Abril de 2004

Curso Intensivo estuda o Livro dos Espíritos - Capa

Transferido para o dia 3 de maio próximo, o Curso Intensivo sobre O Livro Dos Espíritos é uma iniciativa inédita do ICKS. O Curso terá duração de 12 semanas, sempre às segundas-feiras, das 20 às 22 horas..

Essa é a forma mais consistente e profunda para o estudo do livro básico da doutrina kardecista

A elaboração didática e a coordenação geral estarão a cargo de Jaci Regis. Tratando-se de um Curso Intensivo, o estudo será bastante dinâmico. As aulas estão estruturadas didaticamente de modo que todos os itens sejam revistos, em reuniões em grupos e conjuntas, recebendo orientação, debatendo e refletindo coordenados por Monitore.

Os alunos recebe4rão um Guia de Estudo prévio orientando o estudo em casa para a aula seguinte.

O Curso será realizado na sede do ICKS, à avenida Francisco Glicério, 261- Santos

A QUEM SE DESTINA

O Curso é destinado a todos os que desejam ter um verdadeiro e básico conhecimento do pensamento de Allan Kardec, mesmo os que já estejam freqüentado ou dirigindo centros espíritas há muitos anos.

É sabido que o estudo sistemático do livro básico é raro. Muitas vezes são estudados trechos ou partes. Para dar uma visão global do pensamento de Allan Kardec, o Curso Intensivo sobre O Livro Dos Espíritos , repassará todas as 1 118 questões que Allan Kardec elaborou e estão no livro.

Novatos e veteranos terão oportunidade iniciar ou reciclar o conhecimento de O Livro dos Espíritos.

INSCRIÇÕES

As inscrições estão abertas

Investimento total R$ 15,00, que corresponderá a um "kit" composto 1 exemplar do O Livro dos Espíritos – edição de bolso e 1 exemplar do livro Uma Nova Visão do Homem e do Mundo, de Jaci Régis

Os sócios do ICKS investirão apenas R$ 10,00.

Inscrições diretamente no local ou pelo telefone (13) 3284 29 18, das 8 às 12 e As 14 às 18 horas.

Tarde de Autógrafos e Música na Comemoração dos 147 anos do Livro dos Espíritos - Capa

No próximo dia 18 de abril, o ICKS comemorará a passagem do 147º aniversário do lançamento de O Livro dos espíritos de Allan Kardec, ocorrido em Paris no dia 18 de abril de 1857. A programação compreenderá Tarde de Autógrafos, Canto e Coquetel.

O evento será realizado das 16 às 18 horas em sua sede à avenida Francisco Glicério, 261 – Santos. Todos são convidados.

KADU E O ESPÍRITO IMORTAL

A autora, Cláudia Regis Machado, fará a Tarde de Autógrafos para a Baixada Santista, de seu livro Kadu e o Espírito Imortal. O livro, que vem obtendo grande aceitação é uma gostosa gincana para o estudo do Espiritismo. Através de jogos, a autora leva o leitor a desenvolver pesquisas e conhecimentos doutrinários. O livro é destinado aos jovens, mas é excelente leitura para adultos de todas as idades.

Algumas Escolas Espíritas infantis estão adotando o livro para seus alunos.

Os autógrafos começarão às 16 horas do dia 18 de abril, que é um domingo

CANTO E COQUETEL

Além de referências ao Livro, a Tarde terá a participação do Coral Português de Santos e da comunidade do ICKS, que entoará o Hino a Allan Kardec, de autor desconhecido e que homenageia o criador do Espiritismo.

Terminando a Tarde, será oferecido um coquetel.

Banalização da Literatura Espírita - Editorial

Depois que Francisco Cândido Xavier inaugurou uma nova fase da produção de livros psicografados o panorama da literatura espírita transformou-se.

O famoso médium produziu mais de 400 obras o que é, por si só, um espetáculo produtivo inigualável.

Essa quantidade de livros, em sua maioria, tem boa consistência, ainda que muitos deles sejam repetitivos. A produção do Chico alimentou, primeiro, a editora da FEB, depois mais algumas outras.

Terminada a fase super produtiva do médium, começaram a surgir livros psicografados aqui e ali. Com o tempo, essa produção psicográfica avolumou-se de tal modo que podemos falar hoje em banalização da literatura espírita.

Nunca tantos "mortos" quiseram escrever e tantos médiuns psicográficos se tornaram co-autores. Os temas são romances, contos e mensagens muitas vezes pífios em termos literários e inconseqüente em relação ao pensamento de Allan Kardec.

Para viabilizar a produção, foram criadas dezenas de editoras e, quase sempre, diz-se que o produto da venda dos livros é destinado à assistência social, que é uma prática inadequada para uma mentalidade literária sadia. Por isso, tais editoras que na verdade são apenas siglas, sem estrutura empresarial, atendendo ou à vaidade ou a pretensa missão de médiuns e grupos.

Além da banalização do pensamento doutrinário, às vezes afrontando os princípios sensatos estabelecidos desde a fundação da doutrina, temos outro problema que são os preços incrivelmente baixos.

A culpa dessa queda de qualidade é, em parte, dos Clubes do Livro que se tornaram nos grandes compradores e para os quais essa produção muitas vezes é especificamente dirigida.

Os dirigentes dos Clubes do Livro não têm por objetivo, ao que parece, propriamente a divulgação do Espiritismo ou pela boa literatura. Querem livros baratos na preocupação de fazer seus sócios pagarem preços irrisórios.

Algumas editoras oferecem livros a R$ 3,50 o que é, sob o ponto de vista comercial, um suicídio.

Alguns poderão estranhar nossa crítica, afirmando que preços baixos ampliam o número de leitores. Mas o que deveria importar seria a qualidade da obra e o próprio sistema livreiro espírita que não poderá suportar essa especulação irreal.

O problema já era presente no tempo de Kardec.

Encontramos em Obras Póstumas,interessante trecho sobre o tema, com o título Publicações Espíritas.

