Artigo de José Luiz de Souza - Setembro de 2001

Crítica no Meio Espírita

Toda sociedade seja filosófica, espiritualista, profissional ou familiar, em que não existir o sentido crítico, estará fadada a não evoluir.
Um dos maiores perigos de uma sociedade, de um grupo social, de um núcleo, é a ausência de crítica, de um comentário construtivo.
O grande empecilho para a crítica é ter-se a visão medíocre de uni-la à pessoa. Basta ser apontada uma falha a respeito de qualquer pronunciamento conceitual ou mesmo num evento, para que a crítica seja levada para o lado pessoal. Não é da pessoa que se está falando, mas sim, de uma possível falha a ser analisada e corrigida. Levar a crítica como um ataque pessoal, além de pretensioso é uma característica de insegurança.
Tratando-se do meio espírita, a maioria dos espíritas não é crítica e como isso emperra o desenvolvimento doutrinário e ainda, quando a crítica é levantada por uma minoria, é quase sempre levada para o lado pessoal, quando também o crítico passa a ser visto como é e, até, obsedado.
É preciso entender de uma vez por todas que a Doutrina Espírita veio à luz através da crítica constante do sr. Allan Kardec para com as informações que recebia dos Espíritos, tendo ainda deixado bem claro que não se tratava de uma Doutrina já pronta e que muito a ela se teria que acrescentar ainda e para ratificar isso, deixou a sentença seguinte: “Doutrina Espírita, acompanhando a evolução da humanidade, jamais será ultrapassada. Se tiver em erro num ponto, ela o modificará”.
Portanto, é necessário que os espíritas estejam sempre abertos à crítica e libertos dos melindres que caracterizam total insegurança pessoal e doutrinária.
A crítica foi e sempre será necessária ao progresso da humanidade.

José Luís de Souza é presidente da Fraternidade Espírita de Expansão Cristã, de Santos-SP.