Setembro de 2002

Editorial - Eleições

No próximo dia 6 de outubro, a nação escolherá, em eleições livres, os novos mandatários do país.

Serão eleitos o presidente e vice-presidente da República, os governadores e vice-governadores dos Estados, senadores, deputados federais e deputados estaduais.

Devemos sempre saudar a democracia e exercer com critério o direito inalienável da cidadania, que nos garante, nos limites da lei, a participação nos destinos do Brasil.

Somente os partidários das ditaduras – como as de Fidel Castro e Sadam, por exemplo – é que repudiam as eleições, seja porque temem a renovação de idéias e de pessoas, seja porque, numa posição radicalmente purista, dizem que as eleições são um defeito da democracia.

Cremos que uma das conseqüências mais notórias da boa assimilação dos princípios da doutrina kardecista seja a de nos tornar cidadãos, porque a vida terrena é experiência de inigualável valor para nossos destinos imortais.

Na construção de um mundo melhor e de uma sociedade mais justa abrimos oportunidades de aperfeiçoamento espiritual, porque somente num clima de relativa igualdade de oportunidades e bem-estar é que o Espírito tem melhores condições para exercer e desenvolver seu potencial.

Cada um, no livre arbítrio, tem nas mãos o instrumento mais positivo da democracia, que é o voto.

Votar sempre e votar com consciência e bom senso, diante das propostas e dos candidatos, é o caminho correto, para eliminar do quadro político, pessoas declaradamente corruptas, que exercem cargos para o enriquecimento ilícito e que chegam a criar verdadeira quadrilhas que se apropriam dos bens públicos e sanear a política com novas personalidades e perspectivas.

Expo-Espírita 2002 - Da Redação

Uma programação dinâmica foi elaborada para a EXPOESPÍRITA2002, que o ICKS, apoiado por vários centros espíritas da região, realizará nos dias 18, 19 e 20 de outubro em sua sede à avenida Francisco Glicério, 261, Santos.

Realizada anualmente, a EXPOESPÍRITA é um grande evento que promove a venda de livros espíritas a preços promocionais. Como sempre, haverá uma variedade muito grande de títulos da literatura espírita a disposição do público.

A programação doutrinária oferecerá oportunidade de conhecer a doutrina kardecista, através de palestras e debates. Música e artes em geral completam a programação.

Nesta sua quarta realização consecutiva, a EXPOESPIRITA2002, trará algumas novidades, incluindo eventos mediúnicos.

VENDA DE LIVROS

A venda de livros começará mais cedo. No dia 18, a partir das 19 horas e no sábado e domingo, às 15 horas

OS ASSINANTES DO ABERTURA TERÃO DESCONTO

Os assinantes da região da Baixada Santista do jornal ABERTURA terão desconto especial de 10% na compra de qualquer livro, durante a EXPOESPÍRITA2002. Para isso, basta apresentar o cartão de assinante que encartaremos na edição de outubro.

Ao receber seu jornal, no início de outubro, verifique se dentro está o cartão do assinante e utilize-o nas suas compras

ATENÇÃO PARA OS HORÁRIOS

As três reuniões da EXPOESPÍRITA2002, serão realizadas em horários diferentes.

Dia 18, sexta-feira, será às 20 horas. Dia 19, sábado, às 17:30 horas e dia 20, domingo, às 15:30 horas

PROGRAMA CULTURAL

DIA 18 - SEXTA-FEIRA 20:00 HS

INAUGURAÇÃO

CONJUNTO DE VIOLÕES POEMA AZUL

LANÇAMENTO DO CADERNO DE CULTURA ESPÍRITA

PALESTRA: AMOR, CASAMENTO& FAMÍLIA – 25 ANOS DEPOIS

PELO ESCRITOR JACI REGIS

DIA 19- SÁBADO - 17:30 HS

PINTURA MEDIÚNICA COM 5 MÉDIUNS PINTORES DA FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DE SÃO PAULO

DIA 20 - DOMINGO

15:30 –17:00 hs – MESA REDONDA

CHICO XAVIER, UM MARCO NO ESPIRTISMO.

José Luiz Souza, Odair Cruz e Reinaldo di Lucia

17:15 17:55 hs - FILME: ALLAN KARDEC-MEMÓRIA VISUAL

18:00 hs - ENCERRAMENTO – CORAL SIMONIAM

Perspectivas para o Século XXI no CEAK - Da Redação

Comemorando seu 58º aniversário de fundação, o Centro Espírita "Allan Kardec" promoveu de 28 a 31 de agosto em sua sede à Rua Rio de Janeiro, 31- Santos - SP, uma série de palestras, para discutir as "Perspectivas para o Século XXI ".

O programa desenvolvido foi o seguinte:

Dia 28 – 20 horas - Perspectivas para a Sociedade, pelo jornalista e economista José Rodrigues.

Dia 29 – 20 horas - Perspectivas para o relacionamento humano – pela psicóloga Silvana de Aguiar Matte Vayego.

Dia 30 – 20 horas - Perspectivas para o conhecimento, mesa redonda com o médico Alfredo J.M.Scaff e Jonas G. Coelho e o engenheiro Orlando Villarraga.

Dia 31 – 16 horas - Perspectivas para a Ciência , mesa redonda com os engenheiros Reinaldo di Lucia e Pedro Luiiz Beneti.

Dia 31 - 20 horas – Perspectivas para o Espiritismo – mesa redonda com o médico Ademar Arthur C.Reis e a advogada Julia Nezu (vice-presidente da USE).

No dia 1º de setembro, foi realizado o almoço confraternativo, comemorando o aniversário do CEAK, na sede do Clube dos Conferentes.

SERVIÇO

O Centro Espírita Allan Kardec, foi fundado em, 1º de setembro de 1944, com o nome de Centro beneficente Evangélico. Em 1949, funcionando à rua Rio de Janeiro, 15 e estando acéfalo, um grupo de espíritas, que freqüentava o CE Manoel Gonçalves, liderado por Alexandre Barbosa Júnior, foi convidado a participar do Centro e com eles a Mocidade Espírita Estudantes da Verdade. Posteriormente, foi construída a sede própria na mesma Rua Rio de Janeiro, 31. A mudança da designação para Centro Espírita Allan Kardec, deu-se na década de 50, com a ascensão à direção do Centro de jovens oriundos da Mocidade Espírita Estudantes da Verdade, sob a liderança de Jaci Régis. Desde então e até hoje, a direção do Centro tem sido ocupada por membros oriundos dessa Mocidade. O presidente atual é o engenheiro Reinaldo di Lucia.

Henrique Rodrigues desencarnou aos 81 anos - Da Redação

Henrique Rodrigues, presidente do Instituto de Psicobiofísica de Belo Horizonte, desencarnou naquela cidade, no dia 6 de agosto último, vítima de complicações cardíacas, na idade de 81 anos.

Henrique Rodrigues destacou-se pelas suas posições independentes, muitas vezes polêmicas. Autor de vários livros e pesquisador psíquico viajou pela Europa e pelo Brasil, pesquisando e fazendo palestras.

Colaborador assíduo do ABERTURA, com artigos inte-ressantes e explorando opiniões e reflexões sobre o Espiritismo, e sua estrutura doutrinária. Era livre pensador e não compartilhava das posições da maioria do movimento espírita.

Sua desencarnação abre um espaço que dificilmente será preenchido, dada a sua capacidade intelectual. Ele era engenheiro de formação.

