O ano de 2004 foi de grande movimentação e produção no ICKS.

Durante todo o ano, foram promovidas atividades, cursos e promoções culturais, fazendo que o Instituto ganhe, paulatinamente, a condição de referência no movimento espírita local.

Graças à sua estrutura diferenciada, vai sendo opção dos que não querem ou já se cansaram da forma dos centros espíritas em geral. O ICKS não faz pregação, não tem sessões de passes e água fluídica e não realiza reuniões mediúnicas, desobsessão, que são atividades que definem os centros espíritas em geral.

Perseguindo a meta de divulgar o pensamento de Allan Kardec, o ICKS, tem toda sua programação baseada nos livros do fundador da doutrina, principalmente no O Livro dos Espíritos.

Além disso, o ICKS organizou uma Exposição Comemorativa, no Espaço Cultural da Prefeitura de Santos, na praia do Boqueirão, de 2 a 9 de outubro.

É agora um homem de 82 anos, relativamente gordo, massudo, que vejo andando em minha direção.

Sorriso largo, disposição alegre, ele para e conversa sobre a vida, a saúde e a idade...

Quem o vê alegre, saudável, não imagina sua longa história.

Quando muito jovem foi, de repente, arrebatado de sua casa na Letônia, então ocupada pelos nazistas. Entrando na casa, os soldados seqüestraram-no e levaram-no para a Alemanha.

Ali, prisioneiro, foi forçado a trabalhar em uma fábrica de armamentos.

Trabalho duro, tratamento desumano. Os nazistas tratavam os prisioneiros com extremo desdém, chamavam-nos de "porcos".

Trabalho árduo e alimentação parca. Sopa rala de repolho.

Os dias passavam e ele enfraquecia. Quem caísse era imediatamente levado para morte.

As pernas baqueavam. Ele se via na eminência de cair. Seria o fim.

As forças exauridas prenunciavam a morte irremediável. Nem família, nem pátria, nada.

Apenas o fim.

Todavia, naquela manhã, ao acordar algo acontecera.

A fábrica estava silenciosa e vazia. Os nazistas tinha ido embora. Os aliados venceram.

Ele, então, saiu caminhando, caminhando...

Por sorte entrou na área sob o domínio dos americanos...

Daí em diante as coisas melhoraram, recuperou a saúde, o peso e, por fim, veio para o Brasil.

Encontrei-o como chefe de oficina na Refinaria de Petróleo. Foi meu companheiro, depois, em trabalho de supervisão da manutenção da unidade.

Instalado em Santos, casou-se, trouxe seus pais para o Brasil onde vieram a morrer.

Ele anda, ereto, pelo belo jardim da orla santista, depois de passar por uma cirurgia de coronárias...

Fico a imaginar cada momento de sua vida, os medos, os perigos, a fadiga, a não esperança.

E faço comparações com a vida de tantas pessoas, de nossas vidas, às vezes passando sem tanta dramaticidade, sem tanta angústia.

Apenas passando, sem deixar rastros, sem que, olhando para trás, tenhamos a sensação de que não simplesmente passamos como fantasmas do tempo, da vida, do amor.

Porque cada dia é sempre uma nova proposta de realização, de reencontro e de decisões.

Que ficam, muitas vezes, no vazio das indecisões, no amplo da opacidade da existência sem respostas para a alma.

E fazemos as nossas angústias, os nossos medos, as nossas raivas, os nossos desencontros.

Fico a pensar nas formas que a vida toma, com suas surpresas, seus sofrimentos reais e seus sofrimentos imaginários e concluo que muitas vezes desperdiçamos nossos dias, nossos momentos, fatigados pela inutilidade, cansados pela inoperância, enfastiados pelo vazio da falta de ideal, indispostos a sair do comodismo, da preguiça...

Ali vai Miguel, seu nome em português, caminhando pelas veredas ajardinadas.

O que passa em sua cabeça não sei. Admiro sua luta, porque conheceu o inferno e agora, possivelmente se julga no paraíso.

Ao mesmo tempo, enquanto ele caminha, outras tantas pessoas passeiam ou passam. Trazem rostos diferentes, alguns amargos, outros mais relaxados. Caminham, com passos certos e incertos, porque a vida de tantas e tantas pessoas é caminhada com passos incertos e passos certos.

O que vale é o que se passa na alma, no coração. O que bate nesse coração virtual, de nosso Espírito, nosso ser, muitas vezes incapaz de amar, de sentir ou sentir de forma oblíqua, potencializando pequenas dores e reduzindo alegrias.

A vida terrena se consome diariamente. A vida do Espírito é imortal, mas também se consome na dor real ou imaginária, na indisposição de ser feliz, porque ser feliz é uma disposição interna, uma determinação pessoal intransferível, conseguida mesmo entre tantas dores e tantas formas de luta e obstáculos, mas jamais decaída para o desânimo, a desilusão e a morte íntima.

Quantos já entram na existência derrotados, trazendo a insegurança como traço de caráter, de indeterminação do hoje, porque é no exercício da vida no dia de hoje que é permanente, que desenhamos o futuro que é transitório, projetivo, desejoso...

Lá vai Miguel, caminhando.

Lá vai nossa vida terrena caminhando...

