Janeiro e Fevereiro de 2004

2004, Grandes Comemorações - Capa

O ano de 2004 dará oportunidade a grandes comemorações. De um lado, a Comunidade Assistencial Espírita LarVeneranda comemorará, no dia 5 de junho, 50 anos de atividades.

De outro, ocorrerá em 3 de outubro, o Bicentenário do Nascimento de Allan Kardec. Junto a isso, a CEPA promoverá de 8 a 12 de setembro o XIX Congresso Espírita Panamericano, na cidade argentina de Rafaela e a FEB/CEI realizará, em Paris, França, o IV Congresso Espírita Internacional.

Fundada em 5 de Junho de 1954, a Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda, comemora seu Cinqüentenário com uma folha de serviços prestados a milhares de crianças e suas famílias.

Em constante processo de atualização e mudança o Lar Veneranda ocupa lugar de destaque entre as entidades filantrópicas de Santos e Baixada Santista.

Durante todo o ano a entidade promoverá comemorações festivas de significante marca de trabalho e realização.

A CEPA, antecipará a comemoração do Bicentenário do Nascimento de Kardec, com o XIX Congresso Espírita Panamericano, a ser realizado na cidade de Rafaela, Argentina, de 8 a 15 de setembro próximo.

A FEB/ CEI promoverá o 4º Congresso Espírita Mundial, 3, 4 e 5 de outubro em Paris, França.

2004 marca a passagem do Bicentenário do nascimento de Allan Kardec.

Hippolite Leon Denizard Rivail, nasceu em Lion, França a 3 de outubro de 1804.

A comunidade espírita fará manifestações comemorativas no Brasil e em toda a parte onde o Espiritismo penetrou.

Serão realizados Congressos internacionais, seminários.

O ICKS comemorará a passagem do bicentenário de Kardec, em duas ocasiões, com Sessão Especial e inaugurará uma Exposição Comemorativa no Espaço Cultural mantido pela Prefeitura de Santos, na praia do Boqueirão,

em Santos.

A Questão do Bom Senso - Editorial

Que podemos ter opiniões diferentes é questão óbvia. Faz parte do pensamento kardecista.

Mas no Espiritismo o bom senso deve imperar.

Como aceitar ser apenas "diferentes" idéias que ferem frontalmente o enunciado doutrinário?

Há limites claros, fronteiros bem delineados de modo que se pode, em justo sentido, definir o que cabe e o que não cabe no Espiritismo.

É dentro desse limite doutrinário, filosófico que devemos admitir as diferenças opinativas.

Veja-se a questão da pureza doutrinária.

Não há porque não defender a pureza doutrinária, porque não queremos ou desejamos um Espiritismo "impuro". Todavia, esse lema não pode significar justamente o contrário do que Kardec estabeleceu.

E ele estabeleceu com clareza impecável, que a doutrina que ele fundou, sob a inspiração do Espírito Verdade, era progressiva e progressista.

Daí ser contra a "pureza doutrinária" o conservadorismo que utilize esse lema para trancar o progresso das idéias.

Mas ele também afirmou que a pretexto de progresso não deveríamos aceitar proposições, novidades e idéias apressadas, antes do tempo ou simplesmente inadmissíveis perante o postulado doutrinário.

Verificamos a ansiedade de muitos em adaptar o conteúdo e o primado espírita às suas idiossincrasias. É fácil verificar a fragilidade conceitual de algumas posições episódicas, quase sempre de origem mediúnica, não raro insensatas, que de uma hora para outra são disseminadas no movimento.

Ora, a mediunidade é, simultaneamente, nosso ponto de progresso e nosso "calcanhar de Aquiles". Médiuns e espíritos lançam idéias como sendo "revelações" quase sempre sobre supostas reencarnações de alguma personalidade, sem base a não ser suas próprias fantasias.

O pior é que embora tais idéias sejam desmontadas pela lógica, eles persistem em criar fantasias e ilusões como se a reencarnação e a mediunidade fossem instrumentos de promoção pessoal de encarnados e desencarnados e não instrumentos de crescimento e instrução espiritual.

O bom senso deve nos ensinar a estabelecer critérios justos e pensar no conteúdo e dinâmica estabelecidos por Kardec, diante da leviandade com que certos médiuns e dirigentes se lançam a afirmar idéias que a lógica repele.

No caso das personalidades reencarnadas, acreditam que um Espírito pode mudar sua postura pessoal da água para o vinho, como no caso de Allan Kardec e Chico Xavier, duas pessoas diametralmente diferentes e, no entanto, talvez por falta de uma perspectiva da psicologia das personalidades, são dadas como a mesma, apresentando traços tão díspares e contundentemente contraditórios.

Por fim, tais iniciativas nada acrescentam, ao contrário, só atrapalham o confuso amaranhado do Espiritismo brasileiro que não se baseia em Kardec, mas na opinião e alguns médiuns e Espíritos.

Escancarando a Realidade - Editorial

Nada mais característico do pensamento dominante nos meios espíritas do que a declaração de um neófito. Ele comentava como ficou maravilhado com palestra sobre materialização de Espíritos.

Mas, ressaltou, isso não tem nada a ver com o Espiritismo, é pura ciência. E arrematou, o Espiritismo tem a ver com a evangelização, a moral.

A declaração do homem condiz com a realidade do movimento espírita em geral só existe um aspecto no Espiritismo, o religioso.

Sabemos que existem muitos espíritas que se esforçam por libertar a doutrina desse viez exclusivo. Embora religiosos, tentam alargar seus pensamentos.

Todavia, como disse Jesus de Nazaré, não se coloca remendo novo em pano velho ou vinho novo em odres velhos. Encaixar o Espiritismo nos parâmetros milenares, erguidos na cultura pela Igreja sobre a natureza da pessoa, da relação com a divindade e o motivo da vida é tarefa que acaba derramando o vinho precioso da revelação espírita.

Então, fica esse meio termo entre a religião tradicional, com seus ritos e cerimônias e o pudor kardecista de não aceitar templos, sacerdotes e dogmas.

E todos sabemos que o produto híbrido tem um sabor bastante indefinido.

Que Kardec estabeleceu a meta da moralização com prioritária todos sabemos. Mas ele o fez conduzindo seu pensamento com equilíbrio e sensatez, entre os apelos dos que sempre desejaram transformar a doutrina numa religião ou a posição dos que pretenderam fazer o Espiritismo uma ciência psíquica sem repercussão social, como se transformou, por exemplo, a Metapsiquica.

Sabemos que o pensamento kardecista exige uma nova visão dos fatores da existência, com Deus, com a pessoa e o futuro, derrubando o modelo construído pela Igreja e, contradizendo de forma profunda. Mesmo a relação com o evangelho de Jesus de Nazaré foi feita por Kardec com maestria e elevação, evitando ao cristolatria e isso derruba muitos tabus, preconceitos.

O Espiritismo é uma experiência sensível, intelectual e moral nova, por isso enfrenta o medo gelado que toda mudança provoca.

Não só entre os encarnados, mas também com os desencarnados.

FEB editará Revista Espírita - Da Redação

Em nota publicada na revista Reformador, a Federação Espírita Brasileira anunciou que vai editar a Revista Espírita original, a que Kardec redigiu em tradução própria. Os exemplares serão postos a venda a partir de maio.

Conhecendo o nível geralmente muito bom da apresentação gráfica da FEB, a notícia é duplamente compensadora. De um lado a FEB resgata uma omissão centenária uma vez que editando as obras de Kardec, desde o fim do século XIX, não tinha feito a tradução da Revue e teremos à disposição os textos do fundador da doutrina, uma vez que a edição da Lake está esgotada e a iniciada pelo IDE não foi para diante.

Esperamos que os espíritas prestigiem a iniciativa da Federação.