Fato & Comentário : Herculano Pires - Da Redação

A CEPA resolveu home-nagear o filósofo espírita José Herculano Pires, fazendo-o patrono da XIV Conferência Regional Pan-americana, a realizar-se em São Paulo, de 14 a 17 de novembro próximo.

Heloísa Pires, professora e uma das mais requisitadas oradoras do Espiritismo religioso, também conhecida por ser filha de Herculano, rebelou-se contra a decisão da CEPA.

O imbróglio está centrado na questão religiosa. Heloísa diz que o pai era religioso e que "fazia o evangelho no lar" e que, por fim, todos os simpatizantes e adesos à CEPA, são "espíritas ateus".

Outro opositor da CEPA e do nosso grupo nos chama de "espíritas-marxistas".

O que se vê, mais uma vez, é como a mentalidade religiosa funciona nas pessoas, fazendo-as intolerantes e pouco importando com a veracidade de suas afirmações.

Herculano Pires foi um espírita que provocou polêmicas e foi perseguido ideologicamente. Embora um dos mais profundos estudiosos da obra de Kardec, discordou do mestre ao aceitar o aspecto religioso, positivamente inexistente no pensamento kardecista.

Para justificar sua posição, Herculano valeu-se de elucubrações sobre tipos de religião que teriam sido propostas por Pestallozzi e outros.

O que ressalta disso tudo é que a invasão religiosa, que deformou desde o princípio o movimento espírita, é um obstáculo á influenciação do Espiritismo na sociedade, não só porque o misticismo serve apenas para mobilizar os corações inseguros diante da vida, levando-os a procurar meios mais ou menos fantásticos, mas também devido às turbulências que se instalam no seio do próprio movimento espírita.

Deus, Cristo e Caridade - Da Redação

O lema Deus, Cristo e Caridade, adotado pela Federação Espírita Brasileira e que teria sido ditado ou imposto pelo Espírito Anjo Ismael, provavelmente um ex-sacerdote católico, mostra que ele e os seus seguidores queriam fundar uma seita religiosa, à margem do Espiritismo.

O Espírito Anjo Ismael, determinou: "a missão do Espiritismo é pregar o evangelho" e isso diz bem que ele não se referia, na fundação de sua seita, ao pensamento de Allan Kardec.

Em conseqüência, os dirigentes da FEB chegaram a propor que Espiritismo e doutrina Espírita fossem coisas dife- rentes, mostrando desligamento conceitual da doutrina deixada por Kardec.

É certo que desde o princípio a FEB foi quem traduziu e editou a obra de Kardec. Mas teria que fazê-lo pois a seita DCC, carecia de uma base estrutural. Na verdade se apropriava da estrutura teórica da doutrina de Kardec. A exemplo da estrutura de concreto de um edifício, que se ergue vazia de paredes e conteúdos, os adeptos da DCC esvaziaram as propostas kardecistas e em seu lugar preencheram de conteúdos estranhos ao pensamento de Kardec.

Além da forte influência do catolicismo, de onde originaram seus principais iniciadores, trouxeram a obra Os Quatro Evangelhos ou Revelação da Revelação que se tornou a pedra angular e serviu de paradigma para o pensamento místico que adotaram.

Só muito recentemente, na sua mais que centenária existência, é que a seita DCC, obrigou-se, pela pressão de espíritas conscientes, a referir-se mais diretamente a Kardec, embora sua base continue na obra roustanguista.

Na propaganda que divulgou sobre o 4º Congresso Espírita Internacional, a FEB usa a mesma trilogia, levemente modificada. "Deus, Jesus, Kardec" é indicada, mas embaixo, transcreve o lema "Fora da Caridade não há Salvação" que no caso não teria sentido, mostrando que a substituição da palavra Caridade pela expressão Kardec foi mera concessão aos espíritas não brasileiros e não roustainguistas, porque o ideal para a direção da entidade seria conservar o lema original.

Tal comportamento confirma a coerência da FEB que prepotentemente e confirmando seu desprezo por Kardec, apoiada pelas federações estaduais, declarou o Espiritismo uma religião. A substituição da palavra "Cristo" por "Jesus "na trilogia atualizada, reflete o prestígio desse verbete, pela proliferação do movimento pentecostal, que não usa o termo "Cristo". Afinal, para a DCC, como para as pentecostais, a figura de Jesus, é soberana, não-humana, é Deus.

Estupro, Aborto e o Mal - Jaci Régis

Prezado sr. Jaci Regis

O jornal Abertura, editado pelo senhor, nos convoca para uma re-leitura de Kardec. É uma proposta corajosa e pertinente porém, difícil. Nesse sentido, buscando uma nova leitura da obra kardeciana, coloco-lhe, algumas de minhas inquietações. Se puder peço-lhe a fineza de ajudar-me.

O e-mail chegou à redação do jornal, assinado por Gustavo Freire.

As inquietações de Gustavo são justas, embora as respostas nem sempre sejam satisfatórias.

Isso porque não temos como compreender todas as nuanças do complexo vivencial de cada um e todos. Afinal, nos envolvemos nesse fascinante jogo da vida, de forma tão diferenciada que seria impossível padronizar respostas e entendimentos.

Gustavo faz a primeira questão ¨ Por que acontece o estupro? É uma expiação? É lícito, dentro da doutrina fazer o aborto nestes casos?

O estupro é um ato de violência. Um ato indigno, bárbaro, um quase assassinato, uma odiosa invasão na vida física e psicológica da pessoa, submetida ao jugo, à força, ao medo e ao terror.

Porque acontece?

Porque somos espíritos imperfeitos, alguns maus, impelidos por forças interiores desviadas, comandadas por uma não-consciência da relação e do respeito ao próximo.

O estupro seria uma expiação?

De forma alguma. Quem diz que quem sofre essa ação vil está expiando faltas antigas labora em erro crasso, uma forma corrupta de analisar a vida, a trajetória dos seres na vivência humana.

Ninguém merece ser estuprado.

E por que, perguntar-se-á, Deus permite isso, se a vítima não está pagando dívidas? Como aprendemos que Deus tudo vê e que não cai uma folha de um árvore sem que Ele saiba, logo nos vem à mente, uma dolorosa dúvida sobre o Deus soberanamente justo e bom.

Então o recurso é "salvar" Deus, isolando-o dos atos da vida. Busca-se a explicação no passado, em outras encarnações, atribuindo-se todas as desgraças e todas as ações maldosas a um mecanismo punitivo, de tal forma que, afinal todos têm culpa e não podem reclamar.

Nessa visão, a meu ver bastante injusta, o estuprador passa a ser o carrasco a serviço da punição divina, o que nos horroriza. Se não podemos entender todo o mecanismo da ação de Deus, pior será atribuir-lhe a delegação a pervertidos e desviados o papel de vingadores e de executores de sentenças punitivas saídas do tribunal divino.

Se é lícito fazer, nessas circunstâncias, o aborto?

Sim, creio que sim.

Há os que condenam o aborto em qualquer circunstância, em defesa da vida.

O Espiritismo condena o aborto delituoso, para fins exclusivamente sensuais. Mas adota o aborto explicitamente quando a vida da mãe está em perigo. E pergunto outra vez, vamos nos fixar na expressão "vida" apenas no seu aparato físico, desconhecendo, desprezando seu conteúdo psicológico, íntimo?