A cidadania é exercida quando a pessoa usufrui dos direitos civis, políticos e sociais, participando ativa e efetivamente da sociedade onde vive. A perda desses direitos, cria a exclusão social, fomentando a injustiça, gerando o espírito anti-fraterno, causador de indesejáveis conseqüências, incentivando a mais incontrolável violência, tão comum e crescente em nossos dias.

Sem democracia a cidadania não floresce. A cidadania sem democracia desaparece.

Com a opressão e as desigualdades sociais que hoje vivemos, será bastante difícil o homem encontrar os remédios para a cura das doenças culturais e sociais da humanidade. A meta prioritária do homem do futuro é a cidadania, em sua busca constante em torno do equilíbrio desejado. O homem para ser cidadão de fato, ou seja, para reivindicar direitos, terá antes de respeitar os seus deveres. Deverá ter direitos e oportunidades ao trabalho, às conquistas sociais, obter condições mínimas de residência, lazer, cultura, enfim, viver com dignidade e responsabilidade – pré-requisitos da felicidade a que tanto aspiram os seres encarnados no atual processo de provas e expiações retificadoras, como é a imensa maioria na Terra.

A Doutrina Espírita estabelece para a prática da cidadania, o seguinte: conscientização dos direitos e deveres de cristão e cidadão conjuntamente; incentivo à honestidade e a honradez sem limites; a limpeza moral da consciência de cidadão espírita; a lutar sempre pelo progresso do Brasil e do mundo; criar o sentimento de moralidade em tudo o que faz. Valorizar a cultura, a arte, o esporte e a paz; apoiar o humilde e o menor excluído e abandonado; olhar positivamente para o futuro da humanidade; valorizar a mulher inserindo-a na vida social.

Que o espírita possa vivenciar os exemplos democráticos de cidadania e ética, reforma íntima interior, justiça social, amor ao próximo, paz, harmonia e caridade em sua vida diária, rumo à evolução constante e consciente!

A cidadania fará do homem um cidadão justo e perfeito.

A mensagem atribuída ao Espírito Léon Denis, recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, em Paris, na abertura do 4º Congresso Espírita Mundial, ali realizado de 3 a 5 de outubro de 2004, que publicamos na última edição, merece ser analisada, dentro dos critérios estabelecidos por Allan Kardec.

Isso parece constrangedor porque perdeu-se, no Brasil, a prática salutar de analisar as produções mediúnicas. Aqui são aceitas como mensagens divinas e considera-se a produção de alguns médiuns como verdades que não precisam ser questionadas.

Não era assim que Kardec queria.

O médium merece nosso maior respeito e essa análise não o atinge pessoalmente.

Vamos analisar alguns trechos dessa pequena mensagem. Para isso temos que considerar o perfil intelectual e filosófico de Leon Denis, sua obra, sua liderança.

Parece ter pouco sentido comparar Bonaparte e Kardec. Haveria alguma ligação entre os dois fatos, mesmo considerando que Denis era um patriota francês?

A menção da fogueira de Constança refere-se à encarnação em que Kardec teria sido Jan Huss, de fato, queimado vivo pela Inquisição, em 6 de julho de 1415.

Agora, colocar na "boca" de Denis, que "Kardec dedicou-se ao apostolado da Doutrina ensinada e pregada por Jesus" parece bastante forçado e, diríamos, "abrasileira" o pensamento dele. Ou seja, após 77 anos de desencarnação, Leon Denis teria, por fim, aceito a religião espírita criada no Brasil?

A evocação de Denis: Nós, os beneficiários de vossa sabedoria, agradecemos, emocionados, e pedimos humildemente: orai por nós, vós que já estais no Reino dos Céus, é extremamente insólita. E não combina com seu perfil. É demais!

É a canonização de Kardec. É retirar sua condição de elaborador humano e falível do Espiritismo.

A divinização será a falência do Espiritismo, engessando-o no absolutismo da fé, pois afastará sua dinâmica evolutiva e progressista, dispensará o pensamento progressivo que Kardec estabeleceu para a doutrina. É a manifestação do desejo dos espíritas religiosos do Brasil, pois confirma como quer a maioria dos espíritas brasileiros, apoiados em Roustaing e como queria o Espírito Emmanuel, a transformação do Espiritismo numa seita religiosa comum.

Por isso, é inevitável considerar a mensagem como produto tipicamente do Espiritismo brasileiro e modelo das centenas recebidas diariamente nos centros e federações espalhadas pelo país.

Mesmo em francês, a interferência do médium parece evidente.

Estudos e pesquisas, algumas bastante precárias, tentam encontrar no cérebro, a fonte do pensamento e dos sentimentos humanos. Entretanto, o que intriga e, por outro lado, estimula os pesquisadores é que não há ligações entre os vários circuitos, quando as atitudes, reações e pensamentos mobilizam várias partes do cérebro.

A nosso ver, a falta de uma ligação material entre as várias partes do cérebro que, entretanto, agem sincronicamente, levaria a encontrar um agente coordenador, uma fonte geradora e disciplinadora dos circuitos cerebrais, que seria o Espírito.

Agora a NASA vai estudar o autista Kim Peck, que serviu de base para o personagem do filme Rain Man. Ele foi submetido a exames com a tecnologia usada para estudar os efeitos da viagem espacial no cérebro humano. O objetivo é descobrir o que acontece no cérebro de Kim quando ele pensa e se expressa

Peek é considerado gênio em 15 diferentes campos do conhecimento. Apesar disso, suas habilidades são severamente limitadas em momentos triviais como trocar de roupa.

