Junho de 2003

Uma Reflexão sobre a Família - Capa

Prosseguindo sua programação sobre os problemas sociais, o ICKS, promoverá no dia 21 de junho, sábado, das 14,30 às 18 horas, em sua sede na av. Francisco Glicério, 261 , Santos, o Seminário Sobre A Família.

Uma das preocupações mais presentes na mídia e nas consciências, a família, sua constituição, seus conflitos e futuro, terá no Seminário é uma oportunidade de reflexão, debates e soluções possíveis..

O Espiritismo tem uma grande contribuiçção na discussão dos objetivos da família.

O Seminário será desenvolvido de forma dinâmica, com pequenas palestras introdutórias, seguidas de estudo em grupo e conclusão plenária dos temas levantados pelos participantes.

Temas e expositores

A família Ontem e Hoje, com a Assistente Social, professora universitária e psicodramatista, Marly Carvalho de Soares Santos,

A visão espiritual da família, pelo psicólogo, jornalista e escritor Jaci Régis.

A violência na família, pela psicóloga Maria Delfina Farias Dias Tavares da Silva, especialista em violência doméstica pela USP e mestra em ciências aplicadas à pediatria pela UNIFESP.

Inscrições

As inscrições podem ser feitas pelo telefone (13) 3284 2918, de segunda a sexta-feira, das 08 às 12 e das 14 às 18 horas. Taxa de inscrição, R$ 8,00.

Cursos Modulares: Mediunidade - Capa

No dia 3 de junho, o ICKS iniciou a série de Cursos Modulares, isto é, com módulos doutrinários específicos.

O primeiro aborda a Me-diunidade. Nas oito aulas que compõem o Curso, a Me-diunidade será apresentada conforme visão kardecista do fenômeno, incluindo uma experiência prática das reuni-ões mediúnicas e de aplicação de energias, o conhe-cido passe espírita.

Com 100 inscritos o Curso prolongar-se-á até 22 de julho, sempre às terças feiras das 20 às 21,30 horas.

Em agosto será realizado o 2º Curso Modular, com o tema Reencarnação.

Curso de Iniciação - Editorial

Pelo segundo ano consecutivo, o ICKS realiza um Curso de Iniciação à Doutrina Kardecista, com razoável adesão pública,

Sendo o ICKS, um Instituo cultural, onde não se realizam sessões mediúnicas, nem se aplicam os conhecidos "passes", o público que acorre às suas promoções é constituídos de simpatizantes do Espiritismo que procuram um meio não religioso, como são geralmente os centros espíritas, para conhecer e debater a doutrina kardecista e por freqüentadores de centros espíritas onde jamais se estuda, debate ou analisa as obras básicas do pensamento kardecista.

Estes últimos entram em verdadeiro choque porque não raro como participante ou freqüentadores, desses núcleos denominados espíritas, apenas assistiram, sem entender muito bem, sessões mediúnicas, atribuem ao "passe" um poder miraculosos e vêem os Espíritos quase como deuses.

Ao entrar em contato com o pensamento de Kardec percebem que os anos que passaram nos centros foram perdidos em relação ao conhecimento doutrinário e, ao conhecer o pensamento genuíno de Kardec, começam a saber que o Espiritismo é muito maior, tem um projeto mais amplo do que o assistencialismo psíquico ou caridosos da maioria dos núcleos denominados espíritas, muitas vezes, dominados por médiuns ou dirigentes carismáticos ou autoritários.

Quando aos não espíritas, a introdução no conhecimento kardecista é a entrada num mundo desconhecido, dada a deformação generalizada que se faz na sociedade dos verdadeiros objetivos do Espiritismo

50 Anos de Semana Espírita - Da Redação

A 50ª Semana Espírita de Vitória da Conquista será realizada naquela cidadade baiana de 7 a 14 de setembro. O evento tem grande repercussão e dinamismo. O tema será Mediunidade –Do outro lado da vida constará de oito palestras, no horário das 20 horas, 4 seminários e, paralelamente acontecerão a VI Semaninha Espírita e a II Semana Espírita Jovem, destinadas respectivamente às crianças de 4 a 12 anos e jovens de 13 a 21 anos.

Os Seminários abordarão os temas Obsessão – causas, conseqüências e terapêutica, com Suely Caldas Schubert, Nos Domínio da Mediunidade, com Marcel Mariano, Evangelho, Espiritismo e Mediunidade, com Raul Teixeira e Sexo e Obsessão, com Divaldo Franco.

1º CONEC - Da Redação

Nos dias 27 a 28 de setembro próximo, no Centro de Convenções Circuito das Águas, em Serra Negra será realizado.o 1º CONEC – 1º Congresso Espiritismo do Circuito das Água. No programa consta no dia 27, das 9 às 12 horas, apresentação do Dr. Izaias Claro, com o tema Aprenda a Amar Você. A partir das 14,30 horas, serão apresentadas do Grupo de Teatro do GE Humildade e Fraternidade, de Serra Negra as peças teatrais "15 minutos de Prece" e "Os falsos Espíritas", de autoria de Umberto Brússolo.Às 16 horas. O Dr. José Carlos de Luca, falará sobre Vida em Família –Desafios e Soluções-.

No dia 28, das 9 às 12 horas, Carlos Bacelli falará sobre "Mediunidade" e das 14 às 17 horas, Cristina Sarraf abordará Equilibrando o Tripé –Ciência, Filosofia e Religião. Finalizando o Conec, haverá confraternização e apresentação do Coral de Mogi Guaçu.

Mais informações no site www.conec.hpg.com.br

Mundo Paranormal : The American Society for Psychical  Research - Marcelo Coimbra Régis

The American Society for Psychical Research (ASPR) é a organização de pesquisas psíquicas mais antiga dos EUA. Por mais de um século a ASPR tem patrocinado a investigação científica dos extraordinários e ainda inexplicáveis fenômenos psíquicos ou paranormais. A ASPR foi fundada em 1885 por um grupo de acadêmicos, que tiveram a coragem e a visão de pesquisar os inexplorados reinos da consciência humana, entre eles o renomado psicólogo e professor de filosofia William James.

A sede da ASPR se localizada na cidade de Nova York. Além de sediar seus laboratórios e escritórios, a ASPR mantém ali uma vasta biblioteca. Sua extensa coleção inclue livros raros, relatórios de investigação de casos, cartas e manuscritos, alguns escritos no século XVIII.

Em sua história a ASPR teve como membros ilustres cientístas como os físicos Sir William Barrett and Sir Oliver Lodge e os psicólogos William James and Gardner Murphy. Atualmente a ASPR possui membros e associados em diversos países e reúne em seus quadros filósofos, psicólogos, físicos entre outros interessados nas pesquisas psíquicas.

A ASPR tem como objetivo o entendimento dos fenômenos psíquicos. Entre os assuntos de interesse dos membros e associados da ASPR se encontram:

sPercepçao Extra-Sensorial (ESP):

*Telepatia *Clarividência *Precognição

sPsicocinese

sExperiências fora do corpo (OBE)

sExperiências de Quase Morte

sEstados alterados da consciência

sSonhos

sSobrevivência após a morte:*Reencarnação *Aparições *Mediunidade

sPoltergeist

sCuras psíquicas

A ASPR oferece a seus associados os seguintes serviços e publicações :

sJounal of the American Society for Psychical Research (publicado initerruptamente desde 1907)

sASPR Newsletter (publicada trimestralmente)

sAcesso à biblioteca e arquivos da ASPR

sVenda, através de catálogo, de livros, fitas e videos sobre as pesquisas psiquicas

sAuxílio a pesquisa

Para saber mais:

Visite o site da ASPR: http://www.aspr.com/index.html

A Ressureição de Lázaro - Jaci Régis

Ei-lo de volta.

