Artigo de Aylton Paiva - Lins - Agosto de 2000
"O Espiritismo não cria a renovação social: a madureza da humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizado, por sua tendências progressistas, pela amplitude de vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto do qualquer outra doutrina para secundar o movimento de regeneração, por isso, é ele contemporâneo desse movimento. Surgiu na hora em que podia ser de utilidade, visto que também para ele os tempos são chegados." (in A Gênese, de Allan Kardec ed. FEB)
Esclarecem os Espíritos, em O Livro dos Espíritos, que o progresso moral decorre do progresso intelectual, porém nem sempre a ele segue. ( Questão nº 780)
Nós, espíritas, sabemos que tempos um compromisso intransferível com a reforma íntima. "Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas más inclinações.( Cap. XVII, item 4, "in fine"de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec) Mas, esse aperfeiçoamento pessoal deve refletir-se em nossa atuação consciente para transformar a sociedade em uma sociedade justa e amorosa, pois advertem os Espíritos: Numa sociedade organizada segundo as leis do Cristo, ninguém deve morrer de fome e adita Allan Kardec: Quando praticar(o homem) a Lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça e na solidariedade e ele próprio será melhor ( Questão 930, de O Livro dos Espíritos)
Destaca-se, então, o compromisso do espírita com uma nova ordem social, fundada no Direito e no Amor. Obviamente, essa transformação dependerá das ação consciente dos bons e ao lado deles, os espíritas atuando com uma consciência política fundamentada nos princípios éticos das Leis Morais de O Livro dos Espíritos.
Portanto, não pode o espírita alienar-se da sociedade e não agir, com conhecimento e amor, nessa transformação, em importante momento histórico da civilização humana. Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capitulo XX, item5)
Observando a ousadia da maldade e a confusão entre bondade e omissão, Allan Kardec indagou aos Espíritos: Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
- Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes, os bons são tímidos. Quando este o quiserem, propenderão ( Questão 932, de O Livro dos Espíritos ed. FEB)
A resposta é clara e precisa, não permite dúvidas àqueles que pretendem ser bons.
O mundo e, especificamente, a estrutura social brasileira, está precisando de transformações urgentes para coibir a ação dos maus que solapam os bons costumes, que semeiam a miséria, que se utilizam dos instrumentos da corrupção, da fraude e d mentira par atingirem seus objetivos egoísticos e anti-éticos.
Momento significativo para a transformação da sociedade é a realização de eleições para os poderes Legislativo e Executivo. Em breve seremos chamados às urnas. O Espírita precisa estar consciente da sua responsabilidade nesse momento, seja pleiteando cargos eletivos, seja simplesmente depositando o seu voto na urna.
O voto é uma procuração que se passa ao candidato para que, se eleito, ele aja em nosso nome e bem da coletividade. É a maior manifestação de amor ao povo.
Não votar, anular o voto, omitir-se é apoiar as forças do mal, é permitir que os maus sobrepujem os bons.
Para que o espírita tenha critérios de avaliação do candidato, compare sua conduta como membro da família, na atividade profissional, seu interesse e envolvimento com a comunidade e os princípios contidos em O Livro dos Espíritos 3ª Parte Das Leis Morais, onde estão os conceitos sobre o bem e o Mal, a Sociedade, O Trabalho, o Progresso e a Igualdade, Justiça e Amor.
Porém, não se pode levar as questões político-partidárias para dentro do Centro ou Instituição Espírita.
Vote consciente. Vote com amor.
Aylton Paiva é advogado e presidente do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, de Lins. S.P
e-mail: paiva@linsnet.com.br