Maio de 2004

XIX CEPA na Reta Final - Capa

Realizados a cada quatro anos, os congressos da CEPA reúnem espíritas ligados à proposta da Confederação, ou seja, o Espiritismo kardecista laico e progressista. O XIX Congresso Espírita Panamericano será realizado de 8 a 12 de setembro próximo na cidade argentina de Rafaela.

Os membros da Comissão Organizadora participam da Sociedade Espiritismo Verdadeiro, entidade tradicional e de grande influencia na cidade. Rafaela sediou a presidência da CEPA, durante muitos anos. Ali um grupo de colaboradores da entidade desenvolve atividades principalmente no campo da educação da infância e juventude e da parte científica da doutrina.

Encerrado, com êxito, o IV Curso de Introdução à Doutrina Kardecista - Capa

O IV Curso de Introdução à Doutrina Kardecista, promovido pelo ICKS, terminou no dia 27 de abril com a entrega de Certificados de Conclusão a 33 participantes.

Iniciado em 9 de março, o Curso teve duração de 8 aulas semanais, sempre às terças feiras. Os 33 participantes que receberam o Certificado, freqüentaram pelo menos 60% das aulas.

Foram expositores, Jaci Regis, Ricardo Nunes, Alexandre Cardia Machado e Júnior da Costa e Oliveira.

A coordenação esteve a cargo de Rosana Regis da Costa e Oliveira e João Regis Conde.

Iniciado o Curso Intensivo sobre o Livro dos Espíritos - Capa

Teve início no dia 3 de maio, o Curso Intensivo sobre O Livro dos Espíritos.

Programado para 12 aulas semanais, às segundas-feiras, das 20 às 22 horas, o Curso tem por objetivo um estudo mais concentrado do livro básico da doutrina.

O programa prevê a análise de todos os itens do livro, em grupos com estudo dirigido.

Quatro grupos estudarão os capítulos e temas do livro de forma dinâmica e interativa.

O Curso foi estruturado por Jaci Regis, que será seu coordenador e terá como monitores, Alexandre Cardia Machado, Antônio Ventura, Cláudia Regis Machado, Eduardo Lima, João Regis Conde, Júnior da Costa e Oliveira, Mauricy Antônio Silva e Rosana Regis da Costa e Oliveira

As inscrições alcançaram 70 participantes.

O Curso se prolongará até 20 de julho.

Em junho, um Seminário sobre Família - Capa

As reuniões de sextas-feiras, realizadas normalmente pelo ICKS, das 20 às 22 horas, terão programação diferente durante o mês de junho próximo.

Todas as reuniões abordarão a temática familiar, dentro do Seminário sobre a Família.

O programa estava sendo elaborado ao fecharmos esta edição

O seguinte programa, sujeito a modificações de acordo com a disponibilidade de expositores.

Dia 4 – O problema das drogas na estruturação familiar.

Dia 11 – Iniciação sexual precoce.

Dia 18 – Criação de famílias afetivamente compensatórias.

Dia 24 – A família ontem e hoje.

Modo de apresentação

Seguindo o procedimento adotado no Seminário da Família de 2003, os temas serão desenvolvidos da seguinte forma

20:00 às 20:15 horas – Introdução ao tema pelo expositor.

20:25 às 20:45 – Estudo em grupos de texto preparado pelo expositores.

20:45 às 21 horas – intervalo.

21:00 às 22 horas – Debate das conclusões e síntese do tema pelo Expositor

Inscrições

As inscrições são gratuitas, poderão ser feitas diretamente na sede do ICKS, À AV. Francisco Glicério, 261 ou pelo telefone 3284 2918.

ICKS comemorou os 147 anos do Livro dos Espíritos - Capa

As reuniões de sextas-feiras, realizadas normalmente pelo ICKS, das 20 às 22 horas, terão programação diferente durante o mês de junho próximo.

Todas as reuniões abordarão a temática familiar, dentro do Seminário sobre a Família.

O programa estava sendo elaborado ao fecharmos esta edição

O seguinte programa, sujeito a modificações de acordo com a disponibilidade de expositores.

Dia 4 – O problema das drogas na estruturação familiar.

Dia 11 – Iniciação sexual precoce.

Dia 18 – Criação de famílias afetivamente compensatórias.

Dia 24 – A família ontem e hoje.

Modo de apresentação

Seguindo o procedimento adotado no Seminário da Família de 2003, os temas serão desenvolvidos da seguinte forma

20:00 às 20:15 horas – Introdução ao tema pelo expositor.

20:25 às 20:45 – Estudo em grupos de texto preparado pelo expositores.

20:45 às 21 horas – intervalo.

21:00 às 22 horas – Debate das conclusões e síntese do tema pelo Expositor

Inscrições

As inscrições são gratuitas, poderão ser feitas diretamente na sede do ICKS, À AV. Francisco Glicério, 261 ou pelo telefone 3284 2918.

O Futuro da Doutrina Espírita - Editorial

Ao contrario do o título deste editorial poderia fazer supor, não estamos nos referindo ao fato de no futuro continuar existindo centros e instituições espíritas.

A Federação Espírita Brasileira, por exemplo, já ultrapassou de muito os cem anos de existência e é bastante provável que completará dois séculos e assim muitas e muitas associações nominalmente espírita prosseguirão existindo, com suas atividades beneficentes e doutrinárias.

Estamos nos referindo ao futuro da idéia espírita.

Isso porque justamente as federações, uniões e centros são os núcleos que deveriam, teoricamente, divulgar, ensinar e consolidar o pensamento de Allan Kardec.

A realidade é que tais núcleos, com as honrosas exceções, não ensinam o Espiritismo.

E isso cria uma atmosfera social definida: as pessoas vão aos centros espíritas, via de regra, para tomar passe. Em muitas dessas entidades os que vão ali para tomar passe, têm que suportar uma palestra evangélica, quase sempre sem sentido real e muito menos ligada ao pensamento de Kardec.

Este, Kardec, deslocado de sua posição de fundador do Espiritismo para mero codificador do pensamento dos Espíritos, é ignorado na essência, porque os centros, federações brasileiras, estão impregnados pelo espírito evangélico, quer dizer, do mesmo miasma religioso das igrejas protestantes e católicas em mistura melancólica, e como tal uma forma inócua de propagar uma nova mentalidade sobre a divindade, a vida e a pessoa humana, que são os núcleos temáticos do kardecismo. estatuídos por Kardec.

É fácil viajar por idéias confusas e imprecisas quando se fala de Deus, de Jesus, da reencarnação, do sofrimento , do bem e do mal, porque esses temas são universais, pertencem à cultura, através da história. Difícil é trata-los corretamente dentro dos parâmetros kardecistas, porque para isso é preciso estudar, refletir, pensar kardecistamente. Coisa que a maioria estarrecedora de dirigentes jamais se empenhou em fazer.

Assim, é provável que, mantida essa tendência, o pensamento real de Kardec, a estrutura por ele criada para o Espiritismo serão objeto de pesquisa de intelectuais e estudiosos de crenças, religiões e assemelhados, que descobrirão, para espanto geral, que ele deixou uma doutrina perfeitamente estruturada, pronta para progredir, superar-se e manter-se fiel a si mesma.

Isso porque os espíritas brasileiros fizeram a proeza de criar um Espiritismo sem Kardec.

Estamos exagerando ? - Editorial

Muitos dos leitores talvez pensem que exageramos em nossa crítica ao movimento espírita.

A questão às vezes é confusa, porque se colocam frente a frente, duas versões, uma que procura conciliar tudo com a necessidade de fazer o bem, de simplesmente dar alguma consolações aos que procuram o Espiritismo e outra que, sem negar esse amparo fraternal, sabe que sem uma exata compreensão dos fundamentos progressistas da doutrina kardecista, o Espiritismo não ajudará a humanidade, nem cumprirá seu destino de influenciar positivamente o mundo.