Cabisbaixo, corpo curvado, braços largados.

Sua face magra mostrava olhos fundos.

Sentou-se e disse-me "pedi demissão..."

Fora nomeado chefe de seção na repartição em que trabalha.

Quando foi convidado, tirando-o de uma posição meramente repetitiva, que sempre lhe incomodava, o impacto foi tamanho que teve problemas gástrico, faltou ao serviço.

Pensou imediatamente em recusar. Por que eu? Disse para si mesmo. E logo, como lhe é familiar, concluiu que fora levado à posição porque não havia ninguém mais para o cargo ou apenas para tapar buraco.

Travamos uma longa batalha para aceitasse. E outras tantas batalhas para tentar mante-lo no cargo.

Sempre que nos encontrávamos ele vinha com queixas e amargura, desejoso de largar o cargo para voltar ao anonimato que tanto o maltratava anteriormente.

Explico-me. É um homem jovem que criou uma estrutura mental depreciativa para si mesmo, uma forma de auto preservação perversa, pois o isola, o fustiga, o afasta, faz sofrer.

Mas um sofrimento aceito, que incomoda mas não produz a explosão da revolta para encontrar uma saída.

Mentes assim trabalhadas, criam fantasias perversas em torno de si mesmos. Pensamentos voejam acusando, agredindo.

Medo, esse sentimento tão castrador domina o ser.

Frente ao desafio recusa-se a enfrenta-lo para preservar-se. Depois, justifica-se porque recusando deixou de sofrer.

E agora ele estava exausto mentalmente porque o cargo de chefia exigia providências, conflitos, choques.

E eu lhe disse. Esse é o momento crucial para você.

Como? perguntou.

Porque está te oferecendo o aprendizado de que não há vida sem conflito. O conflito, seja o que seja, faz parte do existir, do ser, do dia a dia, da experiência vivencial.

E ele sempre fugiu ao conflito consigo mesmo e com os outros. Não que seja pacífico. Gagueja e tem dificuldades de exprimir seus pensamentos, uma parte porque os embotou na indecisão persistente, em parte porque teme enfrentar o desafio da resposta ou da reivindicação.

Em muitas ocasiões estimulei-o a sair de sua casa, andar, ver ,olhar as pessoas. Certa feita ele passou por mim, andando na praia, e vi sua expressão de angústia, cabeça erguida para cima, como temesse olhar as faces das pessoas, o andar dos que iam e vim. Ele estava ali isolado no recinto fechado de sua alma intranqüila. Ele fugia dos olhares das pessoas porque imagina que todos estejam olhando-o, talvez zombando dele ou, quem sabe, penetrando seus pensamentos, seu íntimo, frio, sombrio.

E eu lhe disse, já que você é católico porque não vai à missa de sua igreja preferida?. Ali, no culto, talvez você encontre um meio, um ambiente favorável ao relacionamento com pessoas.

Ele foi e voltou dizendo que nada o interessou, nada o tocou. Na verdade ficou afastado de todos, ilhado na sua solidão fabricada pelo medo, pela apatia.

Outra feita foi a uma reunião da Seicho-No-Ie. Não voltou, achou basbaquice.

Pediu demissão, angustiado, porque voltar é doloroso. Mas prefere a humilhação do retorno à responsabilidade de comandar, de decidir, de conflitar-se.

A alguns meses escrevi neste espaço sobre o morto vivo, o homem maduro que teme a morte e teme o além túmulo, cheio de cuidados e medos diante do mais simples resfriado, tentando o desesperado abrigo do não-ser, do não-viver e do não-morrer.

Tenho diante de mim, um homem muito mais jovem, cujo alento não é aproveitado, que se esconde na inibição sexual, na não vivência de sentimento.

Sua estrutura mental foi sendo erguida dentro de uma visão pessimista sobre si mesmo e pelo temor dos próprios pensamentos e desejos.

Nunca arriscou-se ao amor. Pensa que ninguém jamais, nenhuma mulher melhor dizendo, olhará para ele.

Às vezes se interessa por uma mulher. Mas não tem coragem de abordá-la, criando uma muralha de impedimentos. Pensamentos febris e boca calada. Outras vezes se impressiona por uma jovem comprometida e isso o faz sofrer porque não é certo, mas creio que escolhe justamente alguém impossível para manter-se a cavaleiro de emoções, de enfrentamento natural.

Mas, perguntará alguém, haverá futuro para alguém desse tipo?

Sempre disse a um amigo dentista que arrancar um dente, consertar uma arcada era trabalho difícil mas facilmente realizado pelo especialista. Mas tentar ajudar um ser a mudar sua estrutura mental é trabalho difícil, demorado e que quando bem sucedido nunca será creditado ao seu talento.

Um grande psicanalista afirmou que o psicólogo é o resto... referindo-se à relação entre o paciente e o profissional, porque mexe com os melindrosos mecanismos da alma.

Entretanto o que importa, sendo ou não resto, é ver um ser emergir do abismo de sua obscuridade, de sua meia vida, de seus medos e paulatinamente assumir o comando de sua vida.

Isso é possível, acontece.

Apesar de jogo indeciso, vejo que sua estrutura mental está sendo abalada, já não é o mesmo.. E isso aumenta, no primeiro momento, seu medo. Porque, como dizia Freud, a neurose tem seus benefícios secundários, de adaptação e o neurótico teme em sair do berço doloroso da não vivência de seus sentimentos.

Nos últimos meses ele viveu uma nova experiência que poderá, quem sabe, abrir as portas de seu coração, arejar sua alma e sair, como Lázaro, do túmulo de inibições e medo e ressuscitar para a vida e para o amor.

Onde Estou ? - Eugênio Lara

A finalidade maior do Espiritismo é a comprovação da imortalidade. Os desdobramentos comportamentais e sociais oriundos da compreensão desse princípio filosófico apontam para a transformação moral, resultado final da cosmovisão espírita.

Todavia, o entendimento e a apreensão intelectual não significam o vivenciamento de uma ética inseparável dos princípios nucleares do Espiritismo, notadamente a idéia de imortalidade. Quantos oradores, dirigentes e médiuns espíritas já não se acovardaram quando se depararam com a morte eminente, seja de si mesmos ou de um ente querido? A reação comportamental, que deveria ser diferenciada, assemelha-se à atitude daqueles que não possuem a mesma visão e desconhecem, portanto, a pesquisa e os estudos sérios dos fenômenos espiríticos que nos trazem evidências da sobrevivência, ainda que não sejam admitidas pela Ciência.

A compreensão vivencial da imortalidade passa necessariamente pela aceitação da mortalidade, pelo entendimento de que somos mortais. E de que essa personalidade atual, identidade social, cultural, o corpo, as inter-relações sociais morrem e nunca mais retornam.

Antes de nos sentirmos imortais, temos de nos perceber mortais, ter consciência de nossa fragilidade física e entender que somos reféns das vicissitudes da vida. Uma bala perdida, uma doença, um atropelamento, algum tipo de cataclisma e a morte pode- se dar prematuramente ou nos deixar inválidos, em coma, como um vegetal. É a morte em vida.