E o Espírito reencarnante? O Livro dos Espíritos é menos dramático, diz "reencarna outra vez". Nesse caso, trata-se de um interregno e, por outro lado, nem toda a gravidez tem sempre um Espírito ligado ao feto.

Por isso, meu caro Gustavo, a questão é tormentosa.

Aprecio a existência terrena na visão dolorosa de nossa realidade ética, espiritual, com seus altos e baixos e reconheço que uma grande camada de pessoas estagia em patamares reconhecidamente maus.

Lembro-me, para não ficar sozinho nessa argumentação, que em obra de André Luiz, é relatado que certas encarnações são patrocinadas por grupos deliberadamente relacionados com a maldade, com a perversão. Tal dolorosa realidade pertence ao quadro geral dos níveis éticos da maioria da população encarnadas e desencarnada da Terra.

A segunda questão de Gustavo : Nas obra de Kardec podemos ler que se alguém faz mal a outrem, terá que passar pela mesma experiência, pois bem, Kardec não está assim usando a lei do "olho por olho, dente por dente?

A lei de Causa e Efeito, não é, como se pensa, uma tradução da Lei de Talião. É mais abrangente, flexível e produtiva. Por ela não se trata apenas de afirmar que ninguém fica impune, porque a punição do algoz não elimina o sofrimento da vítima, mas nos permite compreender que na vivencial imortal, cada um receberá a sua herança moral, como resposta da vida ao plantio de boas e más sementes.

As leis de causa e efeito e de talião, ambas existem e coabitam no universo de nossas vivências. Uma é, como disse, ampla, produtiva, outra meramente punitiva. A Lei de Talião pune reativamente porque pensa que isso seja justiça. Não a Justiça Divina, que julga segundo as intenções. Mas, de qualquer forma, a mente que se julga culpada, busca sedativos existenciais para aliviar sua dor. Procura uma forma de livrar-se do fantasma de ações que, no tempo, devido aos valores sociais e pessoais, se tornam um fardo pesado para suportar.

Algumas o fazem de maneira produtiva, construindo e crescendo, numa ampla ação que pode, inclusive, reunir os participantes do delito para uma reconciliação. Outras, atiram-se aos processos mais dramáticos, mas nem sempre produtivos, na forma de uma pessoa que corta a mão para não roubar, ao invés de tentar usá-la para ajudar, reconstruir e beneficiar.

São mecanismos da mente a serviço do processo, repito, doloroso, de culpa, castigo e reconciliação, usado na nossa vida rotineiramente nos envolvimentos afetivos transitórios e que quando ultrapassam o limite do razoável, enlouquecem e se tornam, não raro, destrutivos.

Aí vai Gustavo. Saboreie minhas idéias e aproveite-as, se achar que servem para fazer uma reflexão menos rígida dos mecanismo da vida.

O Instinto e a Fé - Eugênio Lara

O homem conquistou a Lua, clonou, fragmentou o átomo, transplantou órgãos, enviou sondas a outros planetas, criou a internet, descobriu o microcosmo e o macrocosmo e, no entanto, as pessoas, os grupos sociais e até nações se digladiam em nome de Deus. Mesmo com todo o nosso aparato tecnológico, com o avanço da ciência, com a influência do laicismo na cultura, a fé em Deus persiste e sobrevive.

Deus, ao contrário do que pensava Nietzche, está mais vivo do que nunca no coração de milhões de fiéis. Cada qual em seu segmento religioso: Oxalá, Deus, Alá, Krishna, Jeová, o nome não importa. Importa a fé que alimenta milhões de corações e traz a esperança de uma vida melhor.

Correntes filosóficas de origem materialista consideram a crença no divino como fruto da cultura, do medo. Trata-se, segundo essas correntes, da influência do meio. O sentimento pelo sagrado nasce com a cultura, a partir da relação do ser humano com as forças da natureza. É o que sustenta a filosofia marxista, correntes existencialistas e pensamentos de fundamentação materialista.

Para muitas religiões, a fé em Deus é um dom divino, uma dádiva da Providência. Nem todos a possuem. Nem todos detêm em si a fé, que move montanhas e produz milagres. Mas se o homem deixar de lado sentimentos pérfidos, de orgulho, vaidade, a fé florescerá e se fortalecerá no coração do crente, segundo essas doutrinas.

Pois é justamente em nome dessa divindade, rejeitada pelos positivistas como elemento de análise, que muitos atos terroristas são praticados. Os cruzados da Idade Média, em nome de Deus, invadiram e saquearam o Oriente com o discurso de que iam lá para evangelizar, levar a mensagem do Cristo. O presidente norte-americano Bush declarou guerra ao terrorismo em nome de Deus e, em nome de Alá, o terrorista Osama Bin Laden quer destruir os infiéis, especialmente os norte-americanos.

É em nome dele que rogamos pragas àqueles que nos machucam: "Deus é justo..."; "que Deus te amaldiçoe"; "que Deus te castigue". E em nome dessa mesma divindade exclamamos, contritos e conformados: "Se Deus quiser"; "Deus quis assim"; "Deus sabe o que faz"; Oh meu Deus!; "Deus seja louvado"; "Deus escreve certo por linhas tortas".

A definição espírita de Deus como causa primária de todas as coisas, a Inteligência Suprema, não traz novidade alguma. Filósofos anteriores ao Espiritismo diziam quase o mesmo, como Spinoza em sua Ética.

Interessante é a idéia de que a crença em Deus tem origem em algo atávico, inerente ao indivíduo, permanente em sua estrutura psíquica, mental. Segundo o Espiritismo, a idéia de Deus nasce com o próprio ser humano, com o princípio inteligente individualizado; é inseparável de seu cosmo mental, pois se manifesta na forma de um instinto, o chamado instinto de adoração.

Essa palavra, do latim instinctu, no contexto em que os Espíritos a lançam, foge da definição corrente, aplicável principalmente ao comportamento dos animais, como um fator inato e variável conforme a espécie. Trata-se mais de um atributo, uma forma de inteligência, uma força motriz, interiorizada, como se fosse, numa linguagem poética, o selo do Criador na Criatura, a marca de fabricação.

Diferencia-se do instinto de conservação, de reprodução por ser um sentimento mais sutil, muito mais transcendente do que imanente, que atua de modo inconsciente, espontâneo e que também nada tem de racional.

Essa tendência, natural em todos nós, o instinto de adoração, erroneamente chamado de religiosidade, talvez explique essa persistência da crença em Deus, presente em todos os povos do planeta. Está para nascer em nosso mundo uma civilização totalmente materialista, que rejeite a idéia de Deus. Seria uma aberração, uma verdadeira "chaga da sociedade" em larga escala.

Não sabemos o que é Deus. Podemos até negá-lo, colocar em dúvida sua existência sem contudo deixar, por isso, de sermos espíritas. No entanto, esse conceito de que a existência da Divindade é resultado de um instinto, de um elemento inato e imponderável, abre um suporte de reflexão que ainda está por ser aprofundado.

A Revelação Científica, Segundo Kardec - Da Redação

No Capítulo I, do livro A Gênese, Allan Kardec, analisa o Caráter da Revelação Espírita.

Ele diz que o Espiritismo "é uma verdadeira revelação, na acepção científica da palavra".

Vejamos o que ele caracterizava como uma "revelação científica".