Quanto muito será uma seita benfeitora que espargirá benefícios benemerentes, temporários, que trarão, certamente, muitos benefícios para os que necessitam, mas que engordará o ego dos médiuns e dirigentes que se consideram missionários.

Um certo senhor que é membro da direção de um centro espírita e que aspira mesmo ser seu presidente, conversava sobre tarefa que tinha de pesquisar sobre os malefícios da prática a mediunidade em crianças, para fazer uma palestra naquele centros.

Viu, em estante, a coleção da Revista Espírita de Kardec. Admirou-se "nunca tinha visto a Revista, confessou, pensava que ela tinha o mesmo formato do Reformador, emendou. Depois, continuou suas ponderações e afirmou "veja só, Kardec só se tornou médium aos 50 anos. Ele trabalhou muito com as Irmãs Fox, que morreram pobres e exauridas porque desde crianças exerceram a mediunidade..."

Por essas incorreções elementares, podemos ver o nível da maioria dos dirigentes dos centros espíritas que geralmente não lêem, não estudam e nem sabem bem quem foi Allan Kardec, a não ser pela gravura que muitos centros penduram em suas paredes e pelo ouvir dizer sobre ele.

Para quê serve o SBPE ? - Cartas Abertas

Ao Jornal ABERTURA

Ref.: resposta da enquete março/ 2004

1) já participei do VIII SBPE

2) c

3)não apresentei trabalho

4) a e b

Gostaria ainda de ressaltar que estes Simpósios são se grande valia para o Movimento Espírita Brasileiro e Mundial, haja vista que, os temas propostos são em sua maioria profundos e fazem justiça aos livres pensamentos que hoje existem em nosso Movimento.

O único se não destas iniciativas, dizem respeito ao continuísmo que deveria haver no desenvolvimento e pesquisa dos temas propostos. Mas isto é uma outrta estória, que deveríamos discutir com maior interesse e tempo.

Espero que esta iniciativa de levar adiante tão importante evento, continue e flua no sentido de fazer crescer e unir o Movimento Espírita em torno de idéias atuais.

Parabéns,

João Régis Conde

1º Congresso Brasileiro de Pedagogia Espírita - Da Redação

De 10 a 12 de junho próximo será realizado em Santos, na Universidade Santa Cecília (Rua Cesário Mota, 8)o 1º Congresso Brasileiro de Pedagogia Espírita.

Segundo os organizadores do Congresso, "a pedagogia espírita nasceu no Brasil com Eurípides Barsanulfo, ao fundar o Colégio Allan Kardec, em Sacramento, MG, no início do século XX. Passados 100 anos, muitos deram suas contribuições teóricas e práticas ao desenvolvimento desta pedagogia. A pedagogia espírita não é uma pedagogia sectária, mas uma pedagogia que aborda o ser humano integralmente, visto também em sua dimensão espiritual. Esse Congresso pretende ser um marco histórico. Nele serão discutidas as idéias, as escolas que já existiram e as que estão funcionando atualmente e os projetos para o futuro da proposta espírita de educação".

O programa elaborado é extenso e inclui conferências, mesas redondas, debates, worshops, comunicações e painéis Estarão presentes alguns mais renomados pedagogos espíritas, como o Prof.Ney Lobo, a dra. Dora Incontri .

Quem desejar o programa completo pode solicitar pelo e-mail -pedagogiaespirita@uol.com.br

Incrições e informações  

Tel. (13) 3467 5648 – (11) 4032 8515 ou pedagogiaespirita@uol.com.br . Haverá uma taxa de inscrição de R$50,00. Estudantes terão 50% de desconto.

Vivências Passadas - Jaci Régis

Ela veio me procurar para ver se certas pessoas reencarnaram apenas para se vingar dela.

Eu tive um certo momento que pretendi fazer regressão, mas desisti. Talvez, como Freud, eu hipnotize mal, embora tivesse algumas passagens bastante interessantes.

Mas é que verifiquei que a maioria do que se diz ser regressão à vidas passadas, não passa de indução do terapeuta, uma vez que seus mais afamados cultores afirmam que não importa se o que o paciente diz ser uma vida passada seja verdade ou não, o que importa é que seja beneficiado.

Pretendia fazer regressão com fatos concretos, vivências comprovadas e verifiquei que fazer isso em consultório, num tempo limitado da sessão terapêutica é muito problemático.

Por isso abandonei a idéia.

Mas tinha anunciado o fato e ela veio até mim para saber como se defender, suponho, dos que, na sua visão, estavam simplesmente tornando sua vida um inferno.

Era uma mulher bastante jovem, que chamarei de Violeta. Diria que poderia ser mais bonita se sua face não fosse tão dura, seus olhos tão fortemente fixadores.

Como é comum, tudo girava em torno de um suposto amor, de uma ligação bastante tumultuada com um homem e que durava já onze anos, sem ser absolutamente realizada.

Violeta era estudante de odontologia. Tinha entrado na Faculdade naquele ano. Certa noite, com seus familiares foi a um restaurante e olhando um jovem garção, pareceu-lhe ter conhecido aquele homem a muito tempo.

Vendo-se olhado com insistência, o jovem aproximou-se e escreveu o número de seu telefone e ela guardou.

Sem resistir ao seu desejo, Violeta telefonou-lhe e aí começou um relacionamento incompleto, conflitante, triste. Pelo menos sem compensação.

O rapaz confessou-lhe que tinha engravidado uma jovem em seu estado de origem. Afirmou que fora "uma única vez" e que tudo acabaria com o nascimento da criança. Todavia, os pais da jovem a expulsaram de casa e ela veio procura-lo, afinal era o pai da criança.

Ele abrigou-a e novamente prometeu que quando a criança nascesse tudo terminaria, a jovem voltaria para seus pais. Mas, quando a menina nasceu ele se apaixonou por ela e estabeleceu um vínculo forte. A mãe e a menina voltaram efetivamente parra seu Estado natal. Mas, crescendo, a menina quis saber quem era o pai e vem passar férias com ele.

Violeta enfureceu-se com isso. Odeio crianças, diz ela. Odeio essa menina....

Mas perdoou o namorado. Continuaram sem coabitar. Para o futuro, resolveram comprar, conjuntamente, um apartamento. O rapaz passou a morar no imóvel e aí as coisas pioraram,. A família do namorado , sem cerimônia e para desespero de Vi, ocupou literalmente o apartamento. A mãe e seus irmãos, parentes e amigos, moradores de outras cidades, se lançaram em visitas e temporadas. Não era só isso. Os costumes daquela família chocavam-se com os dela. Era organizada, enquanto os familiares eram desleixados, roupas jogadas, um quadro que a perturbava demais.

A co-proprietária exasperou-se. Ela odeia a mãe do rapaz, odeia seus familiares.

Por fim, venderam o apartamento e ficaram separados.

Mas voltaram e aí outra surpresa. Viajando pelo nordeste, o namorado engravidou outra mulher. Esta, também em viagem, pois morava em São Paulo, queria mesmo ter um filho. E a criança nasceu e o homem jurou que "fora apenas uma vez". Ela exigiu que fosse feito um teste de DNA que, afinal, comprovou que seu namorado era o pai da criança. Ela odeia a mãe e a criança e a culpa porque sabendo que ela era namorada do homem mesmo assim teve relações com ele.

Ah! Fez durante esse tempo, dois abortos, porque não gosta de criança, porque não era o momento, etc.

E gora? O que ela queria? Saber se todos a odiavam, que tinham nascido para vingar-se dela, porque ela é extremamente infeliz e como não fiz regressão, quis saber se deveria romper ou não com o rapaz, que é dono de um carrinho ambulante que negocia nas praias e ela uma pequena negociante com "um canto" num dos shopping da cidade.

Fim dessa história.