Vivemos como se não existisse a morte. E quando dela lembramos há um certo distanciamento: é a morte alheia e não a nossa. Ela precisa estar presente em nossa vida, não como uma foice ou a Espada de Dâmocles sob nossa cabeça, mas como uma condição dessa existência. Pois a morte é fatal, todos passarão por ela. Mas ninguém a deseja. Quem quer morrer?

Como dizia o filósofo espírita Herculano Pires, somos educados para viver mas não para morrer. Compreender o princípio da imortalidade não é suficiente se não tivermos consciência da mortalidade. Parece simples mas não é. Poucos são os que reagem com serenidade diante da morte. Essa virtude é o resultado de uma maturidade conquistada ao longo das existências. A aceitação filosófica e existencial da sobrevivência pode acelerar essa maturação, que deve passar necessariamente pela consciência da mortalidade. Imortais todos somos, segundo o Espiritismo, mas num contexto propício à morte, que sempre está a nos rondar.

Daí que os pactos com o demônio na busca da superação da morte física soam ridículos. É como na metáfora de Dorian Gray, onde Oscar Wilde narra a história de um homem que nunca envelhecia, imortal, enquanto o seu autoretrato se deteriorava.

A morte é necessária como um segmento existencial que tem começo, meio e fim. Aprendemos por repetição. Morremos muitas vezes e morreremos em uma sucessão quase infindável de existências até aprendermos a exercitar a imortalidade vivenciando a mortalidade, pois estamos aprendendo a ser Espíritos.

Os Fenômenos de Scole - Marcelo Coimbra Régis

Scole é uma pequena vila na região de Norfolk, a sudoeste de Londres na Inglaterra. Foi nessa pequena vila onde ocorreram diversos e excepcionais fenômenos mediúnicos num período de 5 anos entre 1993 e 1998. Fenômenos comparáveis aos obtidos com os grandes médiuns de efeitos físicos no início do século XX, porém com características totalmente inéditas. Além disso o grupo de Scole esteve sempre aberto a investigação científica séria tendo convidado inúmeros cientistas da Society for Psychical Research (SPR) de Londres para acompanhar seus trabalho o que resultou num extenso relatório comprovando a veracidade dos fenômenos ali obtidos

O Grupo Experimental de Scole (SEG)

A figura central desse trabalho foi o casal Robin e Sandra Foy. Robin, um ex-piloto da RAF (força aérea inglesa), e Sandra, um dona de casa, há mais de 25 anos vinham pesquisando a mediunidade de fenômenos físicos, sempre participando de pequenos grupos familiares, sem nenhuma ligação religiosa ou com alguma instituição formal. Assim sendo decidiram formar um pequeno grupo de pesquisas doméstico tão logo se mudaram para a vila de Scole. Foi dessa forma despretensiosa que no final de 1992 nasceu o Grupo Experimental de Scole (Scole Experimental Group – SEG) com a finalidade específica de realizar sessões mediúnicas de efeitos físicos. Inicialmente o grupo era formado por 6 integrantes, mas no decorrer das pesquisas se viu reduzido a somente 4 participantes: Robin & Sandra Foy e o casal Alan & Diana Bennett. É interessante notar que apenas Alan e Diana Bennett possuíam o dom mediúnico, porém suas faculdades mediúnicas em nada se comparavam aos tradicionais médiuns de efeitos físicos. Normalmente os dois médiuns permaneciam em transe durante toda as sessões e era através deles que os diversos membros da equipe espiritual se comunicavam.

Os primeiros seis meses de trabalho do grupo foram bastante monótonos, com poucos fenômenos de importância. Porém em Maio de 1993 ocorreu o primeiro fenômeno de levitação de objetos, quando um trompete foi deslocado até o colo de um dos participantes. Novamente os meses seguintes foram marcados por poucos fenômenos físicos, porém foram ricos em comunicações mediúnicas e importantes para o progresso dos experimentos futuros. Podemos considerar que esse período de 6 meses serviu como que para estreitar os laços entre o grupo encarnado e o grupo desencarnado, além de aperfeiçoar a comunicação mediúnica tão importante para o que ainda estaria por vir.

Em Outubro de 1993 os fenômenos físicos voltaram, iniciando-se pelo aporte de uma "Churchill Crown" , uma moeda inglesa com a esfinge de Wiston Churchill gravada em um dos lados. Esse fenômeno marca o início da torrente de fenômenos que se seguiriam nos próximos anos.

A Equipe Espiritual:

É importante conhecer mais sobre equipe espiritual e sua forma de trabalho para ser ter um entendimento mais completo sobre os fenômenos de Scole. Os Espíritos sempre se comunicavam de uma maneira informal, mantendo um alto astral na reunião, tornando-a mais interessante. Descontraídos, traziam sempre um toque de humor para as sessões. As diversas personalidade comunicantes contribuíam para esse clima de união, com suas características peculiares. Alguns Espíritos possuíam conhecimentos científicos, outros filosóficos e outros contaram pitorescos aspectos sobre a vida extra-corpórea . Os próprios Espíritos declararam que estavam também pesquisando e experimentando essa nova forma de comunicação, utilizando uma mistura de energias e tentando desenvolver um método de obtenção de fenômenos físicos que não exigisse tanto dos médiuns e que não necessitasse de ectoplasma. É importante notar que os Espíritos não se colocavam como sacerdotes, religiosos ou superiores aos participantes encarnados. Vamos descrever alguns dos comunicantes mais regulares:

Manu: guia espiritual poderoso, normalmente abria todas as sessões, saudando os presentes e harmonizando as energias presentes na sala. Sua função era harmonizar as energias disponíveis e manter o nível de harmonia energética necessário para o sucesso da sessão. Manu seria o nome que esse Espírito teve quando encarnado.

entre os Incas no Peru. Manu também era o responsável pelos aportes.

Joh Paxton: Espírito mais evoluído, teria vivido no século 13. Membro do conselho diretor da equipe espiritual, liderava a equipe espiritual.

Patrick McKenna: de ascendência irlandesa, foi pastor em sua última encarnação. Patrick era o Espírito que coordenava os fenômenos e estava sempre presente através da mediunidade de Alan. Era também o segundo comunicante a falar em cada sessão e o responsável pelo encerramento dos trabalhos.

Raji: aparentemente um ex-militar indiano, esse Espírito foi o responsável pela coordenação dos experimentos fotográficos e de transcomunicação (áudio).

Mrs. Emily Bradshaw: uma tradicional dama inglesa, Mrs. Bradshawn sua especialidade era trazer evidências da sobrevivência da alma após a morte aos participantes das sessões. Além disso, estava sempre presente através da mediunidade de Diana.

Espíritos Cientistas: quando no decorrer dos trabalhos vários cientistas encarnados começaram a participar regularmente das sessões, a equipe espiritual decidiu trazer ao grupo novas personalidades com conhecimentos científicos específicos. Assim Espíritos especializados em fotografia, eletrônica, inventores, médicos, físicos, etc. também participaram de várias sessões em Scole.