Diz Kardec: O sr. L.... acabava de anunciar que se propunha a fazer obras espíritas para vende-las a preços fabulosamente reduzidos. Foi a esse respeito que o sr. Morin disse o que se segue, em sono sonambúlico: Os espíritas já são hoje numerosos, mas muitos ainda não ‘compreendem o alcance eminentemente moralizador e emancipador do Espiritismo....Pretender dar uma coisa a preços impossíveis sem prejuízo, é ocultar especulação. Fazer ainda mais: dar de graça a título de excesso de zelo, a título e brinde, todos os elementos de uma doutrina sublime é o cúmulo da hipocrisia. Espíritas, tomai cuidado".

Perfil do Leitor do Abertura - Editorial

Na edição passada propomos aos nossos leitores, uma enquete sobre o valor do SBPE - Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita. Até o fechamento desta edição não tínhamos recebido qualquer resposta à enquete.

Isso nos leva a pensar sobre o perfil de nossos leitores.

Como compreendê-los? Seriam ocupados demais para responder a essa enquete ou outro qualquer pedido da redação? Assinam o jornal e não o lêem? Acreditam que sua resposta não é importante?

Oferecemos a todos a oportunidade de participar através dos meios mais eficazes de comunicação, como a Internet, o telefone, o correio.

O silêncio é característico. Talvez seja um traço do perfil comum dos espíritas que parecem ser desmotivados para a participação ativa e positiva nos assuntos doutrinários. Claro que não queremos exagerar, nem generalizar demais. Mas constata-se isso constantemente.

Existe cooperação, sem dúvida, mas num ritmo que padece de entusiasmo geralmente.

Cremos que a caracterização do espírita como individuo de pouca interação seja no seu centro, na sua confederação parece ser um fato. Mesmo entre os mais interessados vemos que se fecham no próprio círculo em que trabalham, sem uma visão mais ampla da doutrina kardecista como elemento filosófico de v ida.

Basta lembrar que a relação da contribuição monetária para sua entidade, a assinatura de um jornal, a compra de uma revista são fatores nem sempre considerados pelos espíritas que, estranhamente, parecem supor que alguém ou alguns devem arcar com todo o trabalho e a maioria apenas usufruir.

Pagar é uma palavra de difícil assimilação pela maioria.

Fruto de uma noção errônea a de liberdade, traduzida na famosa frase: o Espiritismo não obriga nada, que é aplicada com zelo também no que diz respeito ao sustento financeiro de entidades e da comunicação doutrinária.

Esse perfil como se vê, é uma mentalidade de alienação e não interação e integração com os ideais doutrinários, talvez porque, desde cedo, se supôs que os Espíritos, os mortos fariam tudo. Chegou-se a afirmar que o Espiritismo venceria apesar dos homens.

Leopoldo Machado precisou lançar a Campanha do Espiritismo de Vivos para romper o cerco mental e funcional dos centros que apenas se interessavam e quantos ainda o fazem, pelo contato com os mortos.

Qual seria o perfil do assinante da Abertura?

Espíritas comemoram Bicentenário de Kardec - Da Redação

No mês de outubro comemoraremos a passagem do bicentenário do nascimento de Allan Kardec. O professor Hippolite Leon Denizard Rivail nasceu no dia 3 de outubro de 1804. Faz duzentos anos que o fundador do Espiritismo veio à Terra e os espíritas de todo o mundo preparam comemorações

EM ARAXÁ, MINAS GERAIS A HOMENAGEM SERÁ DIA 27 DE ABRIL

Promovido pela Fundação Calmon Barreto, entidade ligada à Prefeitura local, o dr. Ademar Arthur Chioro dos Reis, fará palestra na cidade de Araxá, Minas Gerais, sobre O Livro dos Espíritos. A Fundação é presidida por. Magaly Cunha

CEPA FARÁ HOMENAGEM NO XIX CONGRESSO

Está na programação do XIX Espírita Panamericano, a ser realizado de 8 a 12 de setembro próximo na cidade Argentina de Rafaela um ato de homenagem ao bicentenário de Allan Kardec

CEI REALIZA CONGRESSO PARA HOMENAGEAR

O Conselho Espírita Internacional, braço da Federação Espírita Brasileira promoverá o 4º Congresso Espírita Internacional, na cidade de Paris, França, de 1 a 4 de outubro próximo homenageando o bicentenário do fundador do Espiritismo

ICKS TAMBÉM FARÁ HOMENAGEM

O ICKS estará realizando homenagens ao criador da doutrina kardecista no próximo mês de outubro. Uma série de atividades está sendo programada para marcar a passagem do segundo século da vida de Kardec ao mundo

Aplauso à Futilidade - Jaci Régis

A imprensa noticiou com destaque a morte de Jorginho Guinle, que aos 88 anos de idade física se vangloriava de nunca ter trabalhado. Essa pessoa transcorreu sua existência como "play boy internacional" colecionando relações sexuais e poses fotográficas com artistas de cinema e outras mulheres. Informa-se que ele morreu pobre depois de delapidar cerca de 12 milhões de dólares recebidos em herança.

No mesmo período, outra notícia foi dada com destaque. A modelo e atriz Luma de Oliveira que se celebrizou por ser rainha de bateria de escolas de samba havia se separado do marido.

De repente a sociedade se agitou porque foi lançado o filme Paixão do Cristo que pretende retratar as últimas doze horas de Jesus de Nazaré, com requintes de violência e polêmica sobre a culpa dos judeus pela morte do Nazareno, uma crueldade que a Igreja implantou, criando um ódio secular aos judeus, para justificar a delapidação do patrimônio deles na Idade Média.

Então sucederam-se debates e opiniões vazias na televisão, todos procurando seus 15 minutos de glória. Pura futilidade.

A figura e a doutrina de Jesus de Nazaré foram deturpadas, vilipendiadas e, como sempre, debateu-se ao longo da história, futilidade sobre sua vida, seu nascimento, sua morte, sua coroa de espinhos, como forma de abandonar o conteúdo insuperável de seus ensinamentos.

Sempre digo que 90% da humanidade é fútil.

Faço esse balanço sem qualquer sentido de pretensa superioridade. Vivo o cotidiano de mim mesmo e muitos outros. Reflito sobre a vacuidade da existência humana. Reconheço que para a maioria ela é um fardo pesado de levar, premida entre o medo do nada e do fim, na morte.

Por isso como critica-la? O século vinte atendeu aos clamores dessa população crescente com a explosão da mídia: Rádio, televisão, cinema, modificaram o dia a dia. A utilidade foi e é incentivada por uma industria que movimenta bilhões de dólares e que trituram milhares e enlouquecem milhões.

