Da Redação - Janeiro / Fevereiro de 2001

Site sobre pensamento social espírita traz livro de Porteiro
Espiritismo Dialético, principal obra do pensador portenho, agora está disponivel em português

Um site exclusivo para debate e construção do pensamento social espírita estará à disposição do público internauta a partir de março. Sob a denominação de Pense – Pensamento Social Espírita, reunirá artigos, ensaios, livros, galeria de fotos, quadrinhos, bibliografia de autores brasileiros e de outras nacionalidades que têm contribuído para o aprofundamento da idéia espírita, em suas relações sociais e econômicas.
O carro-chefe do site, no lançamento, é o livro Espiritismo Dialético, monumental obra do pensador espírita argentino Manuel S. Porteiro (1881-1936), traduzida para o português por José Rodrigues. A obra, inédita em nossa língua, estará disponível para download, em formato PDF, por meio do programa Acrobat, também disponível para instalação no site.
Além do livro de Porteiro, os internautas poderão obter, em formato PDF, os livros Espiritismo Dialético, do filósofo espírita J. Herculano Pires, Racismo e Espiritismo e Milenarismo e Espiritismo, escritos pelo arquiteto e redator do Abertura, Eugenio Lara, além de diversos artigos e ensaios elaborados por Humberto Mariotti, Deolindo Amorim, Jon Aizpúrua, Jaci Regis e pelos coordenadores do site, dentre outros pensadores espíritas.
“A idéia é tornar o Pense num centro de debates, num grande banco de dados, a fim de que o Espiritismo possa dar sua contribuição à sociedade no campo das idéias, dos valores”, afirma Eugenio Lara, um dos organizadores do trabalho, juntamente com José Rodrigues, jornalista e economista. Segundo Rodrigues, “o site tem um sentido afirmativo do Espiritismo, sem a preocupação de dizer o que ele não é. Está no espírito do debate de idéias com raízes kardequianas, de anseios progressistas e universais”.
Para sua construção, tem recebido diversas colaborações de pessoas afins com esse pensamento. O webdesigner Carlos Mauri Alexandrino atua como artista voluntário na produção e disponibiliza, gratuitamente, o portal ViaSantos para hospedagem do Pense, cujo endereço é http://www.viasantos.com/pense

USE-Guarulhos realiza workshop sobre educação

O Educador Espírita é o tema central de workshop que a USE de Guarulhos estará realizando em 18 de fevereiro, domingo, das 8h30 às 16h30, na Av. Emílio Ribas, 855 - Gopouva, na Capital.
O evento se destina a educadores, dirigentes espíritas, pais e demais interessados. Dora Incontri, Rosângela Souza, Dilene Monteiro, Regina Fernandes, Enéas Canhadas e Rita Foelker são os expositores convidados.
Mais informações pelos telefones (0-xx-11) 209-1359 (Amélia) e 6451-5035 (Florisbela).

Fato e Comentário
Sem forma e sem conteúdo

Percorrendo as prateleiras de editoras e distribuidoras espíritas, nos deparamos com dezenas de livros, com títulos às vezes sugestivos e capas trabalhadas profissionalmente.
A maioria esmagadora dos livros é psicografada.
E, para nossa surpresa, os autores espirituais são escritores anônimos, identificados por apelidos como Cláudia, Heron, Pedro e assim por diante. De onde surgiram? Por que essa explosão de autores espirituais? Qual sua contribuição?
É justo duvidar da autenticidade de algumas psicografias e, mesmo que sejam autênticas, duvidar da capacidade dos Espíritos que se escondem por trás de nomes comuns. Ah! dirão alguns, é que esses Espíritos rejeitam a “vaidade” ou preferem o anonimato por humildade, o que é pouco convincente.
É certo que Allan Kardec não dava importância aos nomes pomposos e ilustres que assinavam as comunicações, preferindo analisar seu conteúdo, porque o nome por si não garante nada.
Mas no caso dessas produções mediúnicas ou anímicas, não existem nem nomes conhecidos e autênticos e nem conteúdo.
E por que eles são editados e vendem ? Porque o movimento “oficial”, a fim de defender certos desvios que foram criados, criou oportunidade para que se desenvolvesse um pseudo-espiritismo, inserido na cultura popular como pátio de milagres e campo para o sobrenatural.
Deu no que deu.

