Artigo de Roberto Rufo - Agosto de 2001

Saúde Física e Mediunidade

Os estudantes da Doutrina Kardequiana sabem o quanto é sutil e delicado o processo mediúnico com qualidade. Muitos fatores podem contribuir, ou não, para que esse intercâmbio com o Plano Espiritual seja pelo menos satisfatório em seus objetivos. Tratamos aqui de reuniões com fins pré-determinados e não apenas de um bate-papo com o além.
Sabemos que o médium, como Espírito encarnado e veículo manifestante de outra mente, não é apenas uma máquina que liga e desliga, pronta a retransmitir fidedignamente o que a mente desencarnada deseja ou sente. Sempre há a interferência do médium, tanto consciente como inconsciente. Desejando ou não, o retransmissor carnal nunca é totalmente isento das interferências do seu eu e do seu físico.
Para que haja uma comunicação produtiva (comunicação que atinge seus objetivos), são necessários alguns elementos muito importantes, já que tratamos de mente, Espírito, perispírito e corpo. Vejamos bem, o quanto é complicado a transmissão 100% daquilo que realmente se deseja.
Acreditamos que o Espírito comunicante se utilize do perispírito, tanto o seu como o do médium, que transmitirá ao corpo físico os estímulos necessários para a comunicação. O cérebro recebe em seus centros nervosos estes estímulos, que já na decodificação psico-cerebral, pode sofrer alterações de acordo com o estado mental do médium e, principalmente, do centro nervoso central e autônomo, responsável por inúmeras funções do corpo físico, como por exemplo: desde a mais simples contração muscular à transmissão delicada dos feixes nervosos cerebrais que estimulam as glândulas hormonais e os movimentos voluntários involuntários. Caso o médium esteja tomando uma medicação depressora do sistema nervoso central ou farmacopsicotrópicos, que atuam diretamente nas regiões nervosas do cérebro, o que pode acontecer com a comunicação? Se o médium está desequilibrado, físico e emocionalmente, como poderá ele ser um agente passivo na transmissão de uma outra mente? Psicografar, falar através da psicofonia etc.
Devemos estar sempre atentos a esses fatores muito importantes nas reuniões sérias, onde se tem um objetivo maior, seja de pesquisa ou ajuda emocional a uma pessoa. Os médiuns, por sua vez, devem ser humildes o bastante para não irem às reuniões quando não estão bem. Ou melhor, devem sim ir à Casa Espírita para receber vibrações e pensamentos que irão auxiliar em sua recuperação.
Cabe aos diretores das reuniões bastante cuidado e tato para que possam, cada vez mais, ter uma mediunidade de qualidade, e não apenas de quantidade. Meditemos...

Angellus é jovem espírita residente em Santos