Capa - Abril de 2001

Editorial

Esforço Conjunto

Os anos de 2001 e 2002 apresentam oportunidade de trabalho e sucesso para os participantes do movimento espírita kardecista.
Em 2001 teremos o VII Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita (VII SBPE). Em 2002, a Conferência Regional da Confederação Espírita Pan-Americana (CEPA).
Esses dois eventos dependem, em última instância, da colaboração, da seqüência e do calendário de trabalho do mesmo grupo de espíritas, basicamente sediados em Porto Alegre, São Paulo e Santos, com mais algumas poucas ramificações pelo País.
O que se torna imperioso é a união do grupo, de modo a dar seqüência efetiva ao calendário desses dois eventos, para que não hajam atropelos e colisões de datas. Se conseguirmos, teremos sucesso tanto num como no outro evento.
O VII SBPE precisa de apoio para este ano. A Conferência Regional, que será realizada na Capital, terá todo o suporte para alcançar o sucesso que marcará mais uma vez a presença da CEPA no Brasil. O Instituto Cultural Kardecista de Santos (ICKS) e este jornal, que promovem o VII SBPE, estarão dando o apoio e o trabalho para o sucesso da Conferência, da mesma forma que esperam que os espíritas ligados à CEPA tragam sua contribuição ao VII SBPE.

144 Anos de "O Livro dos Espíritos"

Há 144 anos, Allan Kardec lançava a 1ª edição de O Livro dos Espíritos, depois refundida e ampliada, como o conjunto de pensamentos básicos que definem a doutrina kardecista, fundamentos do Espiritismo, que ele fundou, codificou e dirigiu até sua desencarnação em 1869.
Meses depois, em janeiro de 1858, começa a editar a Revista Espírita, repositório de informações, idéias e debates, obra imprescindível para o estudioso da Doutrina e, infelizmente, sem muita divulgação. Logo em seguida, em abril de 1858, funda a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, laboratório fundamental para a concretização do movimento espírita. Já a revista Reformador, exprimindo a opinião do movimento espírita religioso, sob o comando da Federação Espírita Brasileira afirma, em seu editorial de março de 2001: Têm os espíritas plena consciência que a Nova Luz procede da Espiritualidade Superior, com o Cristo de Deus à frente de uma plêiade de Espíritos escolhidos para dar cumprimento à vinda do Consolador prometido por Jesus. Mas sabem também que a corporificação, no mundo dos homens, do plano da Espiritualidade Superior, exigia um mediador humano, um trabalhador com excepcionais qualidades para a missão de grande responsabilidade, que se caracterizasse também pela fidelidade ao compromisso.
  O Professor Rivail - Allan Kardec - foi esse medianeiro fiel.”
  Não obstante a delicadeza, a posição febiana é falha, porque desmerece o trabalho pessoal, a inteligência, a diligência, a luta de Kardec. Ele não foi um mero codificador de princípios como escriba que reunisse, de forma inteligente, papéis soltos e idéias diversas e organizasse uma coletânea impessoal. Ele elaborou os princípios e fundou uma doutrina. O Espiritismo não é uma revelação religiosa. É uma elaboração cultural reinterpretando princípios consagrados, representando o rompimento de toda uma estrutura teológica e trazendo os “mortos” para associação e participação na vida dos vivos.
  Os 144 anos que a doutrina de Kardec atravessou foram fulminantes. Ela se mantém, porém, capaz de satisfazer filosoficamente as pessoas do século 21. É preciso preservá-la, na sua estrutura e nos seus objetivos.