A sexualidade rompeu os círculos da prudência e o prazer no seu sentido mais banal assume a liderança das aspirações. O cultivo ao corpo, ao lado do apelo à vida física saudável, inebria jovens e velhos, enquanto existe saúde e esperança.

Somente quando a morte se avizinha ou a doença cruel solapa o equilíbrio da mente e do corpo, as velhas tradições religiosas são ressuscitadas apenas, todavia, tentar obter o socorro, o milagre ou apoio da divindade, dos santos e dos Espíritos, em que muitos não acreditam ou duvidam, mas por que não tentar?

Nesse contexto, as pessoas são compelidas a tentar preencher o vazio com imagens e situações, fantasias e aspirações que lhes sugerem vitória, sucesso, riqueza, colocados como ideais maiores.

Por outro lado temos ações mais graves, mais destrutivas. Alguns entram na bebida alcóolica destruindo-se e a outros, outros afundam-se em drogas muitas vezes sem retorno, multidões desejam tornar-se Adónis malhando o corpo, fazendo plástica, pintando os cabelos, usando todas as formas que sugiram que são lindas, maravilhosas...

E me pergunto se o Espiritismo preenche, dá um sentido à vida.

Sim. O Espiritismo na sua feição filosófica pode ajudar a dar um certo sentido a essa incógnita vivencial, desde que não pretenda responder a todas as questões.

Está claro que aderir superficialmente ao Espiritismo ou mesmo nele querer resolver os enigmas da vida restringindo a existência a mero jogo de culpa e castigo, usando a lei de talião para justificar os problemas pessoais não é solução ou resposta satisfatória.

E então, como enfrentar asse momento? Será possível viver sem tanta futilidade pessoal?

A resposta pode ser: encontrar-se, centrar em si mesmo e percorrer um caminho de respostas positivas. Sei que isso pode também parecer mera expressão ideológica. Porque sugere a questão, o que é encontrar-se?

Há um certo sentido de resposta a essa questão, quando Jesus de Nazaré disse que era preciso "entrar pela porta estreita". Os exegetas de plantão logo ditaram uma série de auto flagelação, de renúncia e de alienação do prazer, da alegria, como condição para essa travessia.

Penso, porém, que a vida não foi feita para a dor e que "entrar pela porta estreita" é um processo de seleção e prioridade vivencial, que cada um encontrará na medida que sentir-se tão pleno quanto possível, útil e produtivo para si e para o outro.

Eis mais um enigma, nem viver o passado, nem o futuro, mas o presente sem que isso signifique uma forma de elogiar o egoísmo e o individualismo.

Nós somos sempre síntese de nós mesmos. A satisfação vem de respostas compensatórias, positivas que criam um clima interior de dignificação e interação humana.

Encontrar-se é uma questão complicada, pessoal, individual, mas podemos verificar que quando a futilidade deixa de ser o mote da vida, quando podemos equilibradamente usufruir todos os recursos sociais, de todas as paixões sensíveis, sem descambar para a nulidade do dia, sem percorrer o caminho do nada, então estamos nos encontrando.

E aí entra a filosofia espírita.

Encontrar-se é ser menos egoísta. Porque se pode ser caridoso benemerente, continuando muito egoísta, vaidoso, prepotente.

Ser fútil não é apenas ser um Jorginho ou uma Luma, uma mulher ou um homem perdidos nas fantasias narcisicas. É olhar a vida com o olhar da cegueira, com os ouvidos fechados para a sua realidade, sua existência e dos outros.

Encontrar-se é encontrar o outro, sem essa de renunciar a si mesmo, mas tentar e tentar compreender as diferenças e ter dentro de si uma motivação de utilidade sem fanatismo ou presunção, mas como um fluxo de energia e certeza na incerteza, buscando semear e nem sempre podendo colher.

Ser fútil é perder a existência, mas não ser fútil não é sinal de privação.

Nesse jogo dialético encontra-se virtude que fará de nós pessoas realmente centradas e- por que não - felizes?

A Paixão Segundo Kardec - Eugênio Lara

Fui conferir o filme A Paixão de Cristo, dirigido por Mel Gibson. Trata-se de mais uma visão sobre a vida de Jesus, com os diálogos em aramaico e latim, muito sangue e violência. Gibson foi acusado de antisemitismo, de exagerar nas cenas de tortura, da crucificação. Realmente, é sangue e carne despedaçada pra todo lado, como se fosse um filme do Tarantino.

Já o ator James Caviezel, que interpreta Jesus, é perfeito para o papel. Nada comparável ao Jesus de Franco Zefireli, de olhos azuis, cabelos lisos e pretos, ariano e bem parecido com as imagens piedosas do cristianismo. O sujeito parece mesmo um judeu típico daquela época, de pele morena, olhos castanhos, longos cabelos ondulados e as feições bem marcadas pelas características da raça.

Apesar do exagerado festival de sangue, o interessante mesmo é ver um Jesus que seria fisicamente o mais próximo da realidade. Houve aí um avanço, mas de resto, o diretor, católico, não conseguiu se livrar do mito e do misticismo que sempre cercou a figura de Jesus.

Pois o Mito do Salvador parece eterno. Já se passaram dois mil anos e quase nada mudou em relação a isso. Ele continua sendo visto como um Deus, o Cristo, o Messias, o Verbo que se fez carne.

Gostaria de ver um filme que mostrasse Jesus como um ser humano, apenas isso. O diretor Martin Scorcese tentou fazer isso em A Última Tentação de Cristo, mas o resultado foi extremamente tímido. Ainda assim, despertou a ira fraterna dos cristãos. Je Vous Salue, Marie, do francês Jean-Luc Godard, também seguiu uma trilha semelhante. Mas todos eles esbarraram na muralha do mito, aparentemente intransponível.

Quero ver um filme que mostre o amor sexual entre Maria e José, a gravidez, o parto, natural como qualquer outro, o bebê chorando. Nada de Reis Magos, de mangedoura, de estrela de Belém, de Satanás. Quem teria coragem de fazer um filme sobre a vida do jovem nazareno sem o mito, sem o religiosismo, sem a divinização de sua figura? Provavelmente seria um fracasso de bilheteria.

