Março de 2003

Fim de Semana Kardecista - Capa

O ICKS iniciou no ano de 2002, a comemoração permanente do lançamento de O Livro dos Espíritos. A idéia é promover palestras coincidindo uma delas com o dia 18 de abril. Isso foi feito com a Semana Kardecista. Agora, em 2003, a comemoração será reformulada com o nome de FIM DE SEMANA KARDECISTA. Excepcionalmente o evento será realizado nos dias 25,26 e 27 de abril uma vez o dia 18 de abril será, neste ano, sexta-feira santa, ampliado com o feriado de 21 de abril. Para a realidade santista não é conveniente programar esse tipo de evento em datas de feriados prolongados

O PROGRAMA

O programa do FIM DE SEMANA KARDECISTA, está em elaboração, principalmente para a confirmação de oradores convidados. Mas basicamente terá duas palestras, na sexta-feira, dia 25 e no sábado, dia 26, ambas com início às 20 horas e uma Tarde Lítero-musical, no domingo, dia 27, a partir das 16 horas.

Os temas propostos para as palestras são: A Mulher na obra de Kardec e Jesus de Nazaré na obra de Kardec.

Caderno Cultural Espírita : Mediunidade (Depoimentos) - Capa

Está à venda a 2ª edição do CADERNO CUL-TURAL ESPÍRITA. A 1ª edição lançada em novembro de 2002 foi um sucesso, com a venda da quase totalidade dos exemplares. Essa edição inicial tratou do Perispírito. A nova edição é totalmente dedicada à Mediunidade, com importantes depoimentos dos médiuns Divaldo Pereira Franco, José Medrado e Carlos Bacelli, além de trabalhos sobre O Sexo na Literatura Mediúnica, de Jaci Régis e A Mediunidade Social, de Eugênio Lara.

O preço do CADERNO é R$ 8,00. Para adquirir basta depositar o total na conta 0268 08052-0 do Banco Itaú e avisar, via telefax (13) 32842918) ou e-mail (ickardecista@ig.com.br) . Assinantes do Jornal ABERTURA pagam R$ 7,00

O Perfil Espírita - Da Redação

Ao afirmar que "o verdadeiro espírita se reconhece pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações". Allan Kardec estabeleceu um princípio que, afinal, define o perfil do espírita verdadeiro.

A afirmação do fundador da doutrina refere-se ao processo de mudança interior e social que o indivíduo espírita realiza a partir do momento em que reconhece o valor dos ensinos doutrinários.

Esses ensinos, como delineou Kardec, são reconhecidos cientifica e filosoficamente. Ou seja, o espírita deverá ser livre de fanatismos, pensamentos mágicos e crendices. Aí entra o lado científico, materializado no pensamento científico, que quer prova, estabelece rigoroso exame de causa e efeito e rejeita dez verdades para não aceitar uma mentira.

Tal rigor nos livrará de desvios de superstições e crença em Espíritos ou médiuns que se façam porta-vozes de idéias esdrúxulas e exóticas.

A filosofia entra nesse momento para equalizar os resultados da reflexão ou das investigações promovendo uma canalização eficiente para sua concretização prática.

Dizendo que o Espiritismo era uma doutrina eminentemente moral, Kardec não desceu, todavia, ao moralismo, crendices e idéias insustentáveis.

Esse perfil faz do espírita "verdadeiro" um indivíduo participante, atuante e decidido a dar sua contribuição ao movimento espírita, para que suas idéias se divulguem e é seu maior tesouro e elimina de sua vida o melindre, o personalismo exaltado e a preguiça de sair de si mesmo para compor equipes em qualquer setor de atividades doutrinárias e gerais.

Representa, isso sim, abertura, decisão, amor à doutrina e à humanidade, em constante progresso.

Quem se encaixa nesse perfil?

Eleição da Diretoria da FEP - Da Redação

Segundo Luis de Almeida, residente no Porto em Portugual, a reeleição da diretoria da Federação Espírita Portuguesa, embora dentro das regras estatutárias teria sido fraudulenta. A suposta fraude, segundo Luiz, foi cometida pela rejeição da lista de opositores, de tal maneira que o sufrágio se deu em lista única, reunindo 26 votos a favor e 18 nulos em abstenção.

A lista opositora era encabeçada por João Xavier de Almeida que foi presidente da FEP durante 6 anos, Vice-presidente durante 2, diretor durante 8 anos, membro e fundador do CEI e Julieta Marques presidente da Associação Espírita de Lagos, escritora, radialista, conferencista, várias vezes dirigente da FEP e co-fundadora da União Espírita do Algarve .

Não estamos certos de que a lista alternativa, presidida por João Xavier de Almeida, diz Luiz Almeida, ganhasse as eleições se tivesse a honesta oportunidade de concorrer. O que entendemos é que todos têm o direito de manifestar e colocar as seus pontos de vista à apreciação geral.

A questão esta no ar: Por que? Por que a atual diretoria da FEP quis reeleger-se custe o que custar, questiona Almeida? Se trabalham todos pela mesma causa, a espírita, e tendo vindo já de quatro anos, nesses caso pois já foram reeleitos uma vez, por que não submeter-se democraticamente à opinião das casas que compõe a FEP aceitando o resultado das eleições, certos do seu teoricamente, bom desempenho?

A verdade, prossegue Luiz Almeida, é que impugnaram a lista concorrente por que 2 das associações a ela pertencentes estavam com cotas atrasadas, alegando que as mesmas não estariam assim, em pleno gozo de seus direitos, comenta Luiz e acrescenta, o que também nos causa estranheza é a total indiferença de muitas das casas federadas a esta situação. Nem se quer se interessaram em saber o porque de tal impugnação e se os mesmos motivos eram ao menos moralmente válidos. Infelizmente o que se vê é a quase total desinformação pelos rumos do espiritismo em Portugal, seja por desinteresse, seja por comodismo, esquecendo que, ao abraçarmos esta doutrina, os rumos que ela toma na coletividade é responsabilidade de todos. Não podemos nos fechar nos nossos casulos e dizer que tudo está bem, sob pena de sermos omissos, e a neutralidade aqui eqüivale a compactuar com a cegueira de há já muitos séculos

Ademar Assume Cargo em Brasília - Da Redação

O médico sanitarista e nosso companheiro de doutrina, Ademar Arthur Chioro dos Reis, assumiu a direção do Departamento de Atenção Especializada (até o ano passado era Departamento de Redes Assistenciais e Sistemas de Saúde) da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), do Ministério da Saúde.

Sob sua responsabilidade estão as áreas: gestão hospitalar, urgência/emergência, alta complexidade, média complexidade e o Sistema Nacional de Transplantes.

Pertencente desde jovem aos quadros do Centro Espírita Allan Kardec, de Santos, tendo sido seu presidente várias vezes, membro ativo do CpDoc e 2º vice-presidente da CEPA, Ademar é um realizador dinâmico, um pensador de grande talento.

Chamado para colaborar no novo Governo Federal, assumiu os encargos da tarefa que lhe foi oferecida com entusiasmo e dedicação de sempre.

Ele continuará residindo em Santos, onde está sua família, nos fins de semana e permanecerá em Brasília durante os dias restantes.