Eu lhe disse que não precisava fazer regressão, porque o passado estava nela mesma e que seu ódio, sua insegurança, minaram qualquer possibilidade de ser minimamente feliz.

Ela perdoava o homem, odiava todos os parentes, amigos e mães dos filhos dele, que ela, afinal, não quisera ter.

Comentei que a diferença de classe social, de educação entre sua família e do namorado era um fato que não deveria ser esquecido. Uma jovem universitária e um jovem sem qualquer instrução mais sólida são pólos nem sempre superáveis.

Ela abandonou a odontologia, porque se ligou ele e não conseguiu acompanhar o estudo. Depois matriculou-se em Faculdade de Letras, mas não terminou.

Diante desse quadro, é fácil jogar a culpa sobre um passado imaginário e esquivar-se de ver a realidade em torno.

Quem odeia afasta-se do equilibrio e vê inimigos em todos os que contrariam seus desejos.

Ela está perturbada com essa questão do passado, como acontece com muitos que se aproximam do Espiritismo, ela diz que é kardecista, e não compreendem o mecanismo evolutivo que a reencarnação representa. Pensam nela como uma forma cruel ou não da Pena da Talião.

As chamadas "vidas passadas", disse-lhe não são uma forma de gesso que fica em algum lugar no espaço e depois se apoia sobre nossas costas, nesta existência corpórea

Nós somos a soma algébrica de todas as nossas experiências corpóreas e não corpóreas. Nossa vida está em nós e não no passado distante, incógnito, impassível. A dinâmica da vida contínua e imortal se reflete no nosso estar no mundo atual, misturado com as pressões do ambiente.

Criamos uma personalidade adequada a cada existência, mas essencialmente somos nós mesmos, conforme criamos uma estrutura mental moral desse ou daquele conteúdo moral.

A mulher partiu e não voltou.

Talvez não consiga desvencilhar-se mais por egoísmo, ódio ou teimosia dessa relação insatisfatória. Sua vida poderá, se não reestruturar-se mentalmente, continuar sem qualquer resposta positiva, perdida entre raivas, culpas e perspectivas de vitória, de abandono ou de reaproximação.

Poder-se-ia perguntar se os personagens dessa relação tumultuada teriam relações anteriores, se viveram dramas em outras existências. A resposta é sim, poderão ter ligações estreitas nas relações afetivas.

E daí? É preciso considerar que vivemos para resolver problemas e não apenas para saber sua suposta origem.

Ditadura da Juventude - Eugênio Lara

Sempre desconfiei dessas pessoas orgulhosas e cheias de si, que olham os outros de cima abaixo e declaram: "no meu tempo era bem diferente, era muito melhor". E fazem questão de demonstrar o desprezo pelo comportamento dos jovens de hoje: "uns transviados, sem valores, sem virtudes", como se o mundo fosse, durante a juventude dessas pessoas, mais fraterno e igualitário.

E chego a ficar irritado quando vejo pessoas de minha geração ou até mais novas, reproduzirem o mesmo discurso reacionário e conservador dessa gente, que parou no tempo e se alimenta do saudosismo. Pobres seres que congelaram sua mente em algum lugar do passado, que se fixaram no pretérito ao invés de se projetarem no futuro ou, ao menos, no presente.

É no gosto musical, na vestimenta, no linguajar que percebemos o quanto determinadas pessoas resistem às mudanças. Obviamente que é preciso ter equilíbrio, bom senso. Um sujeito pra lá da Terceira Idade que fala "tá ligado", "valeu, véio" soa estranho, ao menos por enquanto. Pois expressões, que em determinada época eram gíria da juventude, se incorporaram na linguagem cotidiana e não dependem mais da idade para serem ditas.

Quando eu era adolescente, os mais velhos que tentavam absorver as novas gírias e expressões do momento, eram ridicularizados. Ou então, admirados: "Pô, aquele coroa é um cara pra frente". Essa atitude não mudou muito.

Há expressões outras que possuem o mesmo sentido de antigas épocas. É a mesma acepção, mas com outra roupagem. "Tá ligado" é o mesmo que "falô, bicho". O "ficar" se assemelha à "amizade colorida". O "cover" de determinada música é o mesmo que a "versâo". "Nada se cria, tudo se copia", dizia o filósofo.

Vivemos nesse momento um revival dos anos 70, como ocorreu nos anos 90, quando a juventude de então copiava valores do final dos anos 70 e início dos anos 80. O que também não é novidade, pois na História da Arte, muitos renascimentos ocorreram a partir do advento da chamada modernidade, no fim da Idade Média.

Há hoje uma ditadura da juventude, talvez um reação natural à repressão, à subjugação dos adultos sobre os jovens, muito bem explorada pela mídia. Não nos esqueçamos que há pouco mais de um século, antes da cultura pop, do rock, no início dos anos 50, não existia conflito de gerações. O filho queria ser como o pai, que também seguia o padrão deixado por seus antepassados. Ou seja, existia uma tradição transmitida de geração para geração. Processo esse interrompido com o advento da cultura de massa, o desenvolvimento dos meios de comunicação e a intensa urbanização de nossas cidades.

Esse mesmo discurso cristalizado, citado no início, já era ouvido na Grécia Antiga, no tempo de Sócrates, acusado de levar a juventude para o mal caminho. Jesus de Nazaré sentiu na pele esse mesmo problema.

Cada geração tem as suas virtudes e os seus defeitos. É um processo pendular, contraditório, cíclico e, amiúde, aparentemente desconexo, que deixa arrepiados e angustiados os sociólogos e pensadores de nosso tempo. Para onde caminha a humanidade? Para o buraco? Será que "a vaca foi pro brejo"? Ou estamos na rota de uma vida melhor, com oportunidades iguais para todos?

O pessimismo e, muito menos o otimismo exacerbado, não cabem em uma mentalidade evolucionista, humanista e solidária. Os valores morais e o exercício de uma ética de princípios sempre terão o seu lugar em qualquer época, em qualquer geração. Vale tanto para o idoso como para o jovem adolescente, na infância à fase adulta.

É aí que a filosofia kardecista se insere, com seus princípios filosóficos, sua ética transformadora, segundo os seus limites, sem a pretensão de fazer prosélitos, de possuir a chave para o entendimento de todos os mistérios da vida ou da morte. Kardec é "bem legal", mas precisa ser compreendido na linguagem de nosso tempo, senão ele vira "um mala", uma pedra no caminho de nossa travessia evolutiva.

Lar Veneranda comemora seu Cinquentenário - Da Redação

Em 5 de junho de 1954, por proposta de Antônio de Freitas Costa, o Conselho Deliberativo da então União Municipal Espírita de Santos, fundou a Comunidade Cristã Lar Veneranda, que completa cinqüenta nos de atividades, trabalhando pelas crianças e famílias de baixa renda.

Sua finalidade inicial foi a criação de creches para abrigar os filhos enquanto as mães trabalhavam. Em 1959 criou também um internato para meninas que veio a ser extinto em 1969.

Um pouco de história

O início

Assumindo a presidência, Antônio de Freitas Costa iniciou um mandato dinâmico que se estendeu até janeiro de 1960. Na sua presidência a instituição começou a tomar as primeiras providências para funcionar. Instalou a creche em casa alugada na rua Carvalho de Mendonça, bairro do Campo Grande. Comprou a casa da Rua Ministro Xavier de Toledo, 130, no mesmo bairro, para onde a creche foi transferida e ampliada.

Para abrigar o internato comprou a casa da rua Soares de Camargo, 13, no bairro do Boqueirão e iniciou a estruturação administrativa do Lar Veneranda.

Ao deixar a presidência e o Lar, Freitas Costa tinha criado uma base para o desenvolvimento da instituição, embora onerada pelas dívidas com a compra das duas casas.

Com a saída de Costa, sucedeu-lhe José Antônio de Nardo, que deu prosseguimento ao trabalho, principalmente dando melhores condições para o funcionamento do internato.

