas religiões de massa estão sabendo fazer marketing. Aprenderam a se comunicar, dentro dos padrões compatíveis com a mediocridade cultural de nossos dias.

Agora, sempre que vejo um culto desses, seja da religião "a" ou "b", a pergunta que me assalta é esta: até que ponto o ritual (que é um meio) pode conduzir à transformação do indivíduo (que deveria ser um fim)? Depois de uma reunião dessa natureza, seus participantes tornam-se mais solidários com seus semelhantes? Mais empenhados, verdadeiramente, na erradicação daqueles vícios que comprometem seu relacionamento com os outros? Mais estimulados, enfim, ao trabalho pessoal e íntimo de sua transformação?

Estética e ética

Os grandes questionamentos que as religiões, todas elas, precisariam hoje se fazer deveriam partir de pontos tais como estes: O rito, a liturgia, as fórmulas exteriores, meios eficientes para despertar emoções, seguem sendo um bom caminho que conduza à espiritualização do ser? A verdadeira mudança que os tempos modernos estão a exigir das religiões será simplesmente de forma ou será de fundo? Numa palavra: a nova estética que assumem os cultos religiosos em nossos tempos tem alguma capacidade de conduzir à transformação ética do homem?

De minha parte, penso que não.

O homem que, na sua ânsia de busca do divino, peregrinou do totemismo, adorando objetos, animais e vegetais, ao monoteísmo, que reconhece a existência de um Deus único, soberano e eterno, terá que continuar a caminhada. E se hoje o satisfazem os ritos externos, os cultos barulhentos e emotivos, amanhã sentirá a necessidade da busca interior que leva à íntima transformação, desafio permanente do espírito imortal, na sua trajetória para a luz.

Carnaval com Jesus

Todas essas reflexões assaltaram-me às vésperas do Carnaval quando, numa importante praia gaúcha, visitava em casal de amigos. Em frente ao apartamento deles, diante da igreja da localidade, montou-se um tablado e sobre este instalava-se, ao início da noite, um barulhento conjunto religioso que se propunha a promover o "Carnaval com Jesus". Músicas e letras de muito mau gosto misturavam salmos do Eclesiastes com gírias bem modernas e rezas muito antigas. Tudo em clima de muita emoção. Afinal, a emoção definitivamente parece marcar a estética religiosa de nossos tempos.

Se é isso que as religiões buscam parece que estão mesmo muito afinadas com os novos tempos. Ritos festivos, cultos com música, muita bateria, cantos e rezas em voz alta, podem gerar um clima emotivamente forte, como as daquele "Carnaval com Jesus", no tablado montado frente à Igreja Matriz do balneário de meus amigos.

Não muito longe dali, a Natureza se manifestava majestosa através de auroras luminosas e de um pôr-de-sol que, todas as tardes, derramava raios de luz sobre o oceano. Cenário ideal para uma prece silenciosa, capaz de promover nosso indispensável encontro conosco próprios em íntima união com Deus e a imensidão do Universo.

Será que as religiões não são mais capazes de conduzir a alma humana a essa ligação?

Para quê serve o Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita ? - Da Redação

CEPA vai promover seu XIX Congresso Panamericano. A FEB/CEI o 4º Mundial. A USE tem promovido seguidos Congressos Estaduais e pelo Brasil afora são realizados Congressos atrás do outro.

O ICKS já promoveu oito SBPE.

Para que servem esses eventos no Espiritismo.

Allan Kardec, na Constituição do Espiritismo, previa um Congresso Mundial a cada 25 anos para discutir a doutrina. Mas o projeto de Kardec não foi implementado.

Houve tempo que congressos eram considerados desnecessários.

Cremos que o que desencadeou esse processo, essa avalanche de congressos foi o 9º Congresso Espírita Paulista, realizado em 1986, em Águas de São Pedro e que se constituiu no último plenário aberto para debater os problemas do Espiritismo no Brasil.

Na época, uma nova diretoria da USE foi eleita e o movimento fechou-se com a saída de uma parte dos antigos participantes da entidade originou-se um processo de exclusão ainda não superado.

Daí para frente os congressos estaduais da USE são administrativos e organizacionais. Não se toca em nada de doutrina. Afinal, tudo já está definido e as verdades parecem absolutas.

A EXPERIÊNCIA DO SBPE

O ICKS realizou oito Simpósios Brasileiros do Pensamento Espírita. Nesses eventos foram apresentados cerca de 140 trabalhos discutidos livremente. Além disso, a maioria deles foi impressa em Anais ou, como neste último, em CD.

Nossa preocupação é o seguinte: que finalidades têm esses eventos?

Comparativamente aos Congressos realizados por categorias científicas, há flagrantes diferenças.

Neles se abre a oportunidade para apresentação de trabalhos e pesquisas que, muitas vezes, introduzem novos procedimentos, abre-se o debate sobre idéias, pesquisas e investigações no campo da especialidade.

E no Espiritismo?

A resposta parece ter sido dada há muitos anos atrás quando da realização de um Congresso de Jornalistas Espíritas cuja pauta era mais do que pobre: o Congresso é para confraternização.