O Espiritismo humanizou Jesus, tirou-lhe do pedestal divino. Para nós, kardecistas, ele é um modelo de virtude, cujos ensinamentos permanecem atuais e precisam ser vivenciados urgentemente. Imaginem um filme contextualizado, com as parábolas, as máximas, a autoridade moral e o carisma de Jesus, seu magnetismo, sua doçura e firmeza. Gostaria de ver um filme onde seus milagres sejam mostrados como simples fenômenos no campo da paranormalidade, interpretados sob a ótica do kardecismo. A levitação, a bicorporiedade, as curas espirituais, a materialização dos Espíritos de Elias e Moisés, a transfiguração etc.

A Paixão de Jesus de Nazaré Segundo Kardec talvez pudesse ser o nome desse filme que, muito provavelmente, não teria indicação alguma para o Oscar. Seria rejeitado por cristãos, judeus, materialistas e pelos próprios espíritas, ainda muito apegados ao mito do Salvador. Enfim, fiquemos com seus ensinamentos morais. Colocá-los em prática significa um grande avanço intelecto-moral, capaz de provocar uma verdadeira revolução moral e social na face do planeta.

Os Princípios do Espiritismo estão Firmes - Jaci Régis

Numa reunião de estudos no ICKS,debateu-se a questão do progresso do Espiritismo perante o progresso da ciência.

Allan Kardec, sabiamente, afirmou que a doutrina estava dando a primeira palavra e não a última e que se defenderia da imobilidade se cuidasse de progredir, aceitar as descobertas da ciência, enfim, não fugir ao progresso em geral da sociedade humana.

Creio que esse posicionamento às vezes é mal entendido.

Nessa reunião, pareceu-me que alguns estavam certos de que a ciência haveria de provar que alguns ou todos princípios do Espiritismo seriam falsos.

Veio-me à mente que, num sentido bem largo, alguns temiam que os princípios fundamentais da doutrina estariam ameaçados.

Isso precisa ser corrigido.

Os princípios do Espiritismo não estão, nem foram ameaçados.

Eles são firmes e definidos.

Supor, diante de progressos reais da ciência em geral, principalmente da Física, da biologia, da genética, que nossas idéias fundamentais sobre o homem e o mundo estejam periclitando é entrar num caminho errado e auto destrutivo.

Os princípios estão ameaçados?

Não, não estão.

O que às vezes escapa nessa análise apressada é que os temas do Espiritismo situam-se no nível além da matéria, sem desprezá-la ou negá-la. Mas permanecem no horizonte além da consistência possível da matéria, em suas mais variadas expressões e estados.

Um ciclotron poderoso pode desintegrar as partículas mais diminutas e criar novas concepções sobre essa infindável busca do início das coisas.

Mas o Espiritismo lida com o ser, enquanto ser inteligente, afetivo, imaginativo, criativo, surpreendente, carregado de ansiedades e medos, de experiências vitoriosas e fracassos grandiosos.

Examinemos, contudo, os princípios do Espiritismo perante o conhecimento atual.

DEUS

Comecemos pela idéia de Deus. A ciência jamais aceitou a idéia de um Deus como figurado nas escrituras sagradas. Mesmo Nietsche que profetizou a "morte de Deus" fê-lo dentro de uma crítica do modelo moral implantado pelo judaico-cristianismo, coisa que o Espiritismo jamais aceitou. Além disso, embora dando um certo sentido de pessoalidade à figura de um Deus Criador, o Espiritismo sempre postulou uma forma de entender a divindade que fugiu de engessá-lo dentro de nosso restrito horizonte de conhecimento e perspectiva. Se alguns modelos matemáticos ou profetismo científico adota o critério de acreditar que o universo não precisa de um criador, isso é uma postura apenas teórica, porque não há qualquer indício de que a ciência seja ela quem for, tenha encontrado o princípio das coisas.

Por exemplo, a teoria do big ben, impressiona até pelos cálculos matemáticos que pretendem situá-lo numa medida de nosso tempo. Todavia, nunca foi explicada a porque existia a matéria esparsa que naquele momento decisivo se concentrou para explodir e criar o universo. O que existia antes desse começo? Como surgiu essa matéria? Em que espaço ela existia?

A teoria do acaso e auto criação do universo é tão verossimel quanto a existência de uma super inteligência criadora. Ambas estão no nível das suposições, mas esta última, apesar de tudo, parece mais consistente.

Portando, podemos continuar aceitando a idéia de um Deus Criador, mas que não tenha nada a ver como o Jeová dos judeus, nem com o misterioso sentido da Santíssima Trindade dos cristãos.

Certa feita, perguntaram-me sobre a existência de Deus, sua transcendência ou imanência e outros conceitos. Minha resposta foi e continua sendo que não pretendendo nem pretendo abordar o tema dos mistérios divinos.

Aceito que uma linha diretriz estabelece um roteiro e que a criação não é um modelo pré-moldado a ser descoberto, mas que é um processo contínuo, constantemente aperfeiçoado

O ESPÍRITO

Todos, naquela reunião concordamos que "o núcleo central" do conhecimento espírita é o Espírito, ou seja, o ser inteligente, imortal e em constante processo de desenvolvimento e evolução.

Certamente nenhuma ciência, nem mesmo as humanas, se debruça sobre essa hipótese. A maioria delas se apóia na Física, nas dúvidas da Física, nas investigações das neurociências e nega o ser inteligente fora do organismo. Enquanto as ciências do organismo tentam desvendar os mistérios da produção do pensamento, da inteligência e do sentimento nos escaninhos cerebrais, as ciências humanas, como a Psicologia, por exemplo, restringe-se a considerar tudo o que sugere ser extracerebral, como produções anômalas, enfermas mesmo, da mente, que alucinaria, projetaria o futuro, a imortalidade, embora nenhuma tenha – ciências do organismo ou da mente – podido justificar o comportamento do ser humano, suas incógnitas e surpresas.

O que sobram são teorias que não se sustentam, mas que se tornam "sábias" por partirem de um ponto de vista orgânico e que precisa ser sancionado mesmo a custo de contorções e argumentos tortuosos.