Em 1961 De Nardo deixou a presidência.

A consolidação

O segundo semestre do ano de 1961, foi bastante tumultuado. Diante da ameaça de uma crise maior, resolveu-se fazer uma mudança estrutural da entidade. Em novembro daquele ano, em Assembléia Geral, o nome da entidade passou a ser Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda e o mandato da diretoria iniciado em 1º de janeiro e não em junho com era então estatuário.

Em janeiro de 1962 Jaci Regis foi eleito presidente e iniciou o processo de consolidação do Lar Veneranda.

Já em 1963, era feita a troca do imóvel da rua Soares de Camargo, 13 por terreno na rua Evaristo da Veiga, 211, no bairro do Campo Grande e iniciada a construção da sede do Lar Veneranda, inaugurada em outubro e 1967.

Ali foram instaladas a creche e o internato.

Mais tarde, em 1969, o internato foi extinto e a creche ampliada para até 150 crianças de 0 a 12 anos.

Não apenas o patrimônio foi ampliado, porque com a venda da casa da rua Ministro Xavier de Toledo, comprou-se o prédio da rua Itororó, 111/113 onde se instalou o Lojão das Pechinchas. Mais tarde foi também comprada a casa da rua Pedro Américo, 198, para alojar o Núcleo de Promoção Social destinado ao treinamento profissionalizante e vocacional das mães e o setor escolar, com crianças com idade entre 7 e 12 anos, além do Núcleo de Recreação Infantil Amelie Boudet, que teve um prédio exclusivo para ele no mesmo local..

Sobretudo o que o Lar conseguiu foi criar um modelo de trabalho dinâmico e progressivo com a integração das mães, seja com cursos, alfabetização, orientação, mas também ampliar a ação junto com as crianças, fundando o Núcleo de Recreação Infantil Amelie Boudet, Plantão das Mães e outras providências e procedimentos que tornaram o trabalho realmente produtivo e transformador.

Administrativamente, a Comunidade desvinculou-se da União Municipal Espírita de Santos, tornando-se uma entidade juridicamente perfeita.

Jaci Regis deixou a presidência executiva em 1995, passando para a presidência do Conselho Administrativo onde ainda está.

O Lar Hoje

Depois de Jaci Regis, ocupou a presidência executiva Maria Vanda Rodrigues e, em seguida, Valéria Regis e Silva que é a atual presidente.

Hoje, O lar Veneranda desempenha uma extensa gama de atividades sócio-educativas, para crianças, jovens e adultos.

Em 2001 foi inaugurado o Edifício "Jaci Regis", erguido pela Comunidade na avenida Francisco Glicério, 261, bairro do Gonzaga, em terreno doado. Ali começou a funcionar, a partir de 2003, o CEPROF- Centro de Capacitação Profissional e Humana Lar Veneranda.

A Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda, foi fundada em 5 de junho de 1954. É declarada de Utilidade Pública Federal, Estadual e Municipal.

O Lar Veneranda é hoje um complexo educacional e promocional, com uma variada pauta de atividades visando a promoção profissional e humana.

Complexo Educacional Infanto- Juvenil

Em sua sede à rua Evaristo da Veiga, 211/213, bairro do Campo Grande, em Santos, desenvolve as seguintes atividades

a)Creche para crianças de ambos os sexos de. A Creche está dividida em 3 setores

1.Berçário Dona Branca, para 50 crianças de 0 a 2 anos;

2.Pré-escolar, para 70 crianças de 3 a 6 anos

3.Escolar , para 30 crianças de 7 a 12 anos

b) Centro de Estimulação e Recreação para 50 crianças de ambos os sexos, 0 a 2 anos, do Berçário Dona Branca

c) Núcleo de Recreação Infantil "Amelie Boudet" para 70 crianças de ambos os sexos, 3 a 6 anos, participante do setor Pré-Escolar

d. Setor de Inter-relação escola e Lar, com um grupo de 30 crianças de ambos os sexos, 7 a 12 anos, que freqüentam a EMEF e semi-residem no Lar.

Núcleo de Promoção

Social Dona Júlia

O Núcleo de Promoção Social desenvolve atividades com as mães das crianças matriculadas na Creche. A quantidade de participantes do Núcleo é em torno de 80 mães.

Sua maior finalidade é promover humanamente essas mulheres através de atividades desenvolvidas diariamente no final da tarde. Entre as atividades estão:

1)alfabetização

2)cursos profissionalizantes e vocacionais,

3)palestras, cursos e orientações psicológicas, médicas, sanitárias e de saúde em geral, da legislação trabalhistas e outras.

4)Grupos de orientação a cargo de Psicóloga.

5)Sistema de orientação social, a cargo de Assistente Social.

CEPROF - Centro de Capacitação Profissional e Humana Lar Veneranda

A Comunidade construiu o edifício "Jaci Regis", na avenida Francisco Glicério, 261 e aí instalou o CEPROF - Centro de Capacitação Profissional e Humana "Lar Veneranda", para desenvolver atividades de ensino profissional e geral, destinadas para adolescentes e adultos em geral.

O CEPROF começou a operar em fins de 2002.

Festividades marcarão a data

A passagem dos 50 anos de fundação do Lar Veneranda mobiliza a comunidade. Segundo a presidente do Lar, prof. Valéria Regis e Silva, vários eventos estão sendo programados para serem realizados durante todo o mês.

Eventos

As crianças e as mães estão participando de gincanas, comemorações internas como motivação pelo aniversário.

Além disso, as crianças visitarão e receberão visitas de escolas da vizinhança.

Durante o mês de junho, a Comunidade mobilizará a população do bairro do Campo Grande, onde se localiza a sede e o Complexo Educacional, com passeata das crianças pelas ruas do bairro, entrega de panfletos, serviço de som.

Está também previsto o isolamento do trecho da rua Evaristo da Veiga, 211, para a realização de atividades esportivas e artísticas.

Sessão solene

No dia 5 de junho, a partir das 16 horas, no auditório do edifício Jaci Regis, à avenida Francisco Glicério, 261, será realizada a sessão solene comemorativa da passagem do Cinqüentenário do Lar. A coincidência da data é significativa e a direção da entidade espera o comparecimento de fundadores ainda vivos, antigos e atuais colaboradores.

Haverá também um brinde.

Colhemos três depoimentos para fixar as fase do Lar Veneranda.

HENRIQUE DIEGUES

Henrique Diegues, foi um dos fundadores da Instituição e prossegue ativo no Lar, como Conselheiro e vice-presidente do Conselho Administrativo.

Eis a íntegra de seu depoimento.

Era um Domingo ensolarado, dia 5 de junho de 1954.

Na sede do Centro Espírita Anjo da Guarda", uma das instituições espíritas mais antigas do Brasil, à rua Conselheiro Nébias, n.º 126, cujo presidente, então era o Sr, José Vaz, reuniu-se o Conselho Deliberativo da UMES- União Municipal Espírita de Santos, órgão da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo –USE, sob a presidência de Altivo Ferreira, com a presença dos representantes dos Centros Unificados.

Deliberaram sobre o movimento espírita de nossa região.

Depois de discutidos diversos assuntos, solicitou a palavra o nosso saudoso companheiro Antônio de Freitas Costa, que falou da possibilidade de os centros que constituíam a UMES fundarem uma instituição de amparo às crianças, cujas mães necessitavam trabalhar.

Após muitas considerações, Freitas Costa corajosamente empunhou a bandeira e assim foi fundado o Lar Veneranda, instituição ímpar, mesmo nos dias de hoje, e que tem servido de modelo no campo da promoção social e de amparo à criança.

A primeira diretoria foi constituída de Presidente Antônio de Freitas Costa, vice presidente, Guilherme Gonçalves e Secretário geral, Henrique Diegues.