Anuário Espírita - Da Redação

Está circulando a edição nº 41 do Anuário Espírita, tradicional publicação anual do IDE, editora de Araras, São Paulo. Embora com aspecto gráfico modesto, o Anuário é uma revista de boa aceitação pelo público espírita.

Carta Aberta: Leitores Interativos - Da Redação

Tenho recebido o jornal aqui em Catanduva-SP e li sobre a mensagem escrita sob o título "Leitores Interativos". Gostaria de saber como poderia ser uma colaboradora. Sem mais agradeço antecipadamente a resposta. Profº Aparecida Ruth Germano.

Prezada Aparecida,

Respondendo suas ponderações, você tornar-se-á uma leitora interativa sempre que entrar em contato com nossa redação para enviar artigos, notícias, críticas, comentários sobre assuntos publicados ou não. Ou seja leitor interativo é aquele que interage com o jornal, mostrando sua atenção e seu descortinio.

Seja nossa leitora interativa

Carta Aberta: Agradecimentos - Da Redação

Estimado amigo Sr. Jaci Regis, que a paz de Jesus esteja com você, e que esta possa encontra-lo na mais perfeita paz, saúde, harmonia, e equilíbrio, extensiva aos seus familiares, amigos e demais companheiros que compõem o Instituto Cultural Kardecista de Santos.

Escrevo-lhe esta no intuito de agradecer-lhe este maravilhoso intercâmbio cultural e fraterno exercido por nós no ano que passou, e que Jesus permita que possamos novamente estarmos juntos no novo ano que se inicia.

Que Jesus o abençoe nesta caminhada de paz, amor e principalmente de levar os ensinamentos de Jesus, e Kardec por todo o Brasil, e mundo.

Um sincero e caloroso abraço fraterno meu de minha esposa Ana Maria, filhos, e de toda a família espírita de Taubaté.

Sem mais!

Obrigado

Marcos Antonio de Andrade- Taubaté

A Prece Telefônica - Jaci Régis

O telefone do consultório toca.

-Alô

-Quem está falando? pergunta uma voz feminina.

-Aqui é Jaci Regis...

-O senhor gostaria de fazer uma prece? pergunta a voz feminina...

Estranho o pedido. Desconfio, pois existe a invasão do telemarketing, que procura vender sempre alguma coisa, oferecer um cartão de crédito ou pedir um auxílio.

Desinteresso-me, mas não desligo.

-Quanto custa? pergunto quase ironicamente...

-Nada, o preço já foi pago por Nosso Senhor Jesus Cristo, responde a voz feminina.

Hesito, mas concordo.

-Está bem, respondo, se é grátis... continuo com ironia.

Mas a voz feminina não desiste. Ouço vozes de crianças e deduzo que é uma senhora que telefona de sua casa cumprindo uma missão...

-O senhor poderia fechar os olhos?

Fecho os olhos e a voz feminina recita uma oração sem grande emoção, mas com sinceridade...

-Sou da igreja O Cristo é a Salvação. O senhor freqüenta alguma igreja?

-Não, respondo, sou livre pensador.

Ela não se importa, apenas se despede.

Fico pensando na motivação daquela senhora. Quero apenas pensar que ela o fez com carinho em sinceridade.

Minhas posições contra a banalização da prece têm me rendido muita incompreensão, mesmo entre os que, teoricamente, pactuam com minhas idéias.

Uma amiga me encontra no Simpósio e falando de minha cirurgia (fiz uma cirurgia para implantar três pontes de safena...) afirma "oramos muito por você... mesmo sabendo que você não gosta".

"-Como não gosto? respondi. Claro que gosto e agradeço...".

O Livro dos Espíritos condiciona a prece à sinceridade de propósitos e adverte que não é o muito orar que produz efeito que, parece, não foi ouvido pelos espíritas.

A prece é um ato de contrição pessoal e que, conforme adverte Kardec, pode ser feita coletivamente quando existe uma comunhão de pensamentos. Jesus de Nazaré ensinou a respeito da oração: entra no teu quarto e ora porque Deus vê o que está oculto.

Aprendemos o valor do pensamento e a existência de correntes mentais positivas e negativas inundando a atmosfera do mundo. Sabemos dos fatores de afinidade e comunhão como base de um relacionamento afetivo.

Orar é, assim, uma ação salutar, mas o Espiritismo nos esclarece sobre a natureza dessa comunhão, abrindo um horizonte de confiança na divindade que não nos deixar órfãos e sem respostas, mesmo que seja o silêncio e o desânimo que se abate quando, após fervorosa prece, nada aparentemente muda e tudo segue seu caminho.

Oro sem nenhum ritual, nem fixação de datas e horários.

Deixo meu coração solto e meditando pergunto-me como é o momento de prece dos Espíritos Superiores. Pergunto como é o interior dessas almas maiores, quando se elevam a Deus e tento entender o que se passa em seu mundo íntimo, uma vez que, inferior que sou, nem sempre consigo uma elevação que me satisfaça.

Tenho em minha memória momentos em que a prece surgiu como uma brisa fresca, aliviando o peso das angústias e, outras tantas vezes, consigo viajar nas ondas das emoções não muito claras, mas sensíveis, em que minh‘alma percorre caminhos suaves.

Muitas vezes, quando o medo e a angústia crescem no coração é pela oração sem muitas palavras que meu coração consegue sossegar-se. Como sei de muitos que por mim oraram e oram, seja para dar-me energia na divulgação doutrinária ou nos momentos de doença.

Sei também de como é bom receber ondas de simpatia e amizade de pessoas anônimas que lendo uma página que escrevi ou ouvindo alguma palestra que proferi, devolveram-me emoções que envolvem a alma e nos faz feliz. Porque a oração nem sempre precisa ser articulada em palavras, partindo do imo da alma em comunhão quase perfeita.

Porque creio em Deus, sei que as correntes mentais positivas preenchem o universo e que nos compete afinizar com elas, para receber o benefício de uma idéia, de um conforto sensível que invade as fibras da alma distendendo as tensões e estresses. Como sei que com pensamentos harmonizados com o bem, contribuímos para que essas correntes positivas se ativem e sirvam.

A prece é, pois, um momento de reflexão e entrega.

O Espiritismo ensina o valor da prece, mas nunca lhe deu um poder de transformação da Lei, mas um poder de mudança interior, de lançamento e percepção de emoções, de vibrações, de lágrimas, esperanças e desejos.

Em muitas ocasiões a prece se coloca como uma conseqüência espontânea na comunhão entre encarnados e desencarnados, como traço de união entre duas humanidades que seguem juntas, com diálogos ocultos, intervenções ostensivas ou silêncios inquietantes. É, também, não raro, um grito de socorro.

Quando a oração alcança o nível vibracional ótimo, quebra as barreiras e liberta o Espírito. Aí o ser se sente no meio de torrentes vibracionais que o emocionam e não raro o faz chorar....

Então a prece é um momento único, de prazer e elevação, sem nada pedir ou esperar, porque representa a integração do ser na vibração cósmica.

Valorizo o exercício da oração verdadeira, sincera e leal, que arroja vibrações da alma, pedindo, agradecendo, louvando e segue procurando pelo esforço e pela dedicação, alcançar a paz do coração, pelo exercício das mãos na prática do bem e da fé alicerçada no sentimento íntimo de que a divindade não nos abandona, permitindo-nos seguir nosso caminho com os próprios pés.

Quando os discípulos pediram ao Nazareno: ensina-nos a orar, ele recitou o conhecido "pai nosso", estabelecendo uma ligação afetiva de respeito e de louvor com o Criador. Entretanto, como aquela senhora que reza pelo telefone, uma grande quantidade de pessoas acredita que podem mover céus e mares com um desejo de alcançar uma graça divina através da prece, sem mover-se no caminho do aprendizado do servir.