O Método:

O SEC se reunia duas vezes por semana, no período noturno. As sessões tinham duração média de 2 horas. O grupo utilizava o porão da casa de Robin e Sandra, reunindo-se em torno de uma pesada mesa redonda com todas as luzes apagadas. O porão foi devidamente preparado de forma que nenhuma claridade externa o penetrasse. Todos os participantes usavam pulseiras refletoras (luminescentes) e com fechos de velcro. Em todos os objetos presentes na sala de reunião também se afixavam as mesmas faixas luminescentes, dessa forma podia-se acompanhar qualquer movimento dos participantes e dos objetos mesmo em total escuridão. Todas as sessões foram gravadas e temperatura da sala era monitorada continuamente. Numa sessão típica, após apagarem-se todas as luzes, uma música de fundo era tocada de forma a harmonizar as energias. A abertura da sessão era feita pelo Espírito chamado de Manu. Logo em seguida comunicava-se o Espírito chamado de Raji , que informava aos participantes o planejamento para a noite e detalhava quais os experimentos que seriam tentados naquela data. A partir daí os Espíritos guias (Mrs. Bradshaw e Patrick) continuavam comunicando-se através dos dois médiuns e auxiliando outros Espíritos a trazerem mais informações sobre os fenômenos. Finalmente após decorridas umas duas horas de sessão Patrick informava os presentes que era hora de encerrarem os trabalhos

Os fenômenos:

Não tenho a pretensão de fazer aqui uma análise profunda de todos os fenômenos ocorridos em Scole por serem muitos e diversos. Remeto os leitores para a bibliografia indicada onde poderão encontrar mais detalhes sobre os mesmos. Em Scole foram registrados mais de 200 tipos de fenômenos físicos. Tentarei fazer uma apanhado dos mais importantes e impressionantes fenômenos de forma que os leitores compreendam a abrangência e a importância de Scole para as pesquisas psíquicas modernas

1. Aportes (transporte de objetos):

Durante as sessões de Scole mais de 70 aportes foram testemunhados. Entre os mais significativos estão os aportes de: diversas moedas antigas, um exemplar da edição do Daily Mail de 1/4/44, um exemplar da edição do Daily Express de 28/5/45, um colar de pérolas, diversas jóias e artigos ornamentais

2.Luzes Paranormais:

Outro interessante fenômeno observado em Scole foram as diversas luzes paranormais que apareciam durante as sessões. Esses pontos e feixes brilhantes iluminavam a sala e eram como que guiados por alguma inteligência. Moviam-se com velocidade surpreendente e com o passar do tempo tornaram-se mais intensos, a ponto de iluminarem boa parte da sala. Os feixes descreviam figuras no ar, tocavam os presentes nas mãos, pousavam sobre a mesa central. As vezes penetravam objetos sólidos, irradiando luz do seu interior. Essas luzes paranormais se tornaram uma marca registrada de Scole e centenas de visitantes puderam testemunhar sua realidade

3. Levitações e Materializações:

Através do uso de uma nova forma de energia espiritual, obteve-se em Scole diversas materializações, sendo a mais impressionante a do Espírito de Patrick, que se materializou da cabeça até a cintura. Um dos fenômeno mais interessante obtido em Scole foi a voz direta provindo das formas materializadas, ou seja, a voz comunicaste vindo diretamente da boca do Espírito materializado. Interessante notar que nos fenômenos de Scole não se produziu nenhuma forma de ectoplasma e não se registrou nenhuma forma de desmaterialização entre os médiuns.

Diversos objetos foram levitados, como a pesada mesa central, um trompete, caixas de madeira contendo objetos, câmaras fotográficas, etc...

4. Experimentos com Fotografia:

Os experimentos com filmes fotográficos são talvez os mais importantes de todos os fenômenos físicos ocorridos em Scole, pois permitem uma investigação e comprovação científica. Inicialmente os Espíritos utilizaram uma máquina fotográfica comum (35mm, sem flash) e durante o transcorrer das sessões solicitavam que os participantes fotografassem no escuro mesmo. Às vezes, os próprios Espíritos levitavam a câmara e acionavam o disparador durante as sessões. Após a revelação do filme, diversas imagens paranormais tinham sido impressas no filme fotográfico. Alguns exemplos de imagens obtidas com esse método: a imagem Catedral de S. Paulo, durante a 2a. Guerra Mundial; a imagem do rio Sena tirada do alto da Catedral de Notre Dame, a imagem da primeira página do jornal Daily Mirror de 16/12/1936, vários rostos de pessoas e também luzes e imagens sem nenhum nexo (coloridas e preto e branco).

Com o tempo os experimentos evoluíram e os fenômenos se produziam com os filmes virgens ainda selados em seu pacote original e sem o uso de câmara fotográfica. Outra melhoria foi o uso de filmes polaroid planos (virgens e selados no pacote original) que eram revelados imediatamente ao término da sessão. Com a presença dos pesquisadores da SPR o controle e rigor científico foi aumentado enormemente. Os próprios pesquisadores compravam diversos filmes e os traziam selados. Aleatoriamente os investigadores selecionavam um dos filmes para ser utilizado na sessão, de forma a evitar que qualquer arranjo prévio colocasse o fenômeno sob duvida. Foi também construída uma caixa de segurança, onde o filme era trancado no início da sessão. As chaves da caixa era mantida trancada dentro do carro de um dos pesquisadores e as chaves do carro ficavam em seu poder durante toda a sessão. A caixa de segurança foi projetada de forma que qualquer violação pudesse ser percebida pelos investigadores após a sessão. A mesma era afixada as faixas luminescentes e normalmente a caixa de segurança contendo o filme ficava em poder dos pesquisadores durante toda a sessão. Mesmo com todos esses cuidados e controles os fenômenos fotográficos continuaram ocorrendo e cada vez mais intensos. São dignos de nota os vários textos recebidos via filmes fotográficos e que, como nos casos de correspondências cruzadas, requeriam intensa investigação e inteligência para que decifrassem suas mensagens. Foram recebidas diversas mensagens em outras línguas que não o Inglês além de desenhos e esquemas que ajudaram o desenvolvimento das pesquisas.

5. Voz Direta:

Os Espíritos utilizaram a voz direta para conferir maior autenticidade as comunicações. Assim apesar de 2 médiuns estarem sempre em transe, podia-se ouvir as vozes dos Espíritos vindo de diferentes partes da sala.

6. Transcomunicação Experimental:

a. Áudio:

Inicialmente algumas vozes paranormais foram registradas nos gravadores utilizados para gravar as sessões. Com o tempo e a evolução dos fenômenos o SEC obteve várias comunicações direta em dois sentidos via aparelhos (tipo Spircom). Orientados pela equipe espiritual e recebendo esquemas elétrico via os fenômenos fotográficos descritos acima, o grupo de Scole construiu um tipo de receptor utilizando um cristal de Germânio, conectado a um tipo simples de amplificador de sinais. Com esse aparato e sob a supervisão de diversos pesquisadores da SPR foram obtidas comunicações audíveis em várias sessões. Algumas comunicações foram sustentadas por mais de 20 minutos ininterruptos.

b. Vídeo:

Seguindo uma evolução natural dos fenômenos com áudio, o Grupo de Scole avançou para a obtenção de imagens e mensagens via vídeo (Vidicom). O aparato utilizado consistia de uma câmara VHS normal e um conjunto de dois espelhos. O posicionamento da câmara e dos espelhos parecia de vital importância para a obtenção do fenômeno. O experimento com vídeo tinha duas partes: ainda com as luzes acesas, gravava-se 30 minutos antes do início da sessão mediúnica. Posteriormente, já com todas a luzes apagadas, gravava-se outros 15 minutos. Algumas imagens impressionantes foram obtidas assim: faces de Espíritos, imagens paranormais, luzes coloridas em movimento, etc.