Allan Kardec comentava a relação dele com os Espíritos. Se a origem e a iniciativa pertenciam aos Espíritos, a elaboração da doutrina foi fruto do trabalho do homem.

Embora o esforço de Kardec em explicar a verdadeira característica da "revelação espírita", é científica, isto é, não é fato religioso, profético, existe uma distorção nesse entendimento. As mentes formartizadas na ideologia judáico-cristã, acomodaram o Espiritismo às suas idiossincrasias e reduziram a doutrina a uma mera seita cristã. Por isso, a doutrina moral de Jesus de Nazaré, única face que Kardec admitiu para o Espiritismo, foi introduzida no mito de Jesus Cristo, criado pela Igreja o que tornou o Espiritismo numa seita religiosa, mística, contrária ao pensamento de seu fundador, por isso mesmo, rebaixado para o papel de codificador, de modo a prevalecer a presença dos Espíritos como autores do Espiritismo

QUAL A AUTORIDADE DOS ESPÍRITOS

Kardec argumenta: Qual é a autoridade da revelação espírita, uma vez que emana de seres cujas luzes são limitadas e que não são infalíveis? A resposta é basilar. Diz o fundador da doutrina: A objeção seria se essa revelação não consistisse senão do ensinamento dos Espíritos, se devêssemos tê-la deles exclusivamente e aceitá-la de olhos fechados, mas o perde seu valor desde o instante em que o homem lhe traz o concurso de sua inteligência e de seu julgamento; que os Espíritos se limitam a colocá-lo no caminho das deduções que pode tirar da observação dos fatos. Ora, as manifestações e suas inumeráveis variedades são fatos; o homem os estuda, neles procura a lei; é ajudado, neste trabalho, pelos Espíritos de todas as ordens, que são antes colaboradores do que reveladores, no sentido usual da palavra; submete as suas declarações ao controle da lógica e do bom senso; desta maneira ganha conhecimentos especiais que lhe oferece na sua posição, sem abdicarem do uso de sua própria razão.

A explicação de Kardec é básica: o Espiritismo foi uma forma de colaboração entre Espíritos e o homem, neste caso, Allan Kardec. Embora várias vezes ele mesmo tenha dito que "o Espiritismo é obra dos Espíritos", isso tem que ser compreendido na sua real significação, já mencionada: ele não inventou as teses espíritas, mas concebeu a doutrina, usando a lógica e o bom senso em estreito contato com Espíritos Superiores.

Educação: Eis a Solução - Luiz Lemos e Nina Lemos

A cidadania plena não é gratuita, não nos será outorgada e sim terá que ser construída, pouco a pouco, através da educação integral do homem. Holística, harmônica e progres-sivamente, em todo os sentidos. E que contemple a criatura como um todo, a partir da infância, desde os dias de hoje e para o porvir.

A cidadania, obviamente, será arquitetada por meio da massa crítica, formada por cidadãos, empunhando a bandeira da paz. Poderemos sair vencedores, participativos, críticos, criativos, protagonistas, solidários, autônomos. Ou sermos subcidadãos, alienados, omissos, coniventes, espectadores, "vaquinhas de presépio" que engrossam a massa de manobra.

Será que mereceria salvação uma nação parada, de braços cruzados, a esperar um salvador? Não serão os habitantes de um país co-responsáveis pelo seu destino?

Educação abrangente, em todos os sentidos, neles, digo , em nós.

Convictos de que o Criador ajuda a quem trabalha pelo bem, com esperança, mãos à obra! Mobilizemo-nos, unidos, na construção gradativa de um melhor porvir, dando também nossa parcela, por pequenina, visando originar um no- vo modelo de civilização.

Para tanto, po-demos elaborar e procurar implantar, projetos educacionais, compreendendo a educação integral do homem que partindo da atual realidade, nos ajude democraticamente, com a participação de todos, transformar essa realidade em outra melhor, que nos propicie novas condições de vida, onde nos sintamos mais felizes.

Em síntese, envolver para ser feliz, eis o objetivo de nossas vidas. Através de nossa colaboração, na construção de um mundo melhor com melhor qualidade de vida. Com a posse do necessário. Liberdades políticas, econômicas e sociais.

Como diz Kardec: concorrendo para obra geral ele próprio se adiante. (LE questão132) De fato, como nos ensina Kardec: "Os Espíritos encarnam a fim de, gradativamente progressivamente, trabalhando se aperfeiçoarem, para se tornarem felizes"(LE)

Obs. Este artigo é parte de um estudo mais amplo "Controle social".

Globalização e Espiritismo - João Alberto Vedrane Donha

Nos últimos dez anos temos assistido impotentes ao mundo sendo engolfado por um processo de globalização (ou mundialização, como preferem os europeus) de proporções sem precedentes. Quando alguns pensaram que o episódio de 11 de Setembro havia abortado o processo, constatamos pesarosamente que ele apenas mudou de feição: se antes parecia que deslizávamos para uma globalização bonachona, onde todos os povos poderiam sonhar com a chegada ao paraíso, ou à cidadania americana, agora, a nova administração da maior potência do mundo sinaliza para uma política ao estilo de César, com seus interesses em primeiro lugar e "ai dos vencidos", ou dos endividados.

Na verdade, o processo de globalização que ora vivenciamos, se faz sob um paradigma que, em seu aspecto político-social (oceano onde navegam os demais aspectos) é sustentado pela filosofia do pragmatismo e utilitarismo anglo-saxão, estruturada principalmente por Peirce, James e Dewey, manifestada no presente pelo neoliberalismo, com sua exacerbada valorização do lucro, seus capitais voláteis desequilibrando economias, seu "laissez-faire" ilimitado permitindo tudo, porque há a crença cega de que o mercado tudo regulará selecionando o que for útil. E, nem é preciso lembrar que tal paradigma foi imposto ao mundo globalizado pela nação anglo-saxã erigida em maior potência de todos os tempos.

Se as proporções do processo são inéditas, o fenômeno em si não o é: a internacionalização de sistemas de vida nacionais ou regionais transformando-se em verdadeiros paradigmas mundiais, não é novidade. Parece que, politicamente, a história do homem funciona em movimentos alternados de nacionalismos e internacionalismos, como se fossem sístoles e diástoles, ditados por conquistas e expansões. Como exemplo, podemos citar as conquistas de Alexandre e, posteriormente, a dominação do mundo ocidental pelo Império Romano, seguidas ambas pelo surgimento de nacionalidades. A internacionalização, mundialização, ou, no presente momento, a globalização, ocorre quando o sistema de vida de um povo se expande, impondo-se como paradigma para toda a civilização. A História nos mostra que essa expansão coincide com o apogeu da vigência, ou vivência, do tal paradigma, assim como, com o início da gestação, quase imperceptível, do novo paradigma, ou melhor, dizendo, das idéias e aspirações que o subsidiarão.

Uma característica evidente nas globalizações (significado estendido aqui também a períodos quando não existia ainda um "globo terrestre"), é a crença no "fim da história" , como se o homem tivesse chegado ao fim de suas conquistas, restando-lhe, doravante, apenas a consolidação e aperfeiçoamento destas na eternização da forma de organização social e política alcançada.