A Quarta Idade - Eugênio Lara

"Meus 70 anos me ensinaram a aceitar a vida com alegria e humildade". (Freud)

"O idoso conserva suas faculdades se mantiver vivos seus interesses". (Cícero)

Desde 1º de janeiro deste ano os idosos passaram a ser reconhecidos legalmente não somente como um contingente expressivo, mas como um segmento social portador de plenos direitos até então esquecidos pelas legislações e governos anteriores. Depois de longos sete anos de discussão, o Congresso aprovou o Estatuto do Idoso, já em vigor, contendo 118 artigos que abrangem diversos aspectos diretamente relacionados ao dia-a dia de cidadãos a partir dos 60 anos. O estatuto foi sancionado em outubro do ano passado e agora é lei.

Trata-se de um avanço social, ainda mais em um país como o nosso, historicamente preconceituoso para com os idosos. A conquista mais significativa foi em relação aos planos de saúde, que agora não podem sofrer reajuste por idade para clientes com mais de 60 anos. A distribuição gratuita de medicamentos e o benefício de um salário mínimo a idosos com mais de 65 anos em condições paupérrimas também são outras conquistas previstas no novo estatuto. Princípios éticos, de respeito e solidariedade, foram também contemplados nos seus diversos artigos.

A expectativa de vida no mundo está por volta dos 68 anos. Com o progresso da medicina preventiva, das técnicas cirúrgicas, de novos medicamentos, da informática, os avanços sociais etc. ela tende a se ampliar. Segundo a Unesco, será de 90 anos em 2020 e em 2040, de 100 anos. A expressão Terceira Idade tornar-se-á inadequada para designar um novo segmento social que está surgindo, com mais de 80 anos. A Quarta Idade será um fato social.

Nosso país é candidato ao posto de sexto país com a maior população de idosos do mundo. Nos próximos 20 anos, a população idosa do Brasil deverá superar os 30 milhões de pessoas e representará quase 13% da população. Em 2000, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população de 60 anos ou mais de idade era de 14.536.029 de pessoas, contra 10.722.705 em 1991.

Há meio século, um homem de 50 anos já era considerado idoso. Hoje esse quadro mudou. Aquela frase juvenil dos anos 60/70, "não confio em ninguém com mais de 30 anos", vai cair no esquecimento, bem como aquela outra da banda de rock The Who, "espero morrer antes de ficar velho".

O contingente de idosos nas universidades aumentou. A Universidade da Terceira Idade já é um fato em diversas regiões do país. Nos esportes, nas artes, em todos os setores sociais e, notadamente, no chamado Terceiro Setor, a presença dos idosos vem se intensificando. Trata-se de um segmento com um potencial de consumo razoavelmente alto.

685. Tem o homem o direito de repousar na velhice?

"Sim, que a nada é obrigado, senão de acordo com as suas forças."

a) - Mas, que há de fazer o velho que precisa trabalhar para viver e não pode?

"O forte deve trabalhar para o fraco. Não tendo este família, a sociedade deve fazer as vezes desta. É a lei de caridade."

Como se vê, os princípios éticos que norteiam o Estatuto do Idoso foram antecipados pelo Espiritismo desde sua fundação. Hoje sabemos que o mandamento "Honrar a seu pai e a sua mãe", não se restringe ao respeito, mas se aplica, sobretudo, à assistência integral, material e afetiva dos idosos.

Lembro-me de uma crônica que li quando criança sobre o tratamento que uma aldeia dava, segundo seus costumes, aos idosos. O filho mais velho levava o ancião na montanha para morrer. E numa dessas situações, o velho alquebrado pegou a manta que o filho lhe deixou, dividiu-a ao meio e entregou-lhe. – Tome, fique com a metade da manta, pois quando você também ficar velho irá precisar dela.

O jovem se sente eterno em sua juventude: não pensa na morte, não se preocupa com a velhice. Muitos tratam o idoso como se fosse um traste, um peso morto, sem o mínimo de respeito. Desprezam sua experiência, a sabedoria que a vida lhe proporcionou. Em uma entrevista, o grande escritor Nelson Rodrigues foi solicitado a dar uma mensagem aos jovens. Depois de uma pausa reflexiva ele veio com essa pérola: "Jovens, envelheçam!"

Todas as fases da vida têm a sua beleza. A velhice também. É um momento de pausa, de reflexão, de transição, de preparação para uma nova etapa de vida. Bem-aventurado aquele que soube viver com dignidade e alegria, pois não sentirá a amargura, a angústia e as limitações da idade como uma tortura; não infernizará seus semelhantes com suas manias, neuroses, com sua rabugice. E se o limite do trabalho é o limite das forças, não há o que temer. Não nos aposentamos da vida. Ela está aí para ser vivida, inclusive com um trabalho adequado às nossas condições físicas, sem ociosidade mórbida, sem a paralisia mental. E diante do futuro não mais incerto que o Espiritismo nos ensina, termino com uma mensagem aos idosos: "Velhos, rejuvenesçam!".

Difícil ser Espírita - Gilberto Simoni

Por força de minha profissão como administrador hoteleiro e consultor em gestão empresarial e de capital humano, já morei em várias Cidades do Brasil e freqüentei uma série de Centros Espíritas.

Geralmente, quando se pede para trabalhar na Seara e ser útil, um dirigente nos encaminha a um grupo de aprendizado (e por que não de desobsessão se acha que estamos desequilibrados?), para então, só depois de alguns anos, poder votar, ser votado, ser passista, participar dos trabalhos mediúnicos.

E aí começa a disciplina de nossa paciência.

Em 1969 fiz a Iniciação Espírita, Aspectos Filosóficos e Aspectos Científicos, em Santos.

Em 1982, morando em Limeira – SP, fiz novamente um ano de estudos e não consegui sequer dar um passe.

Quando me entrevistou, em pé, na frente e conversando com outras pessoas, o dirigente me disse:

Um momento, que vou ter uma intuição (!!!)

Já vi o que me esperava. Com 40 e tantos anos, fui para um grupo de jovens estudantes da Doutrina.

Em 1991, em Maringá, novamente estudos antes de poder trabalhar na Seara, o que não acabou acontecendo, em quatro anos, pois eu era de fora.

Apenas uma vez, quando faltou um passista, fui convocado. Na semana seguinte, todo contente, não consegui trabalhar. O passista faltante havia voltado e retomado seu lugar.

Voltando para Londrina em 1995, a pedido da dirigente e entrevistadora, resolvi me disciplinar e fazer os dois anos e meios de Iniciação, Filosofia, Científico/ Mediúnico.

Foi muito bom, pois revi os assuntos por um prisma diferente do de anos atrás, o que me fez ter mais e mais dúvidas e recorrer aos livros de Kardec, a instrutores, colegas.

Uma coisa importante que aprendi, além da disciplina, é que não se deve estudar ou trabalhar com achismos e deixar o lado místico aflorar. Na dúvida, deve-se pesquisar, consultar os livros de Kardec, o Evangelho, e não aceitar respostas prontas.

Vai se perceber aí, que nossa visão, a dos instrutores, é às vezes diferente do que diz Kardec.

Nesse meio tempo tive que prestar serviços em Brasília e Goiânia, onde fui bem recebido, entrevistado, ligaram para meus contatos de referencias e logo estava dando passes, nos estudos, em trabalhos mediúnicos.

Por várias vezes tentei passar isto a meus colegas de Londrina, que insistem que a pessoa tenha que trazer carta de apresentação, fazer quarentena, re-estudar o que já estudou várias vezes.

Felizmente alguns compreenderam o meu ponto de vista, pois estamos perdendo muitos trabalhadores que não tem tempo ou paciência para começar tudo de novo. Querem trabalhar.