Ademar, em emocionado e-mail de comunicação, referiu-se às responsabilidades que tem no movimento espírita a quem continuará, na medida do possível, dar sua colaboração. Ele afirma : Não poderia deixar de dar a minha contribuição ao governo que encarna um projeto que venho ajudando a construir desde 1981. É um momento muito especial na história deste país e que talvez não se repita. Estou muito feliz por poder ser protagonista deste esforço de transformação social

Fato & Comentário: A Exaltação da Mulher - Da Redação

A comemoração do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, permite a exaltação do papel da mulher no mundo. Depois de séculos em que sofreram infundadas e cruéis restrições, graças ás imposições doutrinárias da Igreja Católica e sancionadas pela reforma protestante, finalmente reconhece-se àquilo que era real, isto é, que a mulher desempenha papel fundamental na harmonia social.

Ainda faltam muitos caminhos a serem percorridos para que a posição do Espírito encarnado como mulher e com mentalidade feminina, ganhe o status que merece, na sociedade econômica.

A doutrina kardecista, desde 1857 reconheceu a importância do papel da mulher e fez da igualdade de direitos um ponto básico de seu pensamento. Ao longo da história do Espiritismo a mulher tem sido um baluarte e graças ao seu trabalho, o movimento doutrinário tem conseguido grande atuação na mediunidade, no estudo e na assistência social.

De resto, na visão espírita, sendo todos Espíritos, sem organização sexual definida, não há porque haver discriminação. Igualdade e dignidade são o que o Espiritismo vem pregando, para todos, incluindo, naturalmente, a mulher.

Mas, nesse momento, compete-nos simplesmente exaltar a mulher como ser social, humano e espiritual cuja atuação no mundo é, não raro, o ponto de equilíbrio para a vida de todos.

Fome Zero - Da Redação

O novo governo federal lançou com grande repercussão social o programa Fome Zero, criando inclusive um ministério especial para gerenciá-lo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fez desse projeto sua primeira bandeira política e a inaugurou com uma viagem da equipe ministerial a cidades pobres do nordeste e Minas Gerais.

A tentativa é eliminar a fome que, segundo é geralmente divulgado, assola 54 milhões de brasileiros. O presidente Lula quer que esse flagelo seja erradicado.

Ele mesmo, no seu discurso de lançamento, advertiu que haveria uma ação emergencial, assistencialista, mas seu desejo era dar " o peixe e ensinar a pescar", ou seja, criar condições desenvolvimento econômico, para que as pessoas possam sobreviver pelo seu próprio esforço.

Na fase assistencialista cada família englobada no programa receberá R$ 50,00 por mês para comprar alimentos. Há em andamento uma enorme campanha de doações de alimentos, o que, no primeiro instante, criou o problema de como distribuir esse volume e como fazer chegar até os famintos.

Embora o programa tenha recebido críticas de pessoas ligadas diretamente aos problemas sociais, na Igreja Católica, não podemos negar seu valor e seu alcance.

Os espíritas, temos grande experiência com o assistencialismo social, do qual estamos nos afastando para um nível de promoção social que resulta no crescimento pessoal dos envolvidos.

Na Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda, foi adotado, de há muito, um programa de participação das pessoas envolvidas. Embora ali não se cobre mensalidade para a freqüência à sua creche, as mães e responsáveis pelas crianças, além de participarem de cursos profissionalizantes e vocacionais, são alfabetizadas e dão, mensalmente, oito horas de trabalho na creche. Com isso, houve uma integração total entre o Lar e as pessoas assistidas, ao lado de intenso programa educacional dirigido ás crianças.

Citamos esse exemplo, porque não se pode dar por dar, mas organizar a sociedade para reciprocidade, pela participação e atuação efetiva nos problemas das cidades, por exemplo.

Essa forma nos parece mais digna porque a posição de mero receptor não eleva a pessoa.

Certamente a sociedade tem dívidas com essa população excluída. Mas fazer assistencialismo é manter a exclusão para sempre.

A inclusão social é exercício de cidadania. E cidadania requer contribuição e participação ativa no conjunto social.

Seja como for, o programa é uma avanço na tentativa de solucionar uma situação que não pode perdurar

Condenados ? - Jaci Régis

Não é nada fácil entender o porquê da vida.

Há explicações mais ou menos lógicas, mas nenhuma completamente satisfatória. Porque cada pessoa traz consigo um espinho de insatisfação e idealiza um tipo de vida, uma normalidade interior, uma satisfação plena, que está, quase sempre, longe de realizar.

Será que todos somos condenados? Teriam razão os que acreditam no pecado original, na ira divina que nos faz todos pecadores natos ou pelo menos eternos devedores?

Fico pensando se essa visão sombria da vida, que reconheço ser real em grande parte, é a que deve ser assumida e, sem remédio tocarmos a existência da melhor maneira possível, e esperando a morte?

Mas e a imortalidade, a vida além da existência, o desvelamento da morte, não são consolações capazes de resistir aos males e ter esperança?

Não digo que não.

Mas até as igrejas cristãs, tão ciosas de condenar o ser humano, têm lá seus rompantes, com algumas alas delas trabalhando para a felicidade aqui e agora.

Como reagiremos em nome do Espiritismo?

Leio uma mensagem do Espírito Emmanuel sobre o sexo transviado, na qual ele pede misericórdia para os que estejam nessa faixa de vibração e vida.

Mas sinto-me triste com suas palavras que, aliás, são constantes em mensagens de Espíritos.

Diz ele "todos trazemos heranças dolorosas de existências passadas, dividas a resgatar e problemas a resolver". E mais ainda "Muitos daqueles que apontam, desdenhosamente, os irmãos caídos em desequilíbrio emotivo, são apenas devedores em moratória, que enfrentarão, amanhã, aflitivas tentações e provações, quando soar o momento de reencontrarem os seus credores de outras eras".

Palavras terríveis aos meus ouvidos e ao meu coração.

Tenho visto o sofrimento das pessoas que entram nesse mundo com deficiências emotivas, sem formatar um ego, sem criar um centro de orientação própria. Acompanho os ritos sangrentos da violência e da fome, numa sociedade injusta.

Devemos compreender esses conflitos dentro dessa visão sombria que as palavras do Espírito delineiam?

Longe de mim tentar simplificar esse complexo emaranhado de emoções, motivações, dores e pobres esperanças.

Certamente é razoável pensar que temos um acervo de desequilíbrios emotivos, simplesmente porque não aprendemos, nesse período de existência espiritual, a usar nossas emoções e não vencemos o egoísmo. O Espírito pede misericórdia para os desvios alheios, mostrando nosso telhado de vidro. Essa visão de dor, de resgate, nos leva a um beco sem saída, pois se não estamos sofrendo ou desviados é porque estamos apenas em moratória e amanhã seremos inevitavelmente tragados pelas tramas da dor, do desespero e da tentação.

Tento pensar, apesar de tudo, um mundo menos sombrio. Menos opressor, menos doloroso.

Será que mostrar essa possibilidade de tormentos, apontar o amanhã como abismo de dores e provações e resgates, serve para dar um impulso renovador ou é mensagem depressiva, acentuando a impotência do ser diante da vida?

Não foi sempre assim? Não usaram as igrejas o diabo, o inferno, o castigo eterno como pretensos obstáculos ao mal? Tudo se resumiria num círculo vicioso de culpa e castigo?

Prefiro pensar na vida como um convite ao prazer, à alegria, à esperança. De modo que quando ocorrer e nem sempre ocorre, as grandes dores profetizadas, haja mais paz na alma, mais condições de vislumbrar o melhor e compreender a si e ao próximo, sem paradoxismos de condenações, de dores acerbas, de resgates do passado.