Viagens e visitas:

Outra particularidade do SEG foi sua flexibilidade e mobilidade em obter os fenômenos, não apenas na presença de diversos visitantes e pesquisadores, mas também em outros locais que não o porão da casa de Robin Foy. Assim o grupo conduziu com sucesso diversas sessões na Espanha, nos Estados Unidos, na Holanda, na Alemanha e na Irlanda. Além disso o grupo conduziu diversos seminários onde convidados podiam observar os fenômenos e discutir suas causas e implicações. O grupo também editou uma revista trimestral onde reportou seus avanços. Também publicou alguns livretos descrevendo o método por eles utilizado. Sabe-se que outros grupos se formaram utilizando o mesmo método de investigação do grupo de Scole.

Energia Criativa:

É interessante notar que os fenômenos de Scole não são impressionantes apenas por sua quantidade e variedade, mas também porque foram realizados utilizando-se uma nova forma de energia. Segundo a descrição dos Espíritos, eles estavam tentando obter os fenômenos de uma forma menos tradicional, sem utilização de ectoplasma e com menos implicações físicas para os médiuns. Como sabemos as sessões de Scole tinham duração de até 3 horas, sem impacto na saúde dos presentes. Segundo a explicação dos próprios Espíritos as diferenças fundamentais entre Scole e os métodos tradicionais de obtenção de fenômenos físicos são:

1. O tipo de energia utilizado, chamado pelos Espíritos de energia criativa seria uma combinação de 3 fontes distintas de energia. A primeira seria a energia espiritual, trazida pelos Espíritos comunicantes. A segunda, chamada de energia humana, seria retirada dos corpos de cada um dos encarnados presentes às sessões. A terceira, chamada de energia da Terra, os Espíritos retirariam de reservatórios de energia presentes em algumas áreas do planeta.

2. Com a utilização dessa nova energia os fenômenos podiam ser obtidos muito mais rapidamente e sem a necessidade de preparação especial.

3. A quantidade e variedade de fenômenos podia ser muito maior

4. A energia criativa produzida é uma combinação das energias de cada um dos participantes e das energias trazidas pelos Espíritos. Dessa forma a produção dos fenômenos não ficaria ligada a capacidade mediúnica de um só médium, o que além de facilitar o processo o torna mais participativo, menos individualista.

Conclusão:

Em 5 anos de pesquisas, o grupo de Scole conduziu mais de 500 sessões mediúnicas com fenômenos ocorrendo em todas elas. São mais de 1000 horas de atividades dedicadas às pesquisas psíquicas. Cada sessão foi gravada em fita e mais de 200 delas foram acompanhadas por cientistas e pesquisadores.

Como resultado desse esforço os pesquisadores da SPR ,Mortague Keen, Arthur Ellison e David Fontane escreveram um extenso relatório (The Scole Report) confirmando a autenticidade dos fenômenos por eles testemunhados. Mesmo assim a comunidade dita científica, iniciando-se pela própria SPR, não considerou Scole como uma prova conclusiva da imortalidade. Após esse período fértil de pesquisas, o grupo de Scole encerrou suas atividades no final de 1998 alegando que o canal energético estabelecido com a equipe espiritual estaria sofrendo interferências de alguns Espíritos mal-intencionados.

Do meu ponto de vista Scole fornece evidências mais do que suficientes para comprovar a sobrevivência da alma após a morte. Além disso, ao utilizar de métodos modernos, nos mostra que no campo do estudo e pesquisa da mediunidade existe ainda muito o que aprender, experimentar e testar. Revela ainda que o trabalho deve ser feito em equipe e que os Espíritos também desenvolvem pesquisas quando desencarnados.

Ao tomar conhecimento de Scole confesso que fiquei surpreso em saber que tais desenvolvimentos tenham ocorrido a tão pouco tempo (década de 1990) e que não tiveram quase nenhuma repercussão no meio espírita brasileiro. Afinal é muito bom saber que os avanços no campo das pesquisas psíquicas e da sobrevivência da alma continuam ocorrendo e acompanhando a evolução da ciência.

Bibliografia e para

saber mais:

Livros:

- Soloman, Grant & Jane (1999). The Scole Experiment. Scientific Evidence for Life After Death ; Londres: Judy Piatkus, 1999

- Keen, Montague, Ellison, Arthur and Fontana, David (1999). The Scole Report. An Account of an Investigation into the Genuineness of a Range of Physical Phenomena associated with a Mediumistic Group in Norfolk, England. Proceedings of the Society for Psychical Research, Vol. 58, Part 220, November 1999.

Sites na Internet:

-The New Spiritual Science Foundation (site do grupo de Scole): www.psisci.force9.co.uk

-The Society for Psychical Research (SPR):www.spr.ac.uk

The International Sur- vivalist Society:http://www.survivalafterdeath.org/home.htm

Entrevista com Eliseu Florentino da Mota Júnior: "O Estágio atual do Espiritismo é o de Regeneração Social, que passa naturalmente pela Regeneração Individual." - Da Redação

Eliseu Florentino da Mota Júnior, é vereador à Câmara Municipal de Franca, SP. Advogado, promotor público aposentado, é escritor e homem de comportamento tolerante, participando ativamente de eventos das correntes "laica" e "religiosa" que são as mais visíveis no momento atual do movimento espírita. Nesta entrevista ele analisa com bastante clareza, objetividade e assertividade algumas questões relativas ao movimento espírita brasileiro. Segundo ele, as atividades de pesquisas sobre a imortalidade estão superadas e o estágio atual do Espiritismo é o de regeneração social, que passa naturalmente para regeneração individual

ABERTURAVocê foi Promotor Público, como vivenciou e como vê a Justiça? É justo condenar alguém ou deveríamos ter uma justiça branda, diferente?

Eliseu: Como espírita e operador do Direito, vejo a Justiça sob dois prismas: a Justiça ideal, que seria o absoluto respeito aos direitos e garantias individuais, e a Justiça real, que é a praticada hoje em dia. Entre uma e outra há um verdadeiro abismo, que somente será abolido com o progresso da legislação e da humanidade. Quanto à segunda parte da pergunta, parafraseando Beccaria, acho que toda condenação deve ser pública (nada de vingança privada), imediata, necessária, a menor aplicável no caso concreto, proporcionada à infração e definida em lei.

ABERTURAComo escritor e pesquisador do pensamento espírita, qual a análise que faz do atual estágio da literatura espírita brasileira?

Eliseu: Hoje, com o progresso na área da computação gráfica, é mais fácil publicar um livro do que escrevê-lo; com isso, houve uma explosão literária, incluindo a literatura espírita, que já conta com milhares de títulos, sobretudo de editoras comerciais, que não têm muito compromisso com a Doutrina Espírita. Como nem todo leitor detém o discernimento necessário para escolher entre lebre e gato, caberia aos editores a tarefa ética de selecionar suas publicações, o que também não está ocorrendo. Assim, penso que os dirigentes espíritas poderiam orientar os leitores em dúvida sobre o que ler, para que leiam apenas Kardec, porque depois eles saberão muito bem separar o joio do trigo!

ABERTURA - Você crê que o Espiritismo precisa ainda de pesquisa, investigação para provar a imortalidade ou isso já foi superado?

Eliseu: Creio que isso já foi superado há muito tempo, sobretudo depois das sérias pesquisas realizadas por Ernesto Bozzano, William Crookes, César Lombroso, Hernani Guimarães Andrade e outros pesquisadores dessa envergadura, que coletaram provas incontestáveis de que a morte não existe e que a alma — e não o corpo — é a essência imortal do homem. Portanto, o estágio atual é o de regeneração social, que passa naturalmente pela regeneração individual.