Como, surpreendentemente, os genomas do homem e do rato são idênticos, sem que explique porque aquele, como disse um jornalista, realiza viagens espaciais e o outro rasteja no esgoto, as pesquisas do cérebro caem, quase sempre, no vazio do mistério de como o ser humano pensa e sente.

Em ambos os casos, a solução aponta, inevitavelmente, para considerar a existência do ser espiritual em completa sinergia com seu corpo, mas transcendendo a ele.

Segundo relatório da UNESCO apesar de grande progresso na inclusão das crianças na escola, atingindo o índice de 97%, a qualidade do ensino no Brasil é bastante precária, a começar pela qualificação dos professores, instalações e número de alunos nas classes.

No Brasil, desde Eurípides Barsanulfo, com a fundação do Colégio Allan Kardec, em 1904, na cidade de Sacramento, MG, os espíritas tentam introduzir uma nova pedagogia. J.Herculano Pires, foi um dos pioneiros e chegou a editar uma revista sobre educação espírita.

Recentemente, sob a coordenação de Dora Incontri, foi realizado em Santos, o I Congresso Brasileiro de Pedagogia Espírita, reuniu mais de 1 000 pessoas. Em entrevista ao ABERTURA, ela afirma que "a diferença principal, entre uma escola que adote uma pedagogia espírita, é considerar a dimensão espiritual do ser humano. Nós temos essa idéia junto com a compreensão de quem está passando por essa experiência é um Espírito."

A educadora Adalgisa Balieiro, em entrevista ao jornal O Clarim (edição de outubro de 2004) propõe uma pedagogia que valorize as emoções. Para ela essa seria a "Pedagogia do Amor, que prioriza as vivências das emoções. O Amor , diz ela: é respeito e aceitação do outro. Este é o fundamento do viver democrático".

A operacionalidade de uma pedagogia espírita é o desafio que se impõe aos educadores que militam na doutrina.

Na Biblioteca Municipal de Lyon, França, foi organizada uma exposição, com o sugestivo nome de Lyon, coeur du Spiritisme, Lyon, coração do Espiritismo, com 14 vitrines apresentando informações sobre Allan Kardec. Há também detalhes da atuação dos espíritas lioneses, na época da fundação do Espiritismo, abrangendo o período de 1860 a 1930. Uma das vitrines dá um panorama do Espiritismo no cenário internacional,especialmente no Brasil.. A exposição ficará aberta ao público de 25 de outubro de 2004 a 15 de janeiro de 2005.

A TV Globo mostrou no programa Linha Direta, do dia 4 de novembro, o uso de mensagens mediúnicas recebidas pelo médium Francisco Cândido Xavier, como prova de inocência de acusados de crimes, pela Justiça .

O assunto foi objeto de trabalho de Jailson de Lima Mendonça e Denis Domingues Hermida,. no VIII Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, sob o título "Os Produtos das Manifestações Mediúnicas como Instrumento de Prova em Processos Judiciais", disponível no CD om os trabalhos do SBPE..

Foi realizada dias 27 e 28 de novembro, a I Jornada Espírita de Birigui, promoção do CEPAAmigos e do Instituto de Cultura Espírita "Hernani Guimarães Andrade", de Birigui. No dia 27, Sandra Regis e Ademar Arthur C. dos Reis abordaram o tema Mediunidade. No dia 28, Marina França falou sobre Obsessão e Mauro Mesquita Spínola fez painel sobre o Bicentenário de Allan Kardec.

Talvez assustada pelo sucesso e repercussão do bicentenário de Allan Kardec, que colocou o fundador do Espiritismo como figura principal da doutrina, dando-lhe o destaque que nem sempre os espíritas brasileiros lhe dão, a FEB, apressou-se, através de sua revista Reformador, edição de novembro em reafirmar, segundo seu editorial, que "o Evangelho de Jesus é a fonte permanente para todas as nossas atividades e comportamentos", como a dizer que Kardec é importante, mas Jesus é o fundador do Espiritismo.

Juvanir Borges dos Santos escreve longamente para reafirmar sua constante pregação, reduzindo o trabalho de Kardec a "reunir, coligir, codificar os ensinos recebidos através da mediunidade". O antigo dirigente jamais admitiu que Kardec fosse o elaborador do Espiritismo, para ele redigido, corrigido e transmitido pelos Espíritos Superiores, escolhidos e orientados pelo Espírito de Verdade, naturalmente pseudônimo de Jesus Cristo.

O "olho" do artigo é bastante significativo "A doutrina dos Espíritos, o Espiritismo, o Consolador, não é doutrina concebida pelos homens", nessa cansativa repetição do caráter divino que ele dá à Doutrina, como forma de manter sua intocabilidade religiosa.

Adeptos fervorosos do sofrimento como castigo divino, como única forma de dobrar as criaturas humanas, habitantes deste mundo de provas e expiações, apresentada como pagamento das dívidas do passado, nossos espíritas religiosos, mantém a tradição judaico-cristã da culpa generalizada dos Espíritos humanos. Por isso, na citada edição do Reformador, vários autores reafirmam dramaticamente a conservadoríssima compreensão sobre vida, eutanásia, anacefalia, consciente ou inconscientemente reproduzindo a insustentável forma sobre a atuação de Deus na vida mantida milenarmente pela Igreja.