E o único patrão é Deus, não importa qual o Centro Espírita que se diz seu representante.

Por incrível que pareça, ao voltar de Brasília, um dos grupos de passe não me aceitou de volta, alegando que haveria uma votação dia tal para decidir meu caso.

Não há duvida que transferi aquele dia de minha agenda para outro Centro que me aceitou de imediato.

Já o grupo mediúnico, numa paciência sem limites, me recebe carinhosamente, de braços abertos, toda vez que volto de prestação de serviços em outra cidade.

Muita gente acha que Centro Espírita é só estudos ou só religiosismo. Que tal ler Obras Póstumas, no Capítulo que fala sobre Constituição do Espiritismo – Exposição de Motivos?

Dizem os livros que o verdadeiro Cristão ou Espírita, se conhece por seus atos e não por suas palavras.

Hoje o Cristão ou Espírita é muito discriminado, pois as pessoas querem confundir Espírita com Espiritualista.

Só o Kardecista é Espírita e Espiritualista.

As demais religiões espiritualistas, por não serem espíritas, são apenas espiritualistas.

Intencionalmente ou por ignorância, nos confundem com macumbeiros, mexedores com forças do mal, interventores no livre arbítrio alheio e dos sonhos pessoais do próximo.

É muito difícil chegar ao Espiritismo, pois muitos serão chamados e poucos escolhidos.

Uma vez no Centro Espírita, estaremos passando sempre por filtros, proporcionais à nossa moralização e avanço cultural.

Mas esta moralização e evangelização são demoradas, porque conhecemos a palavra de Jesus, o Christo, mas demoramos a nos conscientizar.

Uma vez conscientizados, demoramos mais ainda em assimilar e colocar os ensinamentos em prática.

Praticar o Espiritismo, Kardec, as palavras de Jesus, o Christo é imensamente difícil, pois poucas coisas acalmam a matéria, que não o que não se permite; ou que prejudique a nós ou ao próximo, o que nos leva a ficar mais e mais condensados.

Mas após toda essa fase difícil, é bom saber que pelo menos temos consciência de que vamos praticando ou estamos fazendo algo errado; que não cometemos pecados, mas sim erramos e vamos consertar, sujamos e vamos limpar, plantamos e vamos colher.

A idéia da Eternidade e do Livre Arbítrio tira um peso de cima de nós. O peso daquele Deus que tudo vê, tudo castiga, substituído por um Deus justo, amorável.

É tão bom estar ciente de que ninguém nos castiga ou nos premia, a não ser nós mesmos. Que Deus está na d’Ele, esperando que tomemos vergonha, que nos conscientizemos, que nos preparemos para novos caminhos.

Também nos conforta a idéia de saber que não regredimos. O máximo que conseguimos fazer de negativo é estacionar, não progredir por algum tempo, até que aconteça um fato novo, ou que Deus nos dê um empurrão, que nos faça pegar no tranco, igual a carro com a bateria descarregada.

É quando pensamos que acontecem as desgraças, que nada mais são do que alavancas a nos levantar da escuridão, da pegajosa ignorância sobre a atual vida: um desencarne na família, desemprego, perseguições...

Mas o ferro só vira aço após passar pelo fogo. O aço inoxidável, mesmo passando pelo fogo, passa por novos processos, até não receber mais riscos, não mais oxidar, enferrujar.

Será que Deus, Jesus, o Christo, querem que a gente sofra, magoe o próximo, viva uma vida de ferro, enferrujando por aí?

Porque se pararmos de teimar e de remar contra a correnteza; melhorarmos a cada amanhecer deve morrer em nós aquele homem mau e renascer a cada dia um homem melhor, menos possessivo, mais adepto do uso e não da posse.

Mas ser Cristão, Espírita, Kardecista incomoda muita gente.

Se descermos ao nível da maledicência ou das críticas e perseguições, estaremos agindo como nossos detratores e fornecendo-lhes forças, porque nossas crenças em Eternidade, Reencarnação, Livre Arbítrio, Bondade e Sabedoria Infinita de um Deus Justo, Misericordioso, dão a nossos irmãos menos esclarecidos uma falsa noção de que somos orgulhosos, prepotentes ou alienados.

Mas se cremos ser Deus o Pai de todos; que Jesus, o Christo, é seu filho; que todos, brancos, negros, amarelos, vermelhos, pobres, ricos, saudáveis, doentes, velhos, moços, somos filhos de um só Deus, é óbvio que somos irmãos de Jesus, o Christo.

Sem prepotência. Com um Pai e um Irmão desse quilate, vamos ter medo do que? De quem?

Em não tendo medo de nada, teremos respeito a tudo, inclusive da Mãe Natureza, daí termos mais um apelido: Natureba, devido nossa vida mais simples, sem tantos prazeres da carne, bebida, fumo, ostentação.

O que não nos torna melhores do que os outros. Nos torna tão e simplesmente mais responsáveis, devido ao esclarecimento.

Para se ter uma conduta Espírita, há que se ter disciplina.

Para se ter disciplina, há que se freqüentar um ambiente no qual a Doutrina, a Filosofia, a Religião, a Ciência estejam de mãos dadas, sejam transparentes e proporcionais à nossa evolução espiritual.

Por que é no Centro Espírita de nosso bairro, de nossa Cidade, que encontramos tudo isso aí, que nos leva a uma paz de espírito.

Mas para se chegar lá, deve-se:

wEstudar

wConscientizar-se

wPraticar o que aprendeu

wNão ter medo de nada (respeito, sim)

wTer total confiança nas Leis Divinas e na Espiritualidade.

wQuestionar (melhor não aceitar 10 verdades do que aceitar uma mentira)

wJogar fora o orgulho (não nascemos ou somos isto ou aquilo. Estamos isto ou aquilo)

w Ter ciência de que tudo que temos é emprestado por Deus

Nada é nosso, a não ser a Consciência Divina.

Ao término desta vida vamos ter que prestar contas das riquezas que Deus nos emprestou e das quais fomos fiéis depositários, e não adianta querer levá-las no caixão, pois como diz nosso Irmão Emmanuel:

- Deste lado, sorrimos ao ver que vocês, aí do outro lado, ganham, mas não levam.

Mundo Paranormal: O Espiritismo precisa de Pesquisa ? - Da Redação

Este espaço é ocupado mensalmente pelo engenheiro Marcelo Coimbra Regis, que eventualmente não escreveu sua coluna, que nos envia dos Estados Unidos onde reside atualmente, informações sobre atividades e movimentos espiritualistas existentes na Europa e nos Estados Unidos dedicados à pesquisa da reencarnação, dos fenômenos mediúnicos e outros.

Esses movimentos e atividades, muitos realizados em Universidades importantes não têm qualquer coloração espírita. Supomos mesmo que não tenham conhecimento formal da existência de Allan Kardec.

Desde a morte de Gabriel Delanne e, posteriormente de Ernesto Bozzano, coincidindo com a eclosão da 2ª Guerra Mundial, as pesquisas correlacionadas com a teoria espírita entraram em falência.

No Brasil, tivemos o dr. Hernani Guimarães Andrade, recentemente falecido, como, talvez, o único referencial realmente científico de pesquisa relacionada com a doutrina espírita, embora com o título de psicobiofísica.

Não temos qualquer esperança de que em algum momento os espíritas se dediquem à pesquisa.

O próprio Kardec, defendendo-se da acusação de que não fizera suficientes pesquisas, afirmou que partia do princípio de que o Espírito existia e que a comunicação deles com os homens referendava essa certeza.

Ele, embora com inegável mentalidade científica, enveredou para o aspecto filosófico e suas conseqüências morais, afirmando que a tarefa principal do Espiritismo era a moralização.