Cartas Abertas
Ousadia

Tudo bem contigo Eugenio?
Acabo de ler seu artigo Espiritismo Social no Abertura de dezembro.
Permita-me breve apresentação: 41 anos, casado, dois filhos, engenheiro, estudo Espiritismo desde 1981. Estou ativo nos movimentos espíritas, tenho amigos nas diversas variantes, CEPA, Feesp, Aliança e USE (onde colaboro aqui na Zona Leste – São Miguel).
Conheço-o pessoalmente. Assisti uma de suas palestras sobre milenarismo no VI SBPE.
Reinaldo Di Lucia, em outras ocasiões, e agora você, quando afirma que o Espiritismo terá “um fim se os espíritas não mudarem a forma de agir. (...) o Espiritismo terá que ser social senão terá um fim profundamente melancólico e lamentável (...) ?????? Mesmo depois deste último Congresso da Cepa você tem a ousadia de escrever assim?
Veja o artigo A Profanação do Sagrado” também no Abertura de dezembro, últimos parágrafos: (...) “pena que as multidões que procuram o Espiritismo o fazem pelo sobrenatural que ele combate, pelo milagre que ele nega. fixando-se no assistencialismo e na salvação, o Espiritismo pode perder o trem da história. mas, o homem sobreviverá e saberá encontrar o caminho. Deus existe”. Portanto, enquanto existir o ser humano o Espiritismo continuará evoluindo, sobreviverá.
Fim do Espiritismo se ele não for social? Mas Eugênio? as questões sociais estão inclusas nele. como separar a sociologia do Espiritismo? Sei que você conhece, por exemplo, a obra de Manuel S. Porteiro, relacionando as questões sociais e o Espiritismo. Portanto sua afirmação é ilógica, equivocada. O Espiritismo também é social. mais uma razão para continuar existindo culturalmente.
Eugênio, reconsidere, analise.
Caso avaliem conveniente, podem publicar esta minha discordância do Eugenio.
Respeitosamente,
Gilberto Guimarães da Silva
São Paulo-SP
Eugenio, justamente pelo fato de apreciar seus artigos, não poderia deixar passar este furo.
Em 1998 encontrei pessoalmente o Reinaldo Di Lucia quando conversamos sobre o “fim do Espiritismo” caso os espíritas não mudem. Mas o fato, Eugenio, é que nós estamos em constante mutação. E ainda mais, mudando sempre para melhor, estamos sempre evoluindo moral e intelectualmente.
Abraços,
Gilberto.

Até breve, Krishna

Branco, do sexo feminino. Assim Krishnamurti de Carvalho Dias foi registrado, devido ao nome e à confusão que os antigos tabeliões faziam. Confusão essa que lhe custou muitos problemas, inclusive com o exército. Não era branco, era negro e bem alto; um homem, natural do Rio de Janeiro.
Por esse lapso enfrentou problemas de identidade. Sentiu na pele o que é ser confundido, mal-entendido.
Essa busca da identidade ele a trouxe para o trabalho doutrinário. Ninguém depois de Allan Kardec se preocupou tanto com a identidade do Espiritismo. Nem mesmo Herculano Pires, que trafegava por uma via mais filosófica.
Krishnamurti, um autodidata que nunca passou pela academia, aposentado do Banco do Brasil, era uma enciclopédia ambulante. Escrevia como ninguém. Publicou seis livros, dezenas de artigos que demonstram sua vasta cultura e a beleza de seu texto, fluente e agradável de se ler.
Dono de uma memória privilegiada, de modos gentis e fala mansa, incomodava e despertava indignação pela argumentação precisa em prol de um Espiritismo laico e não religioso, conforme definiu Rivail, como ele gostava de chamar Allan Kardec.
No início dos anos 80 viajou por todo o Brasil levando consigo uma parafernália composta de computador, super-8, vídeo, tecnologia de ponta na época, a serviço da divulgação doutrinária. Morreu trabalhando. O mundo dos Espíritos agora ganha um bom reforço, nessa sua última viagem, na luta por um Espiritismo laico, livre e verdadeiro. Até breve, Krishna.

