Artigo de Wilmar Coelho dos Santos - Dezembro de 2001

Cidadania e Espiritismo

Introdução
A cidadania existe quando a pessoa usufrui dos direitos civis, políticos e sociais, participando ativa e efetivamente da sociedade onde vive. A perda desses direitos cria a exclusão social, fomentando a injustiça, gerando o espírito anti-frateno, causador de indesejáveis conseqüências, incentivando a mais descontrolável violência, tão comum e crescente em nossos dias.
Sem democracia a cidadania não floresce! A cidadania sem democracia desaparece!
Com a opressão e desigualdades sociais que hoje vivemos, será bastante difícil o homem encontrar os remédios para a cura das doenças culturais e sociais da humanidade. A meta prioritária do homem do futuro, é a cidadania, em sua busca constante em torno do equilíbrio desejado.
O homem para ser cidadão de fato, ou seja, para reivindicar direitos, terá antes de respeitar os seus deveres. Deverá ter direitos e oportunidade ao trabalho, às conquistas sociais, obter condições mínimas de residência, lazer, cultura, enfim, viver em igualdade e responsabilidade — pré-requisitos da felicidade a que tanto aspiram os seres encarnados no atual processo de provas e expiações retificadoras, como é a imensa maioria na Terra
A Cidadania do Espírita
Apresentaremos os itens que definem a cidadania na ideologia espírita.
A cidadania é um desafio educacional e moral. Entretanto, como fazer para transformar os indivíduos em cidadãos? 
O respeito aos direitos do cidadão constitui uma atitude cristã, porque é a vitória da honestidade sobre a corrupção, a desonra e a prevalência da justiça sobre a impunidade, do espírito coletivo sobre o egoísmo particular.
A atual realidade brasileira, civil e política, respeita o cidadão?
Amar a Deus, a pátria, a família e a si mesmo é a consciência cristã.
Para haver cidadania é preciso que andem juntas a postura cívica e religiosa, porque por ela se luta pela moralidade de toda a estrutura social e, em tese, luta-se pelo bem estar da humanidade.
A cidadania leva à liberdade e mantém os bons costumes.
Na cidadania,a dignidade interior apregoada pelo Espiritismo se realiza, pois o bom cidadão é o mesmo que o bem espírita-cristão. Que inclusive tem o dever de respeitar e preservar a natureza.
A Doutrina Espírita estabelece para a prática da cidadania a conscientização dos direitos e deveres de cristão e de cidadão conjuntamente. Incentiva a honestidade e honradez sem limites, a limpeza moral da consciência de cidadão espírita. Ele luta sempre pelo progresso do Brasil e do mundo, através do sentimento de moralidade em tudo o que faz. 
É dever do cidadão espírita, valorizar a cultura, a arte, o esporte e a paz, como apoiar o humilde e o menor excluído e abandonado. Enfim, olhar positivamente para o futuro da humanidade, inclusive valorizando a mulher e inserindo-a na vida social.
Conclusão
Se tudo isso e muito mais for concretizado, o homem perderá aos poucos o egoísmo, o orgulho, a vaidade e as paixões dissolventes, aniquilando ainda o materialismo, fruto das mais viciosas manifestações de decadência moral que ainda assolam a Terra, levando o homem aos seus instintos mais inferiores e às suas mais primitivas e longínquas eras de selvageria e barbárie. Além de criar obstáculos aos seu crescimento moral e espiritual.
Logo, ser cidadão é transformar-se conhecendo-se melhor na sociedade. Ser cidadão e espírita é conhecer-se melhor perante si mesmo e a Deus.
Que o espírita possa vivenciar os exemplos democráticos de cidadania e ética, reforma interior, justiça social, amor ao próximo, paz, harmonia e caridade em sua vida diária rumo à evolução constante e consciente.
A cidadania fará do homem um cidadão... justo e perfeito!

Wilmar Coelho dos Santos é professor universitário e reside em Juiz de Fora-MG.