Artigo de Egydio Régis - Junho de 2001

H = VC

“Hipervida é o produto constante de vida e contra vida”. Uma fórmula original e inteligente, que somente as pessoas dotadas de um desenvolvido senso de racionalização e de talento especialmente didático, são capazes de criar. São jóias dessa natureza, em matéria de leitura, que encontramos em mais uma das obras excelentes que nos legou o nosso companheiro Krishnamurti de Carvalho Dias. A Descoberta do Espírito, editado em outubro de 2000, é o tipo de trabalho que não pode deixar de ser lido e estudado por aqueles que desejam atualizar-se no estudo da Doutrina Espírita (DE).
Krishnamurti, com sua habitual facilidade de comunicação, consegue resgatar a genialidade de Allan Kardec na elaboração da DE, assim como conciliar os conceitos originais de Espírito, perispírito, fluidos, por ele formulados em sua época, com as novas teorias da física quântica. Facilita a compreensão de teorias complicadas como as relativas a campo, massa-energia, espaço-tempo, os planos multidimensionais etc.
Aprendemos a respeitar Krishnamurti pela sua lúcida defesa do Espiritismo, como ciência e filosofia, negando-lhe o caráter religioso. Defende a atualização da Doutrina, baseando-se na própria afirmativa kardequiana: “se a ciência o corrigir ou desautorizar num só ponto, o Espiritismo aí se modificará, absorvendo a retificação.” Assim, diz Krishnamurti, em um trecho desse precioso trabalho que ora comentamos: “Por tudo isso tomei a liberdade de produzir este modelo didático, novo, a três dimensões, de uma hipervida que é apenas o entendimento de que o espírito existe continuamente, num existir sem-fim, independente do meio em que está, se aqui ou alhures... bem como independente também da fase dessa hipervida em que se encontra, se a de vida ou a de contravida. O modelo da hipervida, repartida em fases de vida e contravida, nos ciclos de reencarnação, pode até ser expressado com signos pseudo-matemáticos, assim nesta fórmula, h=vc , onde hipervida é o produto constante de vida e contravida”. E, numa demonstração de seu amor e reconhecimento ao Mestre de Lyon, não deixa por menos: “Temos assim o professor Rivail como autor da mais portentosa das equações, capaz de eclipsar até mesmo aquela até aqui tida como a mais brilhante já produzida pela ciência, a de Einstein (E=mc2), pois ao passo que esta apenas unificou a massa-energia, aquela, a fórmula rivailiana, fez a unificação da vida e da contravida, na idéia da hipervida, a maior relativização de que já se foi capaz.”
Esse é o livro, esse é Krishnamurti de Carvalho Dias. Um dos grandes pensadores espíritas, mestre da comunicação, pesquisador e esmiuçador etmológico que resgatou a compreensão original de muitos termos e conceitos espíritas. A leitura deste pequeno volume, de apenas 68 páginas, A Descoberta do Espírito, é simplesmente imperdível.
A Descoberta do Espírito- Krishnamurti de Carvalho Dias - 1ª edição, Vitória-ES - outubro de 2000, 68 páginas. Pedidos para CEAK, R. Rio de Janeiro, 31 - Vila Belmiro - Santos-SP, telefone 0-xx-11-3233.2941 ou R. das Acácias, 86 - Morada do Sol, Vila Velha-ES - CEP 29123-970.


Egídio Regis é membro do Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (CPDoc)