Essa decisão do fundador incentivou os menos dados ao pensamento científico a liquidar qualquer esforço pelo menos razoável de pesquisa, caindo na rotina de que determinados médiuns são missionários e estão acima de qualquer suspeita, o que certamente não corresponde ao pensamento de Kardec exarado no O Livro dos Médiuns.Essa atitude não cientifica dá margem aos muitos atalhos e fraudes que são praticadas diariamente nos centros espíritas, alheios a qualquer cuidado para a análise e filtragem de mensagens mediúnicas.

Haja visto a pletora de livros de suposta origem mediúnica que envolve a imagem do Espiritismo nas brunas do misticismo e do fantástico.

Ficaremos a espera de que pessoas e instituições de paises que não tem uma ligação pelo menos sutil com o pensamento espírita continuem pesquisando para nosso benefício.

Muitos perguntarão porque essa necessidade de pesquisa. Supõem que os fatos estão aí, todos os dias, comprovando as teses espíritas. Quase 150 anos depois do surgimento de O Livro dos Espíritos, perguntam, já não temos suficientes provas?

Esse pensamento é retrógrado porque se seguido, a ciência não existiria, conformada com descobertas que pareceram definitivas e que foram reformadas, desmentidas ou reforçadas com novas pesquisas.

As provas fortalecem o ânimo e a disposição dos espíritas, que cada vez mais se sentem fortalecidos nos princípios doutrinários que, embora isso não pareça muito claro para a maioria, reapresentam posições revolucionárias no campo das idéias, dos princípios e da moral.

Mais uma objeção pode ser levantada. Já não temos a moral cristã, evangélica a nos guiar? Não falta é a prática dessa moral em nossas vidas? Certamente que sim, mas esse é um projeto pessoal de cada um. Existe uma diferença entre o projeto pessoal do espírita e o projeto global do Espiritismo.

Segundo Allan Kardec, o projeto global do Espiritismo tem por objetivo influenciar a sociedade e para isso não pode simplesmente se apresentar como uma revelação divina, no momento que as revelações divinas entraram em colapso porque Deus não se manifesta em setores estanques, mas atua em toda a humanidade, na ciência, na filosofia, na religião, e o Espiritismo como uma filosofia moral, precisa alicerçar-se em fatos, em fatores consistentes e comprováveis para que sua voz seja ouvida e suas teses aceitas.

Sensualidade e Espiritualidade - Maria Vitória Antunes

O culto do corpo, o surgimento de medicinas alternativas e o quase delírio com que as classes média e superior da sociedade econômica se atiram aos exercícios e às dietas são bastante características de nossos dias.

Devo dizer, desde o começo, que sendo mulher não me furto de utilizar os métodos atuais que, unindo cirurgias, remédios, treinamentos e exercícios, que são apresentados diariamente como quase que exclusivos para estar de bem com a vida.

Entretanto, reflito nesse momento da sociedade em que vivo, pelos retratos diários da televisão, das revistas e publicações.

Horas e horas são gastas para apresentar especialistas e pessoas habilitadas que explicam e exemplificam as formas como poderemos evitar o envelhecimento, manter uma vida física saudável e as técnicas para retirar gorduras, modelar o nariz e retirar rugas.

Pessoas da terceira idade são mostradas praticando esportes, dançando, estudando ou se divertindo, dentro da visão social e também empresarial de motivar os que envelhecem a procurar manter viva sua esperança e abrir um mercado promissor.

Não quero esquecer dos benefícios que muitas iniciativas trazem para superar males físicos e mentais, nem os avanços da medicina prolongando a vida do corpo. porque se nos apresenta grandes oportunidades de superar os males e doenças, inclusive as de ordem psíquica.

Nem posso também deixar de mencionar que todo o esforço para que a pessoa tire o melhor partido da vida é bem vindo.

Penso que essa mudança dos parâmetros sociais é complexa porque se contrapõe ao tradicional modelo e sedimenta a clássica posição da ciência de que somos um corpo destinado à morte.

Vejo por detrás dessa verdadeira maratona de recursos e atividades, o espectro da morte. A fragilidade de vida humana é patente e mesmo que se queira deixar para lá, no fim do túnel, a morte espreita e fugir dela ou pelo menos afastá-la o máximo possível parece ser o motivo fundamental dessa euforia.

Depois que as igrejas sucumbiram no seu controle das mentes e sociedades, quando o que valia era a alma, o prêmio no Além e ensinavam o desprezo pelo corpo, de certa forma, dizendo que ele era o meio do pecado e da queda, porque envolve sensualidade, prazer e o mundo dessas crenças era e é sempre nebuloso, sofrido, medroso, a visão do corpo como única realidade tornou-se o paradigma humano. Pelo menos por aqui.

Mas se sou espírita, penso eu, reconheço a transcendência de minha natureza, ou seja, sou um Espírito imortal.

Então como devo equilibrar nesta vida, o culto ao corpo e o culto ao Espírito?

Ou, de outra forma, como devo equilibrar minha sensualidade e minha espiritualidade?

Creio que todos temos o direito ao bem-estar. E esse ideal no seu sentido geral e integral está, sei muito bem, longe de ser concretizado.

Mas a sociedade é comandada atualmente pelo consumo. O consumo economicamente é indispensável para fazer mover a máquina empresarial, o emprego, o salário.

Mas transformado em fim em si mesmo gera distorções porque cria uma divisão mental muito grande, para a qual alma humana não está preparada, ao que me parece.

No dia a dia, na promoção social, no consumo, a sociedade respira o puro materialismo, corporificado no culto do corpo, na busca de modelagem estética e, também, de longevidade, saúde, vida corporal centenária com plenitude.

Mas, apesar dos avanços, a dor e o sofrimento se abatem diariamente sobre as pessoas. E quando não é dor física nem sensível, são as dificuldades profissionais, o ganha-pão e também certa ganância e apropriação de alguns.

Tudo isso misturado cria uma outra face dessa sociedade, que é a busca do divino, a criação de religiões que se colocam como intermediárias de " negócios" entre o crente e o poder divino.

Marcham duas humanidades, não raro formada pelos mesmos elementos: a do culto do corpo, da centralização na sensualidade e outra que busca proteção e resultados dos poderes divinos, surgindo classicamente a figura de Jesus Cristo como o que tudo pode.

Tanto a massa que se enlouquece pelo corpo nele centralizando sua vida, quanto a que busca socorro nos poderes ocultos, não quer saber de espiritualidade.

A primeira porque não há espírito nem futuro imortal, logo... A segunda porque tem a mente centralizada no aqui e no agora.

A busca da espiritualidade, contudo, se impõe no cansaço das experimentações sensíveis e sensoriais.

Mas o que penso ser espiritualidade?

Para mim, é a busca de si na dimensão espiritual, na construção de um centro moral que cresça e deixe como resposta a paz e harmonia interna, sem qualquer desprestígio ou desprezo pelo corpo, pela vida social, comunitária e atuante.

Nada disso.

Penso que posso equilibrar minha sensualidade e minha espiritualidade.

Afinal, são faces gêmeas do ser imortal que a Doutrina Espírita ensina que foi criado para ser feliz.

Creio que o embaraço surge quando se divide o espiritual como dimensão fora da realidade moral e social das pessoas comuns, encarnadas. A quem pense que espiritualidade é uma forma de se alienar do dia a ainda, da procura de sucesso ou o comércio com os mortos, na mediunidade que a doutrina utiliza com fins superiores.

Nem sempre o crente, como disse acima, procura espiritualidade. Tenta, na busca de resultados ocultar ou usar sua sensualidade de forma sub-reptícia, negando-a mesmo.