Recuando no passado em busca de um precedente de globalização que tenha chegado a essa crença, remontamos ao apogeu do Império Romano, arbitrado aqui no período entre Trajano e Marco Aurélio, detendo-nos mais especificamente no reinado de Adriano, Imperador que introduziu em Roma os mistérios de Antínoo, na tentativa ineficaz de evitar a propagação do Cristianismo, que, em seu entender, e com toda razão, pela sua concepção diferente da vida e da sua estrutura espiritual e moral, ameaçava minar os fundamentos e instituições do império. Se conseguíssemos mergulhar nessa época, quando a pax romana dominava e o Imperador viajava tranqüilamente despendendo segurança para seus súditos (praticamente todas as pessoas do mundo conhecido), e tentássemos adivinhar o futuro, teríamos dificuldade em prever a estrondosa queda dos valores predominantes e a emersão de um novo paradigma apenas três séculos depois. Mais difícil ainda, seria o exercício de se adivinhar a sustentação do novo paradigma naquela seita supersticiosa, irritante, ameaçadora dos valores espirituais do Império, autodenominada de "cristianismo".

Tal como no passado Roma expandiu-se após derrotar sua rival, Cartago, no momento atual o "american way of life", reeditado como "neoliberalismo", expandiu-se após a derrocada de sua presumida antítese, o socialismo. Após 1989, começaram as especulações para localizar nas forças ocorrentes no processo histórico, uma que tivesse potencial de assumir a posição antitética. As apostas recaíam sobre os fundamentalismos, quer do Islã (xiismo), quer cristão (evangelismo). Mas o maometismo já viveu seu momento de glória, deixado na poeira pela eclosão da modernidade no mundo cristão. E o pentecostalismo não é antítese e, sim, o lado espiritual do neoliberalismo. Afinal, o atual evangelismo descende do protes-tantismo; e a origem deste confunde-se com a origem do próprio capitalismo.

Prefiro procurar em nosso tempo, por semelhança de condições histórias, uma idéia que tenha realmente os mesmos antagonismos que aquele cristianismo tinha em relação ao sistema vigente, além de características comuns como: rejeição pela sabedoria oficial, propagação como se fosse por vírus, penetração pelas camadas mais desconsideradas da população e através de migrações de regiões pobres para o centro do império, parentesco com a superstição, apelo emotivo às massas, adequação à sufocante urbanização, e outras, na tentativa de identificar também aí, um precedente histórico. Com pouca dúvida, ouso identificar essa idéia no Espiritismo, mais especificamente, no Espiritismo Brasileiro, entendido aqui como uma doutrina que não se enquadra nas especificações paradigmáticas vigentes de ciência, filosofia ou religião, e que foi gerada no Brasil, a partir de uma transformação, segundo alguns sincrética, deflagrada pela publicação das idéias de Allan Kardec. Idéias estas praticamente desaparecidas dos países de vanguarda da cultura ocidental durante os grandes conflitos bélicos do século XX, mas, agora, nesta forma, replantada pelas migrações ou pelas viagens de alguns missionários.

Não pretendo, com esta conversa, defender qualquer forma de expressão ou manifestação particular do Espiritismo, senão apenas identificar, na realidade, características do Espiritismo Brasileiro que, observadas em presença de comportamentos humanos em períodos históricos semelhantes, o credenciem a subsidiar o para- digma sucessor da mundividência e "mundivivência" atualmente predominantes. Porém, se posso apresentar indícios de que o Espiritismo Brasileiro tem condições de subsidiar o novo paradigma histórico, não tenho condições de predizer como isto se dará, ou mesmo como será esse paradigma. Não é fácil, e talvez seja impossível, prever o futuro. As tentativas, mesmo científicas, o atestam: que o diga Hermann Kahn em O Ano 2000. Mas, a principal característica com aparência antitética que o Espiritismo apresenta, é o desapego, o voluntarismo, a gratuidade do trabalho em benefício dos outros, praticados por seus adeptos, que se contrapõe à cultura dominante que costuma medir o sucesso pelo lucro que gera.

João Alberto Vedrane Donha - é dirigente, articulista e expositor espírita. Reside em Curitiba, PR.

Entrevista com a Dra. Jacira Jacinto da Silva: Somos Humanistas como Preconiza o Espiritismo - Da Redação

A dra. Jacira Jacinto da Silva, Juíza de Direito e Diretora do Fórum de Birigui, SP, é o exemplo de perseverança, dedicação na busca de seu caminho, nesta vida. Formada advogada, ingressou na Magistratura paulista. Mãe de 3 filhas, professora universitária, mestranda em Direito Processual Civil, a dra. Jacira é Presidenta do Conselho Deliberativo da APAC - Associação de Proteção e Assistência Carcerária e uma das fundadoras do IPIS - Instituto de Promoção e Inclusão Social, entidade que assiste crianças em situação de risco, especialmente filhas de presos.

Espírita desde o berço, a dra. Jacira, participa ativamente do movimento espírita. Delegada da CEPA, membro do Cpdoc, fundou e preside o Centro Cultural Espírita de Birigui.É também integrante da ABRAME - Associação Brasileira de Magistrados Espíritas.

É conferencista e palestrante tanto no movimento espírita,como fora dele. Participa ativamente do Simpósio Brasileiro do pensamento Espírita.

Nesta entrevista ela analisa seu trabalho como Magistrada e fala da ação que realiza na tentativa de reeducar os presos

ABERTURA – Sabemos de seu trabalho na tentativa de recuperação dos presos. Relate sua experiência . Analisando o tempo e os resultados, você crê que seja essa uma tarefa possível?

JACIRA - Temos nos empenhado no propósito de cativar os presos para alguns valores que não conhecem. O projeto consiste em proporcionar a oportunidade de conhecer uma vida diferente; experimentar trabalhar, estudar, praticar esporte, arte, cultura, espiritualidade. Aqueles que tomam gosto, e olhem que não são poucos, não voltam mais para o crime. Já permiti que um preso do regime fechado, sem direito a qualquer benefício, saísse da cadeia sem escolta para assistir ao casamento de sua enteada. Na hora marcada ele estava de volta feliz da vida. Esse retorno já obtivemos várias vezes em circunstâncias diversas. Alguns que deixaram a cadeia estão trabalhando e vivendo com dignidade.

Somos humanistas como preconiza o Espiritismo e, por isso, acreditamos no ser humano. As respostas são positivas, mostram que vale a pena investir neste trabalho. Quando se conclama, internacionalmente, a proteção da fauna e da flora, seria inadmissível desistir do ser humano. Vislumbramos duas grandes categorias de criminosos, aqueles cujo Espírito resiste a qualquer proposta de crescimento, atrelados atavicamente aos desvios de conduta e o criminoso ocasional, circunstancial. Os primeiros devem ser alijados do meio social, porém necessitam ser, também, intensamente ocupados com trabalho e estudo, obrigatoriamente, como dispõe a lei de execução penal, até para minar sua potencialidade delituosa. Os outros só precisam de uma oportunidade. São criaturas que foram arrastadas pelo vendaval da vida, ora por abandono, ora por fraqueza, às vezes por falta de qualquer chance.

Evidentemente não se trata de uma tarefa fácil, pois os pais e pedagogos bem conhecem as dificuldades encontradas na educação de uma criança. Reeducar é mais complicado; mas é possível. Na base do nosso comportamento estão os nossos valores e os deles são totalmente distintos; bastando observar que seus ídolos estão presos.

ABERTURA – Não raro, parece a muitos espíritas que certas atividades, por exigirem decisões aparentemente duras, seriam conflitantes com os princípios evangélico-espíritas. Você vive esse conflito? Por que?