Por isso, o princípio espiritual, os espíritos imortais, submetidos à lei da evolução como o Espiritismo postula, desde a simplicidade até a sabedoria, desde o instinto até o amor, continua sendo à base do Espiritismo e não há o que temer que seja ameaçado pelo progresso.

Por que seria? Não parece justo introduzir esse falso conceito porque a ciência e a experiência têm sepultado muitas das teorias sobre o ser humano, sobre a criação e sobre a natureza.

Além disso há provas definitivas de que o ser espiritual não apenas existe como transcende o corpo após a morte deste. É imortalidade dinâmica que o Espiritismo descobriu

A MEDIUNIDADE

A mediunidade tem sido debatida, negada, vilipendiada, mas é uma realidade comprovada. É compreensível que, como disse acima, a Psicologia e Psiquiatria, tendam a procurar no cérebro a explicação para todos os fenômenos do ser. Mas tanto a Metapsiquica, como a Parapsicologia, mesmo titubeantes e controversas, não podem negar que existe "algo" que extrapola a pessoa do médium e que os fenômenos existem, mesmo quando não explicados ou explicados convenientemente.

Milhares de pessoas, cientistas, professores, filósofos, experimentadores, mantém-se numa constante procura de fatos e mais fatos que provem que o ser humano não é apenas um belo organismo, mas um ser espiritual, ainda que a frase "ser espiritual" precise de melhor contextualização e menos misticismos.

Allan Kardec ao usar o fenômeno mediúnico, fê-lo como o bandeirante de um novo tempo, porque soube utilizá-lo de forma inteligente e precisa, ao seu modo, mesmo que haja quem o condene pelo enquadramento do modelo cartesiano e permanecer dentro do modernismo, considerando que depois de sua morte, entramos no que se chama pós-moderno, na filosofia e nas ciências.

A mediunidade é fenômeno natural que utiliza recursos bastante precários como são as emoções do médium e das pessoas que pesquisam.

Os mecanismos da mediunidade sofrem a infiltração da emoção, do preconceito, da discriminação secular, seja religiosa como científica. Aquela porque pretendeu ter o domínio do divino, da mente e do futuro da pessoa e esta porque não quer se aventurar além do Cabo da Boa Esperança da prova inconcussa, na busca de novos continentes da inteligência e do sentimento.

Mas a exuberância dos fenômenos está aí.

Certamente que a pesquisa espírita deveria ter sido muito mais severa e que não tivéssemos missionários e médiuns acima de quaisquer dúvidas, porque isso provoca efeitos deletérios.

Mas não titubemos em afirmar que a mediunidade é a porta que se abre para nossa própria alma, porque nos mostra faces desconhecidas de nós mesmos a serem projetadas na vida além-túmulo.

O que temos é evitar dar aos Espíritos, ao plano extra físico essa conotação de local do saber, do poder e do controle da vida. Porque não se coaduna com o progresso geral e com o entendimento legitimamente kardecista.

A LEI DA EVOLUÇÃO

Tenho dito e repito que o entendimento espírita sobre a evolução do ser espiritual é o mais importante capítulo da teoria espírita. Esse entendimento dá um novo sentido à vida, ao progresso e nos leva a uma visão mais ampla de um processo lento, repetitivo e grandioso que é o desenvolvimento de um embrião intelecto-afetivo ao longo do tempo, de uma emissão bruxuleante de emoção, de vida instintiva, para tornar-se um ser que pensa e que ama, em constante mutação.

Guardadas as infinitas diferenças, é semelhante ao milagre genético da reprodução da célula sexual, no desenvolvimento do embrião orgânico, transformando-se de um ovo num ser completo, capaz de interagir, sentir, investigar, amar, em que se transforma o embrião no ser orgânico e moral que é a criatura humana.

O estágio desse embrião no útero materno é de apenas nove meses. O desenvolvimento desse embrião intelecto-afetivo, dura milhões de anos na cronologia terrena.

Essa teoria se ajusta a uma visão cada vez mais ampla e comprovada de que o que se chama Natureza tem bases direcionadas e o "acaso" tão básico no entendimento das causas primárias, na verdade sugere um caminho em busca de um sentido, compondo um conjunto que se torna cada vez mais complexo e também cada vez mais simples.

O que a ciência, em todos os setores, pesquisa, descobre, analisa e pontifica, sugere sempre um processo de interação, de prova, de acerto e erro para a produção de condições pessoais e ambientais cada vez mais aperfeiçoadas.

Longe do Espiritismo a pretensão de ter descoberto a chave de todas as coisas. Mas a doutrina pode vangloriar-se de ter, ao longo de sua criação, se colocado à margem de extremismos e de verdades absolutas, porque talvez seja necessário supor que não existem verdades absolutas, mas verdades relativizadas a se comporem para criar uma condição cada vez mais otimizada para a vida do ser espiritual, para o Espírito Imortal

REENCARNAÇÃO

A reencarnação é um fenômeno cada vez mais estudado. Ela se encaixa claramente no modelo possível de explicação da natureza das diferenças e desníveis pessoais e coletivos, no presente e no passado. Quando Allan Kardec decidiu introduzir o conceito da reencarnação no Espiritismo, fé-lo, não apenas porque os Espíritos disseram, mas porque encontrou nele uma explicação cabal e racional para os fenômenos pessoais e sociais.

A comprovação da reencarnação encontra as mesmas dificuldades que envolvem todas as ações do ser que não possam ser caracterizadas nos instrumentos e nas medições possíveis das atividades cerebrais.

A questão da personalidade humana é muito estressante, para usar um termo atual. Dezenas de teorias psicológicas tentam explicar a natureza das diferenças das personalidades humanas, através dos tempos, das culturas.

Entretanto, uma visão aberta e contínua do processo vivencial que a reencarnação permite, é a única explicação plausível para as construções mentais, intelectuais e sensíveis das pessoas.

Certamente que o Espiritismo, em sua essência, vê na reencarnação apenas um instrumento do processo evolutivo do ser. As conotações morais e moralistas que cercam esse instrumental do progresso humano, são decorrentes dos fatores próprios de nosso processo de crescimento, que define o futuro pela relação interpessoal. Isso é que gera o conflito, o choque, o trauma que, todavia, são inevitáveis como formas de desenvolver o ser.