Encoesp reúne mais de 10 mil pessoas

O 1º Encontro Espírita de São Paulo (I Encoesp), realizado pela União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USE), de 19 a 21 de janeiro de 2001, no Palácio de Convenções Anhembi, na Capital paulista, foi um sucesso.
Dezenas de editoras e distribuidoras de livros estiveram presentes em estandes armados com variada expressão. Escritores fizeram autógrafos de seus livros. Dezenas de palestras foram proferidas sobre temas diversificados, nos dias 20 e 21, desde as 9 às 18 horas.
Instituições montaram estandes para apresentar suas realizações, enquanto corais e artistas apresentavam seus números de canto e teatro.
Mais de 10 mil pessoas circularam nos três dias, inicialmente com a conferência do orador e médium baiano Divaldo Pereira Franco, que reuniu, no grande auditório, cerca de 3 mil pessoas.
CEPA
O estande da Confederação Espírita Pan-Americana (CEPA), muito bem montado, foi ponto de reunião e propaganda da entidade. O presidente Milton Medran Moreira e o secretário Salomão Benchaya vieram de Porto Alegre-RS, ao lado do 2º vice-presidente Ademar Arthur Chioro dos Reis, de Santos-SP. Delegados da CEPA em São Paulo, Guarulhos, Mogi das Cruzes e Santos compareceram ao lançamento dos Anais do XVIII Congresso da CEPA, com os trabalhos apresentados no evento, realizado em outubro do ano passado em Porto Alegre, com boa aceitação pelo público. Representando a confederação, proferiram palestras os seguintes expositores:
Ademar Arthur Chioro dos Reis: Implicações Éticas e Espirituais da Pesquisa Genética e dos Avanços da Medicina;
Reinaldo Di Lucia: A Nova Física e o Espírito;
Milton Rubens Medran Moreira - Espiritismo e Direitos Humanos.
ICKS Marca Presença
O Instituto Cultural Kardecista de Santos (ICKS) montou seu estande para venda dos livros da Licespe, distribuição do jornal Abertura e propaganda do VIII Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, que será realizado em outubro próximo, em Cajamar.
Além da propaganda das idéias do ICKS, vários contatos foram mantidos com dirigentes espíritas. Como uma das entidades participantes, o presidente do instituto, Jaci Regis, participou., no dia 19, da mesa de abertura do ENCOESP, tendo, no dia 20, às 17 horas, proferido palestra sobre o tema Dificuldades para Mudar as Estruturas Mentais na Atualização do Espiritismo, para uma platéia que lotou a sala onde a palestra foi proferida. Regis também autografou vários livros de sua autoria.
Trabalharam no estande do ICKS os diretores Jaci Regis, Maurici Antônio da Silva, José Bernardo Aires, Liamar Gadelha Pazos, Roberto Luiz Rufo e Silva e os colaboradores Palmyra Coimbra Regis, Djorah Figueiredo da Silva, Valéria Regis e Silva, Rosana Regis da Costa e Oliveira, Marcelo Coimbra Regis e os jovens Fernanda Regis da Costa e Oliveira, Juliana Regis da Costa e Oliveira, Felipe Regis da Costa e Oliveira, Camila Regis e Silva e Guilherme Regis e Silva.

Cepa lança livro sobre ‘atualização’

A direção da CEPA lançou durante o 1º ENCOESP, em São Paulo, o livro A Cepa e a Atualização do Espiritismo. A publicação traz trabalhos diretamente relacionados ao processo de atualização do Espiritismo, apresentados no XVIII Congresso Espírita Pan-Americano, realizado em Porto Alegre-RS, de 11 a 15 de outubro de 2000.
O livro tem 264 páginas e contém textos de Ademar Arthur Chioro dos Reis, Alejandro Ruiz Diáz, Dante López, Dinorá Fraga da Silva, Jaci Regis, Jon Aizpúrua, Krishnamurti de Carvalho Dias, Luiz Signates, Mauro de Mesquita Spínola, Milton Rubens Medran Moreira, Reinaldo Di Lucia, Sandra Jacqueline Stoll, Wilson Garcia e Yolanda Polimeni de A. Pinheiro.
Organizado por Salomão Benchaya, que foi presidente da comissão organizadora do congresso, o livro (264 páginas), custa R$ 18,00 e pode ser obtido através do e-mail ccepa@via-rs.net ou no CE Allan Kardec, com Nelma Beneti, pelo telefone (13) 3233-2491.