Os primeiros anos foram de muitas dificuldades.

Começamos em uma casa na rua Carvalho de Mendonça, com mais ou menos 8 (oito) crianças sob a direção de dona Maria Costa, esposa de Antônio de Freitas Costa.

Mas a semente havia sido plantada. Era necessário que germinasse e crescesse. Hoje é uma árvore frondosa que tem dado muitos frutos, graças a criaturas como a nossa saudosa dona Branquinha, (Maria Branca Martins de Lima) a dona Júlia Rigueiral, e principalmente à família Régis, assim como ao grupo de abnegadas trabalhadoras.

Este ano, em 5 de junho, o Lar Veneranda estará comemorando 50 anos de atividades, prestando assistência a mais de 130 crianças e suas respectivas mães.

Na sede própria, construída na rua Evaristo da Veiga, n.º 211/213, possui um Centro de Cultura e Ensino Profissional com cursos profissionalizantes para mães.

Hoje, o Lar Veneranda-2, situado à Av. Francisco Glicério, n.º 261, ampliou seu campo de ação, desenvolvendo atividades culturais, além do ensino profissionalizante para jovens.

Recordo-me de que quando o lar completava 45 anos, numa tarde em que levei um amigo engenheiro para verificar algumas reformas e de como ele se emocionou ao ver as crianças brincando e a forma como era tratadas.

Depois de nos despedirmos, entrei em meu carro e liguei o rádio. Estava tocando a música de Ataulfo Alves, "Que saudades da professorinha que me ensinou o be-a-bá, onde andará Mariazinha, onde andará...:" E, eu, sensibilizado fiquei pensando onde andariam aquelas crianças do início do Lar Veneranda... pois já haviam passado mais de 40 anos.

A essa admirável instituição, que tem sido através de todos esses anos, a extensão de um lar, do nosso lar, auguramos uma amplitude cada vez maior do leque de suas fraternas realizações.

JOSÉ RODRIGUES

José Rodrigues passou a participar do Lar, em junho de 1960, junto com outros jovens da Mocidade Espírita Estudantes da Verdade, que foram eleitos para o Conselho da entidade.

Durante muitos anos foi o companheiro constante de Jaci Regis, na busca e solução dos problemas que a Comunidade enfrentava. Ocupou os cargos de 2º tesoureiro e 1ºsecretário.

Eis a íntegra de seu depoimento

Naquele tempo, a palavra voluntário tinha uma conotação um tanto militar. "Os Voluntários da Pátria". A expressão ONG, sequer existia. Havia alguns "pratos de sopa", albergues, internatos, asilos, até históricos. Mas as creches eram raras, dentro de uma concepção socialmente estratificada. O conceito vicioso de caridade, da mão única, ainda perdurava, com os jornais pontificando os gestos de generosidade de alguns para com outros, devidamente fotografados.

A creche nasce sob um conceito revolucionário. Uma guarda temporária da criança enquanto seus pais, e invariavelmente, sua mãe, ocupa-se profissionalmente. Ao final do dia, a família volta a se juntar no seu núcleo de origem e autêntico, sob o manto da dignidade. Há 50 anos, quando foi fundado o Lar Veneranda, essa era uma idéia futurista. Que ganhou corpo, se aperfeiçoou, na medida em que as mães passaram a desenvolver alguma forma de integração com a entidade, na busca de alfabetização, aprendizado profissional e sociabilização. As crianças, por sua vez, durante a permanência na creche, têm garantida sua formação escolar básica.

Lá por volta de 1960, quando um grupo de jovens da Mocidade Espírita Estudantes da Verdade assumiu cargos de direção1 senhores jovens bateram à porta e perguntaram se não era "daqui este envelope"... Eles viram quando o pacote caiu e com o olhar seguiram a motocicleta que, por felicidade, estacionou bem próximo. Daquele dia em diante passei a acreditar ainda mais em anjo.

Foi nessa mesma moto que, em dia de reunião de diretoria e com a greve no transporte coletivo da cidade, dei carona para dona Branca, como também para Altivo Ferreira, o que hoje seria uma quebra de protocolo, ante suas imagens conhecidas. Os desafios foram constantes durante todo o tempo, como continuam. Prédios construídos, não raro em meio a crises econômicas, mudanças de ênfases para um ou outro segmento, contudo, nada mudaram no eixo de serviço do Lar Veneranda. A filosofia espírita como retaguarda e a opção de vida de seus dirigentes são impulsos que alimentam o trabalho. Um trabalho silencioso, distributivista, promocional, semente do que a sociedade ainda carece em abundância. Recolho deste tempo que passou, o privilégio da convivência com companheiros dedicados, o aprendizado do fazer, o desafio do aperfeiçoamento, a honestidade por dever, a doação pura e simples do tempo e de energias, como forma de vida. O semelhante, aquele que está do outro lado, na suposta recepção, é apenas um igual, que vai crescer conosco na terapêutica da paz.

JACI REGIS

Jaci Regis começou a participar da Comunidade em junho de 1960, junto com um grupo de jovens da Mocidade Espírita Estudantes da Verdade, que foram eleitos para o Conselho da entidade.

Desde então participa ativamente do Lar Veneranda, como seu presidente executivo ou presidente do Conselho Administrativo.

Eis a íntegra de seu depoimento.

Comecei a participar do Lar Veneranda após uma visita que fizemos ao internato da entidade. Então éramos da Mocidade Espírita Estudantes da Verdade, departamento do Centro Espírita Allan Kardec. Do qual era então presidente.

Eleito para o Conselho da entidade, logo participei da diretoria executiva presidida por José Antônio De Nardo, como secretário. Em 1961, juntamente com outros companheiros realizamos a mudança do estatuto social, passando a entidade a chamar-se de Comunidade Assistencial Espírita. Em 1962 cheguei à presidência. Agora completam 44 anos de colaboração quase que diária ao Lar.

Lembrando aquele início, pergunto-me como tive a coragem de enfrentar o desafio, pois tinha apenas 29 anos e junto comigo vinham jovens de pouco mais de 20 anos, como José Rodrigues, Otan Guedes Figueiredo, Flávio Campos Mota. Os mais velhos eram Altivo Ferreira e Maria Branca Martins de Lima.

A Instituição carecia de estrutura administrativa. Tinha que pagar as duas casas compradas e ainda não saldadas.

Mas a dinâmica dos fatos foi grande e logo inauguramos a nova sede, construída em quatro anos na rua Evaristo da veiga, 211/213. Reorganizamos tudo, criamos uma nova perspectiva de trabalho e realização.

Fomos em frente, em meio a muitas dificuldades.

Penso que o Lar Veneranda foi, até agora, a obra mais importante da minha vida. Sinto-me nele, em cada tijolo, em cada momento de alegria e tristeza.

Ali conheci e fiz amizades e enfrentei conflitos que se apresentam naturalmente numa instituição.

O Lar era também nossa trincheira doutrinária. Usávamos seu potencial para divulgar a doutrina espírita. Quando houve uma ruptura traumática no movimento da USE, com nosso afastamento, criamos ali, a Licespe- Livraria Cultural Espírita que editou o jornal Abertura e editou livros, atividades estas que hoje foram entregues ao Instituto Cultural Kardecista de Santos, uma entidade de personalidade jurídica, mas vinculada ao lar.

Fizemos modificações e avançamos.

Criamos um modelo e agrupamos companheiros de luta que ombrearam em todos os momentos.

Alguns já desencarnaram. Outros se agregaram depois daquele junho de 1960.

Nesses quarenta e quatro anos, a vida não passou em vão.

Creio que posso Ter a satisfação de Ter realizado uma obra que ficará como marca de dias e noites de suor e alegria, de vitórias e consolidação.