Não sei se estou certo, mas trabalhar com a sombra do ontem e com o terror do amanhã, não ajuda a construir no presente uma condição melhor de vida, mental, física, relacional.

Não temos o direito de condenar nosso próximo, simplesmente porque não temos porque faze-lo, diante das nossas próprias fraquezas. Não será a profetização de dores amanhã que calará os soberbos, os caluniadores e os que apontam seu dedo ao semelhante.

Devemos abrir nossas almas à compreensão da diversidade dos seres sem, é claro, concordar com desvios e perversões, procurando defender-nos e nosso ambiente, cada vez mais largo, contra as correntes mentais depressivas, dos atores do desequilíbrio sexual e psíquico que são ambulantes do mal, contaminando com suas atitudes insensatas a quantos se predispõe a ouvi-los ou sintonizar com eles.

Que nossa vocação, que nosso pensamento sejam menos sombrios, mais positivos e, sobretudo, estejamos muito ativos na construção do bem.

Aqui e agora

A Quarta Mulher - Eugênio Lara

O melhor movimento feminino ainda é o dos quadris.

(Millôr Fernandes)

O movimento feminista já passou dos 40 e, no entanto, a impressão que fica é a de que todas as conquistas das mulheres perderam sua razão de ser com a vulgarização do corpo feminino, o hedonismo desenfreado e a banalização do sexo, seja no Carnaval ou nos meios de comunicação. Parece até que o Millôr tinha razão quando provocava as feministas com suas máximas críticas e debochadas, como essa que serve de epígrafe a esse breve artigo.

Garotas siliconadas, tatuadas, plastificadas, rebolativas nos funks e pagodes, nos Big Brothers e toda uma geração de popozudas, tchutchucas e cachorras que clamam: "um tapinha não dói" e "baba, baby", parecem propor um caminho oposto à libertação feminina.

Essa "liberação", submissa ao machismo, anda de mãos dadas com o culto ao não tão velho tabu da virgindade e ao recato repressor, numa postura neo-moralista e vazia, que questiona a própria libertação feminina. Há filhos e filhas que acham os pais liberais demais; meninas sonham em casar virgens, renegando toda a liberação feminina e o combate a esse tabu sem sentido. Pais e mães que se engajaram ou de alguma forma apoiaram e participaram, nos anos 60 e 70, de lutas pelos direitos humanos, em favor das minorias, contra a Ditadura Militar, pela libertação da mulher, agora ficam surpresos e perplexos ao verem seus filhos virarem as costas aos anseios políticos e libertários das gerações anteriores. Ao mesmo tempo, em nome de uma suposta liberação, mulheres partem para a produção independente, numa postura individualista, que descarta uma relação duradoura e estável. Pois o bacana agora é ficar, semelhante à amizade colorida dos anos 70/80. A história se repete.

A libertação feminina possui uma face perversa. A mulher vem ampliando cada vez mais seu espaço no mercado de trabalho. Amiúde, compete de igual para igual com o homem. No entanto, o que há é uma dupla jornada. Os serviços domésticos e o cuidado com os filhos não são divididos. A mulher ainda carrega consigo o sentimento de culpa quando não consegue conciliar a realização profissional e materna.

A inserção da mulher no mercado de trabalho, na cultura, no espaço político, traz à baila o que o sociólogo francês Giles Lipovetsky denominou de A Terceira Mulher (Ed. Companhia das Letras), uma superação dos estágios anteriores da evolução comportamental feminina. Da Eva sedutora e diabólica (A Primeira Mulher), de inspiração bíblica à Amélia dos tempos da Idade Média, submissa, doméstica e passiva (A Segunda Mulher), temos a mulher contemporânea, pós-moderna, independente economicamente, dona suprema de sua própria sexualidade, tão pragmática quanto o homem no trabalho, com condições plenas de exercer a maternidade e a afetividade, com controle, bom senso e inteligência.

A Eva era apenas uma fêmea diabólica e sedutora; a Amélia, a mãe e esposa, mais maternal/doméstica do que companheira do homem e hoje, temos a reunião, ao menos teoricamente, da fêmea, da mãe/esposa e da mulher emancipada, companheira independente, numa síntese que ainda está em gestação. Síntese essa que assusta os homens, inseguros pelo seu machismo idiota e pela ignorância acerca do universo da mulher, incapazes que são de perceberem a essência feminina, que dirá as mudanças no comportamento da mulher contemporânea.

Todos os excessos citados no início, as contradições e problemas oriundos do processo de liberação feminina somente serão equacionados quando, em um contexto propício, possível e vindouro, surgir o que poderíamos chamar de A Quarta Mulher, que acrescentará em seu modo de ser padrões e valores relacionados à espiritualidade, a uma postura humanista, a um profundo respeito à sexualidade em seus múltiplos formatos, ao pleno exercício da cidadania, não somente civil, mas também espiritual, pois essa nova mulher será o protótipo do novo ser, plenamente integrado à natureza, ao cosmos, à vida como um todo, parceira do homem na caminhada evolutiva. Muitos 8 de Março (Dia Internacional da Mulher) virão até surgir esse novo ser feminino de forma efetiva, quando todos os dias forem um tributo à verdadeira mulher, onde o movimento dos quadris, da mente, do coração e do espírito se achem perfeitamente sintetizados num modo de ser integrado às leis naturais.

O Tripé Cristão e a Visão Espírita - Jaci Régis

O Tripé Cristão

As pregações religiosas do cristianismo repousam num tripé, qualquer que seja a denominação, igreja ou seita.

Esse tripé é formado por Jesus, o diabo e o pecado.

Analisemos esses personagens

Jesus

Jesus é a salvação, o poder, que deve ser adorado, perseguido para dele obter o alívio da realidade pessoal e social.

Nele repousa todo o futuro do crente e da humanidade.

Fora dele não há salvação.

Parece fácil obter o seu apoio. Há variações, aparentemente é simples: "basta crer em Jesus e serás salvo" dizem os pastores.

Mas esse "crer", é que é o problema. Tem exigências de vários matizes, como longas preces, penitências, arrependimentos, doações em dinheiro e bens.

Não está escrito que Jesus salva por salvar, pela crença. Ao contrário, suas palavras não são nada alentadoras para a preguiça mental e moral das pessoas.

"Aquele que quiser ser o maior, que seja o servidor de todos". Os que me louvam com a boca tendo longe de mim o coração eu direi afastai-vos de mim, malditos de meu Pai, Aquele que quiser vir após mim pegue a sua cruz e siga-me...não penseis que eu venha trazer a paz, mas a espada....amai-vos uns aos outros, aquele que pede para caminhar 500 passos caminhe 1000...antes bem aventurado é o que faz a vontade de meu Pai... deixai os mortos enterrar seus mortos... vim para que tenham vida em abundância... tempo virá que não procurareis o reino dos céus aqui ou ali, mas dentro de vós mesmos.

Como se vê o Mestre não deu moleza para ninguém.

Essa conversa de pedir, pedir e não fazer nada não cola, ou seja, não salva

O Diabo

O diabo é o mais valoroso e antigo parceiro das religiões.

Ele, seja de vermelho, com tridente e cifres ou disfarçado numa linda mulher que quer seduzir o crente ou no homem sensual que pretende iludir a mulher, porque satanás e vidrado em sexo. Seja numa tentação comum, de vícios, desonestidade, enfim, tudo de ruim, aí está a mão do demônio.