JACIRA - Absolutamente, não. Desempenho meu trabalho com a consciência de que sou colaboradora da obra do Criador; quero dizer, o mundo está em nossas mãos, sendo essa a razão pela qual não posso abdicar de utilizar a grande ferramenta que a minha profissão representa para ajudar a criar um futuro melhor. Não tenho qualquer dificuldade para colocar um traficante de drogas na cadeia e muito menos para condenar o mau pagador a quitar o seu débito. Do mesmo modo, sou capaz de conceder um benefício que a Lei não prevê, quando as circunstâncias indicam que a forma prejudicaria o direito e nunca me arrependi. Embora imperfeita, a lei humana ainda é o instrumento de garantia da paz social. Alguém deve aplicá-la e por isso nada me detém, além da consciência de que a sociedade espera juízes imparciais e cônscios da missão sublime que desenvolvem de fazer a Justiça possível para o nosso tempo.

ABERTURA – Sabemos que você dirige o Centro de Cultura Espírita de Birigui e é líder doutrinária reconhecida na cidade. Essa circunstância, perturba, dificulta de alguma forma suas atividades como Juíza?

JACIRANão. Penso que favorece, pois percebo até um respeito maior das pessoas, relativamente a colegas que permanecem em seus gabinetes ignorando o mundo lá fora. Quando cabe, faço questão de dizer que sou espírita. Tenho sido convidada a proferir palestras em Lojas Maçônicas, Rotary Clube, Escolas, Chás Beneficentes; isso parece revelar respeito à minha pessoa e simpatia às idéias contidas na mensagem que costumo passar, sempre extraída da Filosofia Espírita.

Prefiro ser juíza sendo espírita. Imagino que seria muito mais difícil o exercício da profissão se não conhecesse esse manancial de informações capaz de provocar modificações profundas na consciência humana.

ABERTURA – Recentemente foi criada a Associação dos Magistrados Espíritas. Você aderiu? Como vê essa mobilização dos magistrados espíritas?

JACIRA - Penso que a tendência da ABRAME é valorizar o movimento religioso, mas acredito que uma associação de juízes espíritas poderia oferecer grande contribuição à sociedade. A questão da pena de morte ilustra. O grande argumento do espírita contra a pena de morte está fincado na certeza de que o ente criminoso é o Espírito, não o corpo físico e que a morte deste não implica no desaparecimento do crime, pois o desencarnado também atua decisivamente em nosso meio. Idéias como essa precisam ser disseminadas e uma associação de juízes espíritas poderia ser um excelente veículo.

ABERTURA – Na sua experiência como magistrada, como você vê o crime? Que motivações podem levar uma pessoa a praticá-lo? Analisando os delinqüentes sob o ponto de vista espírita, existem possibilidades de encontrarmos traços de obsessão, por exemplo?

JACIRA - A sociedade, por intermédio dos representantes do Poder Legislativo, tipifica como crime determinadas condutas. São, em regra, comportamentos que afrontam posturas minimamente exigidas para um convívio social razoável. Muitas podem ser as motivações; porém penso que as mais comuns estão relacionadas com a desigualdade social, aqui incluído o desemprego; a corrupção e a impunidade. As causas próximas do crime, como a dependência químico-toxicológica, por exemplo, encontram nelas a sua matriz.

Penso que constantemente estamos rodeados de Espíritos que se unem a nós por afinidade com nossos pensamentos, nossos sentimentos e anseios. Sendo assim, nas empreitadas positivas somos assessorados por bons amigos encarnados e desencarnados. Nas criminosas fatalmente há ajuda de Espíritos igualmente. É preciso considerar também que o desequilíbrio provocado pela clandestinidade produz aquela psicoesfera negativa, habitat ideal que convida obsessores adeptos dos mesmos ideais. A experiência revela que os ambientes de convivência de criminosos são densos, pesados e provocam sensações desagradáveis, o que permite presumir o nível dos desencarnados hospedeiros.

ABERTURA – Ainda dentro do tema da criminalidade, sua experiência mostra o papel preponderante da família na formação de mentalidades criminosas?

JACIRA - Acredito muito nisso. Temos acompanhado crianças, filhas de presos, e constatamos que a ausência de uma família estruturada representa um grande prejuízo, pois o criminoso, embora não desejando a mesma sorte à sua prole, acaba lhe passando seus valores. A criança pertencente à família criminosa está totalmente exposta, não apenas pelo que vê e sente, mas, principalmente, em razão do abandono. Ninguém dá o que não tem; então, desprovidos dos valores essenciais para uma boa formação, os criminosos, homens e mulheres, deixam os filhos à própria sorte, na rua, em más companhias, quando não as usam na ânsia incontida de obter sucesso clandestinamente.

ABERTURA Como Juíza, como analisa o sistema penal, as cadeias e penitenciárias? Tem notícias e fatos sobre a efetividade do trabalho de espíritas em cadeias e penitenciárias? Você acredita que uma doutrinação espírita tem efeito na reformulação mental de prisioneiros?

JACIRA - O sistema penitenciário brasileiro, depois de centenas de anos em decadência, desperta agora para o seu verdadeiro papel. O Estado de São Paulo, a exemplo de poucas experiências de outros Estados, começa a encaminhar melhor a questão da execução da pena; nada obstante, ainda são muitos os obstáculos a vencer. A Secretaria de Estado da Administração Penitenciária de São Paulo adotou a implantação de Centros de Ressocialização pelas Comarcas do Estado, visando dispensar um tratamento diferenciado para o preso que tem um perfil adequado à reeducação. Desenvolvendo projetos como o de "cidadania no cárcere" em parceria com ONGs, vem dando os primeiros passos na difícil empreitada de devolver ao seio da sociedade alguém que errou, pagou sua pena e precisa recomeçar. A sociedade é extremamente preconceituosa, sendo este um fator determinante para a reincidência. Sem oportunidade o egresso não vê outra saída senão voltar ao mundo do crime.

O papel da sociedade é de extrema relevância, mas ao espírita, conhecedor da vida numa dimensão mais ampla, cabe trabalhar e buscar novos rumos, mais do que qualquer outro cidadão, por conhecer a circunstância de sermos Espíritos imortais, provenientes de outras experiências e fadados a prosseguirmos eternamente.

Os presos me conhecem como juíza de direito; sabem que sou espírita e sabem o que o nosso trabalho na APAC – Associação de Proteção e Assistência Carcerária representa para eles; no entanto, não os visito como espírita. Há grupos de espíritas atualmente trabalhando com eles a questão da espiritualidade. Creio na importância desse trabalho e na sua utilidade para a reformulação mental dos criminosos, mesmo sabendo que a tarefa é longa, pois o solo em que se vai semear é árido e pouco receptivo.

Opinião em Tópicos - Milton R. Medran Moreir

Os Populistas

Democracia é conquista e, como tal, exige maturidade e responsabilidade. Dentre os riscos que oferece talvez o maior seja o poder de sedução que sobre as massas menos esclarecidas, e, por isso, mais carentes e manobráveis, exercem os políticos desonestos. Em tempos de crise como a que vivemos, de criminalidade, miséria e violência, fica mais fácil a ação dos populistas. Nunca como agora, por exemplo, foi tão fácil acenar para soluções que prometem acabar com a criminalidade: exacerbação de penas, redução da menoridade penal, pena de morte!... Numa sociedade em que já são poucos os que não foram vítimas de assaltos ou não tiveram alguém de suas relações saqueado, violentado, seqüestrado ou morto, de uma certa forma, todos se sentem atingidos. Sentimo-nos, nós próprios, e cada um, vítimas desses crimes que a televisão e os jornais colocam ao vivo e a cores dentro de nossa casa, em tempo real. Como vítimas, perdemos a isenção e a racionalidade que o trato dessas questões requer.