Ao completar cinqüenta anos, dos quais participei 44 anos, o Lar Veneranda tem um futuro ä sua frente e está hoje sob a segura orientação de Valéria Regis e Silva, minha filha que cresceu praticamente dentro do Lar, porque eu e minha esposa sempre levamos nossos filhos conosco desde os tempos do internato até sempre.

Penso, quando escrevo estas linhas, no auxilio de amigos desencarnados que sempre estiveram a nosso lado. Penso nos que se foram levados pela morte ou que se afastaram por seus motivos particulares.

Creio que quando estão serenos pensam também o quanto devemos todos ao Lar Veneranda.

Wallace revive no "Sobrenatural" - José Rodrigues

Quem desejar dar um mergulho nas épocas em que o Espiritismo ainda não estava organizado, deve ler o pequeno livro "O Aspecto Científico do Sobrenatural"(*), de Alfred Russsel Wallace, traduzido por Jáder dos Reis Sampaio, da editora Lachâtre. Na sequência, conferirá o quanto de experiências foram acompanhadas e produzidas pelo naturalista inglês no campo espírita, todas sob controle para evitar fraudes e conferir-lhes um grau de seriedade científica.

Trata-se de uma literatura rara, de valor histórico, porque muito se fala de Wallace por repetição e pouco de original. Muitos reclamam de que não há pesquisa no campo espírita, sem citar atenuantes como as realizadas pelo naturalista contemporâneo de Darwin, um grande esforço para mostrar uma outra dimensão do ser, a espiritual. Para trazer o sobrenatural ao natural.

Há um sem número de curiosidades na pequena obra, cujo original é "The Scientific Aspect of the Supernatural", editado pela primeira vez em 1866, que o tradutor afirma ser a primeira obra de Wallace sobre o espiritualismo.

Convém explicar que até antes de Allan Kardec os fenômenos que envolviam inteligências extracorpóreas motivaram o surgimento de um movimento que se denominou "novo espiritualismo", ou "moderno espiritualismo", para não se confundir com tantos espiritualismos existentes. Kardec foi mais à frente e acabou com a "farra" espiritualista, cunhando os termos "espiritismo" e "espírita", porque, de fato, havia sistematizado e aprofundado um conhecimento que tocava no espiritualismo, mas tinha características próprias. Construiu uma filosofia e um corpo doutrinário.

Curioso é que Wallace, em nenhum momento, cita Allan Kardec, mesmo depois de acrescentar novos fatos ao seu ensaio, alguns até de 1894, acompanhados pelo professor

Oliver Lodge, ou seja, 37 anos após o lançamento de O Livro dos Espíritos. Sob um aspecto, esse comportamento confirma a universalidade dos fenômenos e das preocupações em explicá-los, diria, sem espírito de seita. É o que faz Wallace, nascido em 1823 e desencarnado em 1913, na Inglaterra, tendo estado no Brasil, exatamente na região amazônica, por mais de quatro anos, a fim de coletar espécies animais, úteis aos seus estudos. A confluência de suas pesquisas com as de Charles Darwin, sobre a evolução das espécies, tem sido bastante explorada na sua biografia, que destaca tratar-se de um espírito elegante e generoso. Pode-se acrescentar que corajoso, pelas experiências e depoimentos verbais e por escrito que sustentou sobre a continuidade do ser após a morte e sobre o socialismo.

Sem uma formação acadêmica integral, segundo pesquisa do tradutor da obra deste comentário, Alfred "tornou-se membro das sociedades científicas inglesas mais eminentes em sua área, dentre elas a Zoological Society, a British Ornitologists Union, a Linnean Society e a British Society for the Advancement of Science. Tornou-se presidente da Entomological Society, em 1872".

Na primeira parte do livro, Wallace narra à exaustão experiências publicadas sobre fenômenos extracorpóreos, como as de vinte e duas personalidades que cita nominalmente, entre as quais, os professores de Morgan, Challis, William Gregory, Robert Rare, Herbert Mayo, entre outros. Como testemunhos mais recentes (à época), cita William Crookes, Zollner, Myers, William Barret, até o professor Lodge, este em 1894.

O naturalista afirma que suas primeiras experiências sobre o "sobrenatural" foram em 1844. Estava em cena o mesmerismo ( Mesmer, médico alemão, 1734-1815), baseado em fenômenos de magnetização. Wallace se classifica como magnetizador e faz experiências pessoais. Os fenômenos, em geral, tratam de clarividência e movimento de objetos.

Nota-se um anseio de desfazer a idéia de milagres, de levar esses fenômenos ao campo da ciência, sistematizá-los e dar-lhes um cunho de seriedade e aceitação acadêmica. Pelo que se deduz das leituras sobre Wallace, ele não conseguiu esse intento na medida desejada e até teve dificuldades pessoais para conseguir uma aposentadoria oficial em razão dessas ligações. Pelas teias do destino, teria sido ajudado por Darwin, posto entre os julgadores de então, que deu um "sim" às pretenções de Wallace.

Nota-se que a academia internacional procura recuperar o acervo de Wallace, no presente. Há pouco foi editado um livro em S. Paulo baseado em desenhos de peixes do rio Negro, produzidos por Alfred. E a Universidade de Kentucky dos Estados Unidos ( Western Kentucky University) possui um site (www.wku.edu/) com amplas informações sobre ele. Basta entrar no site e no quadro de pesquisas escrever Wallace. Ali há um texto sobre "Espiritualismo e trabalho social", que pretendemos publicar no site Pense-Pensamento Social Espírita, vertido para o português, brevemente.

A continuidade dessas experiências, que tinham muito de qualitativas, fazem falta no presente, que já dispõe de novo instrumental tecnológico de maior sensibilidade. Na verdade, a filosofia, com uma boa retaguarda científica, tem maior poder de avanço.

(*) Publicações Lachâtre – Niterói – RJ (Tel. 21-26110303).

Final.

Abrindo a Mente : Quem foi Alexandre Aksakoff ? O que são Fantasmas ? O que é um fenômeno de Aporte ? - Alexandre Cardia Machado

Este quadro foi criado para suas dúvidas caros leitores, com relação ao espiritismo, mande email para alexandrecardia@terra.com.br.

1- Quem foi Alexandre Aksakoff?

Doutor em Filosofia e Conselheiro de Alexandre III Czar da Rússia, (1832 –1903), foi diretor do Jornal "Psychisme Studien" de Leipzig Alemanha, sua obra mais importante foi Animismo e Espiritismo – tendo pesquisado diversos médiuns de efeitos físicos. A leitura deste livro é de fundamental importância para aqueles que buscam conhecer os fenômenos anímicos.

Para abrir mais a sua mente leia: Animismo e Espiritismo de Alexandre Aksakov.

2- O que são Fantasmas?

Do dicionário de Filosofia Espírita de L. Palhano Jr. Ed. Celd - Etmológico: imagem ilusória, visão terrífica,medonha. Espírita: Aparição de um Espírito, "O Espiritismo nos ensina que os espíritos podem se mostrar a qualquer hora , tanto de dia com de noite, eles aparecem geralmente sob a aparência que possuíam quando vivos no nosso mundo... " Normalmente fazem isto com o objetivo de se mostrar por laços de amizade ou mesmo para solicitar a nossa ajuda através de prece.

Para abrir mais a sua mente leia: Livro dos Médiuns – Allan Kardec

3- O que é um fenômeno de "aporte"?

Fenômeno de transporte – fenômeno físico onde um objeto é trasportado para dentro de um ambiente sem passar por portas ou janelas, em Francês – Aporter ;em inglês Apport Hernani Guimarães de Andrade defende a tese de Frederich Zöllner da existência do Hiperspaço ou seja o objeto seria extraído de um ambiente e simplesmente trasferido para o outro através di hiperspaço. Para entender pense num disco que estivesse em cima da mesa, circulada por uma linha, se o espaço só tivesse duas dimensões este disco jamais poderia ser retirado do circulo, mas como o espaço tem 3 dimensões basta levantar e colocar para fora do circulo. No caso do aporte tudo passaria da mesma forma, o Espírito ou o paranormal tem a capacidade de fazer com que o objeto vá para a quarta dimensão e retorne dentro da sala.

