Capa - Maio de 2001
Editorial
O movimento espírita brasileiro promove,
anualmente, dezenas de conferências, simpósios, congressos e
outros eventos que garantem um calendário lotado em todo o País.
Examinando, todavia, o roteiro desses eventos, verificamos que são
geralmente organizados em torno de determinados oradores, sem dar
oportunidade à produção de trabalhos inéditos de estudiosos,
que entretanto não possuem o brilho desses oradores que dominam
o cenário.
O que se vê é a repetição de temas e argumentos, numa visão
doutrinante, cujos resultados são notoriamente precários, por
manter o mesmo diapasão e as mesmas estruturas religiosas que
estão sendo concretizadas pelos respectivos oradores.
Por essas razões, o Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita
difere desses eventos por estar aberto à participação de todos
os estudiosos. O temário é organizado a partir dos trabalhos
enviados e se não surgem temas evangélicos e religiosos é
porque esses setores não participam. Seja porque nada têm a
dizer, seja porque boicotam o SBPE.
Nos seis simpósios já realizados, tivemos oportunidade de
debater temas interessantes e idéias que modificam certos pontos
de vistas, sobre o perispírito, a atualização da doutrina,
psicologia, sexualidade, família e outros.
Evento sem igual nos meios doutrinários, mostra que, à parte do
boicote religioso, existem muito poucos estudiosos do
Espiritismo. Dizem que os espíritas são 10 milhões no brasil.
Mas tudo indica que a mente dos freqüentadores de centros não
é estimulada a pensar, refletir e produzir.
Servem-se de oradores, médiuns e Espíritos, que não conseguem,
via de regra, fugir dos lugares comuns.