A oração, a crença, a fé, podem ser instrumentos para levem à espiritualidade, mas em si mesmas não são necessariamente formas de espiritualização interior.

Esta pode ser obtida até por um materialista, desde que seja entendida como forma de situar-se na existência de forma ética, generosa e produtiva.

Mas, sem qualquer partidarismo, vejo que o Espiritismo pode ser o mais importante fator de espiritualização pelas informações que nos dá a respeito de nossa própria essência e da natureza da vida. Claro que penso que não é pela simples absorção de princípios que nos tornamos espiritualizados. Mas na transformação de nosso próprio modo de sentir a vida, como atuamos na relação conosco e com os outros.

Então, equilibrando sensualidade e espiritualidade podemos nos construir como pessoas em ascensão, com certeza e dúvidas, mas sensíveis à realidade espiritual da vida que é o que afinal sobra de tudo e todas as formas de vivência.

Às vezes criamos todo em esquema mental e de crenças que nos enganam sobre nossa realidade. Mas não barreira que o tempo e a experiência não derrubem ou reconstituem. Por fim, enfrentaremos a nossa realidade e essa é, fundamentalmente, nossa natureza espiritual.

Entrevista com Wilson Garcia: "Consolidando os Temas do VIII SBPE" - Da Redação

Dando prosseguimento aos depoimentos dos autores de temas apresentados no VIII SBPE, realizado em Santos, de 17 a 19 de outubro de 2003, entrevistamos Wilson Garcia.

Um dos espíritas mais combativos da atualidade, Wilson Garcia é mestre em Comunicação e Mercado, publicitário, jornalista e escritor com mais de 20 livros editados. Analista perspicaz do movimento espírita, ele apresenta sempre estudos de grande atualidade.

No VIII SBPE, ele debateu o tema "O Espiritismo na sociedade do espetáculo" no qual analisa a realidade social, dominada pelo apelo ao consumo e pela mídia que influencia a vida social formatada pelas encenações vividas e o papel da mídia espírita,.

Sua crítica coloca em questão a opção que o movimento espírita tem diante da sociedade espetáculo.

1.  Você analisa a sociedade do espetáculo como uma forma irreversível de comportamento, pelo menos a curto ou médio prazo. Qual o principal efeito moral desse comportamento social ?

 Wilson Garcia - Aquilo que você chama de efeito moral seria a cooptação da cultura do espetáculo, dominante, de todos os cidadãos para os sentidos que ela constrói. Ou seja, em uma situação em que as imagens substituem o real e o real é transformado em imagens, os indivíduos tendem a ter quase nenhuma possibilidade de autonomia verdadeira e até mesmo de uma consciência crítica frente à cultura. É o que ocorre. A maioria dos cidadãos não percebe o sentido subjacente ao espetáculo construído pelas mídias em conjunto com a publicidade e por isso toma as imagens como sendo naturais, considerando que elas representam aquilo que é a normalidade do cotidiano. Por isso, os cidadãos tendem a buscar a visibilidade através das condições que estão colocadas, o que ocorre nos diversos níveis sociais. Quando o fazem, quando buscam a visibilidade sob o império das regras da espetacularização de tudo, não apenas reproduzem o sentido como se sentem gratificados com o espetáculo. Assim como os cidadãos dependem das empresas que produzem alimentos, roupas, bens etc., e do que elas, através da publicidade, dizem que é meio de satisfação de suas necessidades, também dependem daquilo que lhes é dito como sendo necessário para sua auto-realização. A conseqüência disso é uma cultura que se reproduz à medida que é concretizada na prática cotidiana da vida.

2. A sociedade do espetáculo cria ou preenche um vácuo, uma lacuna na mentalidade humana, relativamente ao seu próprio destino?

Wilson Garcia – Na verdade, a sociedade do espetáculo faz parte do sistema capitalista que se assenta na produção, consumo e lucro. Está integrada nesse sistema como elemento que o reforça e o mantém, pois o próprio espetáculo se torna produto de consumo. Assim como as necessidades dentro desse sistema serão satisfeitas pelo consumo de forma geral, o produto espetáculo deve também ser considerado como um bem a serviço da felicidade e da realização individual, como parte potencial da definição da identidade de cada um. A diferença é que o espetáculo, neste caso, se constitui de imagens dadas como reais, mas cuja materialidade inexiste; sua função é substituir o real sem que haja percepção de que cumpre essa função, pois importa aos indivíduos ver as imagens como sendo a própria realidade representada. É nesse sentido que o espetáculo não só se torna necessário como precisa ser consumido para gratificar os indivíduos dentro de uma satisfação que se esgota no momento do consumo, para em seguida exigir continuidade de consumo, como qualquer produto.

3. A questão da consciência ocupa um largo espaço no seu trabalho. Como isso é importante para coordenar a atividade espírita?

Wilson Garcia – A análise da consciência, sob uma visão sociológica, nos conduz a perceber o seu significado para o destino dos indivíduos em uma sociedade de consumo A partir da compreensão de sua importância, passa-se pela contribuição do Espiritismo ao conhecimento da consciência para se chegar à maneira como ela é construída socialmente, a partir das relações sócio-comunicativas que se realizam no cotidiano de todos nós. Assim é que o meio-ambiente possui grande influência na construção da consciência individual, logo, uma sociedade com as características da nossa tende a formar consciências predispostas a reproduzir a cultura dominante. A isso os espíritas não têm como fugir, ou seja, são cidadãos contextualizados pelo sentido estabelecido pela sociedade de modo geral e como a maioria dos indivíduos nesta sociedade, possuem pouca disponibilidade para uma consciência crítica em relação a si mesmos e à sociedade. Tendem, como os demais a reproduzir a cultura onde quer que estejam, inclusive no meio espírita. Ter noção disso é o primeiro passo para a compreensão da realidade e para a formação de uma consciência crítica, cuja função primordial será desenvolver formas para resistir à dominação e aos excessos a que o sistema conduz.

4. Como resolver o desafio do conflito ético como divulgar a doutrina sem torná-la um espetáculo de aparência, como está no seu trabalho?

Wilson Garcia – Em primeiro lugar, é preciso assumir uma forma de compreensão que permita ver que há conflito ético entre as regras estabelecidas pela sociedade do espetáculo e a comunicação do Espiritismo. Sem uma noção da existência desse conflito ou sob uma compreensão de que ele é ilusório, não haverá o que resolver. Mas considerando que é verdadeira na sociedade do espetáculo a substituição do real pela aparência, pelas imagens e que as imagens é que importam e não a realidade em si, o conteúdo, logo se perceberá que o conflito ético se estabelece. Não se pode usar o conhecimento espírita como pano de fundo a justificar imagens espetaculares. A divulgação da doutrina constitui o modo como o Espiritismo contribui para a formação de uma consciência individual capaz de estabelecer sua identidade acima das razões meramente de consumo que preponderam. As imagens em uma sociedade do espetáculo tendem a ter uma finalidade em si mesmas; logo não servem para as finalidades da proposta espírita.

5. Como seria a "contra-consciência" que você postula para a comunicação social do Espiritismo?

Wilson Garcia – É justamente a luta pela construção de uma consciência que se antepõem àquela que se estabelece por conta do contexto cultural da sociedade de consumo. A única maneira de sobrepor-se aos sentidos estabelecidos pelos meios de comunicação é compreender como eles se formam e são levados à prática do cotidiano, o que significam os interesses que os permeiam, de que maneira o sistema dirige e controla os meios. Não se trata, portanto, de algo que se tenta erguer a partir de uma postura ingênua, sem sustentação prática, pelo contrário, a contra-consciência é a própria consciência de que a postura passiva está presente nas reivindicações das mensagens publicitárias, como recomendação de felicidade. A contra-consciência é uma inquietação permanente, na direção da construção de uma sociedade de indivíduos capazes de decidirem por seu próprio destino e, implicitamente, por tudo aquilo que está ligado às suas verdadeiras necessidades cotidianas e aspirações gerais. Portanto, a forma como divulgamos o Espiritismo é que dirá de sua submissão aos sentidos dominantes ou de sua independência em relação a eles.