Como vemos, a reencarnação, tirada dela o sentido de punição e outros acessórios moralistas, compõem uma visão global do ser, sua trajetória vivencial, sua evolução, sua dor, seu amor.

Isso só o Espiritismo pode dar, com tranqüilidade e segurança

MUNDOS HABITADOS

Esta é, no momento, a idéia de Kardec e dos Espíritos que se encontra em suspensão porque, iniciadas as pesquisas interplanetárias, dentro do sistema solar, não se pôde, até agora, encontrar seres humanos habitando outros planetas. Mas a imensidão do universo, a sucessão de galáxias e sistemas solares prenunciam, criam a expectativa que não somos o único mundo isolado, solitários nesse cenário tão variado e tão extensos.

A habitabilidade de outros planetas, a pluralidade dos mundos habitados, compõe uma visão da vida, do universo, da criação, muito ampla e muito grandiosa, que ainda não temos, ao que se sugere, condições de avaliar com absoluta certeza.

Os próximos anos, talvez séculos, confirmarão ou não essa hipótese.

Acreditamos que isso acontecerá porque essa é a linha natural de raciocínio, não apenas do Espiritismo mas de muitos e muitos outros segmentos da cultura

CONCLUSÃO

Nessa reunião do ICKS, coordenada pelo engenheiro Reinaldo di Lucia, foi lido um comunicado do Conselho Federativo Nacional, da Federação Espírita Brasileira em que este órgão se arvora no direito de afirmar que a doutrina espírita não pode progredir, que foi dada pronta pelos Espíritos Superiores e que a nós outros só cabe, de cabeça baixa, aceitar e seguir. A prepotência desse comunicado é tamanha que ele se destrói a si mesmo. Nele, contudo, verificamos que os que nele colocaram seus nomes, em primeiro lugar, desconhecem o pensamento de Allan Kardec que jamais diria isso, ao contrário disse que o Espiritismo seria progressivo e estabeleceu mesmo algumas formas de como isso se processaria. E, segundo, confirmam as suspeitas que pretendem um Espiritismo sem Kardec.

Foi mesmo criticado o uso da palavra "kardecista", porque alguns acham que a destruição sugerida de alguns princípios do Espiritismo que Allan Kardec , poderia salvar um "outro Espiritismo" sem ele e sem sua base intelectual.

Nesse caso temos duas vertentes opostas que se aproximam e se unem. Uma descartando Kardec para introduzir um sentido místico ao Espiritismo e outra, para manter um Espiritismo contrário às suas raízes.

Para mim, Kardec e Espiritismo seguem inseparáveis.

Mundo Paranormal: IFSR, International Foundation for Survival Research, Inc. - Marcelo Coimbra Régis

"The International Foundation for Survival Research, Inc." é uma ONG dedicada a divulgação de casos e pesquisas que sugerem a sobrevivência da consciência após a morte.

A fundação é gerida por voluntários e seu objetivo principal é informar e educar o grande público sobre as evidências de vida após a morte.

O IFSR tem como objetivo secundário apoiar as pesquisas sobre sobrevivência após a morte. Alguns exemplos de pesquisadores patrocinados pelo IFSR incluem o Dr. Robert Jahn, professor do Aerospace Science e Dean emérito da Escola de Graduação em engenharia da Universidade de Princeton e o Dr. Ian Stevenson, Professor da Escola de Medicina da Universidade da Virgínia.

Outros exemplos de pesquisas patrocinadas pelo IFSR:

· Loyd Auerbach, escritor e pesquisador psíquico, descrevendo suas investigações sobre haunting levadas a cabo no porta-aviões U.S.S. Hornet, atracado em Alameda, Califórnia.

· Beverly Brodsky, escritora, descrevendo sua experiência pessoal de quase morte (Near Death experience) e o impacto dessa experiência em sua vida.

Além de apoiar as pesquisas sobre sobrevivência tradicionais, que incluem experiências de quase morte, experiências fora-do-corpo, visões no leito de morte, fenômeno de voz direta, aparições, fenômenos mediúnicos, poltergeist, fenômenos EVP, etc a IFSR também apóia novas formas de pesquisa práticas e teóricas. Entre essas encontram-se:

- Estados alterados de consciência;

- Correlações entre experimentos e experiências consideradas distintas no passado. Tais pesquisas buscam os pontos em comum de fenômenos como OOBE, sonhos lúcidos, experiências de quase morte, etc.

- Análise crítica e releitura de sabedoria antigas encontradas em diferentes culturas e sociedades, incluindo indígenas.

- Experiências individuais de sobrevivência após a morte que podem ser consideradas autênticas e verídicas.

Como projetos futuros, o site da fundação lista:

· Apresentar em eventos nacionais e internacionais diferentes aspectos, experiências e pesquisas relacionadas com a sobrevivência após a morte.

· Continuar encorajando e apoiando as pesquisas que ajudem a entender os aspectos da vida após a morte.

· Levar informação e educação a pessoas impedidas de comparecer as reuniões e palestras públicas, tais como em hospitais e clinicas.

Para saber mais: Visite o site do IFSR: http: //www.expbeyond.org/index.htm

Evolução dos Povos: Uma Alternativa aos Exilados de Capela - Marcelo Coimbra Régis

A Doutrina Espírita admite a possibilidade de imigrações e emigrações coletivas de espíritos como forma de alavancar o progresso dos planetas. De tempos em tempos os planetas seriam "expurgados" daqueles espíritos que não teriam evoluído na mesma velocidade que o restante do planeta, sendo esses enviados a reencarnar em planetas mais inferiores. Tal prática serviria a dois fins: facilitar a transformação do planeta mais evoluído e acelerar a evolução do planeta inferior. Tal teoria explicaria também o porque da evolução desigual num mesmo planeta e explicaria o aparecimento de povos mais evoluídos para o seu tempo, explicando uma aparente descontinuidade histórica. No Brasil tornou-se crença comum entre os Espíritas a emigração para a Terra de espíritos vindos de um planeta da constelação de Capela. Por serem mais avançados e por terem encarnado na região da Mesopotâmia, seria essa uma explicação do porque alguns povos avançaram mais rapidamente que outros e desenvolveram sistemas e cultura avançada e sofisticada. Tal hipótese é possível e plausível.

