Da Redação - Maio de 2000
Um público de 60 pessoas, muito interessado e participativo, esteve presente em mais uma edição do Seminário do Pensamento Espírita, realizado no dia 13 de maio, das 14 às 18 horas, na sede do Lar Veneranda, à rua Evaristo da Veiga, 211, em Santos.
Os três temas foram discutidos no VI SBPE - Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, promovido pelo Abertura em novembro de 1999.
Às 14 horas, o arquiteto Eugenio Lara abordou Milenarismo e Espiritismo, com agrado geral, motivando inúmeras perguntas. Em seguida, o psicólogo Jaci Régis discorreu sobre Perfil Psicológico da Obsessão, também muito aplaudido.
Após intervalo para café, às 16h30, o engenheiro Marcelo Coimbra Régis apresentou seu trabalho Um século nas Ciências do Espírito, encerrando o Seminário, com agrado dos presentes.
Patrocinaram o seminário o Instituto Cultural Kardecista de Santos (ICKS), Lar Veneranda, os centros espíritas Missionários da Luz, Allan Kardec, Maria Emilia da Motta Ferreira, Ângelo Prado e Fraternidade Espírita.
Paraná e Santa Catarina — Dia 27 de maio, sábado, das 14 às 18 horas, em Curitiba-PR, será desenvolvido um ¨seminário com os temas Um Século nas Ciências do Espírito, por Marcelo Coimbra Regis, Perfil Psicológico da Obsessão com Jaci Regis e A Evolução Humana, por Alexandre Cardia Machado.
No dia 28, domingo, em Itajaí-SC, das 14 às 16h30 horas, será apresentando um novo Seminário, com os temas Um Século nas Ciências do Espírito e Perfil Psicológico da Obsessão.
Na Capital —Em 17 de junho, sábado, das 9 às 13 horas, o Centro Espírita José Barroso promoverá um seminário com os temas também desenvolvidos no VI SBPE: Razão e Fé no Espiritismo, com Roberto Luiz Rufo e Silva; Ensaio sobre o Nascer e o Morrer, por Amilcar del Chiaro e O Perispírito: Uma Abordagem do Século 20, com Reinaldo di Lucia.
O Abertura está agora em novo endereço na Internet. Sua home page está sediada no site Espiritnet, criado e dirigido por Henrique Ventura Regis. O endereço eletrônico é www.espiritnet.com.br/abertura.htm
Fato & Comentário
Recebemos de Josep Casanova Llardent, um grande espírita espanhol, resistente ao sufocamento da Doutrina pela ditadura franquista, carta na qual comunica que, devido ao falecimento da esposa, em 1998, e a sua avançada idade de 77 anos, recolheu-se a uma Casa de Repouso, onde, devido às condições locais, não poderá mais manter sua vasta correspondência, nem receber jornais e revistas que lhe chegam de todo o mundo.
Nesse momento vem à mente a figura desse homem simples, intelectual de primeira, criador e presidente do Centro Barcelonês de Cultura Espírita e editor da revista Flama Espírita.
Resistiu à ditadura franquista, ao evangelismo e ao igrejismo que avassala o Espiritismo espanhol , sob a égide da Federação Espírita Brasileira, sendo como é de se esperar, marginalizado.
Ele é talvez o último grande representante do Espiritismo que floresceu na Espanha, onde na sua cidade tivemos o Auto de Fé de Barcelona e existiram espíritas de escol, bastando citar Amália Domingos Soller, entre muitos que fizeram do Espiritismo Espanhol um dos mais ativos até a ditadura franquista.
Prestamos nosso homenagem e nossa emoção pelo fato de termos tido a oportunidade de conhecer e nos corresponder com Josep Casanova Llardent, um autêntico espírita.
As disputas em nome da religião se alastram pelo mundo. Além dos casos crônicos entre judeus e muçulmanos, na Palestina, e do confronto entre católicos e protestantes na Irlanda, vemos terroristas muçulmanos seqüestrando pessoas nas Filipinas, pais católico. Temos as intermináveis contendas entre as muitas etnias da Indonésia, para citar as mais comuns na mídia.
Na Índia, as facções religiosas repartiram o país e o mantém em constante conflito. No próprio Irã, xiita por definição, começam a surgir confrontos entre conservadores e progressistas, com a mão de ferro da cúpula clerical esmagando os contrários.
Esse é um quadro repetido através da história. É interessante notar que os religiosos, de qualquer denominação, são extremamente cruéis e impiedosos nas suas investidas, talvez porque acreditam que Deus é violento e também cruel.
No Brasil, os líderes do Espiritismo religioso não ficam para trás. Não têm como armar guerrilhas mas praticam o terrorismo de poder, pressionando os que não se alinham ao que fizeram da Doutrina uma religião como outra qualquer, mas sem o pedigree cristão.
Em mais de 100 anos de movimento espírita, tolerou-se várias iniciativas declaradamente fraudadoras do pensamento kardecista, desde que aceitassem Jesus Cristo e o evangelho, como qualquer igreja protestante. Agora, sempre que se tocou na questão religiosa, os inimigos se tornam amigos e partem para o ataque frontal.
Católicos arrependidos, roustainguistas cristólatras, que existem por detrás dos neo espiritistas cristãos, se insurgem e praticam o terrorismo no campo das idéias. Totalmente contrário ao pensamento de Allan Kardec.
Mas isso não tem a menor importância. Afinal, quando é que Allan Kardec, o fundador do Espiritismo foi determinante, uma personalidade realmente importante no movimento espírita brasileiro?