O Espiritismo veio justamente para romper com essa acanhada forma de entender os mecanismos da vida. A nova compreensão da dinâmica do processo vivencial que o Espiritismo traz é infelizmente prejudicada pelo viez religioso que, por falta de novo modelo, copia necessariamente os modelos das igrejas cristãs.

Deveríamos saber redimensionar as posições que a Igreja solidificou desde a Idade Média sobre Deus, a vida, o ser humano. Mas essa mudança parece muito dolorosa para as mentes cristalizadas naquela visão parcial da vida e de Deus.

A eleição do presidente dos Estados Unidos da América interessa a todo o mundo. Afinal, trata-se da mais poderosa, nação do planeta. Poderio econômico, militar, tecnológico, científico,

Os anti-americanos costumam criticar aquela nação pelo poder econômico de suas empresas e comentam que a riqueza deles é fruto do suor e do roubo das energias das nações mais pobres. Isso é bobagem, mas segue sendo aceito por muitos.

Também se fixam no seu poderio bélico e pela imposição de sua vontade pela força, atendendo ao seu interesse econômico, político e sua segurança. Mas esquecem de exaltar a inteligência, inventividade, tecnologia, e ciência que ali tem desenvolvimento crescente.

A reeleição de George W.Bush para mais quatro anos na direção da América, traumatizou uma boa parte das sociedades dos países em geral. Afinal, sua figura está liga à prepotência.

Os analistas que procuram as raízes de seu sucesso eleitoral, afirmam que sua eleição foi alavancada pela reação de religiosos, donas casas e latinos ali radicados. Esse contigente de eleitores apoiam Bush pelas suas posições contra casamento de homossexuais, o aborto e outras formas de atuação social que ofenderiam as tradições cristãs e provocam o medo do caos social.

Na onda conservadora, em alguns Estados tem sido proibido ensinar a lei da evolução das espécies, segundo Darwin, com a implantação da tese criacionistas da bíblia, representando um retrocesso científico.

A reação dessas forças ultra-conservadoras e da ultra direita, assusta com justificada razão. Mas deveria servir para progressistas refletirem se algumas das propostas colocadas não estão realmente caminhando para situações bastante perigosas para o tecido social.

O casamento de homossexuais, por exemplo. Afinal por que eles querem se casar? Uma das funções do casamento é gerar uma famílias, através da procriação. Ora, a relação homossexual, por definição, não pode procriar. Será que poderíamos, com bom senso, chamar de "família", em termos saudáveis, positivos e sensatos, a ligação de dois homens ou de duas mulheres? Claro que podem adotar uma criança fazendo os papeis de pai e mãe, mas por que?

O aborto, que defendemos em certos casos, de modo algum pode ser aceito como ato anti concepcional e de banalização da vida.

Certamente temos que aceitar o progresso. Os homossexuais são pessoas que merecem respeito, e ocupam um lugar na sociedade. O aborto às vezes é necessário,.

Mas dar-lhes característica de ato natural, conseqüente e positivo, vai muito longe.

A mediunidade está em alta na mídia. Na recente 50ª Feira do Livro de Porto Alegre, a imprensa deu bastante destaque à presença de Marcel Souto Maior, autor do best-seller "As Vidas de Chico Xavier", uma biografia do famoso médium mineiro, desencarnado em 2002, que já vendeu 120 mil cópias. No embalo do sucesso, Souto Maior acaba de lançar "Por Trás do Véu de Ísis – Uma investigação sobre a comunicação entre vivos e mortos", que já chegou ao evento cultural da capital gaúcha com a invejável marca de 20 mil exemplares vendidos e logo se colocou entre os livros mais comercializados da feira.

O escritor, em entrevista ao jornal Zero Hora, declarou-se "menos cético" do que quando iniciou suas pesquisas. Informa que tem encontrado muita fraude, mas também muitas surpresas, com fatos impressionantes e inexplicáveis.

Tenho visto muitos espíritas se preocuparem com essa questão de jornalistas ou investigadores dos fenômenos mediúnicos demorarem a conceder a eles a mesma interpretação que nós espíritas lhes damos.Ou ficarem sempre "em cima do muro".

Acho que todo o pesquisador sério tem mesmo de partir de uma atitude de ceticismo. Até mesmo de oposição àquilo que, normalmente, classificam como "sobrenatural". Aqueles nomes habitualmente citados por nós, de ilustres personalidades que confirmaram as teses espíritas, como Crookes, Aksakof, Bozzano, Zölner e outros, eram céticos. A maioria deles entrou nessa história com o objetivo claro de "desmascarar" os espíritas. Só com o tempo, terminaram por admitir a questão da intervenção dos espíritos, mas nunca se declararam espíritas. Exatamente isso lhes deu mais credibilidade.

Souto Maior, na entrevista, informou que lança este segundo livro menos cético que antes. Refere um episódio que o teria levado a começar a mudar de atitude. Teria sido uma mensagem de uma tia sua, recebida por um médium em Brasília. Como não conhecera essa tia, se impressionou com alguns dados da mensagem, confirmando situações reais.

