Artigo de Henrique Rodrigues - Junho de 2001
A ciência acadêmica que foi e será sempre
respeitada pela doutrina espírita, nos revela o que
aproximadamente deve ter sido o rosto de Jesus. E agora para onde
irão as montanhas de imagens de Jesus bonitinho, às vezes até
afeminado completamente divorciado do biotipo de um judeu daquela
época e região?
E olhem que já vi, em muitos centros espíritas imagens em
cores, algumas delas, como no grupo que freqüento, de um Jesus
lindinho, com meiguice e ternura no rosto, atendendo a uma mulher
sentada com um filho no colo. Mudam o aspecto ou apagam o quadro?
Alguns já manifestaram a ousadia dos cientistas em
apresentar um Jesus feio, escuro, com fisionomia indefinida.
Em minhas conferências sempre digo que ninguém vê ninguém.
Nós só vemos embalagens. Em qualquer área, o bom artista só
é reconhecido quando materializa sua obra. Foi o que Jesus
fez...
Muitas vezes em belas embalagens, senão a maioria, existe um
vazio ou uma monstruosidade. Sé é verdade que a linguagem
dos fatos é um argumento sem réplica, aí estão as
embalagens do nosso querido Chico, da irmã Dulce de
Salvador, e de Madre Teresa de Calcutá, que não venceriam
nenhum concurso de beleza facial ou física.
Por que Jesus não poderia ser vesgo? Ter um nariz torto, sem
cabelos longos?
Uma vez ouvi de um famoso orador: O Sol, que se punha no
horizonte, banhava de luz as madeixas fartas e onduladas dos
cabelos do Senhor. E a assistência reconstituía as
imagens de Jesus dos cabelos e do horizonte. Perda de tempo e
falta do que transmitir. Efeito pirotécnico.
Jesus, segundo está no Evangelho, era enérgico também, tanto
que distribuiu chicotadas e derrubou as barracas dos vendilhões
do templo. Aí entram os malabaristas da dialética:
não, o chicote era fluidico, só fez carícias, e as
barracas caíram pelas vibrações do Senhor.
E os exegetas vão argumentar, esperem para constatar: O
que importa foi sua mensagem, não sua figura. Muito bem se
ela também não tivesse sofrido tantas alterações e conspurcações.
Existem, segundo comunicado da ONU, mais de 800 (oitocentas)
correntes ou seitas cristãs, em cuja miscelânea colocaram a
codificação, com o tal de Espiritismo cristão. E olhem que
temos um Evangelho segundo o Espiritismo, mas que teimam em
praticar um Espiritismo segundo o Evangelho.
Não quero alongar, mas o caso pode ser facilmente esclarecido.
Existem dois Espíritos que através de médiuns que nos merecem
total ou quase total credibilidade, conheceram Jesus
pessoalmente. Em romances dados como psicografados , Emmanuel e
Joana de Angelis, com Ele estiveram. Eu duvido que eles agora
venham a público dizer se o rosto de Jesus é o da parafernália
das imagens existentes nas igrejas e nos centros espíritas, em
capas de livros tidos como mediúnicos e que na quase totalidade
representam históricas repetidas de imaginação romanesca.
-Fulano agora é isso, ou sofre algo porque foi ou fez aquilo em
existência anterior São histórias bonitas, como as
novelas da TV. E para a mediana cultura é um banquete.
Com a palavra, médiuns e desencarnados que convieram cm Jesus,
exegetas do aramáico, hebraico, grego para mostrarem a
verdadeira cara de Jesus, e, principalmente, o que mais faz
falta, o que Ele disse e o que Ele não disse, o que foi
interpolado já que dentro do todo cada um se julga com a
verdade. Só não vale o malabarismo dialético, porque com ele vão
dizer que quando Jesus disse branco, queria dizer preto e quando
disse preto, queria dizer branco. E tome interpretações ....
Compreendereis a verdade e a verdade vos libertará e
como os espíritas temem a verdade.....Talvez tenha sido Pato
Donald que disse Não façais imagens das coisas que estão
no céu E como fazem, inclusive os espíritas.
Henrique Rodrigues é escritor, parapsicólogo. Reside em Belo
Horizonte (MG).