Gostaria de nesse espaço analisar uma outra solução para a mesma questão, ou seja, porque alguns povos evoluíram mais rapidamente (do ponto de vista material e tecnológico) do que outros. Sobre tal tópico Jared Diamond possui um excelente trabalho intitulado "Guns, Germes, and Steel – The Fates of Human Societies". Nesse trabalho Jared tenta responder a seguinte questão: por que por volta do ano de 1500 d.C., os povos de origem européia estavam tão mais avançados a ponto de dominar e às vezes exterminar povos nativos da América, Austrália e África? Se geneticamente somos todos iguais, possuindo o mesmo potencial de desenvolvimento, o que explicaria tal diferença? Se todos os seres humanos descendem de um ancestral comum, e se há 40.000 anos atrás praticamente toda a Terra se encontrava povoada e num mesmo grau de evolução (de acordo com os dados encontrados em diversos sítios arqueológicos), por que então de um momento para outro alguns povos aceleraram seu desenvolvimento?

Causas Aparentes:

A resposta mais óbvia a tal questão é que por volta do ano de 1500 d.C. os europeus possuíam armas mais desenvolvidas, dominavam tecnologia que tornava possível as navegações oceânicas, possuíam uma organização política centralizada, dominavam a escrita (podendo transferir conhecimentos com maior velocidade e precisão) e carregavam consigo imunidade a algumas doenças infecciosas (tais como sarampo, varíola, febre amarela, etc). Todos esses fatores combinados deram aos europeus uma superioridade incontestável sobre seus oponentes americanos, australianos e africanos. Porém a questão básica ainda permanece e Jared tentar encontrar as causas primárias de tais diferenças.

Opinião em Tópicos (Atocha, Paranóia, Crenças e Valores, Humanismo) - Milton R. Medran Moreira

Atocha

Conheci a Estação Ferroviária de Atocha, em Madri, no mês de novembro de 2003. Viajávamos minha esposa, eu e Carmen Zeno, uma espírita porto-riquenha residente em Nova York. Vínhamos de Jáen, onde, a convite da Asociación Filosófica y Moral Espírita Cristiana, AFYMEC, eu havia proferido uma conferência. No desembarque em Madri, nosso anfitrião, José Perez Cervantes, presidente da Asociación Espírita Española, havia se atrasado para chegar à estação. Deixei as duas companheiras de viagem, ali, na área de desembarque e, com a devida licença de um guarda, cruzei o equipamento eletrônico que dava acesso a todo o grande complexo comercial e ferroviário, a procura do amigo. Ninguém me interceptou pedindo documento ou para fazer alguma revista pessoal. Percorri várias partes da grande gare até me deparar com José, falante e esbaforido, pedindo desculpas pelo atraso.

Alguns meses antes, numa viagem que fizera a Porto Rico, via Miami, já no embarque, em São Paulo, eu passara pelo dissabor de ser minuciosamente revistado. Depois de me examinarem dos pés à cabeça, fizeram-me tirar todo o conteúdo de uma bagagem de mão que levava. Um exemplar de "O Livro dos Espíritos" que estava na valise foi minuciosamente folheado. Os funcionários do governo americano que faziam a revista, atitude repetida por um outro com idêntico procedimento no aeroporto de Miami, pareciam tratar com bandidos em potencial

Paranóia

Essa verdadeira paranóia que se instaurou nos Estados Unidos, desde o 11 de setembro de 2001, não existia na Europa. Percorremos, em novembro último, grande parte do território espanhol, inclusive dirigindo automóvel locado, sem que, nunca, alguém tenha nos interceptado ou mesmo solicitado identificação.

Na manhã do último dia 12 de março, quando via pela televisão o estado em que ficaram os trens atingidos pelas bombas terroristas e, estarrecido, assistia ao sofrimento de centenas de pessoas vitimadas pelo insano ato, não pude deixar de me transportar, em pensamento à bela Estação de Atocha, local de nosso desembarque, em Madri, após uma viagem por entre vinhedos e olivais, em meio a um povo que respirava o ar fresco da democracia e da liberdade. Eles que haviam vivido 40 anos de uma insana ditadura franquista, pareciam ainda estar em lua-de-mel com a democracia e a liberdade. É certo que se podia sentir, com clareza, o descontentamento de grande parte da população pelo apoio dado por seu governo à aventura norte-americana no Iraque. Havia pichações nos muros condenando o apoio. Mas, talvez nunca se imaginasse que a Nação, como um todo, fosse se tornar vítima dessa estúpida reação, atingindo pessoas inocentes, trabalhadores, homens, mulheres e crianças, sem qualquer comprometimento com a participação espanhola no conflito EEUU-Iraque

            Crenças e valores

Imagino que Atocha já não seja a mesma. Que a Espanha e, de uma maneira geral, a Europa já não sejam as mesmas, depois de 11 de março. A guerra e o terrorismo estão mudando a face do mundo. No momento em que escrevo estas linhas, o noticiário fala de um rapaz de 14 anos preso em Israel, portando um cinturão explosivo prestes a detonar. Frustrado pela prisão, o jovem Hussam Abdo disse que queria se tornar um mártir e chegar ao Paraíso como houvera aprendido na escola: "Um rio de mel, um rio de vinho e 72 virgens. Estudei o Alcorão e descobri a vida agradável que me aguardava no Paraíso" – explicou Hussam.

Como na maioria dos outros grandes episódios trágicos da História, são o sectarismo, o fanatismo (político e religioso) e o fundamentalismo que escrevem esses capítulos de guerra e de terrorismo, atrasando a caminhada em favor da perfectibilização do humanismo e da paz. Os homens que, no mundo, têm promovido a guerra e aqueles que, em contrapartida, têm respondido com o terror, fundam-se em argumentos muito semelhantes: sentem-se ameaçados pela cultura e crenças de seus opositores. Querem que triunfe a sua verdade, modelando o mundo à sua semelhança. Egoístas, obcecaram-se com a idéia de que nada no mundo tem mais valor que suas crenças, hábitos e valores

            Humanismo

Só uma crença pode tirar o mundo da encruzilhada em que se meteu. A crença no próprio homem. Na sua viabilidade em qualquer circunstância. Na sua absoluta igualdade na origem e no destino. No reconhecimento, sem qualquer reserva, de que somos todos iguais, independentemente de raça, cultura, ideologia ou religião. O Livro dos Espíritos apontou como causa de todas as guerras "a predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e a satisfação das paixões" (questão 742).