Opinião em Tópicos (Assim falou Gil, Indícios, Hipocrisia, Homem-espírito) - Milton R. Medran Moreira

Assim falou Gil

Quem já não ouviu ou leu uma frase que lamenta não ter sido pronunciada por ele próprio? Agora, por ocasião do encerramento do Fórum Social Mundial, em Mumbai, na Índia, Gilberto Gil disse a frase que eu gostaria de haver feito antes dele. "As pessoas devem ser a mudança que elas querem ver no mundo", sentenciou o prestigiado artista brasileiro, atual Ministro da Cultura de nosso país.

Parece que vivemos um momento crucial de nossa história. O século que, não faz muito, terminou foi marcado por transformações sociais e políticas que talvez nem pudéssemos supor acontecessem em período tão curto. O mundo experienciou, nesse ciclo, todas as propostas políticas, econômicas e sociais que teorizou nos séculos anteriores, desde o advento da Modernidade. A sociedade e o Estado se organizaram das mais diferentes formas. Mas todas conduziram ou estão conduzindo a imensas frustrações. Numa síntese de todos os grandes movimentos do último século, talvez possamos dizer: todos estamos cientes de que mudanças profundas são necessárias no mundo. Elas até parecem se encaminhar satisfatoriamente. Mas, quase sempre, redundam em fracassos gigantescos.

Indícios

É claro que se devem saudar as grandes conquistas da Modernidade, consolidadas neste último ciclo. Nunca tivemos tão claramente assentada na consciência do homem a necessidade da democracia; da paz; da liberdade de pensamento, expressão e crença; de igualdade e valorização do ser humano independente de raça ou credo. Esses valores se institucionalizaram em, praticamente, todo o Ocidente. Constam das diretrizes políticas de todas as grandes Constituições. Quando violados por nações ou grupos humanos, geram manifestações que repercutem, célere, por toda a aldeia global em que se transformou o mundo, graças ao avanço das comunicações. O poder de pressão da sociedade mostra-se cada vez mais eficiente. E, mesmo que não o queiram, os poderosos do mundo vêem-se constrangidos a, pelo menos, demonstrar querer que se faça justiça e que predomine a ética sobre a desonestidade, o bem coletivo sobre o interesse pessoal.

Os pessimistas dizem que, apesar desses avanços institucionais, o homem, no fundo, continua o mesmo. Prefiro pensar os avanços políticos e sociais como efetivo progresso moral da humanidade enquanto consciência coletiva. Como demonstrações efetivas de que as mudanças são possíveis e estão em curso, pensadas que foram individualmente e institucionalizadas coletivamente. Fico com Kardec para quem "a aspiração por uma ordem superior das coisas é indício da possibilidade de atingi-la".

Hipocrisia

Não posso, entretanto, deixar de ficar pensativo, quando assisto às grandes manifestações coletivas em favor da justiça social; os protestos contra a corrupção, em prol da paz, da tolerância política ou em oposição à violência. Quantos, dentre aqueles manifestantes, uma vez bafejados pelo poder ou pela riqueza, ou quando certos da impunidade, não procederiam exatamente da mesma forma como agem aqueles contra os quais protestam?

A prática política tem mostrado o quanto nações, partidos políticos ou grupos humanos afastam-se das diretrizes teóricas que pregaram, no momento em que são chamados a dar sua contribuição ao efetivo avanço da justiça e do bem. Esbarram na própria incapacidade de renunciar a privilégios e posições que, uma vez banidos, democratizariam a fruição dos bens da vida.

Na medida em que avança a institucionalização coletiva da ética e se aperfeiçoam os mecanismos de fiscalização social, assistimos, estarrecidos, ao desmascaramento de homens que pareciam pairar acima de qualquer suspeita e, que, no entanto, estavam mancomunados com a corrupção e o crime. A hipocrisia ainda marca nosso tempo.

Homem-espírito

Tudo isso parece levar a uma conclusão: no campo dos avanços éticos, capazes de conduzir àquilo que Kardec chamou de "regeneração da humanidade", estamos recém no meio do caminho. Os últimos séculos, especialmente aquele que há pouco ficou para trás, atingiram, com razoável eficiência, a consciência coletiva do homem. Pouco, no entanto, lograram operar na intimidade individual desse mesmo homem. Voltando à declaração de Gilberto Gil, o homem, na sua média, ainda não consegue ser a mudança que exige do mundo e de cuja necessidade, no entanto, está plenamente convencido.

É aí que identificamos a missão do espiritismo, como doutrina moderna e destinada a "secundar o progresso humano", como também a classificou Kardec. Nenhum progresso será efetivo, e nem deixará de ser frustrante, enquanto não vier acompanhado e respaldado pela transformação pessoal e íntima do homem. Não há efetivo progresso social e político sem que, no homem, se opere, antes, a transformação moral. Esta deriva de sua consciência de que é espírito imortal, agente de sua própria sorte individual e coletiva.

Em resumo: o campo preferencial do espiritismo, em tempos onde os movimentos religiosos, políticos e sociais são cada vez mais ruidosos, espetaculares e reivindicatórios, continua sendo a intimidade do homem. Ali se operam as mudanças do mundo.

Uma abertura na Pendenga Febiana - José Rodrigues

Ao acionar judicialmente a Federação Espírita Brasileira (FEB) com a intenção de obstar reforma estatutária da entidade que prevê a exclusão da obrigatoriedade do estudo da obra de Roustaing, o senhor Luciano dos Anjos proporciona importante oportunidade de debate sobre a organização do espiritismo. Pelo que se colhe de informações de veículos de comunicação espírita, a FEB intenta um lance progressista em sua história, contra o qual se opõe aquele senhor, sócio da instituição e por longos anos articulista do mensário Reformador. Luciano dos Anjos, de fato, tinha a imagem de um cardeal febiano, figura de largos espaços e influência no pensamento da chamada Casa Mater do Espiritismo no Brasil. Não conhecemos o desfecho da ação, que chegou a obter uma liminar, o que atrapalharia as intenções da FEB, pelo menos temporariamente. Mesmo assim, há uma fato consumado, o da intenção e o da oposição, gerando a desavença e daí a oportunidade de debate.

De forma incondicional, por trás da pendenga está a conceituação de espiritismo. Ao incluir os conceitos roustainguistas como parte integrante da filosofia espírita, sobre o qual inexiste dúvida, na medida de sua inclusão estatutária, a Federação optou por um conjunto inoportuno e desnecessário de pensamentos, que serviriam para atrapalhar o desenvolvimento da idéia espírita. A condição de Jesus como um agênere, de corpo fluídico, a supervalorização de Maria, dando campo ao marianismo, são suficientes para conflitos e rejeições intermináveis entre livres-pensadores e adeptos de Roustaing. Por efetivo, levou-se o espiritismo à condição de seita, pelo acolhimento dessas idéias, e pior, sob o manto de uma autoridade que muitos negam-se a por em dúvida. Religiosismo puro, com toda a carga de vícios e reacionarismo que o caracteriza.

Interessante é cotejarem-se essas posições com o pensamento universalista buscado por Allan Kardec. Uma das boas fontes para isso é a Revista Espírita, fundada por Kardec em de 1858. No número de maio de 1859, ao responder ao abade Chesnel, que publicara um artigo sobre o espiritismo no jornal L’Univers, Kardec cita características da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Ora, que outra instituição no mundo e em qualquer tempo teria maior legitimidade que a Societé? Nenhuma. Pois ali, Kardec escreve: "A sociedade a que vos referis tem seu objetivo expresso no próprio título; a denominação Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas não se assemelha ao de nenhuma seita; tem ela um caráter tão diverso que os seus estatutos proibem tratar de questões religiosas; está classificada na categoria de sociedades científicas...".