Quanto a mim, não pude deixar de ficar temendo que, com aquele e outros episódios, o autor, que está vendendo tanto exatamente por tratar do fenômeno espírita sem ser espírita, amanhã ou depois venha com outro livro, agora confessando-se inteiramente crente no espiritismo. Talvez com isso perdesse a credibilidade que está conquistando.

O tema conduz a refletir sobre uma de nossas carências, sempre reconhecida: a da escassez da pesquisa científica no meio espírita. O que é explicável. A trajetória que, via de regra, percorremos até nos tornarmos espíritas passa, em uma de suas fases, pelo convencimento da autenticidade do fenômeno mediúnico. São experiências pessoais que nos conduzem a novas atitudes perante a vida, sem mais necessidade de questionarmos os fundamentos da imortalidade e da comunicabilidade, questões, então, já resolvidas em nós. Pois, isso deveria nos estimular a desenvolver os ricos aspectos filosóficos do espiritismo. Apresentá-lo dentro de um contexto filosófico será sempre um estímulo à pesquisa científica de parte de quem tem competência para realizá-la. Enquanto "vendermos" o espiritismo como uma crença ou nos comportarmos como crentes, dificilmente o desvincularão dos dogmas religiosos com cuja investigação ninguém mais está preocupado.

Em Dezembro de 2001, O Jornal Abertura publicou um artigo muito interessante sobre este assunto " O dilema das células-tronco embrionárias" de Marcelo Coimbra Régis. Nesse artigo, Marcelo cobre todos os pontos principais relacionados ao tema, trata da obtenção destas células, ou seja, utilização de embriões em excesso encontrados nas clínicas de fertilização, criação de embriões específicamentes para este fim, ou através da clonagem.

Outras fontes de células-tronco (CT) são o sangue existente nos cordões umbilicais ou as células-tronco adultas (CTA), estas duas últimas tem enfrentado menor resistência dos orgãos governamentais dos diversos países, ja existindo algum tipo de legislação que permite a sua utilização no mundo todo sendo que as CTAs são sem sombra de dúvidas as mais utilizadas nos transplantes de medula óssea.

No entanto as células-tronco embrionárias (CTE) tem uma vantagem sobre as demais que é o fato delas não terem ainda adquirido nenhuma especialização e teoricamente, seria possível formar um banco de CTEs à partir de embriões doados, capaz de cobrir toda a variedade genética da população de um país a custos razoáveis.

Sob a ótica espírita foi muito bem abordada por Marcelo. Estamos tratando de embriões formados em vitro, guardadas congeladas em laboratório, fora do útero materno e com em média 14 dias de desenvolvimento, sendo formados por cerca de 100 a 200 células. No Livro dos Espíritos, questão 344 "Em que momento a alma se una ao corpo? – A união começa na concepção, mas ela não se completa senão no momento do nascimento..." É também importante notar que na concepção natural existe um objetivo e uma união afetiva, no momento da relação, que atraí o Espírito que irá encarnar àquele corpo que irá se desenvolver.. Estamos aqui falando de inseminação artificial, que é feita em laboratório, onde são gerados diversos embriões, em geral de 7 a 8, para que sejam implantados na mãe 2 ou 3, afim de que a natureza permita que na média 1 ou 2 gerem filhos. Os 4 embriões que não foram implantados são guardados para uma segunda tentativa de inseminação, se necessário, o que acontece com poucos, sendo que a maioria são, portanto, mantidos congelados, por um período de no máximo 4 anos.

Sob a ótica Espírita, portanto, não haveria problemas em utilizarmos estes embriões para salvar vidas, já que nele não há a presença de um Espírito.

Está em tramitação no Senado Federal a lei de Biosegurança, já aprovada pela Câmara dos Deputados e novamente modificada pelo Senado. O texto atual deixa uma pequena abertura para a utilização destes CTEs, a partir do terceiro ano de congelamento e para fins exclusivos de pesquisas. É um começo mas não é suficiente para reduzir a fila de transplantes de medula, por exemplo, que hoje chega a ser de 1 ano. Fila esta que gera um número muito alto de óbitos, pois as pessoas não resistem ao tempo de espera.

Poucos países já aprovaram legislação favorável à utilização das CTEs, podemos destacar Reino Unido, Finlândia, Grécia, Suiça, Holanda, Israel e Espanha. Nos Estados Unidos, apenas estados de mentalidade aberta, como Califórnia e Nova Jersey possuem legislação aprovando.

O Espiritismo é uma Doutrina Espiritocentrista, que está baseada no desenvolvimento do Espírito através de suas encarnações, impedir o progresso da ciência, especialmente quando o objetivo desta pesquisa é exclusivamente o salvamento de vidas e a melhoria da humanidade, é totalmente contrário ao que pregamos.

Se é certo que em determinadas situações a codificação não explorou o tema em sua totalidade (até porque ele não existia à época) é possível verificar a tendência que Allan Kardec daria ao encaminhamento de novos problemas, se o fim é o bem e se não envolve a morte de nenhum ser, pois os embriões de laboratório não são um ser, e serão descartados sem serem utilizados, então devemos ser a favor. As CTEs neste sentido não são um problema e sim uma solução que visa melhorar a encarnação dos Espíritos.