Para abrir mais a sua mente leia: Espírito Perispírito e Alma de Hernani G. Andrade Ed. Pensamento ou Provas Científicas da Sobrevivência J.K. Friederich Zöllner – Ed. Edicel

Opinião em Tópicos : Os Congressos, Critérios, Livre-pensadores, Pluralismo e União - Milton R. Medran Moreira

Os Congressos

A intensa programação do XIX Congresso Espírita Pan-Americano, que acontece de 8 a 12 de setembro próximos, em Rafaela, Argentina, ao lado dos painéis com pesquisadores e pensadores espíritas especialmente convidados, reserva amplo espaço àquilo que denomina "Fórum de Temas Livres". O fórum funcionará durante todos os dias do Congresso e visa a receber a contribuição de espíritas, mesmo não integrantes da CEPA ou não plenamente alinhados com as posições institucionais da Confederação Espírita Pan-Americana, promotora do evento.

Por outro lado, o 4º Congresso Espírita Mundial, que acontece em Paris, de 3 a 5 de outubro próximos, ao divulgar sua programação, informa que ela se constituirá apenas de painéis e conferências, destacando, explicitamente: "não haverá espaço para temas livres". O Conselho Espírita Internacional – CEI -, instituição promotora do evento, programou para o congresso painéis onde serão analisados cada um dos livros da chamada "codificação espírita" por expositores convidados, que, depois de suas exposições, responderão às perguntas do auditório.

Critérios

São, como se vê, critérios diferentes adotados por duas importantes instituições espíritas internacionais que, em diferentes países do mundo, homenageiam, com seus congressos, a figura de Allan Kardec, no ano de seu bicentenário de nascimento.

Mais do que dois critérios para dois congressos, está aí o retrato concreto de dois perfis de um mesmo movimento.

 De um lado, e majoritariamente, subsiste o entendimento de que o espiritismo, sendo uma revelação divina, é uma doutrina pronta e acabada. As chamadas obras básicas, porque expressões da verdade, devem ser "ensinadas" muito mais do que debatidas.

Durante muito tempo, aliás, as lideranças espíritas tradicionais que assim pensam, posicionaram-se frontalmente contra os congressos. O espiritismo – dizia-se e escrevia-se insistentemente – não é para ser debatido em conclaves. É para ser ensinado nos centros espíritas ou através de livros, preferentemente divulgando-se as mensagens ditadas pelos "espíritos superiores", que são as "vozes dos céus", encarregadas de confirmar a "3ª revelação divina". Esse mesmo entendimento recomenda, ainda hoje, quando já se fazem concessões à realização de congressos, que os principais oradores do evento sejam, igualmente, médiuns, grandes médiuns, habilitados a transmitir o que dizem os "espíritos superiores".

Livre-pensadores

O outro critério firma-se no entendimento de que o espiritismo é uma obra humana. E que seus postulados básicos resultaram de um rico intercâmbio entre as duas humanidades que Kardec denominou "humanidade encarnada" e "humanidade desencarnada". Aderir aos postulados básicos a que se chegou por esse intercâmbio não é uma questão de fé, mas de análise e compreensão. Espíritas, nessa perspectiva, não são crentes. São livre-pensadores que têm em comum a adoção de alguns princípios básicos, alicerçados nos quais vão construindo, progressivamente, sua visão de Deus, de homem e de mundo.

Para quem adota essa postura, nenhuma contribuição é desprezível. A dos encarnados e a dos desencarnados. A de espíritas e não-espíritas. A da ciência, da filosofia, da religião, das ciências sociais e políticas. Todo o esforço humano em prol do progresso do conhecimento e da melhoria do homem passa a ser importante. O espírita livre-pensador adota como princípio o célebre aforismo de Terêncio: "Sou humano e nada do que é humano me é estranho".

Pluralismo e união

É com essa visão de espiritismo que a CEPA, nos seus 58 anos de existência, realiza seu 19º Congresso. Estes, somados às 14 Conferências Regionais, totalizam 33 eventos internacionais, sediados pelos mais diferentes países da América. O Fórum de Temas Livres, as propostas de atualização, as teses, os debates, os painéis, as mesas redondas, que estão presentes em todos esses conclaves, abrem um rico campo de reflexão e trabalho em prol do avanço do espiritismo.

Certamente esse não é o caminho mais fácil. Mas é o mais consistente. Visualizar o espiritismo não como uma questão de fé, mas de conhecimento, é alinhar-se a todos os movimentos da História que, efetivamente, contribuíram para a libertação intelectual e espiritual do homem. Mais do que isso: reconhecer o pluralismo existente no movimento e trabalhar a partir dessa realidade, sem exclusões, é a única forma de fortalecer o laço fundamental que deve unir todos os espíritas do mundo.

Mundo Paranormal: SMN, The Scientific and Medical Network - Marcelo Coimbra Régis

A SMN (The Scientific and Medical Network) é uma ONG fundada em 1973. O site da SMN é bem interessante, contendo vários artigos, calendário de eventos, informações sobre seus membros, incluindo links para seus websites. Além disso, mesmo não membros podem acessar resenhas de livros e uma biblioteca contendo os mais recentes artigos e trabalhos. Uma rápida análise do conteúdo mostra uma grande variedade de temas e autores, porém chama a atenção a grande quantidade de médicos e cientistas que colaboram com artigos e estudos para a SMN.

O que é a SMN?

A SMN congrega informalmente um grupo internacional de médicos, cientistas e outros profissionais como arquitetos, engenheiros, filósofos e terapeutas. A SMN possui atualmente mais de 2000 membros e mais de 800 associados em 53 países, incluindo o Brasil onde possui quatro associados.

Os membros da SMN têm interesse em explorar e estudar conceitos que vão além das teorias convencionais e geralmente aceitas, tendo como suas diretrizes:

wAbertura a novas idéias e insight

wRigor na análise de evidências e novas idéias

wResponsabilidade em manter alto padrão cientifico e ético

wRespeito a outros pontos de vista

A SMN congrega indivíduos com idéias e interesses afins, fomentando a troca de idéias, informações e experiências. Seus membros têm em comum a preocupação com as questões essenciais acerca do sentido e valor da vida.

A SMN não é anti-establihsment nem não-ortodoxa per se, mas seus membros valorizam a liberdade de desenvolver estudos em qualquer campo válido, mesmo se isso significar ir além do que é considerado atualmente como cientificamente plausível.

MISSÃO

Desafiar a explicação materialista da realidade e aprofundar o conhecimento em ciências, medicina e educação utilizando tanto a análise racional quanto o insight intuitivo.

Atividades da SMN

wDesenvolver e fomentar a comunicação (networking) entre seus membros.

wA SMN publica um jornal, Network Review, com artigos, relatórios das conferências, resenha de livros, artigos e trabalhos.

wTambém publica uma e-newsletter mensal com informações de interesse de seus membros além do calendário de atividades

wPossui um número crescente de grupos de estudo locais. Grupos locais são grupos autônomos de membros da SMN que se reúnem periodicamente para palestras e debates

wOrganiza grupos de estudo focados em tópicos específicos, tais como Saúde e Curas, Relação entre corpo e alma, etc.

wPatrocina conferencias pública

wPatrocina palestras em escolas, de forma a disseminar suas idéias para as crianças, possuindo uma rede de oradores especificamente treinados para tal fim.

Para saber mais: Visite o site do SMN:http://www.datadiwan.de/SciMedNet/home.htm

Faltam 4 meses para o XIX Congresso da CEPA - Da Redação

Realizados a cada quatro anos, os congressos da CEPA reúnem espíritas ligados à proposta da Confederação, ou seja, o Espiritismo Kardecista laico e progressista. O XIX Congresso Espírita Panamericano será realizado de 8 a 12 de setembro próximo na cidade argentina de Rafaela.