De fato, pela repercussão que acompanhamos desses 140 trabalhos, parece que seus autores e os participantes do SBPE apenas se reúnem para confraternizar.

É alguma coisa, mas...

NOSSA ENQUETE

Estamos pedindo aos nossos leitores que respondam às questões abaixo. Em muitas delas há possibilidade de mais de uma resposta. Não vacile, examine e participe.

1 – Se nunca participou de um Simpósio ou congresso qual a razão?

a)não tem interesse

b)não tem dinheiro

c)não trazem qualquer contribuição ao pensamento espírita

2 - Se já participou de um SBPE,

a)considera-os como momentos de confraternização, não importam os temas.

b)geralmente não participo das apresentações de trabalho, fico conversando com os amigos.

c) interessou-me pelos temas, apenas para conhecimento geral.

3. Se apresentaram trabalhos

Nesse caso qual foi a repercussão,

a) a postura dos participantes foi decepcionante

b)creio que dei uma boa contribuição ao pensamento espírita

c) fiquei muito feliz com a resposta do público, o que me motivou a apresentar novos trabalhos.

4. Algum dos temas ou trabalhos apresentados nesses eventos

a)trouxeram grande contribuição ao meu conhecimento

b)mudaram alguns conceitos que tinha

c)foram polêmicos e mesmo desnecessários

Participe dessa enquête. Envie suas respostas por e-mail (ickardecista@ig.com.br), fax ((13) 32842918 ) ou carta ( Av.Francisco Glicério 261, Gonzaga, CEP 11 065-401-Santos, SP ).

Sua opinião é mais do que importante. É fundamental.

Kadu e o Espírito Imortal, um Livro para Jovens e Adultos - Da Redação

Cláudia Regis Machado, 45 anos, casada com Alexandre Cárdia Machado, 2 filhas, é Psicóloga e Psicopedagoga, espírita atuante desde a infância, residiu alguns anos em Porto Alegre, RS e voltou para Santos, recentemente.

Em 2003, lançou, na Bienal do Livro do Porto Alegre, seu livro Kadu e o Espírito Imortal, que é uma divertida gincana para conhecer os princípios básicos do Espiritismo. Destinado aos adolescentes é, também, excelente leitura e divertimento doutrinário para adultos.

A convite do ABERTURA, ela assina, a partir desta edição, a coluna BRINCANDO COM KADU, que será publicada mensalmente. Nesta rápida entrevista ela conta como concebeu Kadu e o Espírito Imortal.

Abertura – Como nasceu a idéia de fazer o Kadu?

Claudia - Nasceu da necessidade de mostrar a Doutrina Espírita a um público infanto-juvenil, de uma maneira dinâmica, interessante e atraente.

É uma proposta nova dentro da Literatura Espírita com o objetivo de que o aprendizado do Espiritismo se atualize em relação aos novos moldes educacionais, pois o livro oferece a possibilidade a cada leitor, através de jogos, tarefas e brincadeiras, se coloque no lugar do Kadu e passe a construir o próprio conhecimento sobre a Doutrina.

ABERTURA – Na elaboração do livro quais as maiores dificuldades?

Claudia - Primeiro, em delimitar o que queríamos abordar na Doutrina Espírita, pois esta é muito vasta e tem vários itens para serem estudados. Isto foi resolvido pela escolha de iniciarmos pela base – mostrando os princípios fundamentais do Espiritismo bem como a sua História.

A segunda dificuldade foi trazer este conteúdo num contexto infanto-juvenil e num modelo educacional atraente e instigante, elaborando atividades, brincadeiras e jogos que se encaixassem no objetivo do livro.

Abertura –Qual foi a repercussão no lançamento do livro em Porto Alegre?

Cláudia - A repercussão foi boa. Houve uma entrevista na TV Educativa, que estava fazendo uma cobertura da Feira do Livro, e eu fui convidada a participar. O Jornal Opinião fez propaganda e o livro entrou em algumas livrarias espíritas e não espíritas de Porto Alegre e Canoas.

Abertura – Como tem sido recebido o livro no movimento espírita em geral?

Cláudia - O livro tem sido bem recebido mas ainda é cedo para avaliar, porque estamos no processo de divulgação mas, para aqueles que distribuímos, tem agradado bastante devido a proposta nova que ele foi escrito, e também pela maneira atraente e divertida que ele é apresentado.

Tem atraído adultos também, tanto aqueles que já tem conhecimento espírita, pois relembram e se divertem, como para aqueles que não possuem o conhecimento doutrinário mas podem iniciar o seu conhecimento com tarefas que auxiliam a fixação e avaliação do seu aprendizado.

O livro pode ser utilizado como recurso pedagógico para a Infância Espírita e vamos ter esta primeira experiência na infância do CEAK.

Abertura – Está prevista uma noite ou tarde de autógrafos para Santos?

Cláudia -Sim, provavelmente em abril, o ICKS estará promovendo uma tarde ou noite de autógrafos.

Abertura – Tem projetos para outros livros?

Cláudia - Sim. Tenho projetos e quero realizá-los porque há um bom campo para ser trabalhado.