Artigo de Oswaldo Ioro - Novembro de 2001

O Início de nossa Evolução

Confeccionei este trabalho com o intuito de provocar debates sobre o início de nossa evolução, por ser assunto complexo e que não tem sido esclarecido com precisão pelos escritores e estudiosos da Doutrina Espírita.
Discordando dos argumentos defendidos por alguns confrades de que o início da evolução começa no reino vegetal, repor-me ao meu trabalho intitulado O Espírito é Eterno? E os ovóides?, publicado no Jornal Espírita de agosto de 1999, onde afirmo que “até as pedras têm alma”. Afirmação que está sendo comprovada pela nossa ciência, com as declarações do físico Murray Gell Mann de que, “as partículas possuem um princípio de vida capaz de dotá-las de reações próprias”, demonstrando, assim, existir no mineral algo diretor e organizador de suas estruturas, cujas composições diferem, resultando na variedade das espécies conhecidas.
Segundo meu parecer, esse algo diretor é uma personalidade, um EU, uma “alma” ou “mônada” indestrutível e eterna, criada por Deus, ainda no começo de sua longa caminhada evolutiva rumo à meta da perfeição.
Não poderia ser diferente, uma vez que na Obra Divina não há criações privilegiadas , conforme esclarece a questão 540, do LE, onde diz que “o arcanjo começou pelo átomo”! Se Deus contrariando sua justiça, criasse átomos especificamente para compor os minerais, qual seria o destino desses átomos? Por que tais átomos são teriam o direito dos seus iguais de trilharem a estrada da evolução? Se assim fosse, Deus não seria justo! Deus, na sua bondade e justiça. Nos fez todos iguais “simples e ignorantes “)le-q.115), com os mesmos direitos e oportunidades.
Vou ainda mais longe: julgo que a até que a nossa evolução teve seu princípio em outros reinos em mundos primitivos, anteriores ao mineral e por nós esquecidos, situados em outras dimensões.
A contagem de 1 500.000 anos, citada por André Luiz, no meu entender, refere-se apenas ao período de evolução da mônada neste planeta, pois considero ocorreu trilhões de anos e não em tão pouco tempo! O que poderá justificar o porquê da dor nos nossos animais, que não se explica perante a bondade e a justiça divina, pois guiados apenas por seus instintos e sem livre arbítrio, não cabe responsabilizá-los por suas atitudes e atos.
A propósito, cito a história de minha autoria, sucedida com um cãozinho de propriedade da família, que ficou louco e teve de ser sacrificado quando, por motivo de nossa mudança para outra cidade, foi deixado em cada de pessoas amigas. Alguém poderia me responder a razão da dor da saudade sentida pelo mesmo que o levou até a loucura? Esta história foi publicada com o título O Cãozinho que ficou louco de saudade, no jornal Correio fraterno do ABC , de maio de 1998. Se algum leitor tiver curiosidade em conhece-la, escreva-me que terei prazer em enviar serox.
Não sou de origem orientalista, mas julgo exato que o começo de nossa evolução, como uma simples partícula, estagiou em formas anteriores ao mineral, porque toda matéria, mesmo a denominada inorgânica, possui um elemento (alma) diretor que organiza, dirige e aglutina os átomos para formar as diferentes espécies de formas existentes. Algumas por nós conhecidas e outras ignoradas. 
Note-se ainda que não sabemos onde termina a matéria inorgânica e começa a orgânica. Segundo meu parecer, a matéria é uma s
ó. A divisão de inorgânica e orgânica foi feita pela nossa ciência, mas ela mesma é incapaz de determinar onde uma acaba e a outra começa! 
Repito que até as pedras possuem um princípio diretor e estruturador. Se não tivesse, como se explica a diversidade neste planta, do reino mineral que mantém constante suas características através dos tempos? É certo que nessa fase não possuem percepção nem consciência, sendo guiadas por Espíritos Superiores, concorrendo para a obra geral e se adiantando no seu progresso infinito. (LE Q.132)
Contrariando o que afirma Kardec: “é assim que tudo se encadeia no mundo; da matéria bruta saíram os seres orgânicos, cada vez mais aperfeiçoados” e André Luiz: “também nos reinos inferiores da natureza, a corrente mental restringe-se a impulsos de sustentação nos seres de constituição primária, a começar dos minerais ...”alguns confrades não aceitam o princípio da evolução no reino mineral, afirmando que Kardec e André Luiz provavelmente explicarão no futuro, o que quiseram dizer com mineral. Mineral, tanto no dicionário Aurélio, como no Grande Dicionário de Português/Francês, de Domingos de Azevedo (Livraria Bertrand), só tem um significado, não cabendo divergências de interpretações. Entendo que Kardec e André Luiz foram claros nessas citações.
Não sou cientista nem professor, mas estudante e assimilando o Espiritismo há muitos anos, adquiri a convicção de que toda \criação divina, desde uma simples partícula, através de trilhões de anos habitando e colaborando nas grandiosas, exuberantes e magníficas Casas do Pai, caminha pela senda da evolução para atingir o destino determinado por Ele a toda a sua criação, que é a perfeição absoluta. Só assim compreendendo a Justiça Divina, que dá toda a sua Obra o mesmo destino.
Expus acima as minhas razões. Não sei se estou certo. Como não há uma opinião unânime sobre o assunto, gostaria que o mesmo fosse debatido por confrades mais cultos e esclarecidos.

Bibliografia:
Allan Kardec - O Livro dos Espíritos;
Francisco C.Xavier,/Waldo Vieira/André Luiz - Evolução em Dois Mundos.

Oswaldo Ioro reside em Brasília-DF.