Relatório divulgado pela ONU, indica que 600 mil brasileiros estão infectados pelo vírus HIV. Na América Latina esse total atinge 1 700.000 indivíduos de ambos os sexos.

A AIDS é uma síndrome adquirida, isto é, se desenvolve numa cadeia sinistra, pois é transmitida pela relação sexual.

No início da epidemia, a AIDS afetou principalmente os homossexuais masculinos e os usuários de drogas injetáveis, uma vez que o sangue é transmissor específico do vírus.

Atualmente a transmissão heterossexual é responsável por uma proporção crescente. As mulheres estão também entre as pessoas infectadas em porcentagem que chega até 50% do total.

Segundo a ONU a síndrome cresce 12% ao ano, obrigando os governos a dispêndios cada vez maiores com remédios que não curam, mas dão sobrevida e prolongam a existência dos soros positivos.

Os esforços para encontrar uma vacina contra a AIDS estão longe de serem bem sucedidos devido às mutações do vírus.

As campanhas de prevenção não eliminaram o crescimento da epidemia, como vimos, o futuro imediato não aprece nada favorável.

A AIDS envolve o sexo, principalmente. E a forma desequilibrada com que grande parte da população enfrenta os problemas da afetividade e da sexualidade.

Essa parte da população mais atingida pelo processo de infecção é a que se expõe mais diretamente aos problemas do sexo, seja pela prostituição masculina e feminina ou pelo uso de drogas injetáveis entre pessoas infectadas. Mas podemos dizer que a sexualidade é geralmente mal entendida e exercida, por falta de um sentido de espiritualidade na vida.

Essa não espiritualidade, definida como a transcendência da materialidade da vida, restringe a pessoa aos instintos naturais ou artificialmente estimulados, na busca de sensações periféricas que não se confundem com o prazer no seu sentido mais essencial, que é produto da relação saudável e equilibrada com todas as formas de atuação da sexualidade.

A doutrina espírita sempre valorizou a vida terrena e a relação do Espírito e do corpo.

No seu livro Evolução em Dois Mundos, o Espírito André Luiz (psicografia de F.C.Xavier) afirma que a sede do sexo na está no Espírito e informa sobre as ligações sensoriais e extra sensoriais entre encarnados e desencarnados no processo vivencial viciado. Dessa forma, a sexualidade pode também ser centro de conluio eles, produzindo quadros deteriorados da dignidade humana.

Instrumento do amor, o sexo vilipendiado transforma-se em prisão viciosa, uma fuga da realidade e, muitas vezes, em caminho de suicídio indireto, seja pela conjugação de energias deletérias da mente e do corpo, seja pela infecção de vírus como o HIV, caminho da morte física e transformação dramática da existência.

O GEAE - Grupo de Estudos Avançados Espíritas - GEAE é um grupo espírita virtual, isto é, sem localização física, que foi fundado em outubro de 1992. Acreditamos que o GEAE seja o primeiro (e quem sabe o único) grupo de estudos espírita totalmente virtual da Internet, sendo o resultado da cooperação de muitas pessoas. Uma rápida análise do grupo revela uma postura predominante kardecista. O website possui uma área onde se encontram dezenas de biografias, outra dedicada a explicar o vocabulário espírita, possui uma biografia de Allan Kardec (também traduzida para o inglês e o espanhol), uma FAQ sobre o grupo, além de links para seus boletins quinzenais. Os trechos a seguir foram obtidos no website do grupo. Vale a pena conferir. Como grupo virtual, o GEAE concentra suas atividades na divulgação espírita na internet, ou seja, da doutrina propriamente dita e do movimento espírita mundial, através da publicação de seus boletins quinzenais em Português e mensais em Inglês  e Espanhol e também da manutenção da sua webpage. 

O GEAE é um grupo formado na Internet com o objetivo de estudar os diversos aspectos do Espiritismo e suas relações com as diversas áreas do conhecimento humano. Para atingir esse objetivo são utilizadas as facilidades de comunicação fornecidas pela correspondência eletrônica (E-mail) e pelas páginas WWW.

Não exatamente, dentro dos seus objetivos está o estudo, de modo isento, de todos os aspectos do Espiritismo: Científicos, Filosóficos e Religiosos.

Para saber mais: Visite o site: http://www.geae.inf.br/

A Metapsíquica criada por Charles Richet era baseada no método qualitativo, isto é os fatos inusitados eram reunidos pela semelhança e sobre tais coleções se faziam as ilações racionais. Analisavam e chegavam às suas conclusões, já a Parapsicologia tinha o mesmo objetivo no entanto o método é distinto, adota o método quantitativo: o que vale não é um caso ser espetacular, mas sim que a sua ocorrência se verifique em quantidades convincentes. Na parapsicologia os fenômenos devem ocorrer acima da probabilidade do acaso.