O diabo foi criado para dar um sentido concreto na luta entre o bem e o mal. Era preciso apresentar um modelo, alguém que representasse a afronta que a criatura faz ao seu Criador, na lógica teológica.

Domina um reino abrangente, praticamente sem fronteiras e lhe foi dado um poder só comparado ao de Jesus, que aliás, teve a petulância de tentar, segundo os evangelhos.

Apropriando-se do diabo, as igrejas o tem usado em seu proveito.

Se alguém falha, cai, contraria a autoridade clerical, está possuído pelo demônio. Às vezes um inovador, um criador de novas idéias, um líder, antes de ser santificado ou eleito herói, passa pela prova de endemoniado.

O diabo, quer perder a criatura humana.

É sua sina.

Ele odeia o bem, guerreia sem pejo o criador, enfrenta Jesus, comanda multidões e ri, quase sempre, por último.

É um aliado indispensável para a pregação cristã.

Não se pode esquecer que o Demo em si mesmo, tem a dignidade de um anjo, decaído, mas anjo

O Pecado

Já o pecado é inevitável. Está, por assim dizer, no sangue. Ou na alma recém criada, novinha em folha que, todavia, numa visão de genética divina, traz o DNA do pecado original.

Não se sabe porque ou talvez porque seja pecadora nata, a alma do ser humano é "ligada" no demônio, afinal, como diz a canção "tudo o que eu gosto é pecado, engorda e faz mal".

Um dos conceitos mais perversos já criados, o pecado vem infernizando (epa, está aí o diabo em ação) o coração e a vida de milhões de pessoas, confusas, muitas vezes, entre impulsos naturais e proibições artificiais, saídas da boca de representantes de Jesus, que apelam para o pecado para comandar e controlar as pessoas e as multidões.

Se a idéia de pecado tem evoluído, sendo relaxada e desqualificada em muitas ações antes assim cominadas, persiste todavia.

Isso porque a psicoesfera das sociedades dominadas pelas igrejas cristãs, ao longo do tempo, foi impregnada, construída sobre essa visão de que, poucas são as pessoas que não pecam, não são tentadas. Afinal, a salvação exige a entrada pela porta estreita da perfeição.

Abalado e confuso, sofre o ataque fulminante do seu pastor que em dedo em riste ( às vezes com palavras muito doces...) lhe atira no rosto que sucumbiu ao assédio do demo, que deixou-se levar pelo pecado.

E ele é compelido a bater no peito e dizer "mea culpa, mea máxima culpa

A VISÃO ESPÍRITA

Não será radicalizar, como suporão muitos, dizer que a visão espírita não tem nada a ver com o tripé cristão.

Esse tripé representa uma visão do universo, de Deus, do homem dentro das circunstâncias

do tempo. Como a sensação de que a Terra estava parada. Ou desconhecimento da existência de micro organismos. A Terra era parada porque sensorialmente isso parecia evidente. Observando um copo de água límpida, não se podia supor que ali, naquele líquido apetitoso e fresco, milhões de bactérias, micro organismos vivem e que aquela água era uma mistura de oxigênio e hidrogênio.

Mas tudo isso passou a ser verdade, abandonando suposições tidas e havidas como definitivas e certas.

Infelizmente no campo da relação com a vida, com o destino, com a divindade nada tem mudado. Religiões perseguem o mesmo diagnóstico da vida. A ciência despreza qualquer relação com a espiritualidade, por liga-la ao fanatismo e misticismo.

O Espiritismo veio redimensionar o entendimento.

Ao descobrir a lei de evolução, pôs por terra todas essas suposições sobre o castigo divino, a queda dos anjos, a existência do demônio e a definição do pecado.

Na verdade , o bom entendimento da doutrina kardecista redefine todo o entendimento sobre a estrutura possível do universo moral, espiritual, abandonando as suposições antigas criadas sensorialmente, pela observação precária do ser humano e, sobretudo, pela pressuposição da finitude da existência, emparedada entre o berço e o túmulo, ainda que com promessa de sobrevivência num lugar qualquer, confinada a alma num espaço finito onde toda a inteligência, toda a ciência, todo o amor, não teriam qualquer validade efetiva.

Compreende-se que a substituição do modelo judaico-cristão causa espanto e insegurança.

A mente foi moldada para entender o universo moral, dentro de estrito sentido de culpa e castigo e o perfil de Deus foi definido pelos profetas judeus, baseados na violência, na dor, na vingança e na morte.

Vejamos detalhes do entendimento espírita

Deus

O Espiritismo não pretende definir Deus, porque isso é exercício de futilidade intelectual. Mas apresenta a obra divina dentro de uma coerente relação de equilíbrio entre o poder criador e a realidade criada. Se foge de tornar Deus uma pessoa espiritual, um ente auto criado, sugere que um princípio inteligente é necessário e suficiente para entender o encadeamento dos fatores que determinam a vida orgânica, a expansão cósmica e o destino do ser.

Não se trata, há de se convir, de uma explicação definitiva e por si mesma satisfatória. Mas no mínimo ponderável.

Não se refere, por exemplo, ao Deus construtor de Nietzsche, mas do Deus moral, relacionado com a criatura, através da Lei Divina ou natural que formula e executa os princípios gerais do universo físico e moral, por processos de crescimento, ascensão e renovação constantes.

Esse Deus cujo formato nos é interdito, todavia, não se reduz ao deus Jeová, vulcânico e guerreiro, triste e colérico.

Se fosse possível dizer, esse Deus é o Deus da alegria, do prazer e da oportunidade, criando condições constantes de reformulação da vida

Jesus

Jesus é um Espírito superior, cuja missão foi traçar um novo perfil para a sociedade ocidental. Não cabem no Espiritismo fantasias sobre que ele seja parte da divindade, construtor e governador do planeta Terra e outras idéias que não podem ser sustentadas.

O que importa, como afirmou Kardec, ao Espiritismo, é o ensino moral que ele vivenciou.

O resto é formalismo e formação de idéias fixas e irreais como forma de estimulação psicológica, positiva até certo ponto e negativa a partir do momento em que se extrapola o real para cair no imaginário da salvação

A evolução

A lei de evolução engloba a criação potencial do ser espiritual, sua ascensão, crescimento e imortalidade, que é o que dá sentido ao projeto evolucionista.

Dentro da visão evolucionista, ficam sem sustentação pretensos castigos divinos e se torna inadmissível ligar a encarnação do ser espiritual, a outro objetivo que não seja, sensivelmente, promover sua evolução pessoal e planetária. Por isso, a reencarnação que é o instrumento básico desse processo necessariamente repetitivo, não pode ser ligada a qualquer sentido de justiça pelo castigo ou vingança divina. Ela está no planejamento natural para proporcionar oportunidades de crescimento e reajustamento, na constante ascensão do ser espiritual.

O processo evolutivo, dentro da Lei divina ou natural, responde a todos as questões sobre a vivência humana Pois o desenvolvimento do princípio espiritual se processa num processo de extrema interelação físico-mental, onde as leis que estabelecem o equilíbrio e a progressão da vida orgânica, se infiltram na mente embrionária e se sedimentam na estrutura do ser, como referência de equilíbrio entre ação e reação, no íntimo de cada um e nos conjunto das relações interpessoais.