ABERTURA - Qual sua posição sobre o aborto em caso de perigo de vida da mãe e do estupro?

Eliseu: Quanto ao aborto necessário (gravidez com risco para a gestante), no estágio atual da ciência é algo muito raro, mas se fosse encontrado um caso típico, na minha opinião os médicos fariam o abortamento, para salvar a gestante. Já o aborto moral ou sentimental, em que a gravidez resultou de uma violência sexual, é mais complicado e, nesse caso, explicadas as conseqüências do abortamento à gestante ou ao seu representante legal (quando ela for incapaz), creio que deve ser respeitado o livre-arbítrio. Afinal, como posso julgar ou condenar alguém colocado em um dilema tão difícil ?

ABERTURA - A sociedade brasileira está dominada pelo niilismo? Ou isso é uma opinião temerária?

Eliseu: Herculano Pires observou que Kardec, ao combater o niilismo no primeiro capítulo de O Céu e o Inferno, estava se opondo, com mais de um século de antecedência, à tese do nada, que foi pensada por Jean-Paul Sartre com sua filosofia existencial; mas hoje apenas alguns poucos filósofos sustentam essa teoria da nadificação do homem. Na verdade, creio que a sociedade brasileira está dominada, de um lado pela superficialidade de um tal catolicismo "não praticado" e pelo fanatismo das igrejas evangélicas (que hoje ultrapassam a casa dos milhares), e de outro lado pela completa indiferença sobre o que realmente ocorre no além-túmulo, o que poderia ser denominado de materialismo prático (em oposição ao materialismo teórico). Disso resulta que Doutrinas sérias, como a Espírita e algumas poucas outras, apenas são procuradas em situações extremas, como, por exemplo, na morte de entes queridos ou em doenças gravíssimas, o que é lamentável, porque muito sofrimento inútil poderia ser evitado através do seu estudo e da sua correta compreensão.

ABERTURA -. Como o espírita deve se posicionar como cidadão frente aos problemas políticos, sociais e humanos?

Eliseu: Exercendo a verdadeira cidadania, ou seja, participando e/ou opinando no mundo em que vive. No meu caso, fui eleito vereador em 2000 e, embora tendo às vezes que enfrentar situações constrangedoras, sobretudo quando envolvem interesses localizados, tenho logrado algum êxito na tentativa de exercer um mandato presidido pela ética. Além disso, participo de eventos que discutem a fome, a miséria, o desemprego, a justiça social, o crime organizado, a sexualidade, o aborto, o consumo de drogas e outros temas que envolvem problemas sociais e humanos relevantes, e neles procuro sempre externar os pontos de vistas que formei ao longo do tempo, sempre à luz do que consegui absorver dos meus estudos do Espiritismo e do Direito.

ABERTURA - Na sua visão as várias correntes que usam o nome espírita tenderão a se tornar independentes e criar doutrinas próprias, ainda que ligadas subjetivamente ao Espiritismo?

Eliseu: Confesso que ainda não tinha pensado nesse assunto. Por isso, antes de responder, fiz uma breve releitura do item Os Cismas, na segunda parte de Obras Póstumas, e agora vou opinar. No caso do chamado Espiritismo laico e do Espiritismo religioso assumido, creio que o cisma já ocorreu na prática, porque são correntes atualmente inconciliáveis. Posso dizer isso porque conheço pessoas e freqüento eventos ligados às duas correntes. Aliás, o que está previsto para ocorrer em 2004, durante as comemorações dos 200 anos do nascimento de Kardec, é bem uma amostra dessa realidade, pois elas ocorrerão em Paris e na Argentina, sem nenhuma possibilidade de unificação. Entretanto, ouvindo opiniões dos dois lados, creio que, superados alguns pontos e feita uma interpretação homogênea da obra de Allan Kardec, o movimento espírita atingirá a união possível, presidida pela tolerância, o que levará de roldão as correntes menores, que não têm a mínima chance de sobrevivência, por absoluta falta de base na Doutrina Espírita.

ABERTURA - A forma atual dos congressos espíritas, quase sempre limitados a questões administrativas e de divulgação da doutrina é a mais correta? Por que não discutir questões mais substantivas dentro das várias correntes doutrinárias?

Eliseu: Nesse capítulo dos congressos, comungo da opinião de que estão caminhando celeremente para se tornarem meros desfiles de vaidades. Note bem que não estou afirmando que isso já está ocorrendo, mas reitero que há um perigo real. E isto porque, de acordo com a primeira parte da indagação, depois de muitos dias de belos discursos, o máximo que os grandes eventos espíritas estão produzindo são algumas cartas de intenções, jamais executadas. Assim, vejo-me na contingência de concordar com a segunda parte da pergunta, ou seja, com a proposta de realização de eventos que estimulem a apresentação de temas voltados para o estudo do Espírito humano, que é o verdadeiro objeto da ciência espírita, favorecendo assim a discussão de questões substantivas e não apenas de pontos secundários.

ABERTURA - Para manter-se, o Espiritismo deveria institucionar-se, isto é, criar uma forma de dependência legal dos centros a uma central, como existem nas várias religiões, com liderança definida?

Eliseu: De maneira nenhuma! Aliás, o que caracteriza e distingue o Espiritismo como uma doutrina sem peias é exatamente a liberdade das Casas Espíritas em relação às entidades federativas. De fato, se imaginássemos, por exemplo e como sugere muita gente, que o querido e já saudoso Chico Xavier tivesse sido uma espécie de papa do Espiritismo, a estas alturas ainda estaríamos em pleno processo eleitoral, com todo o desgaste dele decorrente; e no final teríamos apenas vencidos e vencedores, cismas, revanchismos e outras mazelas desse tipo. Em suma, sou contra as hierarquias sacerdotais dentro do movimento espírita.


ABERTURA - O Espiritismo tem futuro ?

Eliseu: Com certeza! Na realidade, penso que dele depende o progresso da própria humanidade. Porém, ele jamais será a tal "religião universal", como precipitadamente foi apregoado. Aliás, creio até mesmo que as idéias espíritas podem ser propagadas sem necessidade de cultos ou rezas, mas sobretudo pelo comportamento individual, familiar, profissional e social dos espíritas que são pais, filhos, irmãos, professores, artistas, políticos, profissionais liberais e outros formadores de opinião, a fim de que as demais pessoas, mirando-se neles, possam parar, refletir e solucionar o enigma que envolve a natureza e a origem do ser humano, a razão da sua passagem pela Terra e o seu destino depois da morte. Como o Espiritismo sugere soluções racionais para esses problemas, estará entre as correntes de pensamento futuristas, ao passo que as demais desaparecerão por falta de sustentação lógica

Opinião em Tópicos - Milton R. Medran Moreira

De avô para neto

Acho que foi minha amiga Nícia Cunha, de Cuiabá, quem me contou. Numa visita a um centro espírita que costumava fornecer sopa aos pobres, ouviu do dirigente, orgulhoso do serviço que prestava, a seguinte afirmação: esse pessoal que está aí na fila já é a terceira geração dos nossos assistidos. Avós e pais de muitos deles tiveram sua fome saciada pela sopa que este centro oferece a mais de 40 anos.Naturalmente, o que era motivo de orgulho daquele dirigente espírita serve muito mais para ilustrar a situação de dependência criada por muitas instituições espíritas que, na ânsia de "fazer caridade", perpetuaram práticas de assistencialismo responsáveis por duas conseqüências preocupantes: o desvirtuamento das finalidades básicas de um centro espírita e o exercício de ações hoje vistas, no campo das ciências sociais, como equivocadas, porque distanciadas das bases científicas que devem presidir a ação social. É claro que, nós espíritas, não podemos perder de vista que o prestígio alcançado no Brasil pelo movimento espírita deveu-se precipuamente à ação social dos centros espíritas em seus primórdios. Ainda recentemente, na Lista de Discussão da CEPA (cepa@grupos.com.br), Amilcar Del Chiaro Filho lembrava uma citação de Miguel Couto, nas décadas de 20/30, em conversa com amigos: "O que seria dos pobres do Brasil se não fossem os espíritas!".