A tentativa de reposição desses conceitos, inobstante a luta ferina e preconceituosa desferida por mentes aprisionadas, alinha-se com o caráter libertário e anárquico do espiritismo. Uma ciência, uma filosofia, tenham quaisquer consequências, morais ou sociológicas, não admite limitações de nenhuma ordem. Se as tiverem, mudam-se os seus enquadramentos na cultura. Essa tese infantil do corpo fluídico, por exemplo, transformou-se em dogma, o suficiente para excluí-la da mais simples argumentação científica.

A raiz libertária do espiritismo é a que incentiva a criação de grupos de estudo dessa doutrina, sem necessidade de pedido de licença a ninguém. Basta uma afinidade entre pessoas e aí está o fermento essencial para a formação de um novo grupo, que se pode dedicar a qualquer campo específico do espiritismo. Não há necessidade de filiação nem de contribuições obrigatórias a órgãos superiores. Esse anarquismo está na essência da idéia e qualquer tentativa de hegemonia acaba gerando conflitos.

De forma natural e espontânea podem-se criar instituições que agrupem duas ou mais afins, o que tende a revigorar forças e intenções, sem que se queira a uniformidade. Kardec foi claro em separar o laço e o culto. O laço são os elos de fraternidade entre os espíritas e isto é tanto saudável quanto indispensável à formação de grupos. O culto é o formalismo, a repetição, o uso de paramentos, a oração decorada, os sinais cabalísticos. O culto é próprio das religiões, enquanto o laço é um sentimento universal, encontrado em diferentes agrupamentos de pessoas, distinção tão bem caracterizada por Krishnamurti de Carvalho Dias.

Foi graças ao libertismo, ao anarquismo e ao laço que se formaram, nos anos mais recentes, instituições de caráter laico e espíritas, tendência que só beneficia a idéia espírita, da qual a FEB, quem sabe, venha a se aproximar.

Em Setembro, O XIX CEPA - Da Redação

A CEPA, dando prosseguimento ao seu programa de expansão do pensamento espírita, promove um Congresso Panamericano a cada 4 anos.

Em 2004, será realizado o XIX Congresso, desta vez na cidade de Rafaela, Província de Santa Fé, Argentina.

A escolha de Rafaela tem um sentido bastante oportuno pois ali um grupo de espíritas, reunidos em torno da Sociedade Espiritismo Verdadeiro, defendeu a CEPA, tendo sido a sede da Confederação em muitos anos, com vários presidentes ali residentes, como Hermas Culzoni.

O XIX Congresso Espírita Panamericano será realizado de 8 a 12 de setembro de 2004, com o tema central "Espiritismo uma contribuição para a evolução consciente".

A programação geral será divulgada em breve, mas certamente terá grande relevância a passagem do bicentenário do nascimento de Allan Kardec comemorado este ano, em Rafaela, Argentina. A CEPA comemorará antecipadamente o bicentenário com o congraçamento de espíritas de toda a América.

Viagem para Rafaela

Os espíritas brasileiros estão sendo convocados pela Associação dos Delegados da CEPA, presidido por Sandra Régis para participar de um vôo charter. A iniciativa reduzirá o custo da viagem, pois os preços estabelecidos pela Comissão Organizadora são bastante convidativos.

Custo da inscrição

Inscrições ( preços em dólares)

Individual : US$ 40; Familiar: caso vários membros da mesma família participem, ao preço da inscrição individual será acrescido US$ 15, para cada membro participante Por exemplo, um grupo familiar de quatro pessoas, (marido, esposa e dois filhos) pagará US$ 85. Jovens menores de 21 anos ou estudantes, US$ 15.

No custo das inscrições estão incluídos, crachás, folhetos, serviço de café e bebidas, mas também um lanche de meio dia que consistirá num almoço rápido, com bebidas e café, servido nas instalações do Congresso para facilitar a permanência e continuidade dos trabalhos, além da confraternização dos delegados e participantes.

Hospedagem, Inscrições e Informações

Para informações sobre inscrições, procurar a página do Congresso na Internet www.cepanet.org.br ou por e-mail dirigido a hziauvinen@arnet.com.ar e rhdrubich@arnet.com.ar.

4º Congresso Espírita Mundial - Da Redação

Em Paris, França, de 3 a 5 de outubro, a Federação Espírita Brasileira realizará através de seu braço internacional o CEI, o 4º Congresso Espírita Mundial, com o tema central "Allan Kardec o Edificador de Uma Nova Era para a Regeneração da Humanidade".

Informações com a Secretaria Geral do CEI, telefax 555 01322 3024 ou e-mail: spirist@spiritist.org.br.

Agende-se: Atividades do ICKS - Da Redação

O ICKS - Instituto Cultural Kardecista de Santos, programou para o 1º semestre de 2004, uma série de Cursos e Seminários, a serem realizados em sua sede, à avenida Francisco Glicério, 261 - Santos. Participe, agende-se.

O Curso de Iniciação à Doutrina Kardecista tem por objetivo introduzir a pessoa no pensamento de Allan Kardec. Durante o Curso, serão debatidos os principais temas abordados por Kardec na formulação filosófica do Espiritismo.

Início: dia 9 de março de 2004

Duração – 8 semanas

Dia da semana: terça-feira

Horário: das 20 às 21:30 horas

Inscrição: R$ 10,00

Início das inscrições: 17 de fevereiro

Programa

1.Quem foi Allan Kardec 2.Visão geral do Espiritismo

3.A Lei de evolução 4.A reencarnação

5.A Imortalidade Dinâmica 6.Mediunidade

7.Leis Morais – I 8.Leis Morais - II

Dia 27 de março de 2004 – Sábado

Horário: das 14:30 às 18 horas

Inscrição: R$ 15,00

Início das inscrições: 10 de março

Vagas limitadas

O Seminário o Passe e a Cura abordará de forma objetiva e prática a transmissão de energias através do passe e seus efeitos na cura espiritual.

O tema será dividido em 3 partes a saber:

1-O passe na tradição espírita

2-Efeitos da transmissão de energias

3-Debates, perguntas e respostas

Obs: Após o Seminário, haverá aplicação de passes a todos os interessados.

O Curso Intensivo sobre O Livro dos Espíritos, tem como propósito analisar intensivamente todo o livro, com aulas dinâmicas, estudo em grupo e debates abordando cada parte do livro básico da doutrina kardecista.

As aulas serão dinâmicas com exposição e estudo dirigido em grupos.

Início: 5 de abril de 2004

Duração – 12 semanas

Dia da semana: segunda-feira

Horário: das 20 às 22:00 horas

Inscrição: R$ 15,00

Início das inscrições: 16 de março

O Curso sobre Mediunidade terá uma abordagem dinâmica, com exposição, estudo dirigido em grupos e exercícios práticos de mediunidade em todas as aulas.

Início: 4 de maio de 2004

Duração – 10 semanas

Dia da semana: terça-feira

Horário: das 20 às 22:00 horas

Inscrição: R$ 15,00

Início das inscrições: 20 de abril

Datas :16, 17 e 18 de abril de 2004

Sexta, sábado e domingo.

Horários: a partir das 20 horas

Atividades:

Conferências, apresentações artísticas, feira de livros

Entrada livre

Diariamente das 8 às 12 e das 14 às 18 horas na avenida Francisco Glicério, 261 - Santos - Telefone (13) 3284 2918 -e-mail : ickardecista@ig.com.br