Assim, a mente se organiza para rever caminhos, corrigir desvios e buscar o amor, que é a forma mais satisfatória de relação e reciprocidade entre seres, que aspiram, dada a pressão da Lei, o equilíbrio relativo e total entre emoções, trocas e parcerias. Essa busca do amor é uma forma implantada pela Lei e que produz a busca do outro como necessidade de auto sustentação afetivo e intelectual.

O fato da Lei produzir o processo de auto ajuste como necessidade essencial da alma, não significa que a divindade não intervenha, aja e promova oportunidades para o crescimento do ser. E, por isso, nos processos de interelação, na reencarnação, por exemplo, cada um busca o outro para restabelecer ou superar ligações afetivamente descompensadas ou, o que é melhor, para reafirmar o potencial das relações compensatóriamente positivas

Humildade ou Subserviência ? Luiz Lemos

Cumpre-nos discernir, com clareza, a verdadeira HUMILDADE, uma virtude ativa, da subserviência, que é uma das nossas limitações, a qual precisa-se superar também. O humilde, que não se diz como tal, com transparência posiciona-se democraticamente.

Seria humilde aquele que nada faz, em vendo a deterioração e até desmontes de patrimônios, cons-truídos por dé-cadas por devo-tados traba-lhadores, dedica-dos à causa do bem comum, os quais nos foram legados? É hu-milde ou sub-serviente?

A humildade solicita-nos autenticidade, e não farisaísmo, omissão ou conivência.

Amar não é concordar! Jesus amou sempre, mas nem sempre concordou!

Assim sendo, sejamos sinceros: Do sim, sim; não, não! E, portanto, não só podemos, com o por vezes, devemos discordar fraternalmente. Alem do mais, devemos atuar pacificamente e não passivamente, mas o que não devemos é deixar de nos amar.

Há que se propiciar o diálogo, onde os interlocutores procuram, conjuntamente, as soluções. As argumentações são usadas na busca da luz: Visibilidade! Lealdade!

As interações são de ordem construtiva: as partes, solidariamente pesquisam a Verdade. Fortalecendo as convergências. Há colaboração mutua e não competição.

Ao nos depararmos com julgamentos – discernimento: sim; conde-nação: não – onde nos cabe, entre outros, distinguir Juízo de Realidade de juízo de Valor, diz-nos Denis: "O julgamento é uma função indeclinável do Espírito. A vida é um constante julgamento: julgar é discernir, é comparar, é optar, é aprender, é progredir, (...)".

Importa implementar a Pedagogia pelo Exemplo e não apenas a Pedagogia dos Discursos, onde cada um é protagonista de sua própria historia, o que evitará cegos a guiar cegos. Joana de Angelis – espírito – nos adverte: "A humildade não freqüenta os mesmos campos morais da conivência com o erro, com o mal, em silêncios comprometedores". Era muito cômodo, no tempo das vacas gordas, quando o filé mignon era farto, em muitos bla, bla, blas, dizermos que faríamos das tripas co-ração, para preservarmos, por exemplo, o legado de va-lores imarces-cíveis que her-damos, etece-tera e tal. Mas quando chega o tempo das vacas magras, na Hora do testemunho, na hora H, alguns – ainda bem que são poucos – preferem sair de fininho, e, discretamente, naquela do não me comprometa, ingratamente, bem lá em cima do muro, não dizem que sim nem que não, nem pelo contrario: covardia moral!?...

Lembremo-nos da Maiêutica: através de perguntas e respostas Sócrates levava os seus discípulos a tomarem consciência de sua própria ignorância: a principio levava seus discípulos a perceberem que não sabiam o que julgavam saber e, o mais grave, eles não sabiam que não sabiam; enfim, Sócrates, através da Maieutica oportunizava o autoconhecimento gradativo: Já sou humilde? Altruísta? Grato? Avalio-me diariamente?...

Assim, metodologicamente e perseverantemente, através de refle-xões criticas e ação pertinente, busque também nos conhecer paulatinamente: já conquistamos virtudes como a da humildade, ou ainda estamos a caminho, a fim de evitarmos equívocos, ima-ginando já sermos humildes, mas de fato, tudo não passando de pusilanimidade...

Não confundamos cara feia com seriedade, muita menos beatice com moralidade. Há que se privilegiar a gradual construção do consenso e não a imposição autoritária do radicalismo. Eis o que nos recomenda São Luiz em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no cap. XXI: Os falsos profetas: "Desconfiai das palavras melífluas, desconfiai dos escribas e fariseus que oram nas praças publicas vestidos de longas túnicas. Desconfiai dos que pretendem ter o monopólio da verdade!".

CONHECE-TE A TI MESMO!

Luiz Lemos, engenheiro e coordenador da equipe " Pelo Menos Kardec".

Recordando o Seminário Espírita da Mulher

Nos dias 29, 30 e 31 de maio de 1975, comemorou-se pela primeira vez o Dia Internacional da Mulher, por proposta de José Rodrigues e Jaci Regis então dirigentes da DICESP, Divulgação Cultural Espírita, a União Municipal Espírita de Santos, promoveu o Seminário Espírita da Mulher, realizado na sede da AABB – Associação Atlética Banco do Brasil, na av. Ana Costa, 422, em Santos.

Foram três palestras.

Jaci Regis, iniciou o Seminário, no dia 29, falando sobre A Mulher no Plano Existencial, Marlene Rossi Severino Nobre discorreu, no dia 30, sobre a Mulher no Plano Humano e Nancy Puhllman Di Girolamo , encerrou o Seminário, dia 31, falando sobre A Mulher no Plano Social.

Foram três dias de grande mo-bilização cultural da cidade, com um público que lotou o grande auditório da AABB, formulando perguntas aos expositores.

Todas as palestras foram gravadas e, com correções dos oradores, formaram o texto do livro A Mulher na Dimensão Espírita, lançado pela DICESP e que alcançou 12 edições num total de 29.000 exemplares editados.

Entrevista com o Jornalista Wilson Garcia - "Para mim, está clara a Opção do Espiritismo Brasileiro pelo Caráter Religioso Institucional" - Da Redação

Wilson Garcia, jornalista, publicitário e escritor espírita, é figura de grande penetração em todos os segmentos do movimento, por onde ele tem transitado nesses longos anos em que se dedica à Doutrina. Fundador e programador de vários jornais espíritas, foi vice-presidente da Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espírita ABRAJEE, que ajudou a transformar-se na Associação Brasileira de Divulgadores Espíritas , com regionais em vários Estados brasileiros.

ABERTURA - Quando e porque você ingressou no espiritismo?

WG -Aos 21 anos, depois de me mudar de Minas Gerais para São Paulo e tendo comigo o interesse latente de conhecer o Espiritismo, tive a satisfação de entrar em uma "livraria de saldos" em frente à Faculdade de Direito do Largo São Francisco e deparar com um exemplar da edição especial da Lake de O Livro dos Espíritos, comemorativa do centenário de lançamento da obra, tradução do estimado Herculano Pires. Dupla satisfação: livro em liquidação e a edição encadernada, com a famosa introdução escrita pelo professor. O passo seguinte foi encontrar um dos caminhos para um contato maior com o espiritismo, o que ocorreu pouco tempo depois, ao travar conhecimento com um colega de curso que começava a freqüentar a Federação de São Paulo. Daí a minha quase que iniciação na Feesp, bem como a minha permanência naquela instituição por mais de 10 anos.