Pena de Morte

Mas, como muito bem assinalava recente editorial da Folha de São Paulo, "a lógica de talião só pode levar a situações como a do Irã, que acaba de condenar um estuprador a pena singular: ser enfiado num saco e atirado de um penhasco; na hipótese de sobreviver, será enforcado". Com absoluta propriedade, pergunta o editorialista: será esse o Direito que almejamos?

Uma sociedade fragilizada como está a nossa pode até responder que sim, que é preciso endurecer com o criminoso, que "bandido bom é bandido morto", como diz um conhecido político gaúcho que prega a adoção da pena capital.

É preciso reagir contra a idéia de reduzir o problema da violência a um mero caso de polícia. Não é a política da "exclusão" que vai resolver. Se, num esforço supremo, se unissem polícias civil, militar, forças armadas e todo o aparato estatal disponível, não seria difícil impor uma derrota definitiva à bandidagem, ao tráfico de drogas e até ao que hoje se chama "crime organizado".

Inclusão

Mas, a civilização exige da sociedade procedimentos um tanto mais refinados. Eles não podem se limitar à simplista solução de exclusão do elemento perturbador. O grande desafio é sua inclusão. É verdade que experimentamos algumas utopias que partiam do pressuposto de que era possível uma sociedade igualitária e justa, o que, na prática, não funcionou, descambando para novas formas de dominação e violência, exatamente diante da desigualdade circunstancial que vivemos. Mas o sonho não acabou. O que nos falta é assumirmos a responsabilidade coletiva sobre nossas mazelas sociais. Se elas existem em nosso meio é porque nós as criamos. A nós cabe resolver o problema. E é justamente aí que deveria entrar a política, como ciência destinada à promoção do bem comum, tal como foi formulada pelos antigos gregos, passando pela contribuição oferecida pelos romanos, no campo do Direito, e se aperfeiçoando com a formatação do Estado moderno.

Os Políticos

Ei-los de novo, aí, pedindo o nosso voto. Os políticos.

Sócrates e Platão entendiam que essa classe deveria ser formada pelos filósofos. Só os amigos da sabedoria teriam o discernimento para formular políticas de bem comum, fundadas na virtude e na justiça. Kardec, séculos depois, falaria de uma "aristocracia intelecto-moral" à qual as sociedades entregariam seus governos. Estamos muito distantes delas. Descuidamo-nos da educação, base essencial para a formação de uma sociedade que se capacite a criar uma classe política com essas características. A grande discussão de nosso tempo versa sobre o econômico. Insiste-se na tese de que criando bens de consumo, estimulando a economia, resolveremos todos os problemas sociais vigentes. A política, que é essencial, está inteiramente subordinada ao econômico, que é acessório. E, enquanto isso, a ignorância persiste, a violência cresce, a miséria aumenta. Esse é o quadro que favorece também o crescimento da mediocridade na política. Os políticos, em qualquer tempo, refletem a média da sociedade. Mas como, felizmente, há uma parcela boa, que produz, por sua vez, bons políticos, tenhamos olhos de ver e ouvidos de ouvir, para não nos deixarmos enganar.

Verticalizar para Enxergar - Dalmo Duque dos Santos

"Os fariseus e escribas tiraram a chave do conhecimento e a ocultaram. Nem eles entraram nem permitiram entrar os que querem entrar. Vós , porém, sede inteligentes como as serpentes e simples como as pombas". Tomé –39

O Evangelho até pode ser lido mas não pode ser compreendido pelo critério lógico-racional. A lógica é uma conexão de sentidos exatos e invariáveis, que se aplica somente aos fenômenos objetivos. Já a temática evangélica é essencialmente ilógica e poética, porque está estruturada numa conexão inversa, de sentidos inexatos, variáveis, de pessoa para pessoa, de ponto de vistas diversos, onde cada caso é um caso, de diferentes percepções.

Quando aplicamos o modelo lógico-racional na leitura evangélica ela geralmente se torna rude, ridícula, vulgar e se afasta da essência espiritual que lhe caracteriza. O significado oculto, no sentido pedagógico, torna-se obscuro e permanece contraditório aos olhos comuns da inconsciência. Daí a reação irritante e a sensação de impotência racional que nos ocorre quando expe-rimentamos esse choque entre o objetivo e o subjetivo. Tentamos respirar num ambiente onde as guelras do pensamento deveriam ser substituídas pelos pulmões do sentimento. Peixes fora d’água! É assim que nos comportamos quando intelectualizamos o Evangelho. Restringir o Evangelho dentro dos modelos filosóficos sistemáticos, sobretudo na lógica materialista aristotélica, é violentá-lo até mais completa asfixia moral.

Essa é a causa principal da enorme diferença do Evangelho Segundo o Espiritismo das demais obras de Kardec. Aos nossos olhos racionais ela destoa de forma gritante exatamente porque, nas outras, os problemas são medidos pela régua positiva, enquanto nas máximas do Cristo tal tipo de mensuração não funciona, porque é inadequada. É o que se pode chamar de conflito entre a leitura horizontal versus a leitura vertical. Na primeira, até vemos uma "lógica", mas logo ocorre a incompatibilidade de conceitos e impressões; na Segunda, lendo "em pé" e não "de quatro", conseguimos sintonizar pela superconsciência a dimensão psicológica. Então, Jesus se nos apresenta como um holograma existencial, no qual temos que verticalizar o nosso olhar para enxergar um pouco mais além dos limites da razão.

Talvez tenha sido isso que ocorreu com o apóstolo Tomé nesta cena inigmática e impressionante , na qual compreendeu e ingressou definitivamente no verdadeiro sentido do "Reino de Deus". Aliás, tal cena revela um curioso grau de semelhança com o relacionamento entre Kardec e o Espírito de Verdade:

"Disse Jesus aos discípulos: Comparai-me e dizei-me com que vos pareço eu.

Respondeu Simão Pedro: Tu és semelhante a um anjo justo.

Disse Mateus: Tu és semelhante a um homem sábio e compreensivo.

Respondeu Tomé: Mestre, minha boca é incapaz de dizer a quem tu és semelhante.

Replicou-lhe Jesus: Eu não sou teu Mestre, porque tu bebeste da Fonte borbulhante que te ofereci e nela te inebriaste.

Então Jesus levou Tomé à parte e afastou-se com ele; e falou com ele três palavras. E quando Tomé voltou a ter com seus companheiros, estes lhe perguntaram: Que foi que Jesus te disse? Tomé lhes respondeu: Se eu vos dissesse uma só das palavras que ele me disse, vós havíeis de apedrejar-me – e das pedras romperia fogo para vos incendiar."

