Artigo de Eugênio Lara - Abril de 2001
Logo na primeira semana de lançamento, o site
PENSE - Pensamento Social Espírita (www.viasantos.com/pense)
recebeu cerca de 6.350 visitas. No ar desde 1º de março, o
PENSE se destina exclusivamente ao estudo de questões sociais
segundo a filosofia kardecista e procura preencher uma lacuna no
campo da produção cultural espírita. Mas pelos e-mails que o
site tem recebido, dá para notar uma grande carência de informação
sobre Espiritismo na Internet.
Falta um atendimento dinâmico, a oferta de serviços dirigidos
aos internautas simpáticos ao Espiritismo. Trata-se de um público
exigente e de bom nível de informação. A rede é um reflexo da
sociedade. A mesma carência que temos no real, também temos no
virtual. E o ciberespaço está aí para ser explorado. Nessas
horas, o que vale é o conteúdo. De que adianta um site todo
bonitinho, moderninho, com musiqueta no fundo, luzes piscando,
objetos voando, uma verdadeira árvore de natal e não ter conteúdo?
O internauta quer saber o que é o Espiritismo, quer conhecê-lo
e acaba se perdendo em meio a tanto link, a tanta poluição
visual. O importante é a informação precisa, correta e
conforme os princípios do pensamento kardecista. Informação rápida,
dinâmica, quase on-line. Trata-se de uma grande avenida que
poucos estão atravessando com competência. Quem souber ocupar
esse espaço nem precisará do mapa da mina.
A troca de músicas pela Internet tornou-se um fato inédito,
revolucionário, na medida em que as grandes corporações, que
abocanham lucros colossais na área do entertainment, tiveram de
se curvar ao poder de um programinha, o Napster
(www.napster.com). Criado e gerenciado por um grupo de jovens
universitários da Califórnia, EUA, esse software permite que
milhões de usuários de todo o mundo compartilhem músicas
arquivadas em sua HD (hard disk) em um formato, o MP3, fácil de
navegar pela Internet.
Foi um Deus nos acuda. As grandes gravadoras, alegando enormes
prejuízos, acusam os napsterianos de praticarem e incentivarem a
pirataria. Apelaram na Justiça norte-americana e conseguiram
barrar a farra dos internautas - por enquanto. A porta já se
abriu e não tem como fechá-la mais. E quem diria, os maiores
canibais do direito autoral vieram a público declarar que a
troca gratuita de músicas é um atentado a esse direito que
estes senhores nunca respeitaram de forma efetiva. Sinal dos
tempos...
E o homem não é tudo aquilo que se imaginava. O Projeto Genoma
finalizou o seqüenciamento genético do homem e concluiu que ele
possui cerca de 30 mil genes, apenas o dobro da mosquinha drosófila.
Há amebas que possuem muito mais genes do que nós. Com o
mapeamento genético imaginava-se que teríamos uma compreensão
global do móvel de nossas emoções, um gene para cada
sentimento, virtude, vício. Ora, a mente é muito mais complexa
do que nosso biótipo. Não há como mapeá-la. Não dá para
clonar a mente, o corpo sim. É possível que nesse ato demiúrgico,
além da cura de inúmeras doenças, possamos compreender que a
mente (ou o espírito) é indivisível, única, independente e
sobrevivente aos processos biológicos.