ABERTURA - Você fez parte de mocidade espírita? Caso afirmativo relate sua experiência. caso negativo, qual a sua opinião sobre o movimento espírita jovem ontem e hoje.

WG -Como se pode depreender da resposta anterior, cheguei ao espiritismo diretamente para o movimento adulto. Tive alguma experiência com movimentos jovens fora do espiritismo, quando ainda residia em Minas Gerais, experiência que, de alguma forma, me serviu nos contatos que, a partir das minhas atividades no espiritismo, passei a fazer com as mocidades. A primeira grande surpresa minha em relação ao assunto foi em meados da década de 1970, quando fui chamado à discussão do tema mocidade espírita, mais precisamente a opinar em relação à crítica que a FEB, pelo Luciano dos Anjos, fazia ao movimento jovem, crítica de condenação à sua existência, que teve em São Paulo amplas repercussões negativas, a ponto de sepultar, tempos depois, a posição contrária da FEB. Sempre me pareceu que o movimento jovem espírita cresceu na esteira dos diversos movimentos jovens mundiais que tiveram grande influência social naquela ocasião e, no Brasil, tinham algumas características próprias, como a oposição ao regime militar e a luta por direitos humanos. Pode-se dizer que lideranças expressivas do espiritismo foram gestadas nas experiências dos movimentos jovens daquela época, conduzindo, inclusive, a conquistas no interior do próprio espiritismo brasileiro. As profundas mudanças sociais conduziram a alterações inevitáveis dos movimentos jovens, do meio espírita e do meio social como um todo, sendo de notar que os adultos quase nunca souberam acompanhar essas mudanças. Hoje, o que se vê entre nós é, de um lado, a luta dos jovens pela conquista de seus espaços sob uma mentalidade totalmente diferente da daquela época, onde o conhecimento ocupa uma importância que jamais se viu, e de outro, as dificuldades imensas dos adultos de compreenderem a importância desses movimentos para o futuro da doutrina. Com isso, temos um enfraquecimento dos movimentos jovens, um esvaziamento notório, o que implica prever conseqüências para o futuro do espiritismo no Brasil.

ABERTURA - Como jornalista, como você analisa a imprensa espírita em geral, no seu aspecto de produtividade, apresentação gráfica e conteúdo?

WG -O jornal é, ainda hoje, um dos meios mais baratos de levar informação à sociedade sobre o espiritismo, mas o seu problema entre nós é que ele não conseguiu evoluir e continua sendo produzido como no passado. Sua característica básica é ainda o artigo de opinião. Nossos jornais não conseguiram estruturar-se minimamente para atender à demanda social por informação sobre a doutrina e sobre a temática da espiritualidade em suas correlações com o mundo material. Ingressamos na era da informática e estamos reproduzindo na Internet, de forma geral, o mesmo padrão superado dos jornais impressos, onde imperam as matérias com sentido pronto, repetitivas, quase sempre de exaltação às qualidades da doutrina. Além disso, não conseguimos também sair do interior do movimento e dialogar com a sociedade, apesar das tentativas com alguns jornais e revistas de banca. O avanço tecnológico lança diariamente novos desafios em termos de meios, linguagens, técnicas, discursos, e a busca pela adequação aos novos tempos conduz à utilização precária dos recursos existentes. É assim que fazemos tentativas de mudanças estéticas, por exemplo, utilizando cores nos jornais e revistas e explorando as possibilidades que a informática oferece neste aspecto, mas não se pode esperar resultados excelentes aí enquanto o conteúdo permanecer distante da realidade social contemporânea. Assim, temos uma situação de amplos prejuízos para a informação no movimento espírita e deste com a sociedade. Internamente, não há espaço para a análise criteriosa do conhecimento que se produz e, conseqüentemente, o progresso doutrinário fica autocontido; em termos de diálogo com a sociedade, estamos em situação de inferioridade perante as demais formas de conhecimento.

ABERTURA - Como escritor, autor de livros polêmicos, inclusive, como analisa o conjunto de pensamento, ação, da maioria dos líderes espíritas, diante da diversidade de idéias?

WG -A situação atual revela um movimento espírita fragmentado, dividido em agrupamentos formados por instituições identificadas ideologicamente umas com as outras, mas sem disposição para reunir-se nas diferenças. Há grupos maiores e grupos menores, uns de mais e outros de menos influência, todos eles porém com suas dificuldades doutrinárias e suas virtudes. Um movimento forte de fato só poderá existir quando todos reconhecerem que apenas pela soma na diversidade poderá haver um espiritismo real, sem prevalência de ninguém e sem dominação pela manutenção do poder.

ABERTURA -Na sua visão, o centro espírita é um instrumento real de divulgação da doutrina ou, ao contrário, tem sido, na sua maioria, instrumento de distorção da imagem do espiritismo?

WG -Herculano Pires definiu o centro espírita como o ponto de convergência do espiritismo atribuindo-lhe uma tal importância apesar das inúmeras dificuldades que a doutrina encontra nele para se expressar. Isso nos leva a refletir que o centro espírita apresenta dois aspectos na atualidade: é o espaço da doutrina por excelência e é, ao mesmo tempo, onde a doutrina encontra os maiores desafios a vencer. O constituir-se ponto de convergência resolve, de certa forma, a necessidade cultural que se tem de estabelecer uma identidade para a adesão à doutrina. Ser espírita implica ser de algum lugar, estar em algum lugar, pertencer a algum grupo social definido. Por outro lado, sendo o local onde a doutrina pode ser encontrada resulta na necessidade de materialização ali dos conteúdos oferecidos nas obras fundamentais e é neste momento que o desafio aparece, pois, sabidamente, a prática tende a subverter a teoria. Por isso, o mesmo Herculano atribuía aos dirigentes do centro espírita a responsabilidade pelas conseqüências da subversão da doutrina, no caso, a construção de um espaço comprometido com as estruturas decadentes das religiões dogmáticas. Pragmaticamente, dir-se-ia que o centro espírita é aquilo que consegue ser, mas se esse pragmatismo explica em certa medida um estado de coisas, por outro lado esconde o fato de que este estado de coisas não só contém o que é possível mas, também, consuma os interesses dos que o constroem e, sob este aspecto, dá plena razão às críticas que Herculano lhe faz.

ABERTURA - Como integrante atuante e inserido no movimento espírita, você acredita que essa tendência já sedimentada pela religião, será definitiva para o espiritismo? se for verdade, que papel essa tendência reservará para a doutrina na sociedade daqui para frente?

WG - Para mim, está clara a opção do espiritismo brasileiro pelo caráter religioso institucional. Essa opção não preocuparia se a compreensão do ser religião se assentasse na idéia de ruptura cultural, em que a religião que se institui surge claramente em oposição à tradição religiosa, como seria de fato coerente. Ao reproduzir as práticas e, especialmente, o conceito da religião tradicional, repetem-se também ocorrências já registradas historicamente com outras filosofias, em oposição à proposta contida nos fundamentos doutrinários. Alteram-se nomes, termos, designações, mas mantém-se o núcleo básico da expressão do pensamento. É o remendo novo em veste velha, para usar a expressão do evangelho. Seja como for, a necessidade de interagir com a sociedade conduz o espiritismo a resolver essa questão de alguma forma e é aí que seu papel se desenvolverá. A sociedade, de modo geral, reconhece o espiritismo como religião e é dessa forma que a ele se refere. Isto não é mais do que a reafirmação de que a construção do espiritismo vem sendo feita ao longo do tempo sob esta representação.