Não se pense que o só fato de ter uma religião desperte no homem a consciência de sua natureza espiritual. Ao contrário, as religiões, nas suas configurações mais comuns e numerosas, têm incrementado nos seus crentes o egoísmo próprio dos que batalham por sua própria "salvação" e o orgulho que os leva a se presumirem melhores que os outros.

Nunca estivemos carentes de deuses, que sempre os tivemos em profusão. O homem contemporâneo segue guardando um pouco do australopiteco que, há alguns milhões de anos, marcava com urina os limites de seu território para que este não fosse invadido pela horda rival. Segue, pois, carente é de humanismo. De compreensão de sua verdadeira e integral natureza que reclama dele posturas autênticas de humildade, solidariedade e amor.

O Passe e a Cura Espiritual, um Seminário que agradou - Da Redação

Em clima de grande descontração e debates francos o Seminário O passe e a Cura Espiritual, tranformou-se em excelente forma de aprendizado.

Realizado no dia 27 de março, com a presença de mais de 70 pessoas, n a sede do ICKS, marcou mais uma etapa no programa de cursos e atividades do Instituto.

Os que se inscreveram receberam um exemplar do livro Comportamento Espírita, de Jaci Regis

AS PALESTRAS

História e progresso.Iniciando o Seminário o arquiteto e jornalista Eugênio de Lara, fez interessante relato sobre a história do passe, desde Mesmer, incluindo que o prof. Rivail era estudioso do magnetismo. Recordou que o convite para o prof. Rivail ir à histórica reunião na casa da Sra. Plainemaison partiu de um seu amigo magnetizador, Sr. Fortier.

Lara referiu-se à fusão ideológica ocorrida entre o Espiritismo, a Homeopatia e o magnetismo, no início da implantação da doutrina espírita no Brasil, redundando na prática generalizada do passe espírita, aplicado invariavelmente nos centros doutrinários.

O Passe Espírita Já o engenheiro Reinaldo di Lucia, explicou como se processa a transmissão da energia que o passe é, no contato entre o a Emissor e o paciente, utilizando-se das pesquisas científicas em torno da energia em geral. Ele também explicou as transformações de linguagem, referente ao termo "fluído" que não é mais usado na ciência e sua representação no tempo de Kardec que, embora magnetista não tratou do passe espírita em sua obra.

Perguntas e respostas. No espaço reservado para perguntas muitas foram formuladas e respondidas pelos dois expositores, aplaudidos pelos presentes.

No encerramento um grupo de dez emissores de energias, se reuniu para aplicação de passes nos que desejam.

Definido o Programa do XIX Congresso da CEPA - Da Redação

A Comissão Organizadora do XIX Congresso Espírita Panamericano, a realizar-se de 8 a 12 de setembro de 2004 na cidade argentina de Rafaela. Os congressos da CEPA são realizados a cada quatro anos.

O temário consta de painéis, oficinas e temas livres. O tema central é Evolução Consciente.

O hotel Laserre será a sede do congresso e onde todos os eventos serão desenvolvidos.

A abertura oficial será às 20 horas do dia 8, no hotel

Painéis

Estão previstos seis painéis temáticos realizados na parte da manhã dos dias 9, 10 e 11. São os seguintes:

Dia 9 – Educação espírita para a evolução consciente e Ação solidária para a evolução consciente

Dia 10 – Mediunidade e evolução consciente e Modelos atuais de Consciência

Dia 11 – Auto conhecimento e desenvolvimento consciente I e Auto conhecimento e desenvolvimento consciente II

Oficinas

Na parte da tarde serão realizadas oficinas simultâneas sobre o mesmo tema.

Dia 9 – Educação e Ação Solidária dia 10, Mediunidade, dia 11, Auto conhecimento

Temas livres

Nos dias 9, 10 e 11, serão reservados horários na parte da tarde para a apresentação de temas livres

Eventos especiais

No dia 9, às 20 horas Painel comemorativo do bicentenário do nascimento de Allan Kardec.

Dia 10 – Assembléia Geral da CEPA, a partir das 15:30 horas e Conferência Publica, às 20 horas.

No dia 11- Na parte da tarde, Fórum para a Juventude e Atualização doutrinária e Cerimônia de encerramento às 20 horas.

TEMAS LIVRES

Os interessados em enviar trabalhos para o Fórum de Temas Livres, deverão enviar um resumo em português ou espanhol até o dia 30 de junho próximo. A remessa pode ser feita por e-mail congressocepaa2004@gruposyahoo.com.ar

INSCRIÇÕES

A Comissão Organizadora do XIX Congresso Espírita Panamericana, solicita a todos os delegados da CEPA e os responsáveis por instituições que mobilizem a Campanha de Inscrições para o Congresso. As fichas de inscrição estão disponíveis no site do Congresso : www.congreso2004.cre-ar.org.

Informações podem ser também solicitadas á

Sociedad Espiritismo Verdadero.

Comisión Organizadora Congreso 2004

Güemes 255

2300 – RAFAELA. - SANTA FE. ARGENTINA

Pagamentos devem ser coordenados pelos delegados locais da CEPA ou comunicados por telefone a: Sra Mercedes. Sociedad Espiritismo Verdadero.

Telefone: 03492-433954 - Fax. -03492-425190 por e-mail: hzlauvinen@arnet.com.ar ou rhdrubich@arnet.com.ar

CUSTO DA PARTICIPAÇÃO

Taxa de inscrição (inclui almoço)

Individual – US$ 40,00

Familiar ( grupos de familiares acrescentar, para cada membro, US$ 15,00 por pessoa) Exemplo um grupo familiar de quatro pessoas,(marido,esposa e 2 filhos) pagará no total US$ 85 . Jovens menos de 21 anos ou estudantes, U$S 15.

Diária em hotéis de 3 estrelas, com café da manhã U$S 10.

Jantar (preço médio dos restaurantes consultados) U$S 10

DELEGAÇÃO BRASILEIRA

Os delegados da CEPA no Brasil estão organizando grupos que desejarem ir ao Congresso. Entrar em contato por e-mail com Jaci Jacinto da Silva, jacjac@terra.com.br.