Mas a leitura vertical, além dos limites da razão, se não significa a estagnação intelectiva dos conceitos evangélicos, também nada tem a ver com a sua regressão aos graus de compreensão e expressão abaixo do nível de consciência racionalizada, quase sempre manifestada no imaginário místico exótico e confuso, exteriorizado nas práticas ritualísticas. Também existem níveis de compreensão e expressão místicas cujas curvas de sensibilidade se equilibram com a razão e assumem o sentido poético e filosófico diferenciados dessas manifestações populares e pitorescas do cristianismo romano e protestante. Os espíritas, embora ainda ligados às suas raízes religiosas mais remotas, cuja tônica principal é o medo e o sentimento de culpa, já possuem condições, senão espirituais, mas intelectuais de romper com esses conceitos ( na verdade preconceitos) ainda materializados das idéias cristãs. Não precisam mais dos sacramentos, mas também não precisam cair no rídiculo de praticarem o culto à deusa Razão ou casarem-se numa Igreja Positivista. Deveriam pelo menos dedicar-se ao exercício da reformulação íntima dessas formulações dogmáticas da relação Homem-Deus para assumirem uma religiosidade mais livre, um misticismo mais introspectivo e harmônico com o mundo exterior. Dissemos exercício de reformulação porque em termos de Evangelho não existe erro ou pessoas erradas; existem, sim, diferentes graus de compreensão e expressão cujas estruturas são sempre dinâmicas e que mudam em sentido crescente, segundo as necessidades pessoais de cada ser. Talvez tenha sido esse o motivo pelo qual esse texto apócrifo* de Tomé, ou atribuído a ele, não ternha entrado para o rol dos Evangelhos "Sagrados". Isto porque , em nenhum momento, encontramos nele motivos e pretextos para o ritual exterior, para o misticismo tolo, para o pretexto de poder, a hierarquia sacerdotal e muito menos para os privilégios institucionais que marcariam a fundação das chamadas igrejas cristãs.

*Fonte : O Quinto Evangelho São Tomé - 13 e 13 A, encontrado no Egito em 1945, traduzido em 1976 por Humberto Rodhen a partir da versão francesa de Philip de Soares). Editora Matin Claret.

Dalmo Duque dos Santos é historiador e pedagogo. É autor e adaptador da coleção "Allan Kardec Dia-a- Dia," (Editora Fraternidade) e dos ensaios "A Inteligência Espiritual" e "Você em Busca de Você em Mesmo" (DPL Editora).

Inscreva-se, participe da XIV Conferência Regional da CEPA - Da Redação

A XIV Conferência Regional Espírita Pan-americana, programada para os dias 14 a 17 de novembro de 2002, é o grande evento espírita deste ano.

Com o tema central "Atualizar para Permanecer", a Conferência dá prosseguimento ao esforço da CEPA em analisar e debater os rumos da doutrina kardecista perante os desafios da modernidade

LOCAL

A Conferência será realizada no Campus Anália Franco, da UNICSUL-Universidade Cruzeiro do Sul, sito à Av. Regente Freijó, 1295 – Jardim Anália Franco, zona leste de São Paulo, capital.

O Compus oferece todas as facilidades para a realização de um evento desse porte que, segundo seus organizadores poderá reunir cerca de 1 000 participantes, do Brasil, de países da América do Sul, Central e Norte, além da Europa e Austrália

ESTRUTURA

A Conferência foi estruturada para permitir um amplo leque de participações, debates e analises do pensamento kardecista.

OFINAS DE TRABALHO - , realizadas na pré-Conferência – dia 14 de novembro – serão espaços culturais para estudos e práticas de atividades relacionadas com a doutrina, com a ciência e com psicologia.

MESAS REDONDAS – Serão realizadas duas, em sessões plenárias para debater o conteúdo e a execução da atualização do pensamento kardecista, abrindo-se o debate mais amplo.

PAINÉIS serão realizados simultaneamente durante todo o período para apresentação e debates de assuntos escolhidos pela organização.

FORUM DE TEMAS LIVRES – abertos para a apresentação de trabalhos ligados ao tema central e abrangendo todos os segmentos que contribuam para o aperfeiçoamento doutrinário

ESPAÇO EDITORIAL

Durante toda a Conferência serão expostos e vendidos livros espíritas, com a presença, inclusive, de seus autores, que autografarão as obras.

O ICKS estará presente, com seus livros e lançará o CADERNO CULTURAL ESPÍRITA, sua nova publicação

ATIVIDADES CULTURAIS

Várias manifestações artísticas estão programadas, com música, artes plásticas, teatro

NOITE DE GALA

Como é tradicional em todos os eventos da CEPA, será realizada uma Noite de Gala, com jantar-dançante, com todos os participantes da Conferência

INVESTIMENTO

As taxas de inscrição são: até setembro, R$ 150,00 ou 60 dólares para participantes do exterior.

Em outubro e novembro, as taxas aumentarão para R$ 170,00 e 60 dólares

COMO SE INSCREVER

Para informações e inscrição dirigir-se à Secretaria Executiva, através do telefax 55 19 3421 6238.

O endereço postal é Rua Dr. Gilberto Silva de Andrade, 80, Piracicaba-São Paulo – Brasil, CEP 13405-141.

Acesse o site www.cepanet.org ou utilize o e-mail conferência2002@cepanet.org

Curso de Iniciação é Sucesso - Da Redação

Constituiu saborosa surpresa o número de participantes do Curso de Iniciação à Doutrina Kardecista que o ICKS vem realizando desde 6 de agosto último.

Na aula inaugural, compareceram 74 pessoas, cujos perfis são bastante interessantes. Até a quarta aula já participaram do curso, 83 pessoas.

Desse total 56,63% nunca participaram de qualquer atividade espírita, o que mostra a validade da iniciativa. Outros 43,37% dos participantes integram centros espíritas da região, mas procuraram o Curso para uma visão mais flexível do Espiritismo.

Um outro dado interessante foi constatar-se como a notícia do Curso chegou aos participantes.

43,37 % souberam através de notícias de jornais, principalmente o jornal A Tribuna, de Santos , o maior circulação na região 25,30% tomaram conhecimento através das faixas e cartazes afixados na fachada do edifício do ICKS, 16,87% por informações de outras pessoas

ESTRUTURA DO CURSO

O Curso terá oito aulas, cada terça-feira, de 6 de agosto a 24 de setembro, com início às 20 e término às 21:30 horas.

O programa foi organizado para dar uma idéia panorâmica da doutrina kardecista.

No dia 6 de agosto, Jaci Régis, apresentou comentou a iniciação de Allan Kardec, como ele organizou a primeira edição de O Livro dos Espírito e como refundiu totalmente o livro, na sua 2ª edição. A fundação da Revista Espírita e da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, foi apresentada como início da fundação do Espiritismo.

No dia 13 de agosto, o mesmo expositor, deu uma visão geral dos princípios do Espiritismo.

No dia 20 de agosto, o expositor Júnior da Costa e Oliveira, apresentou a visão evolutiva do pensamento kardecista e no dia 27, discutiu as repercussões da reencarnação na vida e no progresso dos Espíritos.

Para o mês de setembro, estão programadas quatro aulas.

Nos dias 3 e 10, caberá ao expositor Eugênio Lara, comentar e apresentar os temas Mediunidade e Imortalidade Dinâmica . Roberto Rufo encerrará o Curso com duas aulas, dias 17 e 24 de setembro, sobre a Leis Morais

AVALIAÇÃO DE CERTIFICADO

No término do Curso os alunos farão avaliação dos temas e dos expositores. Aos que tiverem comparecimento de 90% das aulas será outorgado um Certificado de Participação.