Estratégia

Na verdade, o jeito de o Espiritismo penetrar exitosamente no Brasil foi esse: mostrando que os espíritas eram gente boa, preocupada com o sofrimento alheio. Talvez fosse a única estratégia eficiente para minimizar a perseguição que, no Império e primeiras décadas da República, foi desfechada pela Igreja contra o Espiritismo. Essa forma de ação "caritativa" plantava muito bem a idéia que se queria fixar: a de que os espíritas praticavam o verdadeiro cristianismo, do qual a Igreja, mancomunada com as elites e o poder político, se afastara. Mas, se isso era uma estratégia válida para aquele momento, não convinha que, em tempos de liberdade de pensamento, de pluralismo de idéias, se perpetuasse essa imagem do Espiritismo. Muitos debatedores do Grupo de Discussão da CEPA chegaram à mesma conclusão, que, de resto, não é novidade entre nós, a de que os espíritas descuraram daquilo que é essencial ao Espiritismo: seu pensamento, a consistência de sua proposta filosófica. A preocupação com a assistência social terminou enfraquecendo, quase que anulando, a essencialidade de sua mensagem. Em opinião postada na lista, Marcelo Regis, mesmo reconhecendo que obras assistenciais são válidas e ótimas, pondera: "talvez o movimento espírita ajudasse mais se colocasse a imortalidade da alma como parte de nossa cultura", porque "essa idéia tem o poder de transformar a sociedade, muito mais do que o assistencialismo".

Engajamento social

Salomão Benchaya, na mesma lista de discussão, concordou com Marcelo. Para ele, quem realmente se beneficia com o trabalho assistencial é o trabalhador de boa vontade, que passa a ocupar seu tempo com algo útil. É que, muitas vezes, dar um prato de sopa, fornecer um agasalho, é o que, de imediato, precisa ser feito. "Acontece – diz Benchaya – que só boa vontade não basta, e, às vezes, acabamos por estimular uma dependência que, de modo algum, encontra respaldo na doutrina espírita". Por isso, pergunta: "não seria melhor que os espíritas interessados se engajassem em ou desse apoio a instituições ou movimentos tecnicamente melhor capacitados para realizar um trabalho mais eficiente de promoção humana?". Ou, então, que "agissem politicamente no sentido de remover da sociedade os problemas geradores da miséria, quer dizer, agir sobre as causas e não sobre os efeitos". Para Salomão, nós, espíritas, não temos sabido dar à sociedade o que o Espiritismo tem de melhor: sua filosofia. Ele diz que "qualquer atividade espírita que preencher três requisitos: l) tem que educar; 2) tem que libertar; 3) tem que promover progresso". "Ou não será espírita" - conclui

Os que têm fome e sede

Um amigo meu, dirigente de atividades doutrinárias de uma casa espírita marcadamente voltada a atividades no campo da assistência social, se queixava: nas reuniões de Diretoria nunca conseguia tempo para expor seus projetos. A reunião era inteiramente monopolizada pela "irmãzinha" que cuidava da arrecadação de gêneros e de roupas ou pela "confreira" encarregada das caravanas que visitavam semanalmente uma favela para distribuir comida. Quando chegava sua vez de falar em programas de estudo, difusão, palestras, organização de atividades culturais, etc., já estava na hora de encerrar a reunião. Terminava-se por adiar o que era essencial, porque se consumira o tempo todo com o acessório.De fato, diante do dramático quadro de miséria que vive um país como este, quem se preocupar com essa área vai ter trabalho que não acaba mais. Os espíritas podem, evidentemente, se dedicar a isso. É saudável e necessário. Mas que o façam em instituições técnica e cientificamente aparelhadas para esse fim. Que podem, é claro, ser mantidas por espíritas, subordinadas a uma filosofia espírita de trabalho. Já os centros espíritas, estes sejam, preferencialmente, instituições voltadas ao estudo e à difusão da filosofia, da ciência e da moral espírita, buscando atingir o imenso universo de encarnados e desencarnados que têm muito mais fome de saber do que de comer e que padecem de uma enorme sede de conhecimento

Os Sonhos no Espiritismo e na Neurociência - João Alberto Vendrani Donha

Quando, em artigo anterior, eu disse que o Espiritismo trouxe a primeira e mais completa teoria científica sobre os sonhos, reconheço que pareceu ufanismo de crente. Naquela oportunidade, eu o estava comparando à contribuição freudiana e afirmei que o Espiritismo admitia os sonhos como sendo desde manifestação puramente cerebral, passando pela identificação do sonho como realização do desejo (LE 405,406) e, ampliando sobremaneira seu conceito quando desvenda o desprendimento do espírito durante o sono e suas atividades extra-corpóreas. Deteve-se, preferencialmente, como bem o sabemos, nestes últimos, os "sonhos profundos".

Agora, a divulgação de recente trabalho no campo da neurobiologia, permite-me continuar acreditando no pioneirismo espírita.

Durante quase todo o século XX os sonhos foram encarados como propriedade quase exclusiva da psicanálise; apesar disso, os neurocientistas nunca abandonaram as pesquisas e os resultados que sugerem seja o sonho conseqüência direta das alterações do funcionamento do cérebro durante o sono. Assim é que o artigo publicado em 01.03.03, no Le Monde, dando conta de uma pesquisa aparentemente aproximativa entre as duas ciências, tem como título: "Pode-se sonhar sem Freud?". O artigo, assinado por Catherine Vincent, traz, ainda, como subtítulo: "Os sonhos poderiam nascer do despertar. Esta abordagem recente da neurobiologia não contradiz a psicanálise".

A pesquisa citada é da neurobióloga Sophie Schwartz, da Universidade College de Londres, publicada em outubro de 2002 na revista "Sciences et Avenir", e que tentaremos resumir a seguir.

No período de sono, o córtex cerebral funciona na ausência de dois tipos de controles: o controle sensorial externo (o que vemos, o que ouvimos), e o controle "neuromodulador" de uma certa categoria de neurônios, encarregados, no estado de vigília, de hierarquizar a atividade das áreas cerebrais. A atividade do córtex durante o sono depende, pois, estreitamente das memórias constituídas nos períodos de vigília. Em outros termos, do funcionamento analógico do sistema nervoso central (no cérebro adulto, existiriam dois modos de estocagem das informações: um modo rápido, chamado analógico, onde a informação é tratada e registrada em algumas centenas de milissegundos sem que se tenha disso consciência, e um modo lento, dito cognitivo, onde a informação é analisada conscientemente antes de ser estocada).