Os membros da Comissão Organizadora participam da Sociedade Espiritismo Verdadeiro, entidade tradicional e de grande influência na cidade. Rafaela sediou a presidência da CEPA, durante muitos anos. Ali um grupo de colaboradores da entidade desenvolve atividades principalmente no campo da educação da infância e juventude e da parte científica da doutrina.

O programa elaborado baseia-se, sobretudo na consciência, ou seja, na determinação positiva e definida das formas de vivência.

O temário consta de painéis, oficinas e temas livres. O tema central é Evolução Consciente.

O hotel Laserre será a sede do Congresso e onde todos os eventos serão desenvolvidos.

A abertura oficial será às 20 horas do dia 8, no hotel.

Caravanas de vários paises

A quatro meses da realização do XIX Congresso, o movimento espírita se mobiliza para estar presente. Várias delegações já estão inscritas, representando países como Porto Rico, Venezuela, Estados Unidos, Colômbia. Argentinos e brasileiros são a maioria dos inscritos até agora.

Segundo boletim da Comissão organizadora mais de 300 pessoas, fora da Argentina, já, haviam se inscrito até início de abril. A delegação brasileira deverá ultrapassar a 100 pessoas, que irão de avião ou por via terrestre, a partir de Porto Alegre.

Painéis, Oficina e temas livres

Os temas dos painéis, com duração de 90 minutos, com dois ou três palestristas, relacionam educação, mediunidade, auto conhecimento, ação solidária e modelos atuais com a evolução consciente.

Além desses painéis haverá espaço para temas livres e várias oficinas sobre educação, mediunidade. No dia 12, domingo, o tempo será ocupado com jogos e desportos ao ar livre.

Bicentenário de Kardec será comemorado

No dia 9, às 20 horas será realizado um painel especial comemorativo do bicentenário do nascimento de Allan Kardec, que ocorrerá no dia 3 de outubro. Nascido a 3 de outubro de 1804, o fundador do Espiritismo, terá o segundo centenário de seu nascimento comemorado antecipadamente no Congresso. Painel comemorativo do bicentenário do nascimento de Allan Kardec.

Assembléia da CEPA

Dia 10, a partir das 15:30 horas será realizada a Assembléia Geral da CEPA que elegerá o novo Conselho Executivo, designará a sede do XX Congresso e discutirá alterações importantes nos estatutos da entidade.

A proposta é desvincular a CEPA de seu aspecto federativo, transformando-a em movimento dinâmico de amplitude mundial.

Eventos especiais

Conferência Publica

A única conferência pública prevista será realizada no dia 10, no Teatro Laserre, às 20 horas.

Jantar de Confraternização

Como é usual nos Congressos da CEPA, um Jantar de Confraternização encerrará a parte social do evento, dia 11 a partir das 22 horas, na sede da Sociedade Rural de Rafaela.

Inscrições

A Comissão Organizadora do XIX Congresso,Espírita Panamericana, solicita a todos os delegados de CEPA e os responsáveis por instituições que mobilizem a Campanha de Inscrições para o Congresso, As fichas de inscrição estão disponíveis no site do Congresso : www.congreso2004.cre-ar.org.

Informações podem ser também solicitadas á

Sociedad Espiritismo Verdadero.

Comisión Organizadora Congreso 2004

Güemes 255

2300 – RAFAELA.

SANTA FE. ARGENTINA

Pagamentos devem ser coordenados pelos delegados locais da CEPA ou comunicados:

Por telefone: a Sra Mercedes. Sociedad Espiritismo Verdadero o 03492-433954. Fax. -03492-425190 por E-mail a: hzlauvinen@arnet.com.ar, rhdrubich@arnet.com.ar

Deleção Brasileira

Os delegados da CEPA no Brasil estão organizando grupos que desejarem ir ao Congresso. Entrar em contato por e-mail com Jaci Jacinto da Silva, jacjac@terra.com.br.

O Aniversário do Evangelho segundo o Espiritismo - Da Redação

No mês de abril último, o Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec comemorou seus 140 anos de existência. O terceiro mais importante livro do fundador da doutrina, o Evangelho, como é conhecido, mereceu excepcional importância no movimento espírita brasileiro por preencher a lacuna evangélica dos aderentes ao kardecismo, oriundos da Igreja Católica e que queriam uma espécie de "livro santo" para suas aspirações místicas.

Então, o livro passou a ser consumido com muito mais vantagens sobre O Livro dos Espíritos. A maioria julga que é o livro religioso da doutrina.

Mas não é. O Evangelho não é um livro religioso na acepção geral desse termo. Ele é uma coleção de comentários de Allan kardec sobre alguns trechos do Novo Testamento Cristão que são compatíveis com os princípios básicos do Espiritismo e com sua concepção moral que, obviamente, reflete o ensino de Jesus de Nazaré e não a compreensão cristã da vida.

Muitas pessoas, talvez a maioria, costuma "abrir ao acaso!" o livro na suposição de que existe um Espírito de plantão que guiaria sua mão e apresentasse uma lição adequada ao seu momento. Essas pessoas também, quase sempre, limitam-se a ler e interpretar o texto do Novo Testamento que Kardec usa, sem ler o comentário do autor.

Embora os espíritas-cristãos menosprezem o papel de Kardec, o Evangelho Segundo o Espiritismo é obra pessoal dele, em estreita colaboração com o Espírito Verdade e seus auxiliares.

Vemos que o texto de Kardec é muito bom, o que não se pode dizer da maioria dos textos enviados do Além, não obstante as assinaturas respeitáveis.

História

Em Obras Póstumas, existem algumas comunicações a respeito do livro, que inicialmente, como é sabido tinha o título de Imitação do Evangelho, mudado por sugestão do editor Didier para Evangelho Segundo o Espiritismo, certamente na trilha dos evangelhos segundo João, Marcos, Mateus e Lucas.

Numa comunicação datada 9 de agosto de 1863, através do médium Sr.D´A. questionado por Kardec, o Espírito, cujo nome aparece mais adiante como Espírito d´E, faz considerações sobre a obra que ele, em segredo estava elaborando.

"Fizeste bem em abordar questões de alta moral prática do ponto de vista dos interesses gerais, dos interesses sociais e dos interesses religiosos... Acaba tua obra, e conta com a proteção de teu guia, nosso guia de todos, e com o concurso devotado de teus mais fieis Espíritos, no número dos quais queira muito sempre me conta".

Em 14 de setembro, o mesmo Espírito que se apresenta como "caro companheiro de outros tempos" e que se mostra bastante eufórico e entusiasta a ponto de acreditar que o Espiritismo era a única tradição realmente cristã, afirma, "Com essa obra o edifício começa a se livrar de seus alicerces, e já se pode entrever a sua cúpula se desenhar no horizonte..." Termina "De resto, a luta está aberta entre a igreja e o progresso, mais do que entre ela o Espiritismo; é o progresso geral das idéias que lhe rebate o argumento de todos os lados".

Mais de 140 anos depois dessa comunicação o panorama social é totalmente diferente. A Igreja está desmoralizada embora ainda sobreviva. Os credos evangélicos são impotentes para mudar a face das sociedades. O niilismo invade. O Espiritismo não se tornou, pelo por ora, uma referência positiva e independente dos credos religioso e místico, para uma nova visão do homem e do mundo.

Ao contrário, pelo uso indevido da doutrina de Jesus de Nazaré, nos moldes da Igreja e da Reforma, o Espiritismo é um movimento paralelo, respeitado embora, mas sem a repercussão que Kardec e os Espíritos mais entusiasmados pretendiam.

Resta-nos encontrar o caminho correto para que sua missão seja cumprida.