ABERTURA -A forma como está estabelecida a liderança e a direção geral do espiritismo na FEB é positiva? Ela serve para balizar o movimento ou a grande maioria dos centros e instituições segue um caminho particular?

WG - Não sei se a questão caminha pelo aspecto positivo ou não. Trata-se de uma liderança reconhecidamente aceita pela maioria das instituições federativas e consolidada ao longo do tempo através de ações de convencimento feitas pela FEB. Pode-se questionar essas ações e discutir os efeitos dessa liderança, mas não se pode deixar de reconhecer que a liderança existe e, ao que parece, está estabelecida de forma definitiva. A FEB tem a vantagem do poder econômico e tem os argumentos necessários para reunir e dirigir os destinos deste movimento. Discordamos tanto dos argumentos quanto da estrutura estabelecida, mas reconhecemos que qualquer alteração somente poderá ser feita com a anuência de uma maioria que parece estar hoje convencida de que não se deve mudar aquilo que está dando certo. É verdade que ao largo do sistema oficial encontram-se instituições independentes e movimentos ditos paralelos, mas são minorias e formam um conjunto caótico de interesses divergentes, sem perspectivas de união para qualquer influência sobre o sistema estabelecido.

ABERTURA - O Espiritismo tem futuro?

WG - Como não?. O futuro é uma construção permanente. É bem possível que daqui a algum tempo estejamos estudando o espiritismo como quem estuda hoje a filosofia grega ou o Discurso do Método, de Descartes. Mas não se pode negar que o espiritismo, que alterou positivamente a vida de milhões de pessoas ao longo deste século e meio de existência e dá razões fortes para que pessoas como nós planejem e trabalhem pelo bem do ser humano, tem uma obra extraordinária realizada e por realizar

Opinião em Tópicos - Milton R. Medran Moreira

A Polêmica

Um artigo do pensador católico gaúcho Percival Puggina, em Zero Hora do dia 21/01 último, terminou provocando uma avalanche de cartas para a respectiva seção do jornal porto-alegrense. Puggina fez uma dura crítica aos organizadores do Fórum Social Mundial por convidarem líderes cristãos como Leonardo Boff e Frei Betto, de manifesta tendência socialista, sem jamais haverem dirigido semelhante convite ao Dalai Lama, importante personalidade religiosa mundial, expulso do Tibete, sua pátria, pelo governo comunista chinês. O articulista, um liberal católico, inserido no pensamento mais ortodoxo, tanto teológico como político, na sua manifestação terminou, "en passant", mimoseado Boff e Betto com o epíteto de hereges, o que desagradou inúmeros cristãos que passaram a protestar nas edições seguintes do jornal.

Os Hereges

Após uma enxurrada de críticas ao artigo, com expressões de solidariedade aos frades chamados de hereges, um leitor do jornal publicou manifestação em apoio a Puggina, dizendo que os escritos de Boff são mesmo heréticos, e que a doutrina cristã está fundada na palavra de Deus, não podendo ser confundida com modismos dos chamados teólogos da libertação. Despertou-me interesse a polêmica porque admiro os dois pensadores cujos livros, artigos, conferências e entrevistas tenho acompanhado há longo tempo. São dois brilhantes humanistas, um (Boff), já formalmente fora da estrutura da Igreja, e outro (Betto), ainda se assinando como "frei", mas ambos ferrenhos críticos do conservadorismo e do autoritarismo da Santa Sé, embora se dizendo cristãos e católicos. Mesmo assim, não posso deixar de conceder alguma razão a seus críticos.

Dilemas

Acho que os denominados cristãos progressistas, pertencentes a quaisquer das igrejas, enquanto permanecem na Igreja, convivem com dilemas muito difíceis de equacionar. A visão judaico-cristã de mundo é derrotista e retrógrada, não se compatibilizando com o progresso. Por mais que queiramos relativizar os fundamentos básicos da Bíblia, não podemos nos afastar deste dogma, que é terrível, e que é a base da fé judaico-cristã: o homem terráqueo é herdeiro do pecado. Já nasce detentor da culpa que herdou de seus primeiros pais e só pode ser salvo pela intervenção da graça divina, que o vai liberar dessa nódoa original. E que essa graça, trazida pela missão redentora de Deus encarnado, Jesus, a uns alcançará definitivamente e a outros não. Esses fundamentos, desumanos, injustos e discricionários, são comuns e básicos a toda modalidade de fé cristã. Quem não faz disso um princípio inabalável de fé não tem o direito de se dizer cristão, por mais que ame e admire Jesus ou considere-o, como nós, modelo e guia da humanidade.

Herege, sim

Quando se vê uma alma nobre como Leonardo Boff, tão preocupado com os excluídos, com a justiça social, a ecologia, a igualdade, a compaixão, ser chamado de herege, é natural, como ocorreu com os missivistas indignados de Zero Hora, que se proteste: um homem assim é que é verdadeiro cristão, dirão. Mas, Bertrand Russell, numa famosa conferência pronunciada perante a Câmara Municipal de Battersea (Inglaterra), à qual deu o título de "Porque não sou cristão", tem um argumento irrefutável: se formos qualificar alguém como cristão apenas a partir de sua bondade, dos seus sentimentos de justiça, do seu espírito caritativo, estaremos sendo injustos para com judeus, budistas, xintoístas, etc., que, com as mesmas qualidades (pois nem só entre os cristãos estão as pessoas boas), não quererão e nem devem ser chamados de cristãos. Então, não são as qualidades morais de alguém que o irão identificar como cristão, mas sua crença nos dogmas fundamentais da fé. Quem, por exemplo, não aceita a divindade de Jesus e sua condição de redentor, único Senhor e Salvador, não pode se dizer cristão. Se assim já creu e disso se afastou, é um herege. Adjetivo que não deve ofender ninguém. Eu mesmo, tempos atrás, fui chamado de herege, em artigo escrito por um espírita-cristão, e fiquei muito lisonjeado com isso.

Na Direção do Capitalismo Distributivo - José Rodrigues

A idéia de se chegar a uma economia de apoio e a um capitalismo distributivo, em substituição ao capitalismo gerencial, parece ganhar corpo nas preocupações de ideólogos do sistema, que de forma independente lhe fazem críticas. Um livro que ainda não foi lançado no Brasil "The Support Economy: Why Corporations Are Failing Individuals and The Next Episode of Capitalism", de Shoshana Zuboff e James Maxmin, comentado pela jornalista Roberta Lippi (Suplemento EU &, do jornal Valor, 24/11/02), trata do tema. Em síntese, quanto mais crescem as empresas, mais se afastam dos consumidores, tratando-os por via digital, de forma impessoal, enquanto valorizam o poder e o controle, aumentando o abismo entre estes e os consumidores. O poder fica com os acionistas e o controle com os altos dirigentes executivos.

A obra ganha impulso estratégico após a eclosão dos escândalos contábeis que varreu a economia norte-americana nos finais de 2001, com repercussões internacionais. De forma simbólica aparecem as gigantes Enron e a Worldcom. A Enron, tida como empresa modelo de inovação e ousadia, com vendas anuais superiores a US$ 100 bilhões, no ramo de energia, de forma inesperada acusou elevado rombo no balanço contábil, autodenunciando-se da prática de fraudes. Foi à concordata e deixou dívidas de US$ 15 bilhões.