E o que têm os sonhos com isso? Os neurocientistas respondem. As fases regulares de sono são entrecortadas de períodos muito curtos de "micro-despertamentos", que duram poucos segundos e podem se repetir uma dezena de vezes durante a noite. Ora, o estudo experimental tem demonstrado que esses micro-despertamentos estão associados à entrada em atividade dos neurônios moduladores. Daí a conclusão do subtítulo: os sonhos nasceriam do despertar!

Quando estamos em vigília estável, o modo de funcionamento cognitivo do nosso cérebro dá permanentemente uma coerência aos nossos atos e aos nossos pensamentos. Mas, quando ocorre um desses micro-despertamentos, a reativação abrupta dos neurônios moduladores provoca a entrada em forma consciente do conteúdo das memórias recém-ativadas. Como esta operação ocorre em algumas centenas de milissegundos, a censura, ativa em estado de vigília, não apareceria aqui. Daí as características bizarras do sonho: escala aberrante dos objetos, pessoas conhecidas com rostos estranhos, confusão de imagens, etc.

Mas, ainda segundo o artigo, os psicanalistas poderiam retorquir: esta hipótese permite explicar porque eu sonho com um cão gigantesco, mas não esclarece porque eu sonho com um cão! A neurobióloga reconhece que, com efeito, durante o sono, as memórias de nosso cérebro não seriam ativadas de maneira aleatória. Teriam mais chances de serem ativadas aquelas que possuíssem mais importância, maior carga emocional, sejam as dos primeiros anos da vida ou as dos dias que precedem o sonho. Enfim, continuaria sobrando muito interesse e material para análise.

Pois bem, o Espiritismo também não é contradito por esta pesquisa: a teoria espírita dos sonhos, revelada (não o podemos negar) com século e meio de antecedência, aborda essa relação entre sonho e despertar! Na questão 425 de "O Livro dos Espíritos", respondendo a uma pergunta de Kardec sobre a relação entre o sonambulismo natural e o sono, os Espíritos dizem, entre outras coisas: "Nos sonhos de que se tem consciência, os órgãos, inclusive os da memória, começam a despertar. Recebem imperfeitamente as impressões produzidas por objetos ou causas externas e as comunicam ao Espírito, que, então, também em repouso, só experimenta, do que lhe é transmitido, sensações confusas e, amiúde, desordenadas, sem nenhuma aparente razão de ser, mescladas que se apresentam de vagas recordações, quer da existência atual, quer de anteriores". (LE 425; mas não conferir pela tradução do Herculano, que está incompleta).

O Espiritismo, como filosofia destinada a "marcar uma nova era na vida da humanidade" (E.I.8), aborda os problemas humanos de forma genérica. A Ciência, com outro desiderato, pesquisa, experimenta, detalha. Mas, o pesquisador espírita encontraria muitas "dicas" na leitura atenta daquelas generalidades filosóficas.

VIII SBPE - Prorrogado o Prazo para Entrega de Resumos - Da Redação

Atendendo a vários apelos de autores que desejam apresentar seus trabalhos no Simpósio, a Comissão Organizadora do VII SBPE, resolveu prorrogar até 30 de junho o prazo para a remessa do Resumo do tema a ser desenvolvido. O Resumo deve conter a síntese do tema proposto. Deve ser enviado em uma folha A4, escrita em apenas uma face, contendo título e nome do autor.

O Resumo pode ser enviado por e-mail, fax ou correio.

Os temas já enviados projetam um temário variado e de grande interesse. Os autores que já remeteram seus Resumos mostram a disposição de desenvolver assuntos atuais, científicos, doutrinários, psicológicos e filosóficos.

Além dos assuntos propostos pelos autores, o temário reservará espaço para reunião da direção da CEPA. Segundo o presidente da CEPA, Milton Medran, está prevista a participação de espíritas argentinos que, aliás, sempre estiveram participando dos SBPE, aguardando-se a melhora da economia no país amigo

FAÇA JÁ SUA INSCRIÇÃO E PAGUE EM 4 VEZES

Várias pessoas estão aproveitando a oportunidade de parcelar seu investimento para participar do VII SBPE. O investimento de R$190,00 poderá ser parcelado em até 4 vezes desde que a inscrição seja feita até 30 de junho.

O custo total do investimento é R$ 190,00 que compreende a inscrição, a hospedagem e alimentação de 16 a 19 de outubro, em Cajamar, SP, onde o Simpósio será realizado.

Se a inscrição for feita até 30 de junho, o pagamento poderá ser feito em 4 parcelas de mensais de R$ 47,50, vencidas em junho,julho,agosto e setembro. As inscrições feitas em julho poderão ser parceladas em 3 vezes de R$ 64,00. Em seqüência, inscrições feitas em agosto poderão ser parceladas em duas vezes, de R$ 95,00.

Em qualquer caso de parcelamento, os interessados deverão enviar o número de cheques respectivos, em nome do Instituto Cultural Kardecista de Santos, com vencimentos nos dias 10 de cada mês.

Basta entrar em contato com o ICKS, enviando dados completos e informar a decisão de parcelamento definida.

ENDEREÇO

Para quaisquer informações, inscrições, dirija-se ao ICKS, Av. Francisco Glicério, 261, CEP 11 065-401 - telefax (13) 3284 2918 ou e-mail ickardecista@ig.com.br ou ickardecista@bol.com.br - Santos

Lar Veneranda comemora 49 anos - Da Redação

No dia 5 de junho, a Comunidade Assistencial Espírita comemorou 49 anos de existência.

Fundada pelo casal Antônio de Freitas Costa e Maria Angélica Costa, com o nome de Comunidade Cristã Lar Veneranda, iniciou suas atividades como creche para crianças de 0 a 6 anos, com uma população de cerca de 20 crianças de ambos os sexos, na rua Carvalho de Mendonça, no bairro do Campo Grande

Em 1959, em associação com o MAEPE- Movimento de Arregimentação e Estudo do Portuário Espírita, criou um Internato para meninas, localizado na Rua Soares de Camargo, no bairro do Boqueirão.

Com a construção da sede própria, à rua Evaristo da Veiga, 211, bairro do Campo Grande, em 1967, uniu o Internato e a Creche. Entretanto mais tarde o Internato foi extinto e a creche ampliada.

De 20 crianças expandiu-se para cerca de 150 crianças, agora de 0 a 12 nos.

Essa modificação trouxe importante modificações na estrutura do Lar

O LAR NA ATUALIDADE

Hoje o Lar Veneranda é uma instituição consolidada, sob a presidência da professora e pedagoga Valéria Regis e Silva, com um programa sócio-educacional que promove a criança e sua família de forma exemplar.

Em 1993 a Comunidade iniciou a construção de um prédio na avenida Francisco Glicério, 261, em terreno doado. Em 2000 o edifício foi terminado e lhe dado o nome de Jaci Regis. Ali funciona o ICKS –Instituto Cultural Kardecista de Santos e o CEPROF – Centro de Capacitação Profissional e Humana, departamento do Lar Veneranda destinado a promover instrução profissional e humana a jovens e adultos, em condições bastante favoráveis e com alto nível de eficiência educacional. Funcionando desde outubro de 2002, o CEPROF ministra curso de informática, inglês, assistente administrativo, por professores voluntários

COMEMORAÇÕES

As comemorações do 49º aniversário do Lar Veneranda constaram de atividades envolvendo as crianças, as mães, os voluntários e a comunidade do bairro do Campo grande.

No dia 4, por exemplo, o trecho da rua Evaristo da Veiga, em frente ao Lar foi interditado para a realização de atividades musicais, esportivas com as crianças e participação da comunidade em torno da Instituição.