Artigo de Paulo Cesar Fernandes - Janeiro/Fevereiro de 2000

Crônicas dos Tempos do Quanta : Reflexões

O som da areia sob meus pés. Cães ladram ao longe. Um pardinho futuro coleirinha cisca ao meu redor. Uma imensa paz me apanha repentinamente, antes mesmo que os primeiros raios do sol possam banhar minha face.

A natureza me rodeia e me chama à reflexão.

Uma reflexão profunda acerca dos valores humanos. Do que é essencial e do que é transitório dentro da trasitoriedade maior da vida humana.

Que vou carregar afinal além de sensações e lembranças ?

De que vale viver senão para estreitar relações no caminho de um processo de crescimento compartilhado, construido a diversas mãos, e liberto dos personalismos perecíveis como a própria vida?

Caminho algo mais. Cresço um tanto mais, quando a natureza da vida terrena e a natureza que me cerca se somam num todo harmônico deste processo grandioso e importante que a convenção humana deu de chamar: VIDA.

E dentro deste processo temos o tempo e o livre-arbítrio como elementos componentes desse processo, elementos estes que se permitem serem utilizados a nosso bel prazer.

Não daremos conta desses elementos pois ninguém nos cobra nada, ninguém nos espera, e não se dá nem se dará julgamento algum. Mas por uma questão de bom senso é melhor colocarmos em ação qualquer recurso a nós pertencente e esses citados se situam entre os maiores de que somos todos portadores.

A vida se desloca do simples para o complexo. Fomos simples e ignorantes um dia, e seremos mais complexos e perfeitos, e o uso que fizermos de nossas potencialidades dará a medida exata desse momento buscado chamado perfeição.

Acabamos sendo atores privilegiados no palco da existência, pois temos a cena toda em nossas mãos nos restando o saber atuar. Que não virá por obra e graça do Divino, mas pela somatória das experiências adquiridas a partir de cada desafio, de cada momento difícil, de cada lágrima que role trazendo para mais cedo o estado da perfeição e de felicidade.