O que diferencia uma pseudo-ciência de uma ciência é capacidade que a ciência tem de formular hipóteses ou previsões que podem ser testadas e refutadas ou não, as pseudociências , como por exemplo a Astrologia fazem previsões muito vagas para que sempre se confirmem, além disto a ciência basea-se na possibilidade do aperfeiçoamento, sempre que uma hipótese é refutada pelos resultados das experiências, uma nova hipótese pode ser lançada e só será valida enquanto não se puder provar a sua falseabilidade. Uma pseudociência pode não ser falsa, apenas não pode ser provada, são exemplos desta ordem de fenômenos, por exemplo a Psicanálise, no entender de Popper, ou o conhecimento filosófico e poderíamos incluir aí, muitas áreas do conhecimento espírita. A ciência espírita enquanto conjunto de experiências no campo da Mediunidade, Reencarnação, sobrevivência do espírito à morte física é objeto de ciência pois pode se utilizar do método científico, criar hipóteses e ser testado e melhorado, no entanto muitos de seus conceitos são filosóficos e portanto não científicos. Esta é a razão para que Kardec tivesse dito, na Gênese capítulo 4 "se a Religião se nega a seguir com a ciência , esta avançará sozinha".

Com a criação de novas Secretarias e Assessorias se estão desenvolvendo esforços em áreas específicas, tais como: juventude, educação, pesquisa científica, comunicação e editoria. Uma das novidades do Congresso foi a criação da "CEPA Jovem", um movimento que buscará desenvolver políticas que ampliem a participação de jovens no movimento. Está se dando nova estrutura aos setores de educação e de pesquisa científica, com Secretarias especializadas para essas áreas. Breve deveremos reiniciar a edição da revista América Espírita, sem prejuízo da edição mensal de um boletim com o mesmo nome, que estamos encartando ao jornal Opinião.

Afora isso, seguimos estimulando o processo de atualização do espiritismo, algo que assusta os segmentos mais conservadores que pensam que desejamos substituir as obras de Kardec, quando o que queremos é contextualizá-las, atentos às transformações do mundo e ao progresso das idéias.

Os novos estatutos da CEPA possibilitaram-lhe especialmente partir da realidade de que é ela um organismo que, além de abrigar instituições, reúne especialmente pessoas. Isso enriquece o relacionamento e facilita o trabalho de equipe. Criaram-se novas Secretarias e Assessorias, capazes de dinamizar as várias áreas de trabalho (pesquisa científica, educação, comunicação, etc.). A adesão à CEPA pode ser pessoal, na qualidade de sócio cooperador. Estamos estimulando, além disso, a formação de pequenos grupos que, criados dentro de moldes impregnados desse dinamismo, se institucionalizem e se filiem à CEPA. Cada vez mais, a CEPA mostra o perfil diferenciado que tem, deixando claro que não existe para concorrer com as grandes estruturas unificacionistas do movimento mas para contribuir com o avanço do pensamento espírita e sua qualificação.

A CEPA não perdeu seu caráter confederativo. A ela seguem filiados importantes organismos espíritas que, em suas áreas de ação, congregam outras instituições. É o caso do CREAR, da Argentina, que coordena um amplo movimento com instituições em diferentes regiões do país. Na Venezuela, temos o Movimento de Cultura Espírita CIMA, também reunindo instituições espíritas em três diferentes cidades. Em Porto Rico, é filiada à CEPA a Confederação Espírita Porto-riquenha. Ainda na Argentina, está na CEPA a Federação Espírita do Sul da Província de Buenos Aires. Mesmo assim, a CEPA é hoje, fundamentalmente, um movimento de idéias.Pensamos que é justamente de idéias renovadoras, progressistas que o movimento espírita mais precisa. Levantamos a bandeira da atualização, que deve ser uma preocupação permanente, constante, de todos os espíritas. Certamente sua estrutura mais leve do que o movimento tradicional que quer promover a unificação e, notadamente, sua vocação progressista e livre-pensadora facilitam os propósitos de ampliar o conhecimento espírita e de melhor vinculá-lo à cultura de nosso tempo.

Visitei Porto Rico em 2003 e me impressionei muito favoravelmente com a efervescência do movimento espírita local. A CEPA tem lá várias instituições espíritas. A delegação porto-riquenha ao Congresso de Rafaela foi muito expressiva, aproximando-se, creio, de 50 pessoas de diferentes instituições. O novo Conselho Executivo, eleito no Congresso, tem como um de seus vice-presidentes o Dr. Pablo Serrano, que será o presidente da Comissão Organizadora do Congresso de 2008 e que é uma liderança muito ativa naquela ilha. Assim que é de se esperar um Congresso muito bom.

Quanto aos demais países da América, as situações são muito diferenciadas. Em todos, entretanto, há muito que ser feito. Mais do que no Brasil, em todos eles vigoram conceitos equivocados sobre espiritismo. Há ricas experiências mediúnicas, mas são imprecisos e heterogêneos os conceitos doutrinários. Pode-se dizer, entretanto, que praticamente em todos os países da América encontram-se fecundos pensadores espíritas que, uma vez apoiados e estimulados por movimentos espíritas mais expressivos, como é o caso do Brasil e da Argentina, têm imenso potencial de trabalho e campo fértil.

Penso que não houve falha da CEPA. A situação, como já analisei, foi oportuna para definições. À CEPA de hoje não interessa esse crescimento desordenado ou o mantenimento em seus quadros de instituições que não tenham um perfil doutrinário consentâneo com suas propostas. Agora, mais do que nunca, a CEPA tem uma unidade de pensamento. Um delegado da CEPA, onde estiver, fala por ela com conhecimento de causa, sem que seja necessário o estabelecimento de normas padronizadoras. Estamos afinados em nossas propostas. Momento como este a CEPA nunca teve, muito embora já tivesse tido em seus quadros federações de quase todos os países da América. Somos realmente um movimento de idéias e é aí que reside a força da CEPA, sua respeitabilidade e sua representatividade.