Na retaguarda do episódio, que teve efeito multiplicador em várias outras grandes corporações, estão o desejo de manter os acionistas com permanente apetite investidor e a defesa dos altíssimos salários que a economia globalizada passou a conferir a executivos-chefes, os chamados CEOs (sigla em inglês). Ora, o mercado de ações é uma das pilastras do capitalismo. Ele pulveriza o patrimônio das empresas e, se der resultados, atrai novos investimentos a baixo custo. O resultado positivo é a principal atratividade da companhia de capital aberto, um elemento de sedução para ambos os lados, o executivo que quer se manter no cargo e o acionista, que guarda o papel na gaveta e recebe os dividendos, ou se contenta com o desfile diário das suas altas cotações.

Trata-se de um mercado de ambições. Sob o ponto-de-vista estrutural até que tem passagem. Uma empresa abre o capital ao público, que acredita no negócio e põe lá o seu dinheiro, à espera de resultados. Mas como a especulação é a madrinha das bolsas, acaba enchendo os olhos dos acionistas de cobiça. Há, no ser, uma ânsia de ganhos extraordinários que chegam a tensionar as medidas legais, os anteparos jurídicos postos em defesa da sociedade. Imagina-se ser possível colher onde não se semeia, indefinidamente, até que em algum momento vem a resposta. No caso da Enron, ações que valiam US$ 85, de um trimestre para outro foram reduzidas a pó de traque. Ou seja, até o valor patrimonial básico e legítimo perdeu-se.

Claro está que ambição, cobiça e outras formas de manifestação do homem, tendentes à concentração de poder e renda, de domínios oligárquicos, refletem a prevalência do egoismo. Como agravante, um bando de consultores regiamente pagos anda de empresa em empresa para estimular a competição, a vitória sobre a derrota do concorrente. Seria tolerável, esse sistema, se a sociedade não apresentasse profundas feridas no tecido social, que podem ter variada origem, mas que se agravam com a concentração patrimonial nas mãos de minorias. Há conflitos legais sobre o uso de patentes de remédios para doenças mais comuns nas populações subdesenvolvidas, cujos recursos escasseiam, a exemplo de nações africanas assoladas pela AIDS. Laboratórios, em geral com matrizes situadas em países do norte do hemisfério, defendem essas patentes como se fossem minas de ouro.

Os autores do "The Support Economy" ao apontarem as mazelas do capitalismo gerencial dizem que tudo que é ignorado hoje sobre os indivíduos será o foco da nova economia de apoio, baseada no capitalismo distributivo. Espíritos que trataram com Allan Kardec de temas sociais advertiram que às vezes é preciso que os fatos adversos cheguem a limites extremos para gerarem novos caminhos na direção contrária.

De fato, não há sistemas perfeitos, porque eles refletem o conjunto do pensamento humano, ainda envolto numa visão finita da vida. Deve ser registrado, mesmo assim, que outras forças estão agindo dentro do homem no sentido de uma postura ética, que não chega a ser fraternal, mas reveladora de avanços nas relações sociais. Uma visão um pouco mais além, favorecida pelo Espiritismo, pode contribuir para que se apressem as relações baseadas na ética e na moral, de tal modo que os ganhos acionários não aconteçam sobre a penúria de outros, até daqueles que sequer sabem o que seja uma bolsa.

José Rodrigues é jornalista e economista e um dos coordenadores do site Pense-Pensamento Social Espírita. www.viasantos.com/pense

VIII SBPE recebe Trabalhos - Da Redação

Até 31 de maio próximo, a do VIII SBPE receberá Resumos dos trabalhos que deverão compor o temário do Simpósio.

Esses Resumos devem ser enviados pela Internet ou em disquete e conterão, numa página A4, a síntese do objetivo e alcance desejado pelos autores ao trabalho final.

A apresentação de Resumos é indispensável para que a Comissão Organizadora tenha elementos para compor o temário, que será constituído pelos assuntos escolhidos pelos autores.

Os temas serão decididos livremente pelos autores. A entrega do trabalho final, deverá ser feita até 31 de agosto. Os autores dos trabalhos deverão, obrigatoriamente, comparecer e expô-los no Simpósio.

A variedade dos assuntos tem sido um dos principais fatores do sucesso do Simpósio ao longo de suas sete realizações anteriores.

O SBPE tem aberto seu espaço para que um número maior de escritores, pesquisadores e pensadores tenham possibilidade de apresentar o resultado de seus trabalhos

AS INCRIÇÕES ESTÃO ABERTAS

O VIII SBPE será realizado em Cajamar-SP, de 16 a 19 de outubro de 2003, nas dependências da Cooperativa onde foram realizados os últimos Simpósios. O local é adequado aos propósitos do evento e tem sido elogiado pelos participantes. Trata-se de um centro de convenções simples, com quartos para 4 a 6 pessoas. Além da estadia, a Cooperativa oferece três refeições, além do coffe break durante a realização das palestras.

O investimento

Inscrição – R$ 70,00

Inscrição+etadia+alimentação - R$ 190,00 por pessoa.

Quem desejar, poderá parcelar o investimento. Se a inscrição for feita até 31 de maio, o investimento poderá ser parcelado em 4 prestações consecutivas de R$ 47,50. Inscrições de junho a agosto poderão ser parceladas em 3 vezes de R$ 63,40. A partir de setembro as inscrições serão a vista. Os parcelamentos serão feitos com cheques pré-datados em nome do Instituto Cultural Kardecista de Santos

ENDEREÇOS

Para informações e inscrições usar os endereços do ICKS: postal: Av. Francisco Glicério, 261, CEP 11065-401- Santos , telefax (13) 32842918, eletrônico: ickardecista@ig.com.br e ickardecista@bol.com.br

Lar Veneranda inaugura Auditório do Edifício Jaci Régis

A Comunidade Assistencial Espírita Lar Veneranda, concluiu a instalação do auditório do edifício Jaci Regis, sito à avenida Francisco Glicério, 261, onde funcionam o ICKS e o CEPROF.

O auditório, a quem foi dado o nome de Lídia Barreto Couto, em homenagem a uma benfeitora da Instituição, possui 150 poltronas estofadas, em cores vermelho e preto. Ele fica no 1º pavimento do edifício.

A inauguração deu-se no dia 22 de fevereiro.

Liamar Gadelha Pazos, vice-presidente e Palmyra Coimbra Regis, diretora do Lar desataram a fita de entrada no recinto e o casal Henrique e Nair Diegues, descerram a placa com o nome da homenageada.

Em seguida, o presidente do Conselho Admi-nistrativo do Lar Veneranda, Jaci Regis, dirigiu al-gumas palavras narrando a trajetória da construção do edifício, o trabalho do ICKS e do CEPROF, homenageando os voluntários e dirigentes presentes. Ele lembrou que desde a doação do terreno ao término da construção do edifício foram consumidos cerca de 10 anos e para mobiliar o auditório, mais dois anos, perfazendo, desde o início, até aquele momento, 12 anos de trabalho e esforço contínuo.

O Coral Do Si Lar, composto de crianças do Lar Veneranda, contou várias músicas , encerrando a parte festiva.

No amplo salão de festas, no andar térreo, voluntários do ICKS ofereceram um coquetel aos presentes, com doces, refrigerantes e vinho branco.