Foi criada, ano passado, no Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, a Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA, a CEPAmigos. É uma instituição de pessoas que visa dar apoio à pequena estrutura que aqui temos da CEPA. Essa associação ganhou fôlego especial por ocasião do Congresso de Rafaela onde começaram a estruturar algumas atividades. Ela é presidida pela Sandra Regis, do Centro Espírita Allan Kardec, de Santos. Na Baixada Santista, já se realizou, depois do Congresso, uma reunião com Delegados e com dirigentes e colaboradores do movimento espírita da região afinado com os ideais da CEPA. Segundo sei, a Diretoria da CEPAmigos vai partir para mobilizações desse gênero em diversas regiões onde tem representatividade. Futuramente começará a promover eventos culturais que serão apoiados pelo Conselho Executivo da CEPA.

Essas iniciativas estão justamente no âmbito das atribuições da CEPAmigos. O novo estatuto da CEPA permite que se oficializem eventos regionais a partir de iniciativas e proposições dos espíritas de determinadas regiões. O Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita que, no Brasil, reúne justamente esse segmento livre-pensador já tem servido para encontros dos Delegados brasileiros da CEPA. Essa parceria, na prática, já existe e, agora, com a presença da CEPAmigos, que tem sua presidência justamente aí em Santos, esperamos poder aperfeiçoá-la.

No âmbito da CEPA, já existe uma atividade que tem os mesmos moldes do Simpósio, com uma dimensão pan-americana. São as Conferências Regionais Espíritas. Mesmo que as tenhamos retirado do novo estatuto, como atividade regular, as Conferências deverão continuar existindo, a partir de iniciativas regionais, nascidas de propostas específicas a serem feitas pelos delegados e instituições da CEPA, nas diferentes regiões do Continente. A próxima será em Miami, no ano de 2006. Um Simpósio Pan-Americano(ou latino-americano) do Pensamento Espírita poderia perfeitamente ser programado, dentro desse mesmo espírito, ou seja, a partir de proposta regional, submetida, para efeito de oficialização pela CEPA, ao seu Conselho Executivo. O novo estatuto criou norma específica para eventos dessa natureza, ampliando o campo de iniciativas regionais e, também aí, democratizando e horizontalizando as ações da CEPA em todo o território pan-americano.

A psicóloga e psicopedagoga Cláudia Regis Machado, desenvolveu o tema A Educação da Criança e o Futuro, abordando os vários aspectos do processo educacional, centralizando-se, porém, na educação moral.

Para ela, o ensino intelectual é básico, mas não se pode esquecer a importância da orientação moral, na busca da espiritualização do ser humano. Referiu-se à contribuição de Piaget e outros educadores, mas procurou mostrar que a educação tem por fim a formação do ser integral, que naturalmente se equilibra no intelecto e o senso moral.

Ela falou sobe a Infância Espírita, comumente chamada de evangelização espírita da criança, frisando que os pais precisam não apenas mandar seus filhos a esse núcleo de orientação infanto-juvenil existente em alguns centros espíritas, mas viver a experiência doutrinária, participando objetiva e dinamicamente de toda a programação.

Cláudia lembrou que na idade entre 0 e 6 anos, em que o aprendizado intelectual é mais difícil, o Espírito reencarnado absorverá dinamicamente o exemplo dos pais. Nesse sentido, a criação de relações familiares equilibradas é fator definitivo para o futuro da criança.

Explicou que a falta de uma literatura espírita apropriada para as crianças, que fuja de textos muito elaborados ou que, pela forma infantilizada, não chega a interessar as crianças de hoje, motivou-lhe a escrever e publicar seu livro Kadu e o Espírito Imortal.

Após a palestra, Cláudia autografou vários exemplares de Kadu e o Espírito Imortal.

Antropóloga Sandra Jaqueline Stoll, professora da Universidade Federal do Paraná e autora do livro "Espiritismo a Brasileira", que é o teto de sua tese de doutorado na Universidade de São Paulo, em 1999, fez interessante palestra sobre a pesquisa que realizou para sua tese.

Ela centrou seu trabalho em três personagens: Allan Kardec, Francisco Cândido Xavier e Luiz Gasparetto, como uma forma de demonstrar a origem do Espiritismo, sua forma brasileira e uma contestação a essa forma, que os três personagens representam.

Segundo ela, Kardec superou os Espíritos quando aceitou a Teoria da Evolução das Espécies, que Francisco Cândido Xavier aproximou a doutrina do catolicismo e que Gasparetto, agora considerado fora do movimento, tentou contrapor-se ao jeito brasileiro instaurado no Brasil e consolidado por Chico Xavier.

Após a palestra houve várias perguntas por ela respondidas.

Em seguida ela autografou seu livro.

Encerando a Feira, o conjunto T.R. Sintonia, integrado por Rosali Muglia Duarte, teclado, Claudete Rebouças da Silva, flauta e pelos cantores Tereza Porto Allen e Paulo Ferreira Argi, apresentou o show "Breve Tempo para Sonhar", com músicas populares brasileiras e internacionais, aplaudido pelos presentes.